terça-feira, 11 de maio de 2021

ENVENENAR PARA EXPULSAR

AGROTÓXICOS SÃO LANÇADOS DE AVIÃO SOBRE A COMUNIDADE RURAL DO ARAÇÁ



Artigas


No terceiro dia em que uma aeronave agrícola sobrevoou a comunidade rural do Araçá, município de Buriti, no Maranhão, ao ver aquela cena, Edimilson Silva de Lima, presidente da associação de moradores, pressentiu que um desastre estava em curso. Dos 80 moradores, ele contou ao menos oito com sintomas de intoxicação como coceiras, febre e manchas pelo corpo, mas é possível que mais gente tenha se intoxicado.

 Uma delas é Antônia Peres, que sentiu coceira após a pulverização. A aeronave passou tantas vezes naqueles dias que ela tinha que tomar banho correndo. "Não aguentava de tanta coceira", diz.  Com a pulverização, a comunidade começou a  sentir falta de ar, vômito e diarreia.

 Os moradores suspeitam que o avião foi contratado pelo produtor de soja, Gabriel Introvini, que tem histórico de conflitos com comunidades da região. Segundo Diogo Cabral, advogado da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, o avião vinha de uma terra alugada por Introvini. Diversas denúncias feitas pelas comunidades e até uma operação da polícia apontam ele e seu filho, André Introvini, como responsáveis por desmatamento ilegal do Cerrado, roubo de terras e tentativas de expulsar os moradores.

 O local, onde vivem mais de cem famílias, foi palco do episódio conhecido como chacina de Pau D'Arco. Em maio de 2017, policiais civis e militares mataram dez trabalhadores que resistiram às ordens de despejo e insistiam em ocupar o local.

 Isso demonstra a luta da comunidade pela terra, que eles tem direito de tirar o sustento da terra com seu trabalho. Num país que não fez a distribuição da terra para quem quer plantar, encontra o latifundiário querendo expulsar os pequenos agricultores.

 Além dos casos no Pará e no Maranhão, a Fundação Oswaldo Cruz soltou nota sobre caso similar que ocorreu em fevereiro e março em Nova Santa Rita, no Rio Grande Sul. Assentados que produzem alimentos orgânicos registraram o sobrevoo de aviões pulverizando agrotóxicos sobre as suas plantações e casas. 

 Eles relataram ainda a morte de animais de estimação e pássaros, adoecimento de animais de criação e o sumiço de abelhas. Testes feitos no local detectaram a presença do herbicida 2-4-D, classificado como extremamente tóxico pela Anvisa e como "possível carcinogênico" pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da Organização Mundial da Saúde.

 Nós, brasileiros nunca consumimos tanto agrotóxico quanto hoje. O número de produtores que usam pesticidas na plantação cresceu 20% em 10 anos, segundo o IBGE, enquanto a aprovação para comercialização dos químicos subiu 135% em uma década, conforme mostrado nos novos registros publicados pelo Ministério da Agricultura. Apenas este ano, a pasta aprovou 169 novos produtos agrotóxicos e publicou a liberação de outros 197 registros. 

Hoje são 2.263 produtos agrotóxicos no mercado, e um uso anual de mais de 500 mil toneladas, segundo o Ibama. Os venenos podem entrar no corpo por meio de contato com a pele, mucosa, pela respiração e pela ingestão. O risco é crescente devido à dificuldade em retirar os pesticidas dos alimentos e até mesmo da água. 

 

Abaixo esta política de envenenamento da população!

Abaixo o latifúndio que explora terra pública e expulsa os pequenos agricultores!

Por um governo dos trabalhadores  da cidade e do campo!

Por um governo operário socialista