sexta-feira, 17 de junho de 2022

SAUDAÇÕES DO AGRUPAMENTO TRIBUNA CLASSISTA AO XXVIII CONGRESSO DO PARTIDO OBRERO DA ARGENTINA

 Vide link: https://prensaobrera.com/internacionales/informe-internacional-para-el-xxviii-congreso


Nós, militantes e simpatizantes do Agrupamento Tribuna Classista, daqui do Brasil queremos saudar a realização do XXVIII Congresso do Partido Obrero da Argentina que ocorrerá entre os dias 17/06 a 19/06.

A primeira e mais urgente tarefa neste momento é fazer a defesa de milhares de lutadores piqueteiros que se agrupam e se organizam no Polo Obrero e na Unidade Piqueteira e que se constituem notoriamente neste momento na principal força social e política do proletariado de oposição à fome e à miséria que se alastra por todo o país sob a batuta do governo fundomonetarista de Alberto e Cristina Fernández. 

Por detrás das acusações de ordem moral que pesam neste momento sobre o Partido Obrero e o Polo Obrero estão os interesses materiais, tantos dos setores mais reacionários da burguesia, como mesmo daqueles que se reivindicam nacionais e populares. Ou seja, estão colocados sobre o tapete os interesses sociais e políticos dos trabalhadores em uma polarização de classe contra os interesses da burguesia. A tentativa da burguesia é de impedir a organização independente dos trabalhadores e colocar em marcha a intromissão do estado burguês sobre as mesmas, a tentativa de uma classe social que possui seus interesses antagônicos em arbitrar e impor um limite à organização e à ação independente das mais amplas massas contra o regime político entreguista e de fome. Nessa encarniçada luta de classe, a burguesia desesperada não mede consequências. Não à tentativa de injerência estatal e dos partidos partidos burgueses na organização política dos trabalhadores. Tirem as mãos do Partido Obrero, do Polo Obrero e das demais organizações de luta dos trabalhadores!

A proposta de paralisação nacional e plano de luta é reveladora do papel que cumpre a burocracia da CGT na Argentina, que corresponde  ao mesmo papel que a CUT e demais centrais sindicais que dão sustentação ao conjunto  do regime político no Brasil. A CUT e seus sindicatos de base devem romper com a burguesia, romper com a política de garantia da governabilidade de Bolsonaro e convocar a Greve Geral diante da corrosão das condições de vida dos trabalhadores, assolados pelo arrocho salarial, o desemprego, a fome, a miséria e todas as mazelas que são consequências inevitáveis da crise capitalista. 

O governo Bolsonaro já nos seus estertores entregou de bandeja a Eletrobrás e está sendo acusado de envolvimento no assassinato do servidor público licenciado da FUNAI e indigenista, Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips, que se encontravam desaparecidos desde o dia 05 de junho, no Vale do Javari, extremo-oeste do Estado do Amazonas, cujos corpos foram esquartejados e incinerados. Isso, pouco tempo depois da Polícia Rodoviária Federal, menina dos olhos do seu governo, ter assassinado em Umbaúba, interior do Estado nordestino de Sergipe, com os métodos do nazismo, por asfixia e insuficiência respiratória, pela utilização de gás pimenta e gás lacrimogêneo dentro do porta-malas de uma viatura, do jovem trabalhador Genivaldo de Jesus Santos. Foi quando o camburão policial se converteu em uma "câmara de gás". As ações de violência policial nas favelas dos grandes centro-urbanos, aonde moram e se concentram a maior parte da população pobre e negra do país, intensificaram-se, a tal ponto de serem caracterizadas como  uma política deliberada de extermínio político e social. O apartheid é aqui!

Por outro lado, a única política daqueles que dominam a CUT e a maioria dos sindicatos da esquerda no país é "fazer sangrar", ou "desidratar" o governo Bolsonaro e esperar as eleições de outubro do corrente ano, enquanto se promove uma verdadeira guerra da burguesia contra os trabalhadores, através do seu apodrecido regime político em seu conjunto. 

A política do PT e do seguidismo ao PT, como o PSOL e sua Federação com a Rede, é ajudar a desconstituir o conteúdo de classe do governo Bolsonaro, que é um governo dos exploradores (banqueiros, latifúndio que se converteu no agro-pop, grandes industriais, a cúpula das Forças Armadas, etc.) contra os explorados. A aliança de Lula com Alckmin significa a tentativa de conciliar os interesses inconciliáveis do proletariado e da burguesia e não se trata de um mero problema eleitoral. O que está em jogo é a vida dos trabalhadores, portanto é um problema vital. O golpe de estado de 2016 quem pagou e está pagando, comendo o pão que o diabo amassou são as massas cada vez mais pauperizadas. O conciliacionismo contumaz de Lula e do PT são nesse momento uma medida de emergência e preventiva de setores  da burguesia que temem uma rebelião de massas frente à falência política do regime bolsonarista.

A falácia da polarização entre democracia x fascismo, na forma da polarização entre a candidatura de Lula e a de Bolsonaro é uma tentativa e um esforço gigantesco e inútil de um setor da burguesia em dissimular a sua dominação de classe diante de um cenário de total falência do conjunto do regime político frente à crise capitalista aberta em 2007/2008, agravada com a crise da pandemia que se tornou uma tragédia humanitária e agora elevada exponencialmente com a guerra imperialista na Ucrânia, que foi provocada pelas contradições insuperáveis do sistema capitalista mundial na sua etapa senil, de caducidade, aquela etapa que se abriu, segundo Lênin, no início do século passado, de guerras e revoluções.

A guerra imperialista  exige uma intervenção internacionalista das massas proletárias no mundo inteiro e das suas organizações independentes no sentido de lutar para colocar um fim o mais depressa possível à mesma e com toda a sua força aproveitar a gigantesca crise mundial capitalista que provoca uma enorme instabilidade em seus regimes políticos "para agitar entre os estratos mais profundos do povo e precipitar a derrubada da dominação capitalista" (Lenin e Rosa de Luxemburgo, Congresso Socialista Internacional, em Stuttgar, Alemanha, 1907), ou seja precipitar a derrubada dos governos capitalistas no mundo inteiro, seguindo a máxima de que "os nossos inimigos estão aqui dentro".

- ABAIXO A GUERRA IMPERIALISTA!
- PELA UNIDADE DO PROLETARIADO RUSSO E UCRANIANO E DE TODO LESTE EUROPEU PARA DERROTAR O IMPERIALISMO E AS OLIGARQUIAS POLÍTICAS RESTAURACIONISTAS! POR GOVERNOS DE TRABALHADORES E A UNIDADE SOCIALISTA DA EUROPA 
- NÃO À PERSEGUIÇÃO E TENTATIVA DE MACARTHIZAÇÃO CONTRA O PARTIDO OBRERO, O POLO OBRERO E AS DEMAIS ORGANIZAÇÕES DOS TRABALHADORES
- POR GOVERNOS DE TRABALHADORES E PELA UNIDADE SOCIALISTA DA AMÉRICA LATINA