quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Brasil: frente ao bloqueio de vias dos bolsonaristas

 Traduzido e publicado do link: 

https://prensaobrera.com/internacionales/brasil-frente-al-corte-de-rutas-de-los-bolsonaristas


Por Rafael Santos

Pusilânime intervenção do lulismo

Desde a meia-noite de domingo, 30 de outubro, após encerrada a apuração dos votos que deu Bolsonaro como perdedor, começaram os bloqueios promovidos pelos seguidores do presidente. Isso foi diretamente encorajado pela negativa de Jair Bolsonaro em reconhecer publicamente sua derrota.

 O silêncio do presidente entrou em contradição com declarações como o atual vice-presidente, o general Hamilton Mourão, saudando Geraldo Alckmin, o vice-presidente eleito e se colocando à sua disposição para a transição. Lula rapidamente recebeu o apoio do presidente norte-americano, Joe Biden, e de vários representantes imperialistas.

 Os bloqueios de estradas estão se espalhando, chegando a cerca de 250.

 O STF ordenou dissipa-los. Mas isso tem sido feito lentamente. O governador de São Paulo apenas na terça-feira ao meio-dia – que “a partir de agora” se propôs a realizar o desbloqueio.

 Minutos atrás, Bolsonaro quebrou o silêncio pela imprensa: ele anunciou indiretamente que a transição será feita, mas não reconheceu explicitamente sua derrota. Ele também pediu que seus seguidores não seguissem os métodos violentos da esquerda.

 Mas assim que sua declaração foi retirada, os piquetes declararam que permaneceriam nas estradas, apelando ao Exército para intervir em seu apoio.

 O que mais se destaca nesse quadro da situação é o comportamento pusilânime de Lula e do PT que espera que a presidência do STF e o imperialismo mundial levem a desfazer essa ação golpista da direita bolsonarista. A CUT, uma burocracia sindical lulista, saúda a “firme decisão do STF contra o motim”, ao invés de mobilizar as organizações de trabalhadores, como começaram a fazer moradores de algumas favelas e alguns setores operários.

 É uma política temerosa de capitulação, que segue o padrão de falta de resistência dos trabalhadores organizados por parte do lulismo durante os 4 anos de Bolsonaro.

 A direita bolsonarista está tentando preparar o terreno para o próximo governo, como os carapintadas fizeram na Argentina sob o governo de Raúl Alfonsín (que obteve importantes concessões: lei da obediência devida e ponto final, etc.).

 A independência política dos trabalhadores frente  ao novo governo é um ponto imperativo e central para a futura luta das massas.