sexta-feira, 24 de julho de 2020

UM TEXTO E TODO UM SITE PROSCRITO

Estamos postando novamente este texto que foi publicado no site tribunaclassista.org.br posteriormente proscrito pela ditadura do capital.

Guilherme Giordano

Em 2016 ocorreu em Porto Alegre um Seminário em defesa da Saúde, Previdência e Trabalho convocado pelo SINDISPREVRS e o agrupamento Alicerce que atua no PSOL.

A mesa da manhã limitou-se a uma discussão técnica sobre os três setores que foram mencionados como tema do seminário e algumas generalidades sobre as vantagens do regime democrático burguês desde que golpes como o que acabou de acontecer sob as barbas do conjunto da esquerda brasileira não fugissem do script dos chamados golpes parlamentares acontecidos em Honduras e no Paraguai, quando todo mundo sabe que sem a anuência das Forças Armadas, um Congresso Nacional infestado de picaretas não votaria o golpe de estado, que foi um golpe militar.

Destacaram-se nessa mesa, a companheira Marilinda Fernandes e a professora Sara da Ufrj.

Na mesa que ocorreu na parte da tarde, composta por Plínio de Arruda Sampaio Jr. e Álvaro Bianchi, evidenciou-se por um caráter mais político.

Plínio defendeu a necessidade histórica da Revolução brasileira, mesmo que de maneira ufanista, pois segundo ele, as burguesias norte-americanas e francesas possuem motivos para comemorar suas revoluções, enquanto que no Brasil a própria burguesia tratou de aborta-la. Portanto, estaríamos diante da necessidade histórica de preenchimento de uma lacuna, a revolução democrática burguesa. Só não se disse a qual classe social estaria reservada esta tarefa. Uma limitada perspectiva nacionalista pequeno-burguesa.

O professor Álvaro Bianchi respondendo à saudação realizada pelo representante do Tribuna Classista sacou da cartola grosserias típicas da intelectualha acadêmica (segundo Chico Buarque: mistura de intelectual com canalha) do tipo: quem achar que o proletariado industrial é o protagonista histórico da revolução procure outro país, porque o proletariado brasileiro não possui nenhum papel a cumprir. E de quebra deu o exemplo das manifestações de junho de 2013. Vociferou contra a concepção leninista de partido advogando que o próprio movimento vai dar conta do programa, numa clara apologia do   movimentismo apartidário.

Como se não bastasse, o Seminário que se pronunciou contra o projeto  de cunho fascistoide da escola sem partido foi obrigado a ouvir desse suprassumo da arrogância em pó uma provocação direitista em forma de anedota de tremendo mau gosto para aqueles que bem ou mal buscam justamente o caminho da militância partidária: segundo ele, os estudantes ao ocuparem uma escola em SP, ao avistarem a aproximação dos partidos de esquerda que vinham no sentido de apoia-los,  correram pra dentro da escola e deixaram os militantes partidários do lado de fora, reservando-lhes o papel de guias de trânsito. "Bem feito para esses militantes!" Bradou o catedrático do alto da sua nojenta boçalidade.

Segundo ele, é isso que deve ser reservado para aqueles que buscam a independência de classe através de uma organização política: serem guias de trânsito do movimento, literalmente. O PSTU deve agradecer por este tipo ter se retirado do partido há bastante tempo. Fez um favor, nesse sentido.


terça-feira, 21 de julho de 2020

O FASCISMO MANEIA E A DEMOCRACIA TOSA, E VICE-VERSA








"...Os comunistas não se rebaixam a ocultar as suas opiniões e seus propósitos. Dizem a tudo e a todos da necessidade da derrubada violenta da ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à ideia de uma revolução social, porque nela, os trabalhadores não possuem nada a perder,  a não ser os seus grilhões, tem um mundo a ganhar. Proletários do mundo inteiro, UNI-VOS!" (Marx e Engels, Manifesto Comunista, 1848)

Guilherme Giordano
"Para salvar o capitalismo"

No primeiro quarto do século XXI, uma peste chamada COVID19 assola a vida de milhões de pessoas no mundo inteiro, entre contágios e mortes.

No Brasil, já são mais de 80 mil óbitos e uma média de mais de mil mortos há cada 24 horas, atingindo em todo o país mais de 2 milhões de infectados, que corresponde a um número maior que várias capitais do país, como por exemplo Porto Alegre. É como se a população dessa cidade desaparecesse do mapa junto com boa parte da região metropolitana. Isso sem falar nos subnotificados, pela ausência de uma campanha massiva de testes.

No centro do capitalismo mundial, a crise política do governo Trump, longe de ser estancada, pelo contrário, agrava-se depois da rebelião em massas provocada pelo assassinato de Georg Floyd, que contagiou e animou o proletariado do mundo inteiro e frente à sua completa indiferença à tragédia da pandemia nos EUA, que se encontra em primeiro lugar no ranking mundial de mortes e contágios pelo COVID19. Junto com Bolsonaro, Boris Jhonson e outras excrescências do capitalismo em pó foram os pioneiros e comandantes mundiais do negacionismo das consequências letais e até da própria existência do vírus, contra todas as evidências científicas e os principais  expoentes, difusores e irradiadores no mundo de que a “economia não pode parar” e da “volta à normalidade”. Com 140 mil mortes no lombo, e em queda livre nas pesquisas para a sua tentativa de reeleição para a Casa Branca (lugar já não mais tão seguro, diga-se de passagem, depois que foi cercada pelos manifestantes e obrigou o magnata e líder da maior potência econômica e militar da história da humanidade a se esconder no bunker), com “grupos de republicanos arrependidos contra a reeleição de Trump” que começam a se formar e ajudar financeiramente a campanha do democrata John Biden (a outra face da moeda do imperialismo norte-americano), Trump teve um acesso de patriotismo e apareceu depois de meses assistindo o sofrimento do seu próprio povo utilizando máscara, segundo ele, cinicamente pela impossibilidade de se manter o isolamento social.

Na iminência de queda de 7,7% do PIB, a União Europeia aprovou um fundo de resgate (dos capitalistas!!!) na ordem de 750 bilhões de euros, o que correspondem a R$ 4,57 trilhões, através de emissão de “títulos conjuntos de dívidas”, o que pressupõe-se um anúncio de um maior endividamento para os países que tomarão esses títulos em troca de empréstimos num médio e num longo prazo.

No Brasil, a preocupação dos economistas é que a baixa dos juros básicos de 14% de outubro de 2016 para 2,25% anuais, atualmente (Taxa SELIC, segundo dados do Banco Central) pode enterrar de vez o conto da estabilidade financeira (de quem?). Uma economia que com o pretexto de retomada dos investimentos, junto com essa medida frente à crise do sistema financeiro mundial (que não é outra coisa senão a crise do sistema capitalista em seu conjunto)  promoveu uma enorme desvalorização da força de trabalho com a reforma trabalhista, a ampliação das terceirizações, reforma previdenciária, etc. e mesmo assim não precisou da pandemia para incinerar milhões de postos de trabalho; agora com os efeitos arrasadores de um tsunami da pandemia só pode ir para a lona mesmo que não jogue a toalha. Para “estimular” a economia, o Banco Central deveria estar trabalhando numa perspectiva de uma maior queda da taxa SELIC, mas os limites, segundo o seu diretor de política econômica, Fábio Kanczuk, é a migração de recursos de fundos de renda fixa, os quais já registraram resgate líquido de R$ 95 bilhões, no primeiro semestre, o que corresponde a 1,72% do seu patrimônio líquido, para a caderneta de poupança. Mesmo que não tenha havido uma fuga de recursos, pois os depósitos em caderneta de poupança superaram os saques na ordem de R$ 84,4 bilhões, segundo o diretor de política monetária do BC, Bruno Serra Fernandes, a captação na poupança a curto prazo visando financiamentos habitacionais a longo prazo, está provocando um maior endividamento público em função dos juros baixos, e a pergunta que fica feita pelo ex-diretor do BC, Tony Volpon é: “Quem ira financiar essa dívida” com a tendência ao esvaziamento dos fundos de renda fixa, o principal lastro dos empréstimos a longo prazo e num quadro em que os investimentos em carteira de brasileiros no exterior somaram US$ 4,07 bilhões, enquanto que os estrangeiros sacaram US$ 31,448 bilhões?  Em março deste ano, o BC liberou R$ 1,2 trilhão para os bancos, e hoje o quadro em pleno pico da pandemia é de fechamento de 522 mil negócios de pequeno e médio porte no país, numa política “compensatória” clara de resgate do sistema financeiro em vias de falência. (VE, Suplemento EU&FIM DE SEMANA, 17/07)

Por outro lado, a principal política “compensatória” para os trabalhadores está no auxílio-emergencial de R$ 600,00, quase metade do já rebaixadíssimo salário mínimo (calculado pelo DIEESE em junho no valor de R$ 4.595,60) e na MP 936 aprovada no Congresso Nacional com o cínico e pomposo nome de Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (os trabalhadores estão sendo demitidos mesmo assim), que permite a redução da jornada de trabalho ou suspensão do contrato de trabalho COM REDUÇÃO DOS SALÁRIOS!!!, oferecendo um “benefício” cinicamente denominado BEm, o qual corresponde a um percentual já rebaixadíssimo do valor do seguro-desemprego (a maior parcela hoje para quem recebe o salário acima de R$ 2.666,29 na média aritmética dos três últimos salários é de R$ 1.813,00, com no máximo 5 parcelas) e que conforme o percentual do acordo entre trabalhadores e patrões, promove a desindexação do valor do benefício do salário mínimo, com valores muito abaixo do mesmo, abrindo caminho para a quebra na prática de vez com o princípio constitucional que não permite que os benefícios pagos para os trabalhadores temporariamente afastados do mercado de trabalho sejam menores do que o  salário mínimo (mais um princípio constitucional violado pela própria classe que o promulgou, o que prova que a Carta Magna promulgada em 1988 tem um caráter político e estratégico de defesa da propriedade privada dos meios de produção, e nada mais, o resto é só pra encher linguiça e usado e abusado conforme a correlação de forças da luta de classes).

As iniciativas do fascismo e da democracia, nestes marcos, que na aparência se confrontam, como no caso da discussão da continuidade da desoneração da folha de pagamento em benefício dos empresários (diga-se de passagem, medida essa tomada no início do governo Dilma, em 2011, através da Lei 12.546, dando início ao “ajuste” econômico), com a aprovação do Projeto de Lei (PL) 4.162/2019 no senado federal que abre caminho para a privatização da água e dos serviços de tratamento de esgoto, o chamado novo marco regulatório do saneamento básico, na reforma tributária, etc. não são suficientes para abrir uma via de saída para a burguesia e seu governo de genocidas no Brasil, num momento de uma recessão econômica mundial que perpassa léguas àquela provocada pelo crack de 1929 da bolsa de NY.

A saída está com as massas, e a iniciativa deve ser dada pelas suas organizações classistas que lutem por um programa de defesa das suas necessidades vitais e mais prementes e estrategicamente por um governo dos trabalhadores no mundo inteiro.  

sábado, 18 de julho de 2020

EFETIVAÇÃO JÁ !!!!! NA DEFESA INCONDICIONAL DAS(OS) EDUCADORAS(ES) CONTRATADAS(OS)!!!!

NÓS, MILITANTES DO AGRUPAMENTO TRIBUNA CLASSISTA/CRQI ESTAMOS COM O COMITÊ DOS CONTRATADOS NO CPERS

EFETIVAÇÃO JÁ!!!






                                                                                                 Fábio Pereira

 Quem  defende  contra  a  efetivação  está  defendendo  demissões  em  massas  de  trabalhadoras  e trabalhadores,  Contratadas  e  Contratados  da  nossa  categoria,  é  apadrinhado  com  o  governo  de qualquer espécie, em âmbito federal, estadual e municipal, não interessa qual! É apadrinhado com o governo e com isso, se utiliza maldosamente do discurso legalista, usando a constituição que está aí com   mais   de  3000  normas fazendo  uma  política  voltada  para  os  patrões, os  empresários, os banqueiros,  utilizando  de  apadrinhamento  e  compadrio  para  a  alta  cúpula  e  sem  consciência nenhuma  de  classe  se  colocando  na  posição  que  não  defende  trabalhador.  O  Brasil  editou  5,4 milhões de normas desde a Constituição de 1988, diz um estudo feito pelo IBPT (Instituto Brasileiro de  Planejamento  e  Tributação). O  estudo  mostra  que  a  nossa constituição chega a ter 769 normas por dia útil mostrando então para nós que utilizar a constituição para rebater luta de classes como a questão  dos  contratados  que  lutam  por  sua  efetivação  está  totalmente  distorcida. Os  contratados lutam  contra  a  precarização  do  trabalho, contra  o  sucateamento  das  escolas,  contra  o  regime  de semi-escravidão,  colocados muitas vezes em palavras sutis da própria DC do sindicato e o próprio CEDS,   como  por  exemplo:  "Os  contratados  serão  substituídos  por  nomeados".  Isto  é  demissão de educadores  contratados  dentro da nossa categoria da educação. Tem mais, em um dos congressos do  CPERS, em Bento Gonçalves, a própria presidente do sindicato, Helenir, empurrou a discussão do plano de lutas do congresso de 2016 defendendo que no conselho geral se discutiria melhor e que já não tinha mais tempo lá para fazer o debate sobre a efetivação, ainda disse mais quando agarrou o   microfone   para   falar:   -   "CONCURSO, CONCURSO, CONCURSO, ATÉ   ACABAR   COM   O   ÚLTIMO CONTRATADO!".   Pois   esta   mesma, esta fala   reacionária, bandida,   faz   o   CEDS   em   seu   documento defendendo  o mesmo que a DC (PT, PCdoB, PDT, PP; CUT e CTB), abandonando os trabalhadores e defendendo  então  demissões  em  massa    de  educadores  contratados  da  nossa  categoria. Nós  não somos   contra   o   concurso   público, muito   pelo   contrário, defendemos  o  concurso  público,  mas entendemos que a única forma de acabar com a precarização do trabalho para os contratados será conquistarmos a nossa efetivação.

Está  totalmente  distorcida  a  defesa  do  CEDS  pelo  argumento  constitucional. Aliás,  tomar  esta posição  é  jogar  água  no  moinho  do  governo  que  cada  vez  mais  nos  massacra  e  nos  oprime. É necessário abandonar esta posição reacionária para realmente defender os trabalhadores  e seguir a resolução nacional tirada no congresso da CSP/CONLUTAS de 2015.


Esta  central  neste  congresso  aprovou  uma  resolução  nacional  defendendo  a  efetivação  dos terceirizados e dos contratados. Estamos aqui para comunicar que na última convenção estadual da CSP/CONLUTAS   realizada   em   maio   do   ano   passado, reforçou-se   a   defesa   da   efetivação   dos educadores contratados para combater a precarização do trabalho.

 

A  convenção  da  central  aprovou  por  unanimidade  o  plano  de  lutas  estadual  e  o  plano  de  lutas nacional, fortalecendo a defesa de nossa efetivação, impulsionando ainda mais a nossa luta nacional destacando o trabalho realizado por nosso Comitê Estadual dos Educadores Contratados.

 

Nós, membros da comissão estadual do nosso comitê, saudamos esta central que é a pioneira delas a abraçar conosco a luta pela nossa efetivação.

 

Abaixo  segue  a  resolução que já publicamos nas páginas de nosso comitê para fortalecer cada vez mais a nossa luta pela conquista de nossa efetivação.

 

 

 É muito importante destacar aqui a posição da central CSP/CONLUTAS que aprovou uma resolução defendendo  a  EFETIVAÇÃO  DOS CONTRATADOS e partindo deste princípio que as forças políticas que fazem parte desta central também tornem seu posicionamento igual ao da resolução aprovada.

 

 RESOLUÇÃO DA CSP/CONLUTAS DO SEGUNDO CONGRESSO (2015). Combater a terceirização, o trabalho precário e a privatização

Unificar os trabalhadores na defesa do emprego, por salários e direitos iguais

 

A  política  de  terceirização  nos  serviços  públicos  e  nas  estatais  praticada  no  Brasil  e  no  mundo atende aos objetivos do capital de maximizar suas margens de lucro reduzindo os custos de mão de obra  –  aumentando  os  níveis  históricos  de  exploração  do  proletariado  e  reduzindo  salários  e direitos  em  escala  mundial  – e saquear as finanças públicas – se apropriando de recursos estatais através  da  sonegação  fiscal  e  da  oferta  de  serviços  de  qualidade  inferior  a  preços  acima  dos praticados no mercado, burlando a concorrência, por exemplo.

 

A terceirização no serviço público é irmã siamesa da privatização e da corrupção

 

Como  dissemos  a  terceirização  é  uma  das  formas  de  precarizar  ainda  mais  o  trabalho  no  Brasil, retirando  direitos  dos  trabalhadores,  reduzindo os custos de produção da patronal e aumentando seus lucros – sendo, hoje em dia, o principal mecanismo do capital para aumentar a exploração dos trabalhadores. Os trabalhadores terceirizados trabalham em média 43 horas semanais (7,5% mais que  os  trabalhadores  contratados  diretamente),  recebem  salários  24,7%  menores  que  os  demais trabalhadores, permanecem menos tempo no emprego (2,7 anos contra 5,8 anos), tendo uma taxa de rotatividade no emprego que chega a ser o dobro da média nacional – 64,4 contra 33. [1]


Uma   comprovação   contundente   da   relação   direta   entre   terceirização   no   serviço   público   e precarização  do  trabalho  são  os  casos  de  resgate  de  trabalhadores  em  condições  de  trabalho análogas à escravidão entre 2010 e 2013. Em 2010 e 2011 90% dos casos – de trabalho análogo à escravidão,  não  esqueçamos  –  envolviam  trabalhadores  terceirizados,  em  2012  foram  100%  dos casos, em 2013 foram 80%. [2]

 

Os  terceirizados  recebem  salários  menores,  trabalham  mais  horas  semanais  que  os  contratados diretamente   pelas   empresas;   sendo   na   sua   maioria   negros,   jovens   e   mulheres,   conforme demonstram  pesquisas  realizadas,  pessoas  LGBTs,  conforme  se  verifica  amplamente  em  setores como os call centers e ainda trabalhadores aposentados (que tentam complementar suas pequenas aposentadorias) ou perto da aposentadoria porque não conseguem emprego formal. Ainda existem outras   formas   de   precarizar   o   trabalho   como   os   contratos   temporários   e  os  trabalhadores autônomos/prestadores de serviços (que possuem CNPJ).

 

A terceirização caminha lado a lado com a privatização

 

No  setor  elétrico,  em  2003  –  pouco  depois  de  sua  privatização  –  havia  39.649  trabalhadores terceirizados   contra   97.399   trabalhadores   diretamente   contratados;  em  2011  havia  137.525 terceirizados   contra   108.005   trabalhadores   próprios.   No   sistema   Petrobrás   –   atacado   pela privatização  e  pela  corrupção  –  os  dados  são  mais  alarmantes;  em  1994  –  início  do  primeiro mandato de FHC – havia por volta de 50.000 trabalhadores próprios contra número bem menor de terceirizados,  em  dezembro  de  2013  –  penúltimo  ano  do  primeiro  mandato  de Dilma/PT – havia

86.111  trabalhadores  próprios  contra  360.180  terceirizados  –  sendo  que  esses  últimos  foram vítimas de 84% dos acidentes de trabalho que ocorreram no sistema naquele ano. [3]

 

Como  ilustram  de  forma  trágica  a  Operação  Lava-Jato  e  o  acima  exposto;  a  terceirização  produz trabalho  precário,  privatização  dos  serviços  públicos  e  corrupção  –  serviços  superfaturados  e  de qualidade inferior, propinas pagas a agentes públicos, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

 

No   serviço   público   a   terceirização   –  mais  os  contratos  temporários  –  cria  uma  maioria  de trabalhadores  sem  direitos  ou  com  direitos  reduzidos  como  os  professores  categoria  “O”  em  São Paulo  ou  os  mais  de  90.000  servidores contratados pela lei 100/2007 em Minas Gerais; o mesmo ocorre   na   saúde   pública  com  a  contratação  de  ONG’s.  Isso  em  oposição  a  uma  minoria  de apadrinhados  políticos  –  “amigos  do  rei”  –  colocados  em  posições  privilegiadas  por  prefeitos, governadores, secretários e parlamentares.

 

Tudo   isso   cria   uma  situação  de  divisão  dos  trabalhadores,  entre  contratados  diretamente  e terceirizados,  os  primeiros  se  opondo  aos  segundos,  deixando  esses  últimos  sem  representação sindical  na  maioria  das  vezes.  Sendo  que  em  muitas  categorias  e  sindicatos  os  trabalhadores terceirizados não são encarados como parte de suas bases de representação.

 

É necessária a mais ampla unidade de todos os trabalhadores para combater a retirada de direitos sociais e trabalhistas embutida no projeto de lei que generaliza a prática da terceirização no Brasil, tomando o lado da maioria dos super-explorados e precarizados do serviço público.

 

A Coordenação Nacional da CSP-Conlutas resolve:

 

1.  Defender  o  princípio  da  garantia  de  emprego  desses  trabalhadores  terceirizados,  esse  enorme contingente   de   trabalhadores   super-explorados,   com   o   fim   das   empresas   terceirizadas   e   a incorporação dos trabalhadores terceirizados ao serviço público.


2.  Essa  incorporação  pode  se  dar  com  a  estabilidade,  efetivação  sem  concurso  público,  concurso público,  exames classificatórios ou outra forma, de acordo com a situação e tradição de cada setor ou categoria profissional, respeitando a autonomia das entidades filiadas.

 

3. Defender o princípio de trabalho igual, direitos e salários iguais.

 

4.  Posicionar-se  contra  todas  as  formas  de  trabalho  precário,  na  iniciativa  privada  e  no  serviço público/estatais:   terceirização,   contratos   temporários   com   direitos   reduzidos,   trabalhadores autônomos/prestadores de serviço (CNPJ) e outros.

 

5.  Seguir  e  potencializar  a  campanha  contra  o  PLC  30/2015,  que  substituiu  o  PL  4330,  mais conhecido.

 

6.  Onde  alguma(s)  das  formas  de  precarização  existir(em)  os sindicatos, movimentos e entidades filiadas(os)   à   Central   são   orientados(as)   a   envidar   todos   os   esforços   para   representar   os trabalhadores  e  trabalhadoras  precarizados(as) de sua base de atuação, inclusive nas negociações coletivas, na defesa de seus direitos.Esta é uma central de lutas respeitada em todo o país e sendo assim  as  organizações  que  fazem  parte  dela  devem  seguir  as  resoluções que foram aprovadas no seu congresso, do contrário então para que um congresso nacional se as organizações não acatam a decisão   da   sua   central.Dizemos   mais,as   organizações  que  não  acatam  resoluções  e  decisões nacionais  decididas  por  sua  executiva  nacional  devem  ser  expulsas  da  CSP/CONLUTAS.  Porque entendemos que o CEDS  está então na posição de patrão, como o Centrão que  faz Estudo para ficar se  Debatendo  sobre  a consciência de classe e não entende o Socialismo. Não tem nada favorável e com consciência de classe,que se defenda os trabalhadores exatamente como tem que se defender. Defender a emancipação das Educadoras Contratadas e dos Educadores Contratados em nosso país, conquistar  a  vitória  das  trabalhadoras  e  dos  trabalhadores  contra  a  precarização  do trabalho e o regime  de  semi-escravidão.  Contratadas  e  Contratados da nossa categoria Uni-vos! Saudações aos compadres  e  comadres  que  se  dizem  ser  de  esquerda,  padrinhos  e  madrinhas  dos  governos  de plantão e da Burguesia! Efetivação já! Na defesa incondicional das (os) Educadoras (es) contratadas (os)!


sexta-feira, 10 de julho de 2020

TRIBUNA BANCÁRIA adverte



Oposicões Bancárias de Porto Alegre, Litoral Norte Gaúcho e Brasilia



O Encontro Estadual dos bancários do Rio Grande do Sul em sistema de vídeo-conferência teve 550 bancários inicialmente escritos, bem menos que os presenciais em anos anteriores, que normalmente tinham em média 800 bancários, e no final deste encontro virtual de 2020 somente em torno de 300 bancários efetivamente participaram. É provável que o número reduzido como este também tenha ocorrido no restante do País. 

As correntes de centro e de direita do movimento tiveram maioria nestas minorias de bancários. Essas vídeo-conferências só serviram para aprovar acordos rebaixados e propostas não conhecidas ou não muito claras para a imensa maioria da categoria. 

De uma forma virtual com baixa participação nas atividades, só foi demonstrado que a burocracia sindical  da Contraf-Cut mais uma vez capitulou para os banqueiros e para o Governo Bolsonaro. Esta burocracia detém o controle real eletrônico dos encontros, congressos, campanha salarial e até de eleições sindicais. Como por exemplo, a eleição sindical dos bancários de São Paulo, onde a chapa da Contraf-Cut ,virtualmente venceu as mesmas com 94% dos votos, estranhamente.

A toque de caixa foi aprovado no Banco do Brasil o acordo emergencial virtual rebaixado com 83% a favor, 14% contra e 3% brancos e nulos. É importante salientar que além deste resultado que valida virtualmente um desastroso acordo, a burocracia sindical da Confederação bancária irá validar uma série de acordos em outros bancos tendo este como guia para toda a categoria bancária, tudo virtualmente é claro.

Deveria se esperar o fim da pandemia para presencialmente com a imensa maioria decidir os reais interesses da categoria. Em pleno pico da pandemia a imensa a maioria dos bancários desconhece o que está sendo resolvido nesta campanha salarial. E os burocratas na Contraf-Cut estão dizendo que esta campanha será levada para as demais categorias dos trabalhadores como modelo. Um desastre total para a classe trabalhadora.

Não é só o governo que está se aproveitando da pandemia para atacar os trabalhadores, a burocracia sindical, a patronal, os banqueiros e todo o conjunto que dirige o capitalismo contra o proletariado estão se aproveitando neste momento, também.

O ministro Paulo Guedes tem como maior objetivo econômico de sua pasta privatizar todas as estatais, e no ramo bancário estão a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil na sua mira, de linha de frente; porém não sabemos se ele durará no cargo até conseguir realizar esse seu sonho macabro, pois estão avançando investigações contra ele por fraudes em fundos de pensão, como da Funcef, fundo dos Bancários da Caixa Econômica Federal. Esta fundação perdeu cerca de R$ 22 milhões em negócios com Guedes. Ele também fraudou os fundos de pensão do Banco do Brasil, da Petrobras e dos Correios num montante de mais de R$ 1 bilhão. O MPF está em cima.

Na questão das privatizações da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil é necessário que os bancários exigiam dos seus sindicatos, de suas federações e da sua Confederação, bem como de suas associações de aposentados, a criação de comitês virtuais para prepararem para o pós-pandemia a existência de comitês reais de defesa das Estatais sob controle dos trabalhadores.

O Home Office extrapola a categoria bancária e passa a ser um problema de todas as categorias; atualmente os trabalhadores arcam com todos os custos desta modalidade de serviço. Já hoje urge uma legislação que defenda os trabalhadores nesta modalidade de trabalho e que futuramente garantam condições dignas para os trabalhadores nesta área.

O auxílio emergencial já foi denunciado em jornais anteriores e em documentos do Agrupamento Tribuna Classista; além de ser totalmente insuficiente para os trabalhadores ele já nasceu no Ministério das Cidades totalmente para não dar certo, cheio de fraudes milionárias foi implementado por Bolsonaro, Guedes e o Presidente da CEF, Pedro Guimarães, para desmoralizar a instituição Caixa Econômica Federal e tentar desmoralizar também o seu corpo funcional; heroicamente muitos adquiriram COVID-19 e assim como outros bancários faleceram. Esse governo já planejava algum plano de desmoralização da Caixa Econômica Federal frente à opinião pública para dar começo a privatização da estatal.

Também denunciamos que no ano de 2020 foram fechadas quase 300 agências bancárias e aproximadamente 200 delas depois do início da pandemia, desempregando bancários e piorando o atendimento para população, constituindo-se assim mais um crime dos banqueiros contra os trabalhadores.

De 15 a 18 de julho será realizado o 18º Congresso Nacional dos Petroleiros com o tema básico: democracia, empregos e Revolução digital; 280 Petroleiros vão decidir os rumos de toda uma categoria; se liguem companheiros Petroleiros, esta fórmula já foi usada nos bancários e o sistema virtual caiu. É a famosa contra revolução digital da burocracia sindical contra os trabalhadores. 2020 será lembrado como ano da pandemia e do golpe virtual da burocracia sindical em cima dos Trabalhadores.

Fonte: Site da FETRAF/RS



SENADO APROVA PRIVATIZAÇÃO DA ÁGUA



ARTIGAS ALVEZ


Pela nacionalização dos recursos naturais sob controle dos trabalhadores

As privatizações são uma imposição do imperialismo norte-americano e do capital financeiro como o FMI e o Banco Mundial, como parte da crise do sistema capitalista mundial.

 A defesa feita contra as privatizações não pode se limitar a que o Estado não abdique da participação em setores da economia que são de interesse público fundamental, sob o risco de privar a população carente de receber recursos básicos, como água, energia elétrica, entre outros, mas deve se dar na luta para colocar as empresas estatais sob controle dos trabalhadores.

 Para Marcos Montenegro, engenheiro e coordenador do Observatório dos Direitos à Água e ao Saneamento (ondas), os parlamentares utilizaram-se de mazelas reais – hoje, 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada e quase metade não tem esgoto tratado – para beneficiar setores privados.

 “Nós já estamos em uma situação difícil, que vai se agravar com os problemas sociais que a pandemia está colocando, de modo emergencial. Vai aumentar a população pobre, vão aumentar as diferenças sociais, a concentração de renda vai aumentar. A solução apontada para isso é a transformação da água em mercadoria, trazer para o setor de saneamento o motor da extração do lucro.” 

 O especialista ressalta que a troca de investimento público por investimento privado no setor de saneamento básico tem como consequência prática e imediata o aumento das tarifas para a população. Ele cita o exemplo dos Estados Unidos, onde as empresas privadas do setor praticam taxas até 58% mais caras do que as empresas públicas.

 Montenegro também destaca o exemplo de Paris que fez a tentativa de entregar os serviços de água e esgoto nas mãos do capital privado e teve que voltar atrás – hoje, devolvido à gestão do município, o modelo da capital francesa é referência mundial.

“Estamos aqui na contramão da tendência em vários aspectos, porque nós estamos vivendo uma situação de pandemia e agravamento da crise econômica e, ao mesmo tempo, apostando em saídas neoliberais. É triste ver essa situação que estamos vivendo, mas, infelizmente, não podemos esperar nada de um governo como o governo Bolsonaro”, afirma o engenheiro.

Ele aponta que é bem possível que a tendência de aumento nas tarifas chegue acompanhada do desabastecimento das populações pobres. “Essa é uma tendência que se pode esperar: o aumento do custo das tarifas e o aumento, portanto, da exclusão social, fazendo com que a população pobre vá buscar, como alternativa a uma água que não pode pagar, uma água de qualidade duvidosa ou uma água de nenhuma qualidade, que vai ter impacto direto sobre sua saúde”.

Atualmente, na maior parte dos municípios é o Estado quem cuida da rede de água e esgoto, mas o acesso a esses serviços ainda é bastante limitado no país e o nível de investimentos no setor é muito baixo.

 Metade da população (mais de 100 milhões de pessoas) não tem acesso a sistema de esgoto, enquanto 16% (quase 35 milhões) não tem acesso à água tratada, segundo dados de 2018 do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento).

 Só 6% das cidades são atendidas pela iniciativa privada. Nas outras 94%, o serviço é feito por companhias estaduais ou municipais, com ajuda do governo federal. Apesar dessa diferença, as empresas privadas respondem por 20% de todo investimento no setor.

 Na nossa compreensão, a privatização da água significa permitir que grandes grupos econômicos, que atuam tanto no agronegócio, setor elétrico, mineração e saneamento, como Ambev, Vale, Suez, Coca-Cola, BTG Pactual, Itaú, AEGEA, BRK Ambiental, controlem e se apropriem de forma privada dos rios e das águas subterrâneas do Brasil, por meio do que eles chamam de “negociação sobre o direito de usos das reservas disponíveis de água”.

 Com tudo isso relatado você acha que as privatizações vão retornar para a população em benefício? Pelo contrário só vai beneficiar o grande capitalista na sua peregrinação pelo lucro para um punhado de capitalistas.

  A estatização é também chamada de nacionalização, como é definido o processo que visa criar uma espécie de monopólio do Estado no que diz respeito à exploração dos recursos naturais.

A estatização também é o termo que define o processo de aquisição por parte do Estado de empresas do setor privado ou de setores inteiros da economia de um país.

 Este modelo permite ao país ter maior controle sobre a economia interna, e também defende os interesses nacionais em detrimento do avanço dos interesses estrangeiros.

 O fato é que com num processo de estatização realmente grande, o setor público pode se tornar extremamente presente nas ações da economia de um país, o que pode incomodar setores da iniciativa privada.

 Além de considerar um mito a ideia de que a iniciativa privada é mais eficiente do que o Estado e que por isso deveria herdar a maior parte do patrimônio público brasileiro, significando na prática uma “doação” de empresas públicas a grupos privados – normalmente grupos “amigos” dos governantes que conduzem as privatizações.

 Enfim, agora você já sabe exatamente o que é a privatização e também a estatização, e podendo também, entender melhor a fala da maior parte dos senadores.

 Mas, os limites do estatismo se dão pelo caráter de classe. A mesma classe dominante que utilizou as empresas estatais para o seu financiamento histórico, agora é obrigada a se desvencilhar da intermediação do Estado frente à crise monumental do capitalismo mundial, como uma exigência do imperialismo.

 Este Estado que se diz democrático é usurpador de todos os direitos dos trabalhadores, que precisa vender a sua força de trabalho quase de graça para se manter vivo.

 Entendemos que a luta contra as privatizações deve se dar na perspectiva de transição do sistema capitalista para o socialismo, na luta pelo controle operário da produção, por uma economia planificada, monopólio do comércio exterior, baseada na estratégia política de luta por um governo dos trabalhadores.

 

- NÃO À PRIVATIZAÇÃO;

- SOMOS A FAVOR DA NACIONALIZAÇÃO DE TODOS OS RECURSOS NATURAIS SOB CONTROLE DOS TRABALHADORES;

- OS CAPITALISTAS DEVEM PAGAR PELA CRISE;

- OS TRABALHADORES DEVEM TOMAR O PODER;

- PELO SOCIALISMO

 

 

PRIVATIZAÇÕES NO BRASIL POR GOVERNO DE 1990 A 2018

 

COLLOR – 1990 – 1992

 

18 empresas públicas privatizadas

- usinas e outras siderúrgicas

 

ITAMAR – 1992 – 1994

 

- Companharia Siderúrgica Nacional

- Embraer

 

FHC – 1995 – 2002

 

- Setor de telecomunicações – sistema Telebrás

- Vale do Rio Doce

- Setor energético – Eletropaulo ; Light

- Bancos – Banespa

 

LULA – 2003 – 2010

 

- Rodovias federais – BR-101; BR-381; BR-393; BR-153; BR-116; BR-376

- Hidroelétricas – Santo Antônio; Jirau

 

DILMA  - 2011- 2016

 

-  Rodovias Federais – Ponte RIO – NITEROI; BR 050; BR- 163; e OUTRAS

-  6 Aeroportos – Viracopos, Guarulhos, Confins, Galeão, Salgado Filho, Brasília

- Ferrovias

- Portos

 

TEMER – 2016 – 2018

 

- Maior pacote de privatizações

 

- 57 PRIVATIZAÇÕES, contudo mais da metade não saiu do papel: Casa da moeda, CASEMG

- AEROPORTOS

- PORTOS

- RODOVIAS

- ENERGIA, começou, mas não terminou.