sábado, 30 de maio de 2020

Nos Correios, nos marcos da pandemia reina a cumplicidade da burocracia sindical com o governo do fascista Bolsonaro

Sergio Miguel Souza da Costa - TRIBUNA ECETISTA


O Correio é uma empresa onde o risco de contágio pelo COVID-19 é 7 vezes maior que as outras empresas, e onde já morreram por esta doença mais de uma dezena de funcionários em todo pais. 

Os trabalhadores lidam diretamente com o público e no  seu setor de entregas domiciliar são terríveis os riscos de vida, embora sejam disfarçados estes riscos por desinfecção dos setores com mais alto grau de riscos. 

 A falta de EPIs adequados é constante, como a falta de álcool gel individual, por exemplo, Funcionários afastados no grupo de risco são chamados de volta com aliciamento de um termo assinado pelo próprio funcionário de assumir o próprio risco, 

Na prática, a própria burocracia sindical também é um entrave aos trabalhadores em seus interesses reais de classe, não dando o devido valor à luta nacionalmente. 

Vários funcionários já anistiados pelo jurídico,  os chamados Substados, não são defendido pelo seu departamento competente jurídico e não podem assim voltar a trabalhar por completo desinteresse da burocracia sindical pelo trabalhador. 

Se por um lado, a empresa maltrata o trabalhador, por outro a burocracia sindical também maltrata. 

Somente a tomada do poder pela classe trabalhadora com a derrubada deste governo capitalista e da burocracia sindical e um governo dos trabalhadores da cidade e do campo, a classe trabalhadora será livre de seus grilhões e defenderá seus próprios interesses.

Por um governo de trabalhadores da cidade e do campo

Por uma América Latina Socialista.
                                  
                                                  .

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Brasil passa a ser o epicentro da pandemia e o RJ o epicentro da crise política dos bolsonaros e dos ex-bolsonaros ... se arrependimento matasse ...

Roberto Rutigliano - Tribuna Classista/RJ






O Brasil se tornou o país com maior número de mortes diárias, o epicentro da crise da pandemia. A população tem que ser resguardada com uma quarentena rigorosa, e na contramão o governo não tem um mínimo programa que impulsione medidas de resguardo e nem sequer um ministro da saúde no cargo . Lembrando que já fazem duas semanas que o principal ministério está sendo ocupado por militares .

Fora a falta total de planejamento, governadores como Crivella do RJ falam de forma completamente fantasiosa que o vírus está controlado, liberando templos e ainda quer liberar escolas, comércios e futebol.

Fora isto, os números são escamoteado, já são quase 400 mil pessoas infectadas com uma média de quase 40 mil mortes pelo COVID-19, e são divulgados 23 mil óbitos. Existem muitas sub-notificações por insuficiência respiratória e com isso são escondidos o número real de óbitos.

Estão previstos 150 mil mortes em agosto e os governantes no Rio de Janeiro ainda não conseguem fazer funcionar um hospital de campanha no Rio Centro, nem no Maracanã.

O governador Wilson Witzel vai em cana por meter a mão em 835 milhões destinados à compra de equipamentos e Bolsonaro está tentando comprar o STJ e a PF para salvar seus filhos da cadeia e impor seu fascismo em todos os cantos.

terça-feira, 26 de maio de 2020

Em manifesto, mais de 500 organizações denunciam o genocídio de João Pedro e da população negra

Tomamos a liberdade de publicar o "Manifesto Luto em luta por João Pedro e todas pessoas negras vítimas da violência do Estado" e nos solidarizamos com o ato  “Luto em luta” convocado pela  Coalizão Negra Por Direitos, organização que reúne entidades do movimento negro à nível nacional, que foi realizado on line no dia 26/05, em memória de João Pedro e de todas as vítimas do genocídio negro no Brasil. A mobilização exigiu providências sobre a realidade de violência que sofre a população negra e moradora das periferias.

Guilherme Giordano - Tribuna Classista/SC

O verdadeiro genocídio que o estado capitalista e seus grupos de extermínio paramilitares promovem contra a população negra principalmente no Rio de Janeiro e outras várias capitais do país cresceu nos marcos da pandemia, e se cristalizou como um método sistemático das polícias militares e de todo o aparato repressivo do estado, incluindo as Forças Armadas. Como se não bastasse, os esquadrões da morte da ditadura militar retornaram sob várias formas, das UPPs que assassinaram e sumiram com o corpo de Amarildo aos milicianos ligados ao governo Bolsonaro e às autoridades do Rio de Janeiro que assassinaram Marielle, duas monstruosidades que ficaram marcantes nacionalmente e internacionalmente, das outras tantas que vitimaram nossos irmãos e irmãs negras.

Nosso agrupamento entende que sem a tomada do poder político pela classe trabalhadora, essa situação de exploração e violência vivida contra a população negra e pobre da periferia em todo o país só tende a se agravar.

A luta do negro está indissoluvelmente ligada historicamente à luta pela emancipação social e política de toda a classe trabalhadora, mesmo porque o negro é maioria na constituição do proletariado brasileiro, portanto sem uma revolução social no próximo período que vai se abrir, a tendência é o proletariado de maioria negra no Brasil ser esmagado a começar pelo desemprego, pelo rebaixadíssimo poder aquisitivo, enfim pela miséria que cresce exponencialmente no seio da grande massa trabalhadora, na qual o negro é maioria, enquanto que a riqueza produzida por essa maioria é expropriada por uma "meia dúzia de pançudos capitalistas", que cada vez ficam mais ricos, mais abastados, ostentando mais opulência. Não há como reverter essa tendência nos marcos do sistema capitalista, que vai descarregando sua crise falimentar nos ombros dos trabalhadores. Nós, trabalhadores por sua vez não podemos mais permitir que essa situação insuportável e insustentável continue. São milhões de vidas que são convocadas cotidianamente para um sacrifício em nome de um minoria que lhes rouba a maior parte desse sacrifício, como verdadeiras aves de rapina. Nós não somos obrigados a suportar e carregar mais nenhum segundo essa carga sobre nossas costas para perpetuar um sistema que só nos trás sofrimento, angústia de não saber o que vai ser no outro dia, enquanto uma ínfima minoria goza da riqueza produzida por nós que somos maioria. 

Uma maioria sendo esfolada viva por uma ínfima minoria! É hora dos trabalhadores tomarem o poder de fato! Chega de ilusões, chega de migalhas, e como se não bastasse, as vidas de nossos filhos são roubadas, como roubaram a de João Pedro e de tantos outros e outras, assim, a troco de nada! Mataram toda uma família, mataram um pouco de nós juntos com João Pedro, e aceitaremos que isso continue a troco de que? Uma mobilização massiva tem que ter em mente que o primeiro ponto será o desmantelamento de todo este aparato repressivo do estado burguês, o estado dos capitalistas! Que teremos que desmantelar todos os corpos paramilitares e as hordas fascistas que começam a se manifestarem como sintoma de decadência desse organismo tomado por uma metástase que é o sistema capitalista. Até a vitória, João Pedro e todos os meninos e meninas do Brasil que tombaram sob as balas assassinas do aparato estatal e paraestatal. Nossa solidariedade aos seus pais e todos os familiares. Morremos um pouco junto com eles. 



                                           


Assessoria de comunicação Terra de Direitos

Manifesto Luto em luta por João Pedro e todas pessoas negras vítimas da violência do Estado

“Eles não mataram só o João, mataram o pai, uma mãe, uma irmãzinha de 5 anos” – Neilton Pinto, pai de João Pedro Mattos Pinto, 20 de maio de 2020.

O que aconteceu com João Pedro tem nome: é genocídio. Por ser um jovem negro, seu corpo foi alvo fácil! Nosso manifesto é por João Pedro e também por todas as pessoas que estão na mira do genocídio! Não estamos, nem ficaremos calados diante do genocídio!

Exigimos providências!

Este crime bárbaro é mais um, que por comover todo país, torna-se símbolo da necropolítica colocada em prática pelo Estado brasileiro, capaz de manter violentas operações policiais em favelas e periferias mesmo em tempos da mais mortal pandemia que o país já viveu. Pedro e sua família obedeciam a orientação do Governador Witzel e dos organismos internacionais de saúde, como forma de se proteger da Covid19. Estavam em casa. Mas para famílias negras no Brasil, a casa, a rua, a comunidade não são sinônimo de segurança.

Construímos este manifesto a várias mãos. Mãos essas que nas últimas décadas vêm apontando o quão excludente e genocida é a sociedade brasileira. Seguiremos escrevendo a história desta luta com todas e todos que também não compactuam com esse cotidiano de barbárie!

Organizações, Movimentos e Coletivos juntos!

Manifeste-se junto com a gente, deixe aqui sua assinatura.

Quando Elza Soares cantou “A carne mais barata do mercado é a carne NEGRA”, a letra já nos sinalizava para um futuro inconstante que envolve todos os moradores de comunidades e favelas do Estado do Rio de Janeiro. Negros, periféricos, marginalizados, alvos fáceis na mira do sistema, que cotidianamente busca nos exterminar. João Pedro Mattos Pinto, 14 anos, assassinado enquanto brincava com amigos dentro de casa no morro do Salgueiro-São Gonçalo. Tal violência cotidiana assombra os morros favelas e guetos no Brasil. Aliás, a palavra violência há muito tempo deixou de ser uma ação esporádica e passou a ser a resposta primeira do Estado sobre a população de maiorias minorizadas, mas representativas nos setores econômicos e sociais. Um brutalidade que, segundo o “Atlas da Violência 2019”, organizado pela Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, recai de forma incisiva sobre a população negra e pobre.
Segundo o referido estudo, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), entre 2007 e 2017, o número de homicídios entre pessoas negras aumentou 33,1%. Em meio a um recorde histórico de homicídios em 2017 da ordem de 65.602 vítimas, 75,5% dessas eram negras. A pesquisa também aponta que a região nordeste do país tem o maior índice de mortes violentas registradas em 2017 entre a população negra. No Rio Grande do Norte, o levantamento expõe o índice de 87 mortos a cada 100 mil habitantes negros, mais do que o dobro da média nacional. No Ceará, verifica-se um índice de 75,6; em Pernambuco, 73,2; em Sergipe, 68,8; e, em Alagoas, registra-se um índice de 67,9.

Não muito diferente das demais localidades, o Rio de Janeiro, na região sudeste, é um dos que mais mata no Estado Brasileiro, e o histórico de violências do estado já é conhecido por boa parte da população periférica. Histórico esse que em tempos de pandemia vem crescendo a cada dia. Só entre os dias 15 e 19 de março de 2020, início do isolamento social, os agentes de segurança pública do estado mataram 69 pessoas. Entretanto, as mortes em operações monitoradas, que tiveram uma drástica queda no começo da epidemia (-82,6% em março), superaram as do ano passado em abril e maio (aumento de 57,9% em abril e 16,7% até 19 de maio). Os dados indicam que, durante a epidemia, nos meses de abril e maio, as polícias do Estado do Rio de Janeiro usaram mais força letal em operações policiais do que em 2019, quando o Rio de Janeiro teve o recorde de 1.810 mortes causadas por intervenção policial.

João Pedro, preto e morador de favela, representa a esperança interrompida. Assim como boa parte dos jovens brasileiros, João Pedro tinha sonhos, queria ser advogado e era “o amor” de uma mãe, de um pai, de uma irmã, de uma família e uma comunidade inteira, que assim como o jovem negro João foram atravessados pela “bala” do Estado do Rio de Janeiro.

João nos deixou e foi deixado pelo Estado omisso e descomprometido com a superação da desigualdade social, política e econômica. E assim como outros jovens negros, para alguns, agora é estatística, mas para nós é um jovem negro amado pelos amigos e a família. Por isso, ao homenagearmos João Pedro Mattos Pinto, lembraremos e acolheremos todas as famílias e amigos que tiveram suas histórias aniquiladas pela mão do Estado. Acolheremos com afeto todas e todos nós, nossos medos, mas também nossa capacidade de nos levantar do chão, onde querem nos deixar. Não ficaremos! Somos herdeiras e herdeiros de quem não sucumbiu ao terror. De quem, acorda cedo, sonha, trabalha e batalha o dinheiro para seu sustento. Faremos por João Pedro, Ágatha, Renan, Iago, João Vitor, Rodrigo e tantos outros corpos pretos a oração, ação com arte e confiança na luta que só nossa unidade construirá. Somos a maioria da população brasileira, segundo país de gente negra no mundo. Seremos capazes de nos abraçar de novo, de transformamos o luto em luta e de gritar a uma só voz: Nossos corpos e nossas vidas têm voz!

“Minha luta por memória é UM sorriso lindo. Um sonho foi embora junto com meu filho Daniel naquele dia. Só trocaria minha vida pela dele. Hoje, minha luta é abraço, acolher, unir força, foco e fé na justiça pelos nossos filhos. Sonhos destruídos por nada” – Joseane Martins de Lima Ferreira, mãe de Daniel Martins Nunes de Oliveira, morto no Km 32, Nova Iguaçu em 26 de maio de 1990.

Exigimos providências!

Anexamos a este manifesto as diversas iniciativas já protocoladas e em andamento de combate a necropolítica e para a promoção de direitos para a população negra.

A Coalizão Negra Por Direitos, junto com iniciativas que articulam e assinam este ato, enviou às autoridades do Rio de Janeiro requerimentos solicitando resoluções sobre a ação policial do Estado que resultou na morte de 13 pessoas em operações realizadas nos últimos dias no Complexo do Alemão. João Pedro Mattos Pinto é uma delas. Notificamos organismos nacionais: MPRJ (https://bit.ly/2WY8r3v), ALERJ, Comando Geral da PM – RJ (https://bit.ly/2ZsWMLX), Governador do Rio de Janeiro (https://bit.ly/36oWA1A), Secretaria da Segurança Pública do RJ (https://bit.ly/3eqbg3x), Corregedoria Geral da PM (https://bit.ly/2TzrfnD) para que haja investigação e responsabilização pelo caso. Além disso, denunciamos a ação internacionalmente, em pedido direcionado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos para que cobrem as devidas providências ao Estado brasileiro. Reivindicamos a identificação e responsabilização penal dos policiais envolvidos, além da criação de formas de controle para que essas ações não mais aconteçam.

As vozes, narrativas e sonhos, ressoam uns nos outros! E ainda que o Estado nos faça de alvos, continuamos em luta, assim nos ensina Lélia Gonzalez, “trazemos conosco a marca da libertação de todos e todas, portanto nosso lema deve ser: organização já!”. O genocídio precisa ser nomeado! Para conhecer a campanha que exige das mídias o uso do termo genocídio para as mortes da população negra acesse alvosdogenocidio.org.

Organizações, Movimentos e Coletivos juntos!

ATÉ BRASÍLIA, QUE É A CAPITAL, SOCIALISMO OU RUMO À BARBÁRIE CAPITALISTA!

Antônio Carlos T. Giordano - TRIBUNA BANCÁRIA/DF



Brasília está seguindo o rumo da barbárie. Dois indivíduos deletérios estão fazendo de tudo para que exploda a pandemia em Brasília.

Enquanto até infectologistas estão sendo contagiados pelo vírus Covid 19 (o chefe da infectologia do Grupo Santa saiu ontem da entubação), o demagogo e covarde governador de Brasília lança um decreto abrindo praticamente tudo, quando era para haver uma quarentena de verdade e não à meia boca como foi até agora.

Para se ter uma ideia, algumas agências bancárias estão tendo que trocar trabalhadores, por conta da infecção, principalmente na CEF e no BRB.

As organizações dos trabalhadores que deveriam estar à frente de uma ofensiva pela quarentena, pela vida, só fazem demagogia e capitulam vergonhosamente com o genocídio.

Os sindicatos (CUT, CTB, e etc.), estão no máximo aceitando os paliativos dos governos para engambelar os trabalhadores, apenas para darem uma certa "satisfação" às vítimas, pois as medidas não são suficientes; a única medida eficiente, cientificamente comprovada é o isolamento social, ou seja uma verdadeira quarentena.

A única saída para a classe produtora é uma organização que ponha em prática uma política firme de combate a esses governos e ao regime burguês em putrefação, que só produz arrocho salarial, miséria, assassinatos, genocídios e pandemias.

É preciso colocar de pé o Programa de Transição, chamar um Congresso Nacional de base dos trabalhadores da cidade e do campo e lutar por uma Assembleia Constituinte sob controle dos trabalhadores, para transformar essa sociedade e construir com a planificação da economia e a estatização dos sistemas financeiro, agrícola e industrial, um governo dos trabalhadores!

quinta-feira, 21 de maio de 2020

O RACISMO NO BRASIL




Roberto Rutigliano - Tribuna Classista Rio de Janeiro 

Aconteceram duas barbáries nestes dias que trazem à tona a questão do racismo; primeiro, a morte de um garoto dentro de casa no Rio de Janeiro. Este caso tem um fundo classista porque a polícia não atira assim em bairros de classe média. Na casa onde ele estava foram encontrados mais de 70 disparos nas paredes.
O caso mostra de forma clara e explicita como a polícia entra de forma violenta nas periferias e nas comunidades onde normalmente vive a população negra e pobre.
A polícia entrou na comunidade atirando de forma completamente indiscriminada tirando a vida de um jovem inocente.
O resultado da operação foi desgraçadamente a morte de um jovem que estava dentro de casa. Após ser atingido, João Pedro foi levado pela polícia e a família só ficou sabendo da morte do garoto na manhã da quarta-feira, dois dias depois.
 A ação criminosa ocorreu durante operação da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ).
O segundo episódio foi um caso de racismo humilhante. Colegas do Colégio Franco-Brasileiro no Rio trocaram mensagens ofensivas contra uma companheira negra e a notícia acabou ganhando as redes e a mídia.
O racismo existe e teremos que combatê-lo de forma muito mais agressiva para que acabe. A questão se arrasta desde a época da escravidão e está instalada de forma subliminar em toda a sociedade.
O racismo se manifesta de forma explicita contra os negros pela questão física, pela questão de classe e acaba se incorporando de forma disfarçada atrás de um desprezo pelas atividades ou pela cultura do negro como uma forma de desqualificação gratuita. Isto está internalizado na educação, na religião cristã, na moda, nos modelos sociáveis desejados e se manifesta em forma de um sentimento de superioridade que permitiria o desprezo ou a ofensa como algo natural e entendível.
Existe a marca na pele e na questão classista que discrimina mesmo ao negro que frequenta espaços sociais de privilégio.
Esta prática tem que acabar não apenas com notas de repúdio, mas com uma mobilização das organizações sociais para que toda esta problemática seja discutida com as crianças na escola, com as forças policiais e com os meios de comunicação até se tornar evidente que estamos ante um desvio insano da conduta humana.
A história dos negros no Brasil é responsável por atos políticos importantes como o Quilombo dos Palmares e Zumbi ou as Revolta dos Malês na luta contra os colonizadores.
A cultura negra é responsável por muitos dos ritmos e pela instrumentação de boa parte da música brasileira. As religiões afro-brasileiras são riquíssimas em mitologias e influenciaram desde a culinária, a dança, até boa parte dos costumes e dos hábitos do país.
Existe um preconceito encruado dentro da direita branca racista que se manifesta no desprezo de políticos como Bolsonaro que mais de uma vez ofendeu e teve ações indignas contra o povo negro.
Temos que incansavelmente voltar sobre este assunto por que aqui como nos EUA ou na Europa a educação não conseguiu arrancar essa perversão humana que pretende desqualificar a outro ser humano apenas pela sua cor ou sua condição econômica.
Chamamos a atenção a que esta luta está intimamente associada a uma luta por uma concepção classista da sociedade. A coletividade toda tem que se revelar contra este tipo de visão e afirmar de forma categórica que a luta pela liberação do homem passa pela compreensão da necessidade de aceitar as diferenças e enriquecer-nos com o fim da disputa pela superioridade racial ou social.



URUGUAI: HÁ 25 ANOS DA MARCHA DO SILÊNCIO

Guilherme Giordano
O jornal The New York Times acaba de divulgar no seu editorial que a demora em aplicar o lockdown nos EUA ceifou a vida de 36 mil pessoas. 

Por ser o principal porta-voz do imperialismo norte-americano é normal que ele não tenha dito que a vida dessas pessoas poderia ser salva não somente pela demora em aplicar as medidas de proteção sanitárias, mas porque grande parte sucumbiu dentro de casa por não terem condições econômicas de pagarem um seguro de saúde para os monopólios privados que tratam a saúde como se fosse uma mera mercadoria.

No Rio de Janeiro, o adolescente  negro João Pedro de apenas 14 anos depois de uma ação policial e de ter desaparecido foi encontrado morto e sua casa recebeu, segundo dirigente comunitário, nada menos que 72 tiros da PF do genocida e fascista Bolsonaro e da polícia civil do governador não menos genocida e fascista Wilson Witzel, bolsonarista arrependido, que comemorou o assassinato de Marielle Franco e até ajudou a arrancar uma placa de rua em sua homenagem e desceu de um helicóptero na Ponte Rio-Niterói depois de um snyper covardemente ter alvejado um outro jovem negro que já havia se rendido, comemorando como se fosse um gol no Maracanã. Antes disso, havia participado em Angra dos Reis a bordo de um helicóptero de metralhamento de um templo de orações.

A matança da população trabalhadora seja no coração do imperialismo, seja num país periférico como o Brasil, é uma política sistemática e deliberada do estado capitalista, a começar pela sede e pela fome.

Nos marcos da pandemia que já ceifou milhares de vida no país e no mundo, os Bolsonaros da vida ( ou melhor, da morte), tanto os convictos como os arrependidos (afinal, até o ex-presidente Collor depois de 30 anos se declara arrependido de ter confiscado os pequenos poupadores) continuam matando os trabalhadores e seus filhos através das balas assassinas do estado capitalista e dos seus milicianos e para-militares, ou como agora através do contágio do COVID-19, em uma larga escala.


Em 20 de maio de 1996, debaixo de garoa, um grupo de pessoas saiu às 19h de uma pequena praça entre a rua Jackson e a avenida Rivera, em Montevidéu, pegou a avenida 18 de Julho, a principal da capital uruguaia, e seguiu até a praça Liberdade. Caminhando lado a lado, sem dizer nada, prestavam suas homenagens e devolviam ao Estado o mesmo que recebiam quando pediam pela verdade sobre os desaparecidos durante a ditadura (1973-1985): o silêncio. (FOLHAPRESS)

Queremos render nossa homenagem aos desaparecidos e mortos pela sangrenta ditadura militar, aos seus familiares, e ao conjunto da classe trabalhadora uruguaia, que há 25 anos da Marcha do Silêncio continua sofrendo e sendo explorada pelos diversos governos capitalistas que se sucederam, inclusive aqueles que ofereceram um verniz de esquerda democratizante para administrar o condomínio falido do estado capitalista, para serem a outra face da ditadura do capital.

Não à impunidade aos assassinatos do estado capitalista de ontem e de hoje no Uruguai e em toda a América Latina!

Pela Unidade Socialista dos trabalhadores da América Latina e do Caribe!

terça-feira, 19 de maio de 2020

O CASO FREIXO


Roberto Rutigliano - TRIBUNA CLASSISTA RIO DE JANEIRO

Freixo desistiu de ser candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro argumentando que quer lutar numa frente ampla. Ele também fala que a esquerda precisa maturidade. Temos que constatar aqui que cada vez que a palavra "maturidade" sai da boca de uma liderança de esquerda ela serve como recurso para abandonar princípios básicos com os quais se constrói uma força classista e se aproximar a grupos representantes de outros interesses políticos.

Esta atitude está ligada a um movimento que está ocorrendo no Brasil . A Folha publicou : "Enquanto isso, em São Paulo e no Rio, a intransigência do parisiense Ciro Gomes, a relutância de Lula em reconhecer o colapso da hegemonia petista, e as micro querelas do PSOL inviabilizaram a frente ampla. Transformado pela pandemia, o Consórcio do Nordeste está criando as condições para a emergência de uma geringonça nos moldes da portuguesa. Basta olhar para a parceria produtiva entre Rui Costa e ACM Neto e para as conversas exploratórias entre Flávio Dino e Luciano Huck. Assombrado pelas suas derrotas recentes, o campo progressista demora a se transformar. Mas nada de desespero: a formação de uma aliança transversal que incorpore o melhor do petismo está muito mais avançada do que o marasmo atual deixa transparecer.”

Como vemos a burguesia está querendo a volta de uma frente de unidade nacional que reúna a ultra direita de Luciano Huck e ACM Neto junto com lideranças chamadas "progressistas".

No Rio, esta linha de raciocínio se materializa numa aproximação  aos evangélicos e na unidade de grupos que coloquem na mesma mesa a  Paes,,  Benedita e setores do PSOL ligados à marqueteira política Paula Lavigne. Neste embrulho surge um novo candidato com o intuito de colocar na prateleira um novo modelo político que agrade a gregos e troianos:  o pastor Henrique Vieira . Esta figura pode sepultar a expectativa de transformar o PSOL em um partido de esquerda socialista e o caricaturar como uma ferramenta da pequena burguesia da zona sul carioca adornado para ser oferecido como um partido de uma esquerda palatável.

Entendemos que a independência política da esquerda está em jogo. A ideia de uma frente ampla assim como a candidatura de um pastor "progressista". que consiga atrair setores da direita e da esquerda no seu curral eleitoral é apenas possível domesticando os princípios históricos classistas que deveriam nortear a toda organização que luta contra o capitalismo.  Esperemos que os grupos internos do PSOL rompam com estas novas diretrizes e comecem a trabalhar na construção de uma frente de esquerda verdadeira.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

CURSO INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS BÁSICOS DO CAPITAL EM LÊNIN


















A LUTA DOS ENVOLVIDOS NO SETOR CULTURAL






Roberto Rutigliano – Tribuna Classista RJ

A Cultura foi impedida de se desenvolver. Nela participam músicos, atores, dançarinos, managers, produtores, pessoal de som, de palco, maquiadores, donos de centros culturais, livrarias, fotógrafos, divulgadores, pessoal de filmagem, luthiers, lojas, férias, artistas plásticos, artistas de circo, seguranças; enfim toda uma cadeia produtiva que viu interrompido seu trabalho por conta da pandemia.
Desde inicio de março até hoje correm 75 dias onde estes trabalhadores tiveram que se virar para dar aulas online, inventar lives, em fim tentar monetizar sua arte.
Este segmento ainda tem ameaçada a retomada da sua atividade porque a aglomeração de publico justamente seria a última a ser colocada em ação.
Os bares, hotéis, restaurantes estão quase falidos e os donos de casas de shows e espaços culturais não conseguem sobreviver no meio da quarentena.
As salas de concerto e os teatros da rede pública estão ameaçados de fechar. Ainda neste momento de caos, o governador do Rio, Wilson Witzel, está pensando vender o Teatro Municipal o que seria um brutal ataque à nossa cultura.
Muito de simbólico ocorre com a perda da cultura, além do governo atacar as pessoas economicamente, acabar com a cultura transformando ela numa mercadoria indigente e desprovida de todo valor é um dos métodos da submissão.
Ela foi sistematicamente atacada em todos os governos, mas nestes últimos anos com o fechamento de espaços culturais e a indicação de verdadeiros inimigos da Arte em cargos de responsabilidade como é o caso da atual secretaria de cultura, Regina Duarte, nosso setor está sendo brutalmente exterminado.
O que estamos precisando é um apoio do Estado. Solicitamos então uma RENDA FIXA UNIVERSAL, traduzida num salário mensal que cubra as necessidades básicas de cada artista no valor de 3.000 reais .
Esta renda não teria o caráter transitório, ou algo que possa ser mudado da noite para o dia. Seria um apoio “fixo” que só acabará quando todas as atividades artísticas possam voltar a funcionar.
O caráter universal é dado porque almejamos que esta medida seja imitada por todos os governos do mundo.
Então primeiro solicitamos esta medida. Segundo, o apoio a casas noturnas, bares ou espaços culturais onde ocorrem regularmente espetáculos no valor de 10.000 reais por mês.
E terceiro solicitamos que não seja vendido nenhum teatro da rede pública ou privada e que o Estado apoie financeiramente todo o que signifique a manutenção de salários dos funcionários e do cuidado da infra-estrutura que seja necessário para o funcionamento normal quando ocorram as retomas do setor.
Nós, do Instituto Mutirão, fazemos parte do Movimento Social da Cultura e estamos aqui para solicitar urgentemente a renda básica para os trabalhadores da cultura do país e subsídio para espaços culturais durante a pandemia da Covid-19.
O Projeto de Lei de Emergência Cultural, que está tramitando na Câmara dos Deputados em regime de urgência, precisa ser votado e aprovado o quanto antes! 
O PL 1075/2020, que é fruto da junção de outros três Projetos, prevê a concessão de renda emergencial mensal aos trabalhadores do setor cultural (R$ 1.045,00) e apoio aos espaços culturais (R$ 10.000,00) durante o Estado de Emergência em Saúde. Além disso, o acesso aos Recursos Financeiros do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e Fundo Nacional da Cultura (FNC).
Os trabalhadores da cultura foram os primeiros a paralisar suas atividades, quando a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil. E serão, muito provavelmente, os últimos a retomá-las. Este é um dos setores mais afetados no sentido social e econômico pelas consequências imediatas e também de médio e longo prazo.
O setor da Cultura e Arte tem impacto estimado de R$ 170 bilhões na economia brasileira, emprega cerca de 5 milhões de pessoas, formal ou informalmente, o equivalente a quase 6% de toda a mão de obra do País, em mais de 300 mil empresas de todos os tamanhos.
Ou seja, não podemos ficar abandonados à própria sorte em um dos momentos de maior crise do País.
Conheça a Lei de Emergência Cultural, ASSINE E COMPARTILHE este abaixo-assinado!
* Este abaixo-assinado foi criado inicialmente para aprovação do PL 1089/20. Mas este Projeto de Lei foi incorporado ao PL 1075/20 junto com os seguintes outros Projetos: 1251/20 e 1365/20.


domingo, 17 de maio de 2020

EM DEFESA DOS BANCÁRIOS DA CEF QUE ESTÃO SENDO ESFOLADOS VIVOS PELO GOVERNO CORRUPTO DE BOLSONARO

TRIBUNA BANCÁRIA 
Oposições bancárias em Porto Alegre, Litoral norte gaúcho e Brasília


PARAR O MASSACRE CONTRA OS BANCÁRIOS DA CEF 
E O CONJUNTO DA CATEGORIA






Pensem como se sentiram os 12 bancários da Caixa Econômica Federal morrendo de Covid-19 adquiridas nas suas agências onde trabalhavam, pensem como os milhares de seus colegas que enfrentam este risco quase diariamente se sentem e quando chegam em casa depois da frente de batalha não sabem se estão trazendo o vírus para suas famílias.

Os bancários da CEF estão sofrendo de exaustão, temem se contaminar e recebem ameaças. Forçados a trabalharem 14 horas por dia, quando o correto é trabalhar 6 horas diárias, no máximo, nem sequer são fornecidos para a maioria os equipamentos de proteção individual. Só são autorizados 15 minutos para o almoço. A jornada de trabalho se estende das 06:30 às 20:00 horas.

Enquanto isto, mais de 50 milhões de trabalhadores amanhecem nas filas intermináveis, que duram horas, e ainda por conta de falhas do sistema as vezes precisam ir nas agências da CEF varias vezes, com condições econômicas precarizadas, esperando receber 3 parcelas de míseros R$ 600,00 mensais. Estão também correndo o risco de contraírem o coronavirus.

Esta é mais uma triste história do Governo Bolsonaro que se inicia quando o Ministro da Economia Paulo Guedes indica para a Presidência da Caixa Econômica Federal o sr. Pedro Guimarães que já havia trabalhado com Guedes e é um privatista de formação. Foi traçado então um plano de privatização da CEF, já a partir de 2019, que parou temporariamente com o surgimento da Pandemia do coronavírus.

Após ser aberta uma discussão sobre um auxílio emergencial entre o Governo Bolsonaro que queria que fosse de R$ 200,00 e o Congresso Nacional, prevaleceu os insuficientes R$ 600,00. Nós do Agrupamento Tribuna Classista sempre defendemos o valor mínimo de R$ 5.000,00 mensais para todos os trabalhadores informais.

O universo inicial de pessoas com direito ao auxílio era de mais de 90 milhões de trabalhadores, mas o sistema de autorização do Governo Federal baixou para 50 milhões, deixando quase a metade dos trabalhadores de fora. Bolsonaro vetou a ampliação do benefício para profissionais informais que não estão inscritos no Cadastro Único. Com isso, mais de 50 categorias de trabalhadores informais de baixa renda ficaram sem receber o dinheiro. 

O Governo Bolsonaro junto com a presidência da CEF arquitetaram um plano contra a população de mais de 90 milhões de trabalhadores, contra os bancários da Caixa Federal e contra o Banco como instituição pública.

A não descentralização do pagamento do auxílio emergencial para outros bancos e a utilização de um sistema não apropriado de cadastramento criou condições para formação de filas enormes e aglomerações totalmente desnecessárias, não deu as mínimas condições seguras para os bancários da CEF, não respeitou as pessoas nas filas, faz os bancários trabalharem nos seus limites. Com todos esses fatores e outros mais está se criando um clima totalmente perverso de jogar a população contra os bancários da CEF, em plena Pandemia.

O Governo Bolsonaro também neste assunto começa a entrar em contradições internas, o Ministério da Cidadania foi obrigado a informar que 190.000 militares da ativa ilegalmente receberam o auxílio emergencial num montante total de R$ 114 milhões. O Ministério da Defesa abriu processo, Bolsonaro acusou os recrutas de cometerem a fraude; no final com todo esse mal-estar no Governo, o TCU deu uma aliviada e decretou que foram 73.000 militares da ativa e eles devem devolver o dinheiro.

O  Ministro da Economia, Paulo Guedes teve que correr para minimizar os efeitos da fala do secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, que disse que o auxílio de R$600 poderia ser mantido após o fim da pandemia. O secretário Carlos da Costa disse, durante transmissão ao vivo promovida pelo banco BTG Pactual, que o auxílio emergencial poderia ser mantido após os três meses previsto em lei. “Não podemos virar a chave e desligar tudo de uma hora para outra”, disse o secretário ao se referir à possibilidade de manter o auxílio emergencial no segundo semestre de 2020. De acordo com o secretário, o auxílio de R$600 é uma espécie de Imposto de Renda negativo, em que os cidadãos abaixo de determinado nível de renda recebem devolução do governo, em vez de pagarem impostos. Paulo Guedes disse que o secretario estava “meio estonteado” quando deu esta declaração e que o auxilio é só para 3 meses.

Enquanto isto vigora a falta de planejamento e irresponsabilidade por parte do governo, porque não  estão  sendo cumpridos os protocolos para proteção à saúde dos trabalhadores e da população.

Dezenas de agências da Caixa Econômica Federal precisaram ser fechadas por suspeitas de contaminação de bancários pela Covid-19. Em Sergipe, vários casos confirmados de empregados infectados pelo coronavírus foram registrados.

Lamentavelmente, os trabalhadores da CEF — assim como a população — são vítimas da má-fé e da irresponsabilidade do governo. Não houve planejamento nem ampla e efetiva campanha de informação à sociedade sobre o auxílio emergencial. A centralização do pagamento do benefício nas agências da Caixa provocou o que estamos vendo desde o início da pandemia: filas e aglomerações em diversas unidades do banco, colocando em risco a saúde de mais de 50 milhões de beneficiários e de aproximadamente 50 mil trabalhadores da CEF que estão à frente do atendimento à população .

Devemos lembrar que a categoria bancária nos últimos anos é uma das mais atingidas por problemas psiquiátricos, dadas as suas exaustivas condições de trabalho, e o Governo Bolsonaro impôs o limite do limite. Agora, o plano é literalmente matar bancários.

Somos contra mais este genocídio que está em marcha. No Brasil já estamos atingindo mais de 16.000 pessoas mortas pelo Covid-19.

A clara intenção de provocar uma tragédia, jogando a população e a mídia contra os bancários da CEF, para depois da Pandemia privatiza-la por valores baixíssimos é um ato criminoso.

Já foi provado, pelas próprias discussões internas no Governo que é possível pagar um auxílio emergencial muito maior que o atual e num período muito mais amplo que os 3 meses.

É preciso que a CUT, a CSP-Conlutas e a Intersindical - Instrumento de Luta e Organização entrem nesta luta para valer, imediatamente.

É preciso que a classe trabalhadora construa urgentemente para fazer frente a todas essas mazelas do sistema capitalista, um Partido Operário Socialista Revolucionário, para tomar o poder político da burguesia.