sexta-feira, 7 de maio de 2021

COMUNIDADE DO JACAREZINHO NO RIO DE JANEIRO, ALÉM DOS VÍRUS DA PANDEMIA, DA FOME E DA MISÉRIA, O VÍRUS DA CHACINA DAS POLÍCIA CIVIS E MILITARES

 

A AÇÃO CRIMINOSA DAS POLÍCIAS CIVIS E MILITARES NA COMUNIDADE DO JACAREZINHO NO RIO DE JANEIRO DEMONSTRA QUE A PENA DE MORTE DE FATO EXISTE NO PAÍS CONTRA OS NEGROS E AS MASSAS PAUPERIZADAS  




Carmanim Elisalde

No dia 06/05, quinta-feira, 250 agentes das Polícias Civis e Militares desencadearam a Operação Exceptis na Comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, UMA OPERAÇÃO DE GUERRA com a utilização de helicópteros que jogaram granadas por toda a Comunidade, a qual resultou em uma chacina de 25 pessoas mortas (embora estejam acontecendo denúncias dos moradores nas redes sociais de que existem muito mais mortes do que foi divulgado), com os corpos jogados no chão, violação de domicílios e celulares confiscados, segundo relato dos moradores da Comunidade.


As famílias foram impedidas de se aproximarem de seus entes queridos baleados pelos policiais e até o momento não foram divulgados os nomes dos moradores mortos.

O subsecretário operacional da Polícia Civil do RJ, frente à repercussão mundial da chacina respondeu criticando o “ativismo judicial” e afirma que "cumpriu todos protocolos do Supremo Tribunal Federal", justificando a ação criminosa das duas corporações, porque a situação na Comunidade era de "aberração".

O STF havia, desde junho de 2020, suspendido todas as operações policiais nas Comunidades por conta da pandemia.

O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu essa ação criminosa demonstrando que, longe de ter sido cometido um excesso, este é o método sistemático de um regime político inteiro que está promovendo um massacre da população trabalhadora através da pandemia do coronavírus, da fome e da miséria, e da repressão policial estatal e paraestatal.

O Instituto Fogo Cruzado e a Universidade Federal Fluminense conforme estudos, denunciaram que foi a ação mais letal da história do Rio de Janeiro. 
Os moradores começaram protestos pedindo justiça. Um morador declarou que não existe respeito com os moradores da Comunidade, e afirma que a polícia pensa que está no Iraque.

O Coletivo Mães de Manguinhos, composto por familiares de vítimas das balas das polícias do RJ denunciou que a polícia não pretendia apenas "prender os suspeitos", as pessoas foram executadas sem nenhuma chance de defesa e que os corpos estavam espalhados pelas vielas da Comunidade.

Passageiros que esperavam para embarcar no metrô ficaram na linha de tiro da polícia e dois foram atingidos.

Uma ação criminosa condenada por todos os organismos de direitos humanos, que se pronunciaram, que transformou as ruas e casas da Comunidade do Jacarezinho num banho de sangue.

A ONU está pedindo que o Ministério Público faça uma investigação independente.

Um dia depois da chacina, Roberto Cardoso, Diretor Geral do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa no Jornal Hoje da Rede Globo perguntou: "Eu queria só fazer três perguntas honestas: 1) precisava ser do jeito que foi? 25 pessoas mortas entre elas um policial, crianças amanhecendo nas ruas onde brincam banhadas de sangue com massas encefálicas espalhadas por tudo o que é lugar; 2) a operação de ontem está inserida em qual projeto de segurança pública? ela seguiu os protocolos de operações em favela? o que houve de diferente ontem que pode assegurar no RJ que a taxa de criminalidade vai despencar na nossa cidade?; e por fim: 3)por que o estado não entra no Jacarezinho na sua plenitude de modo definitivo levando para aqueles meninos e meninas pobres áreas de lazer, acesso à educação de qualidade, saneamento básico, moradia decente?".

Protestos e manifestações dos moradores do Jacarezinho se iniciaram e tendem a se espalhar por todo o país e pelo mundo.




- Pela punição de todos os policiais envolvidos junto com seus comandantes;
- Pela dissolução de todo o aparato repressivo estatal e paraestatal;
- O Estado do Rio de Janeiro é o responsável por essa chacina e deve indenizar todos os familiares das vítimas da chacina.