sexta-feira, 30 de setembro de 2022

PARTIDO OBRERO DA ARGENTINA SE POSICIONA PELO VOTO NA CANDIDATURA PRESIDENCIAL DE VERA LÚCIA DO PSTU E DO POLO SOCIALISTA E REVOLUCIONÁRIO

Artigo traduzido do link:  

https://prensaobrera.com/internacionales/las-elecciones-brasilenas-y-los-desafios-de-la-izquierda


As eleições brasileiras e os desafios da esquerda

Por Rafael Santos

No domingo, 2 de outubro, 150 milhões de cidadãos comparecerão às urnas para eleger presidente, governadores, legisladores nacionais e estaduais. A maior expectativa concentrou-se em quem será eleito presidente. Dos onze candidatos, a situação é polarizada entre a reeleição do atual presidente Jair Bolsonaro, integrando uma ampla frente de forças de direita e reacionárias, e o ex-presidente Lula da Silva, líder do Partido dos Trabalhadores (PT), integrando uma «frente ampla» da centro-esquerda com setores de centro-direita.

Ao longo da campanha, as pesquisas prenunciam uma vitória de Lula por uma margem de cerca de 10 pontos sobre Bolsonaro (45 a 36%). Isto significa marchar para um segundo turno em 30 de outubro. Porque a legislação eleitoral do Brasil declara vencedor no primeiro turno o candidato que ultrapassa 50%. Bolsonaro aumentou sua aposta ao ameaçar ignorar o resultado das eleições se perdesse, por presunção de fraude, que seria implementada pela justiça eleitoral nacional. Bolsonaro conta com o apoio das Forças Armadas que são - em grande parte - o eixo da equipe governista, contando com mais de 7.000 militares (ativos e aposentados) ocupando ministérios, secretarias e todo tipo de função executiva do Estado.

Mas, na última semana, uma enxurrada de apoio político de setores do grande capital a Lula criou a expectativa de que poderia vencer no primeiro turno. Primeiro, o presidente dos EUA, Biden, deu apoio direto ao processo eleitoral defendido por Lula contra Bolsonaro. E na quarta-feira, dia 21, o encarregado de negócios, Douglas Koneff, encarregado da embaixada ianque no Brasil, teve uma longa entrevista com Lula, onde inspecionou todos os temas do governo, anunciando à saída seu apoio ao processo eleitoral. Antes, já havia passado pelo Brasil, o Secretário de Defesa dos EUA para discutir com os militares brasileiros que eles não apoiam nenhuma aventura bolsonarista.

Mireilles, que - como ministro das Finanças do governo do golpe de Temer, que expulsou a ex-presidente Dilma Rousseff do PT - votou a lei anti-operária da reforma trabalhista, saiu para exaltar Lula e anunciar seu voto a favor no primeiro turno. O mesmo fez o ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso, que já havia prometido seu voto em Lula em um eventual segundo turno.

Anteriormente, já havia se inclinado para Lula a poderosa câmara de empresários industriais (FIESP), a Federação dos Bancos (FEBRABAN), inúmeras organizações patronais, etc. Ele também teve reuniões públicas com embaixadores de outras potências imperialistas (Alemanha, França, Japão, etc.).

O preço

Lula está pagando por esses apoios imperialistas e do grande capital com definições abertas de direita como defensor da ordem. Em resposta a várias declarações de Bolsonaro pedindo que a população se armasse (como nos Estados Unidos, defende a chamada Associação do Rifle), Lula afirmou que o mesmo visa se igualar a Chávez e transformar o Brasil em uma nova Venezuela (ou Nicarágua). Tornando claro o seu alinhamento com os ataques do imperialismo a estes regimes. Em relação ao papel do Movimento dos Sem Terra (MST), conhecido há três décadas pela ocupação de terras contra os proprietários de terras, Lula declarou que amadureceu e hoje se dedica à formação de cooperativas e produção. E que se ocupassem uma propriedade com título, seriam imediatamente despejados.

Ele proclamou-se um «socialista refinado», «defensor da propriedade privada» e declarou que não pretende revogar a reforma trabalhista que fez terra arrasada as conquistas dos trabalhadores, votadas por Temer e impostas por Bolsonaro, anunciando que nesta matéria não faria nada que não tivesse o consenso das câmaras patronais.

Fascismo ou democracia?

O eixo da campanha eleitoral da «Frente da Esperança», o nome do amplo espectro da frente popular a que Lula se candidata - e mesmo de grande parte da esquerda que está fora desta aliança - é que se trata de defender a democracia contra o autoritarismo do governo fascista. Por trás desta perspectiva foi estabelecido o acordo eleitoral do PT com setores da grande burguesia e do imperialismo. Para efeito, foram postas de lado todas as exigências operárias e populares (revogação da reforma reacionária da previdência social, etc.).

Os trabalhadores estão sendo arrastados para votar em Lula, pensando que seu próximo governo vai devolver a eles as conquistas perdidas sob Temer e Bolsonaro. Mas, a burguesia apoia Lula com suas promessas de manter a centralidade das conquistas anti-operárias, impostas de forma «democrática» - autoritária.

E as Forças Armadas?

De acordo com pesquisas realizadas, mais de 1.800 policiais e militares estão sendo indicados como candidatos para vários cargos elegíveis. Lula não abriu a boca sobre essa militarização do aparelho executivo estatal. Será que se abrirá um confronto entre um eventual governo Lula e as forças armadas? Ou Lula marchará para uma conciliação com eles, institucionalizando sua presença no governo? Sua permanência seria uma quinta-coluna bolsonarista, pronto para tentar novos episódios de golpe em aliança com legisladores evangélicos e  rurais.

O oportunismo eleitoralista do PSOL

O PSOL que emergiu - há uma década - de uma ruptura crítica do PT, completou um giro de 360°, integrando-se à aliança frente-populista com o PT em apoio à candidatura presidencial de Lula-Alckmin. Isso destruiu a propaganda realizada em torno do PSOL como uma proposta de superação da esquerda revolucionária, renunciando à luta pelo governo dos trabalhadores. Impõe-se o eleitoralismo que sempre dominou a vida política do PSOL. Com concessões importantes (renúncia da candidatura de Boulos, do PSOL, que ficou em segundo lugar nas eleições do ano passado em São Paulo, a favor de um dirigente do PT, etc.) obteve algumas candidaturas em várias listas da frente. Especula-se mesmo que, caso Lula vença a presidência, concederia algum ministério ou secretaria ao PSOL.

Setores da esquerda que reivindicam ser revolucionários permaneceram dentro do PSOL durante todo esse período, engolindo todos os sapos (repressão e demissões da prefeita Erundina, de São Paulo, à greve dos trabalhadores do transporte; etc.). Mediando em um eleitoralismo vulgar, na «luta» por candidaturas a cargos de legislador ou vereador. Há apenas alguns meses afastaram-se do PSOL, a Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST), organizada internacionalmente na UIT-QI juntamente com a Esquerda Socialista da Argentina e o grupo Socialismo ou Barbárie, irmã do Novo MAS da Argentina. Fizeram-no para aderir ao Pólo Socialista Revolucionário, que há mais de um ano tinha sido construído, impulsionado pelo PSTU (LIT-CI). Mas ambos argumentam que o fundamental é derrotar Bolsonaro. O MAS do Brasil, em uma impostura (há pouco dias das eleições), afirmou que seria bom se a derrota do bolsonarismo fosse vencida pelas ruas (que Lula, o PT e o PSOL entregaram à direita), quando fica claro que essa tendência não acontecerá antes de 2 de outubro. O MAS brasileiro, como na Argentina, pretende se transformar em um defensor da «unidade de ação» ao lado do PT e da frente popular «democrática» contra Bolsonaro, colocado como principal inimigo. O fantasma da ameaça do fascismo é usado para justificar sua capitulação diante da frente brasileira e do nacionalismo burguês na Argentina.

Quem permaneceu no PSOL, que faz parte da frente popular com Lula-Alckmin, é a aliança formada pela Alternativa Socialista e Luta Socialista, filiada à LIS internacionalmente, onde o MST argentino é seu líder. Eles têm uma oposição formal ao PSOL que acaba apoiando a candidatura de Lula, mas, dizem: «mesmo assim, há um espaço significativo na esquerda». Há alguns anos, o MST argentino rompeu com o Movimento da Esquerda Socialista  (MES) do Brasil porque se adaptou completamente à liderança capituladora do PSOL. No final, as duas facções morenistas oportunistas coincidem novamente.

Desde o seu surgimento, o nosso PO tem apoiado a constituição do «Pólo Revolucionário e Socialista» decorrente de um chamado do PSTU. O Pólo define-se como uma perspectiva estratégica a luta por «um governo socialista da classe trabalhadora e dos pobres» e critica as frentes de conciliação de classes, falando pela independência política e organizativa dos trabalhadores.

Apontamos oportunamente uma série de diferenças com as abordagens do PSTU (hoje reforçada pela sua posição pró-imperialista face à guerra da Otan contra a Rússia), mas levantamos a necessidade de reagrupar toda a esquerda e o sindicalismo militante em torno do Pólo para intervir como uma alternativa independente não só nas eleições, mas em todas os terrenos da luta de classes. Este papel foi alcançado de forma muito moderada. Um balanço da experiência da esquerda é essencial.

Neste contexto, chamamos a votar no dia 2 de outubro na candidatura presidencial de Vera Lúcia, do PSTU e do Pólo Socialista Revolucionário.

A eventual vitória de Lula nas eleições brasileiras faz parte da «onda rosa» encarnada por Boric no Chile, Castillo no Peru e Petro na Colômbia. A vanguarda argentina, brasileira e latino-americana deve caracterizar e delimitar-se claramente deste novo ciclo da frente popular que estrangulou as rebeliões populares em curso ou potenciais com uma impossível conciliação de classes. E contribuir para a criação de forças revolucionárias que promovam e defendam a independência de classe em cada país e a nível latino-americano e internacional.

sábado, 3 de setembro de 2022

BOLETIM DO COLETIVO DE SERVIDORES MUNICIPAIS DE ALEGRETE CLASSISTA nº 6

 



Processo da Eleição na sua reta final; Vale Alimentação bloqueado em alguns estabelecimentos.

Após a retirada do projeto de Extinção de cargos da Câmara Municipal, o que foi resultado de muita mobilização das serventes, zeladores e demais servidores que somaram na luta contra a terceirização, uma certa calmaria se instaurou nos movimentos que estão na luta pelos direitos dos servidores. No mês de agosto, muitos de nossos colegas se viram surpresos ao irem ao mercado com o seu cartão do vale alimentação, outra conquista nossa. Em muitos estabelecimentos, no começo do mês, não estavam aceitando o cartão, o que gera muito constrangimento, pois muitos ficavam sabendo depois que as compras já estão no caixa. E essa situação está se repetindo nesse início de mês. O Coletivo Classista vai averiguar o que está acontecendo, já que o saldo do cartão é liberado assim que sai a folha de pagamento, assim como o desconto do vale alimentação de 10%. Esperamos que essa situação se resolva e que não haja desdobramentos, pois sabemos que temos sempre que ficar atentos, pois do mesmo jeito que “nos deram”, podem nos tirar o vale a qualquer momento.

Outro assunto que surgiu no início de agosto foi em relação ao Processo da Eleição do Sindicato dos Municiparios que desde 2020 está na justiça. O Processo foi devido ao curso da Eleição do Sindicato que desde seu Edital até o dia da eleição teve diversos contratempos como: estar apenas uma pessoa na sala da votação, de mesária, ser ao mesmo tempo parte da chapa e contando os votos; é como se no futebol, essa pessoa fosse jogador, juiz, bandeirinha, etc., batesse o escanteio e fosse na área cabecear.

Os recursos que o então Presidente colocou, foram já perdidos e o Processo volta para a decisão de haver uma nova eleição; espera-se agora a decisão final do Juiz e qual serão os trâmites da eleição; uma notícia animadora, já que muitos até já tinham se esquecido ou desistido desse processo.

Agora o mais importante é aguardar os próximos passos da Justiça e associar-se ao Sindicato, pois voltando a ter eleições DEMOCRÁTICAS e voltando à ATIVA, isso permitirá alavancar a possibilidade de haver diálogo entre o sindicato e nós, servidores, de termos espaço de verdade e de podermos votar, concorrer a chapas, participar de assembleias, mudar o Estatuto e dentre outras tantas atividades que o Sindicato deveria fazer e NÃO FAZ.

COLEGAS vamos ficar atentos, um sindicato ativo é a porta, o suporte que precisamos em nossas lutas. O prazo de filiação para poder votar é de seis meses, e a possível eleição ainda não tem data, portanto, ainda dá tempo de se filiar ao Sindicato, é só ir ao Protocolo da Prefeitura e pedir a associação, a mensalidade é 1% do básico.


VAMOS LÁ! VAI TER ELEIÇÃO SIM!

CHEGA DE TRANCAR O VALE!

FORA ANGELO!

POR UM SINDICATO ATIVO!

NENHUM DIREITO A MENOS!