domingo, 7 de junho de 2020

Vá e veja aonde vai o PSOL


Em meio à escalada da retórica autoritária por parte do Palácio do Planalto, o deputado federal Kim Kataguiri, um dos líderes do MBL, criou um grupo de WhatsApp com colegas congressistas denominado "Democráticos".⠀

Ele conta hoje com algumas dezenas de deputados, entre eles Joice Hasselmann, ex-líder do governo no Congresso, Marcelo Freixo, um dos principais nomes do PSOL, Molon, ex-líder da oposição, e Tabata Amaral, uma das expoentes da nova esquerda. Assim como os bolsonaristas, o PT não foi convidado. ⠀

"As declarações são muito claras, a intenção do presidente da República é, de fato, partir para uma ruptura da democracia, uma ruptura institucional", diz Joice Hasselmann ao comentar a criação do grupo.

 
Guilherme Giordano

Quando as massas no mundo inteiro são impelidas para a luta revolucionária e o presidente do país-sede do imperialismo norte-americano é obrigado a se esconder no bunker da Casa Branca cercada por manifestantes que questionam não somente a morte de George Floyd (um assassinato que expôs toda a barbárie policial utilizada contra os negros, latinos, etc.), como um caso isolado, mas o centro do poder político que é o maior responsável pela miséria dos povos oprimidos e que caminha a passos largos para o colapso do capitalismo mundial marcado pelas gigantescas marchas do poderoso proletariado norte-americano que se irradiam pelo mundo todo.
Quando no Brasil, que já se converte no epicentro da crise provocada pela pandemia, as massas ocupam as ruas contra as manifestações fascistizantes crescentes do governo Bolsonaro, produzindo mobilizações com fortes tendências a se converterem em uma profunda luta de classes entre o proletariado e a burguesia, que está por detrás do governo Bolsonaro, dos governadores, do Congresso Nacional e do STF, a esquerda parlamentar caminha para o lado oposto das massas, buscando acordos com setores da burguesia e até da direita, como podemos ver nesse caso do PSOL, em nome da democracia, um ente abstrato, que não possui um valor universal, pois tem um caráter classista, como estamos vendo na ação da democrática polícia provocando um verdadeiro genocídio contra a população negra e pauperizada nos bairros operários e populares do país.
Esse é o mesmo PSOL que fez uma frente reacionária com Sérgio Moro, o "juizeco" de plantão que liderou a Operação Lava-jato, uma caricatura tupiniquim da Operação Mãos Limpas italiana, e que teve a atual deputada estadual no RS, Luciana Genro, como uma das suas mais entusiastas defensoras. Operação essa que foi a base de atuação do golpe de estado, da prisão de Lula, etc.
O líder da Frente Povo Sem Medo e ex-candidato a presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, fez um acordo com as forças de repressão do Estado de São Paulo, comandadas pelo direitista João Dória do PSDB do famigerado Fernando Henrique Cardoso, depois da torcida corintiana ter irrompido abruptamente na semana anterior na Avenida Paulista e expulsado os bolsonaristas que lá se encontravam, desviando a mobilização para o Largo da Batata, numa clara intenção de política de boa vizinhança com os fascistas que exigem intervenção militar (um governo que só no Ministério da Saúde tem 30 militares e um general brucutu no seu comando), a eliminação física da esquerda e são junto com esse mesmo governo os principais responsáveis pelo país ter atingido o pico de mais de 1.300 mortes diárias, uma média de quase uma morte por minuto, oficialmente.
Essa política que não pode ser considerada sequer de esquerda, deve ser tratada como o Movimento Negro fez no Largo da Batata virando as costas e saindo em marcha deixando Boulos e o PSOL catando votos entre seus "devotos" seguidores.
É preciso uma política classista e revolucionária que se funda com as profundas mobilizações que cada vez mais tendem a irromper no cenário político nacional e internacional e que tenha como estratégia a luta por um governo dos trabalhadores, numa delimitação política com as frentes de conciliação de classes, transponíveis obstáculos pela ação das massas.