domingo, 14 de junho de 2020

Necessidade de Armamento dos Trabalhadores para sua Autodefesa





 
Carlos Afonso


Historicamente, quando as classes exploradas abriram mão de utilizarem armamentos para a sua autodefesa, foram parcial ou totalmente massacradas pelos seus adversários de classe. Só como exemplo, os séculos 19 e 20 e o início do século 21 são recheados de casos.

Atualmente, no mundo, uma série de convulsões começam a criarem situações revolucionárias, são os casos dos EUA, do Chile, do Nepal, do Líbano, da Inglaterra, entre outros.

Aqui no Brasil, com uma ameaça de Golpe Fascista-Militar apoiado por setores da Burguesia Nacional e pelo Imperialismo é premente a criação de Comitês Operários de Autodefesa.

A Vanguarda Proletária deve cada vez mais chamar palavras-de-ordem organizativas para preparar as massas para o combate que se avizinha. 

Inicialmente é extremamente importante o chamamento de uma GREVE GERAL para as categorias que já estão trabalhando na atual pandemia.

Para os que defendem que os trabalhadores devam seguir a política de paz e amor contra a patronal devemos lembrar que a Burguesia sempre conta com a polícia, o exército oficial, destacamentos militarizadas e bandos armados particulares entre outros, situação vigente em nosso território Nacional e Mundo afora.

A Burguesia sabe que a luta de classes contra o Proletariado sempre se transforma em uma Guerra  Civil, por isso ela está sempre armada até os dentes, cabendo à Vanguarda Proletária organizar as massas no sentido de também armar os trabalhadores imediatamente.

Leon Trotsky já dizia: 

Os burocratas do sindicato fecham conscientemente os olhos para o exército privado da burguesia; de outro modo não poderiam manter vinte e quatro horas sua aliança com ela. Os reformistas incutem sistematicamente nos operários a ideia de que a sacrossanta democracia está assegurada da melhor maneira quando a burguesia está armada até os dentes e os operários desarmados.

O dever da IV Internacional é acabar, de uma vez por todas, com esta política servil. Os democratas pequeno-burgueses - inclusive os sociais-democratas, os stalinistas e os anarquistas - tão mais fortemente gritam a respeito da luta contra o fascismo quanto mais covardemente capitulam diante dele. 

Aos bandos do fascismo somente podem opor-se com sucesso destacamentos de operários armados que sintam atrás de si o apoio de dezenas de milhões de trabalhadores. 

A luta contra o fascismo começa não na redação de um jornal liberal, mas na fábrica e termina na rua. Os pelegos e os guardas particulares nas fábricas são as células fundamentais do exército do fascismo. Os PIQUETES DE GREVE são as células fundamentais do exército do proletariado. É de lá que é necessário partir. 

Por ocasião de cada greve e de cada manifestação de rua, é necessário propagar a ideia da necessidade da criação de DESTACAMENTOS OPERÁRIOS DE AUTO DEFESA. É necessário inscrever esta palavra-de-ordem no programa da ala revolucionária dos sindicatos. 

É necessário formar praticamente os destacamentos de auto defesa em todo o lugar onde for possível a começar pela organizações de jovens e conduzi-los ao manejo das armas.

A nova onda do movimento de massas deve servir não somente para aumentar o número de destacamentos, mas ainda para unificá-los por bairros, cidades, regiões. É necessário dar uma expressão organizada ao ódio legítimo dos operários pelos pelegos e bandos de gangsters e de fascistas. É necessário lançar a palavra-de-ordem de MlLÍCIA OPERÁRIA como única garantia séria para a inviolabilidade das organizações, reuniões e imprensa operárias.

É somente graças a um trabalho sistemático, constante, infatigável e corajoso na agitação e propaganda, sempre em relação com a experiência das próprias massas, que se podem extirpar de sua consciência as tradições de docilidade e passividade; educar destacamentos de combates heroicos, capazes de dar o exemplo a todos os trabalhadores; infringir uma série de derrotas táticas aos bandos da contra-revolução; aumentar a confiança em si mesmos dos explorados e oprimidos; desacreditar o fascismo aos olhos da pequena burguesia e abrir o caminho da conquista do poder pelo proletariado.

Engels definia o Estado como "destacamentos de pessoas armadas". O ARMAMENTO DO PROLETARIADO é o elemento constituinte indispensável de sua luta emancipadora. Quando o proletariado o quiser, encontrará os caminhos e os meios de armar-se. A direção, também neste domínio, incumbe, naturalmente, às seções da IV Internacional.