domingo, 14 de junho de 2020

A PODEROSA CLASSE OPERÁRIA NORTE-AMERICANA SE LEVANTA E ACENDE O RASTILHO DE PÓLVORA DA REVOLUÇÃO MUNDIAL DO PROLETARIADO


GUILHERME GIORDANO

Em Minnesota, nos EUA, centro do imperialismo mundial, entendido este como uma superpotência estatal militar armada até os dentes para defender o excedente de produção abocanhado inicialmente em forma de acumulação primitiva, em realização da taxa média de lucro, e se converter em acumulação do capital, pelos grandes monopólios, trustes e cartéis, as grandes corporações que se fundiram com o capital financeiro, que se transformou em realização da remuneração do capital especulativo (lucro de um capital que é resultado da não produção de mercadorias, do trabalho morto), a mais-valia não revertida na produção de mercadorias, George Floyd foi assassinado brutalmente por policiais e suas últimas palavras ecoam no rastro das mobilizações que mal começam a se espalhar pelo mundo inteiro: “não estou podendo mais respirar”.


"O capital é trabalho morto, o qual, como um vampiro, vive apenas para sugar o trabalho vivo, e quanto mais sobreviver, mais trabalho sugará". (Karl Marx)


A burguesia, cinicamente toda vez que ocorre uma barbárie resultado da violência policial, característica e conditio sine qua non da existência do estado capitalista desde o seu germe, esforça-se através dos seus meios de comunicação para tentar fazer passar que são meros episódios isolados e resultado de um excesso, de uma excepcionalidade, e não de um método sistemático e do funcionamento absolutamente normal do conjunto de um regime político que se ergueu baseado na exploração do homem pelo homem.  


Por todos os cantos dos EUA, as mobilizações revolucionárias anti-racistas que se levantam com a palavra de ordem “Black lives matter”, Vidas negras importam, vão tomando a forma de rebeliões das forças produtivas, da força de trabalho contra o sistema capitalista mundial, seus governos e seus regimes políticos, que em última instância, seja fascistas ou democráticos, não são outra coisa, senão a forma aberta ou escamoteada, do tacão de ferro da ditadura do capital.


Em Washington, a Casa Branca foi cercada pelos manifestantes, e o presidente fascista da democracia exemplar no mundo inteiro foi obrigado a se refugiar no seu bunker, como em épocas de guerras convencionais. O imperialismo norte-americano, que espalha o terror e a guerra aos povos por ele oprimidos, agora é obrigado a declarar oficialmente guerra ao seu próprio povo. 


Que a Rede Globo, pra quem conhece um pouco da sua história, inclusive do porque acabou se transformando num dos maiores monopólios privados de comunicação do mundo, um império midiático que nasceu com o intuito de legitimar o golpe militar de 1964 e o regime ditatorial que dele brotou e que num “passado” bem recente foi tributária do golpe de estado em 2016 contra as massas trabalhadoras, apoiado no calcanhar de Aquiles do governo de conciliação de classes do PT, esteja procurando fazer um esforço gigantesco para se adequar ao rastro das mobilizações que percorrem todos os EUA, Londres, Paris, etc. denominando nas suas coberturas jornalísticas o que antes eram considerados como “verdadeiros vândalos” como “manifestações pacíficas” e denunciando a violência policial por todo o mundo, mostra o grau da temperatura das massas que começam a se levantar também no Brasil e na América Latina contra o governo do presidente fascista Bolsonaro, um antro de genocidas, os quais deveriam estar sendo julgados como criminosos de guerras, que promovem neste momento o maior número de óbitos e de infectados do COVID19, no mundo inteiro, e que colocam o país na berlinda do epicentro da crise sanitária mundial provocada pela pandemia. A linguagem de uma das principais frações da burguesia latino-americana, senão a principal é bruscamente alterada como precaução e total defensiva perante a rebelião popular espraiada por tudo o que é canto do planeta, verdadeiras bombas-relógios que tendem a explodirem em cadeia. 


A profunda mobilização das massas norte-americanas já começa a surtir efeito dominó nas bolsas de valores, que despencam no precipício da queda do PIB mundial. Os principais organismos financeiros internacionais, como o Banco Mundial e o FMI, já preveem em seus relatórios uma depressão econômica exponencialmente elevada ao quadrado, na melhor das hipóteses, se comparada à bancarrota da economia com o crack da bolsa de Nova Iorque, em 1929.


A esquerda democratizante, campeã da dita “ofensiva do imperialismo”, que não foi capaz de caracterizar a crise mundial do capitalismo antes da pandemia, que viu no início dessa crise uma mera crise sanitária desassociada da crise capitalista, inclusive aqueles que se reivindicam até trotskistas, responde agora retardatariamente frente ao aprofundamento das consequências sociais e políticas mais nefastas provocadas por essa crise do sistema capitalista, com uma política e um programa de saída para os capitalistas e seus regimes políticos em putrefação, que começam a ser implodidos pela ação das massas trabalhadoras no mundo inteiro, pendurada na cola de uma ou de outra fração da burguesia democrática.