terça-feira, 22 de setembro de 2020

JULGAMENTO DO TST DA GREVE DOS CORREIOS É UMA AFRONTA À TODA CLASSE TRABALHADORA

 

Carmanin Elizalde

Depois de completar mais de trinta dias de greve, os trabalhadores dos correios foram mais uma vez literalmente atropelados pela verdadeira máfia de juízes do TST, que julgou o dissídio coletivo da categoria.

O verdadeiro tribunal de sabotagem dos trabalhadores decidiu pelo fim da greve, reajuste de 2,6%, e cinicamente que a greve não foi abusiva (a greve continua), ordenando que metade dos dias parados sejam descontados e a outra metade seja compensada. Pasmem! 

Abusiva é a decisão dessa corte dos patrões e do governo genocida de Bolsonaro.

Uma das juízas admitiu que foi a primeira vez que o TST julga uma greve em que todos os direitos dos trabalhadores foram retirados.

Cinquenta cláusulas do acordo coletivo que vigoravam até o julgamento foram canceladas! 

Nos marcos de uma pandemia que catapultou os lucros da empresa, foi aprovado um verdadeiro sepultamento da maioria dos benefícios dos trabalhadores pela verdadeira tropa de elite que se transformou o magistrado, que ganha num mês correspondente a  que um carteiro ganha em um ano, com uma série de regalias, e a garantia de que serão intocáveis na reforma administrativa enviada ao Congresso Nacional pelo governo Bolsonaro, que se aprovada se constituirá numa verdadeira pá de cal nas condições de vida já profundamente corroídas da maioria dos servidores públicos que carregam o piano no país, dos que já estão e dos que virão.

Primeiro, a empresa comandada por um general retirou tudo o que tinha de direito da categoria, colocando o bode na sala, para o TST  devolver o mínimo e colocar outro bode na sala: caso a greve não termine, ameaça de julgar a greve abusiva com R$ 100 mil de pena de multa diária aos sindicatos e desconto integral dos salários (pergunta-se: qual é a diferença de descontar metade dos dias nos salários e obrigar os trabalhadores compensar as horas de greve?).

A greve continua desmonstrando uma enorme combatividade dos trabalhadores, mesmo com todo o isolamento que foi imposto à categoria principalmente da burocracia sindical da CUT que ajudou a abortar a greve dos bancários, petroleiros e metalúrgicos, categorias que estavam também em campanha salarial.

A única saída para reverter esse verdadeiro bate-estaca na cabeça dos trabalhadores dos correios, que se consumado abrirá o caminho para a privatização, é  a convocação de um congresso emergencial da classe trabalhadora da cidade e do campo para aprovar um programa de luta contra o governo genocida e o regime político totalmente putrefato, com uma camarilha que comanda cada poder da república parlamentar da burguesia como se fossem verdadeiros czares.

- ABAIXO A DECISÃO DO TST!

- PELA DEVOLUÇÃO E AMPLIAÇÃO DE TODOS OS DIREITOS ROUBADOS DOS TRABALHADORES DOS CORREIOS NOS ÚLTIMOS TEMPOS!

- NÃO À PRIVATIZAÇÃO! CORREIO ESTATAL SOB CONTROLE DOS TRABALHADORES

- POR UM CONGRESSO EMERGENCIAL DE TODA A CLASSE TRABALHADORA

- POR UM PROGRAMA DE DEFESA DAS NECESSIDADES MAIS SENTIDAS DOS TRABALHADORES

- POR UM GOVERNO DOS TRABALHADORES DA CIDADE E DO CAMPO

- PELO SOCIALISMO

- PELA UNIDADE SOCIALISTA DA AMÉRICA LATINA