domingo, 6 de setembro de 2020

GREVE, CORREIOS E OCUPAÇÃO





                                                 Sergio Miguel Souza da Costa

Quando se fala em ocupação, lembramos pessoas invadindo locais privados ou públicos. Mas o que representa uma ocupação? Representa simplesmente que “o local é nosso”, ou deveria de ser nosso por direitos vários. 

No caso desta greve dos Correios, a qual começou no dia 17 de agosto, com assembléia geral para decidir, que teve 100% de votos a favor (dia que lembra a Revolução Russa, em outubro de 1917) e também começou forte com todos Estados brasileiros aderindo ao movimento paredista, com ocupação no maior centro dos Correios da América Latina, o Complexo de Triagem e Distribuição, o de Indaiatuba, localizado em São Paulo, a qual resistiu por 5 dias, com os trabalhadores acorrentando-se nos portões da empresa, e só não resistiram mais, porque a policia fascista recebeu ordem deste governo fascistoide de Bolsonaro, do presidente da empresa, general Floriano Peixoto,  de retirada dos mesmos à força, usando a Polícia de Choque com centenas de viaturas armadas até os dentes, gás lacrimogênio, balas de borracha, spray de pimenta, cacetetes, cachorros treinados, e gorilas vestindo fardas, um aparato total de guerra. Tudo isto, frente a simples trabalhadores desarmados e lutando por seus empregos, seu sustento e de sua família. 

Em Brasília, na agência do aeroporto, e seguidas desocupações, como em Feira de Santana, na Bahia, em que os trabalhadores já haviam entrado em greve há 26 dias antes do início da greve nacional, e tiveram seus contracheques zerados, tendo de fazer campanha de fundo de greve. 

A greve dos Correios é um exemplo de luta onde, na maioria dos casos houve o “transbordamento das lideranças”, ou seja, a grande massa trabalhadora passou por cima de muitos líderes sindicalistas que há muito estavam “travando” as greves, como aconteceu com um tal de “Divisa” da FINDECT de São Paulo, do PC do b, e vários da FENTECT do Rio de Janeiro e Brasília, do PT; não são todas as lideranças, mas a maioria. 

Lideranças que há mais de 30 anos estavam “encasteladas” nos  sindicatos foram “obrigadas" a saírem em greve, por outro lado, pois a retirada de mais de 70 direitos, pelo TST, conquistados através de anos de duras lutas pela categoria, mais a ameaça de privatização da empresa, tornou “impossível” não fazer esta greve de “resistência”.

Seguimos sozinhos na greve, pois a direção nacional dos bancários, parece que se venderam por um prato de "lentilhas”, aceitando o “pacote" dos banqueiros. Fazer o que? 

A “liderança nacional” da Petrobrás parece que vai pelo mesmo caminho, junto com a liderança dos metalúrgicos, e esperávamos que viessem nos “ajudar”, o que abriria a perspectiva de uma greve geral política para a derrubada do governo Bolsonaro. 

Pois, do que trata não é de uma simples greve “sindical”. Se todos entrássemos juntos, em uma “frente única de greve geral política”, este governo facistoide não resistiria muito tempo certamente. Faríamos um congresso nacional de trabalhadores de todas as empresas em luta para tirar um plano de lutas, e exigir um salário digno ao sustento do trabalhador e de sua família, além das demais necessidades mais sentidas e na perspectiva da luta por um governo dos trabalhadores.

A greve dos Correios, já atingindo o seu vigésimo dia continua por tempo indeterminado, com “alternadas” e "imprevisíveis” ocupações, e por conta da “massa trabalhadora”, pois se dependesse de alguns sindicalistas ou das duas federações, é tudo muito "difícil”; mas é o que deveria ser feito para dizer, “Esta empresa tem dono, somos nós trabalhadores”.

A greve continua, até a vitória, sempre.

 

-Fora Bolsonaro, General Floriano Peixoto (presidente da empresa).e sua catrefa.   

- Trabalhadores no poder, na cidade e no campo.

- Por uma América Latina Socialista.