quinta-feira, 5 de agosto de 2021

POR UMA NOVA FIARI, considerações em relação ao Manifesto

 


GUILHERME GIORDANO

Bem, considero louvável a iniciativa dos companheir@s por uma Nova FIARI, e demonstra que este debate da 'independência da arte para a revolução e a revolução para independência definitiva da arte" faz ascender ou reascender o fervor revolucionário, no mundo todo.

Em relação ao suposto "avanço da extrema-direita": A premissa histórica do Manifesto Comunista de 1848 "A história da humanidade tem sido até nossos dias a história da luta de classes" é que ajuda a explicar o acirramento da luta de classes no mundo inteiro nos marcos de uma política colaboracionista que domina na maioria da esquerda que estabeleceu como estratégia política "governar", ou seja, se dispor a ser o "executivo dos negócios da burguesia" e nessas condições, não se diferenciando da política dos partidos burgueses, inclusive dos de direita. 

Aliás, foi esse colaboracionismo que pavimentou o caminho para o golpe de estado de 2016 e o posterior governo Bolsonaro. A frente ampla que está sendo organizada no Brasil, a qual já cumpre, embora em condições muito mais precárias que os 16 anos de governos do PT, uma política de contenção das massas (a pandemia serve inclusive como pretexto) tem no horizonte essa falsa caracterização do suposto "avanço da extrema-direita". 

Os atos do dia 29 de maio, do dia 19 de junho jogaram por terra essa perspectiva. Enquanto o bolsonarismo definha nas suas motociatas de milicianos, as massas convocadas um pouco tardiamente e semi-contidas pela política de adiar tudo para as eleições de 2022, em nome dessa frente ampla, multiplicaram sua presença nas ruas do dia 29M ao 19J. 

A confusão semeada pela esquerda em torno do lulismo é gritante, com suas duas alternativas de saídas por dentro do regime político burguês em decomposição apresentadas: 1) adiar tudo para as eleições de 2022, com a estratégia política escancarada na CPI da pandemia no Senado Federal de "sangrar e desidratar o governo Bolsonaro"; ou, 2) na pior das condições, acionar o impeachment (dezenas de pedidos já foram protocolados) de Bolsonaro e aceitar a sua substituição pelo seu vice Mourão.
A vontade expressa nas ruas pelas massas é de varrer com Bolsonaro/Mourão e o conjunto do regime político. 

Por isso, a palavra-de-ordem FORA BOLSONARO/MOURÃO E O CONJUNTO DO REGIME CORRUPTO segue tão somente esta tendência. Mais de MEIO MILHÃO de mortos! A rebelião está latente no seio das massas e o Brasil passará logo logo a ser o epicentro dessa tendência já expressa em outros países, como nos últimos casos do Chile, Colômbia, Peru.