No dia 07/08 estaremos entrevistando a jornalista Luara Wandelli Loth, autora do livro SEPULTURA DE PALAVRAS PARA OS DESAPARECIDOS, que narra a situação dos familiares de milhares de desaparecidos no Estado de Guerrero, México, que se converteram em "buscadores", aqueles que passaram a ter como um dos principais motivos de estarem vivos, senão o único motivo, a busca permanente dos corpos de seus entes queridos.
A jornalista, motivada pelo desaparecimento dos 43 normalistas de Ayotzinapa, em 2014, que acabou impelindo uma campanha internacional dos seus familiares VIVOS OS LEVARAM, VIVOS OS QUEREMOS, e que o agrupamento TRIBUNA CLASSISTA, na época se incorporou junto às demais organizações e partidos da esquerda mundial, decidiu conviver com a situação daquelas famílias por alguns mesess, e no seu livro narrou uma CONDIÇÃO HUMANA beirando ao sofrimento insuportável, aonde os "buscadores" chegam ao extremo de obter uma satisfação no encontro com ossos, crânios, etc. que sobraram dos corpos daquelas pessoas tão caras pra elas quando estavam com vida.
A discussão dessa situação de um país que existe geograficamente nas barbas do imperialismo norteamericano nos remete a uma história revolucionária, desde as revoluções camponesas dirigidas por Pancho Villa e Emiliano Zapata, passando pelo chamado período de nacionalismo revolucionário de Lázaro Cardenas, o exílio e o considerado por muitos como o maior ato contrarrevolucionário do século passado, que foi o assassinato pelo stalinismo de León Trótsky, junto com Lênin, os principais dirigentes da Revolução de Outubro de 1917, na Rússia. Um México Rebelde retratado pelo jornalista norteamericano John Reed.
Enfim, a importância dessa discussão e da obra de Luara Wandelli Loth se dá na medida em que é necessário buscar nas profundezas da situação de sofrimento do proletariado latinoamericano para entender e construir um programa de transformação social e política de todo o continente, na defesa da Unidade Socialista dos trabalhadores da América Latina.
