quinta-feira, 19 de agosto de 2021

A "GREVE GERAL" DOS SERVIDORES PÚBLICOS CONTRA A PEC32-REFORMA ADMINISTRATIVA, NO DIA 18/08

Vide link:

https://www.youtube.com/watch?v=JnizwzsQct0 



GUILHERME GIORDANO

A política da CUT e das demais centrais sindicais ficou escancarada 

Nos marcos de um avanço da crise mundial capitalista, que se expressa em forma de crises políticas de governos e de desmoranamento de regimes inteiros, de um dia para o outro, como nesse momento se encontra o Afeganistão, com a tomada do poder político pelo TALIBÃ, depois do imperialismo norte-americano ter batido em retirada, e aprofundamento de crise de governo e de regime político, no Brasil, foi convocada pelas centrais sindicais a Greve Geral  dos servidores públicos federais, estaduais e municipais para o dia 18/08 contra a PEC/32-Reforma Admistrativa.

O "preparativo" dessa greve teve seu ápice no Encontro Nacional dos servidores públicos das três esferas do estado convocado por suas entidades nacionais e que contou na mesa de abertura com partidos políticos que funcionam como verdadeiras legendas de aluguel da burguesia, como o PODEMOS, que ocupou o espaço para afirmar que é a favor da Reforma Administrativa, mas que pontualmente estava contra a PEC/32. Explique quem puder!

No interior do Congresso Nacional está ocorrendo uma CPI da pandemia que tem como propósito garantir com que Bolsonaro governe até o final do seu mandato com o funcionamento da Frente Ampla na prática promovendo o fustigamento do governo, no espírito de "sangra-lo", "desidrata-lo" visando as eleições de 2022.

Concomitantemente, este mesmo Congresso Nacional com maioria do Centrão vai promovendo ataques dos mais brutais aos trabalhadores, como a privatização dos Correios e da Eletrobrás, as Reformas Trabalhista, Administrativa e Tributária, o avanço das terceirizações, em consonância com o governo Bolsonaro, etc.

No dia 18/08, o faz de conta daqueles que dirigem a maioria dos sindicatos no país ficou escancarado. Até mesmo a palavra-de-ordem de FORA BOLSONARO, através do impeachment defendido por eles vai ficando sem efeito nenhum.

Tiraram uma campanha em decorrência dessa política de seguidismo a um setor da burguesia que tem como palavra-de-ordem "SE VOTAR NÃO VOLTA", quer dizer, convocaram uma GREVE GERAL de mentirinha dos servidores das 3 esferas, que na verdade constitui-se em um aborto do que deveria ser realmente uma GREVE GERAL da categoria, para no final das contas revelarem qual a sua verdadeira estratégia política, a saber: MANTER A GOVERNABILIDADE DE BOLSONARO, E ADIAR TUDO PARA O ANO QUE VEM NAS ELEIÇÕES.

Os atos ultraminoritários no final do dia tiveram a função de escamotear um fracasso completo da cúpula da CUT e das demais centrais.

Se comparados com os atos anteriores do FORA BOLSONARO foram um verdadeiro fiasco.

Se por um lado revelou-se uma política deliberada de ADIAR TUDO PRO ANO QUE VEM NUMA POLÍTICA ELEITOREIRA, por outro lado também expressa a total impotência dessa burocracia em organizar uma mobilização, PELOS COMPROMISSOS ASSUMIDOS ANTERIORMENTE E PELO PAPEL QUE ESTÁ SENDO OBRIGADA A CUMPRIR, DE SUSTENTAÇÃO DO REGIME POLÍTICO.

A política de Frente Popular e sua função histórica volta a emergir como uma necessidade extrema do regime político burguês. O regime político começa a deslocar seu eixo de sustentação novamente na política de Frente Popular capitaneada pelo lulismo. Ou seja, o eixo de gravidade do regime político começa gradativamente a se deslocar para a Frente Popular na forma da Frente Ampla, apregoada por todos os partidos da centro-esquerda, do PT ao PSOL. 

Sua função de dar sustentação ao regime político já está sendo cumprida, garantindo de maneira escamoteada a governabilidade de Bolsonaro. Lula, após o 24J, na Rede Bandeirantes, deu uma entrevista dizendo que vai DISCUTIR A CORRUPÇÃO NAS ELEIÇÕES DO ANO QUE VEM, ou seja, deu um sinal claro que a burocracia preparava-se para CONTER O ÍMPETO das mobilizações pelo FORA BOLSONARO.

A Live ocorrida no dia 18/08 entre a cúpula das centrais sindicais que convocaram a "Greve Geral" dos servidores públicos das três esferas do estado, com a presença da CUT e da CSP/CONLUTAS, representada pelo PSTU, nesse sentido, foi reveladora. O pano de fundo do programa e da política da burocracia oficial e da sua perna esquerda é GOVERNAR, ou seja, administrar o condomínio falido do  capitalismo mundial.