domingo, 17 de maio de 2020

EM DEFESA DOS BANCÁRIOS DA CEF QUE ESTÃO SENDO ESFOLADOS VIVOS PELO GOVERNO CORRUPTO DE BOLSONARO

TRIBUNA BANCÁRIA 
Oposições bancárias em Porto Alegre, Litoral norte gaúcho e Brasília


PARAR O MASSACRE CONTRA OS BANCÁRIOS DA CEF 
E O CONJUNTO DA CATEGORIA






Pensem como se sentiram os 12 bancários da Caixa Econômica Federal morrendo de Covid-19 adquiridas nas suas agências onde trabalhavam, pensem como os milhares de seus colegas que enfrentam este risco quase diariamente se sentem e quando chegam em casa depois da frente de batalha não sabem se estão trazendo o vírus para suas famílias.

Os bancários da CEF estão sofrendo de exaustão, temem se contaminar e recebem ameaças. Forçados a trabalharem 14 horas por dia, quando o correto é trabalhar 6 horas diárias, no máximo, nem sequer são fornecidos para a maioria os equipamentos de proteção individual. Só são autorizados 15 minutos para o almoço. A jornada de trabalho se estende das 06:30 às 20:00 horas.

Enquanto isto, mais de 50 milhões de trabalhadores amanhecem nas filas intermináveis, que duram horas, e ainda por conta de falhas do sistema as vezes precisam ir nas agências da CEF varias vezes, com condições econômicas precarizadas, esperando receber 3 parcelas de míseros R$ 600,00 mensais. Estão também correndo o risco de contraírem o coronavirus.

Esta é mais uma triste história do Governo Bolsonaro que se inicia quando o Ministro da Economia Paulo Guedes indica para a Presidência da Caixa Econômica Federal o sr. Pedro Guimarães que já havia trabalhado com Guedes e é um privatista de formação. Foi traçado então um plano de privatização da CEF, já a partir de 2019, que parou temporariamente com o surgimento da Pandemia do coronavírus.

Após ser aberta uma discussão sobre um auxílio emergencial entre o Governo Bolsonaro que queria que fosse de R$ 200,00 e o Congresso Nacional, prevaleceu os insuficientes R$ 600,00. Nós do Agrupamento Tribuna Classista sempre defendemos o valor mínimo de R$ 5.000,00 mensais para todos os trabalhadores informais.

O universo inicial de pessoas com direito ao auxílio era de mais de 90 milhões de trabalhadores, mas o sistema de autorização do Governo Federal baixou para 50 milhões, deixando quase a metade dos trabalhadores de fora. Bolsonaro vetou a ampliação do benefício para profissionais informais que não estão inscritos no Cadastro Único. Com isso, mais de 50 categorias de trabalhadores informais de baixa renda ficaram sem receber o dinheiro. 

O Governo Bolsonaro junto com a presidência da CEF arquitetaram um plano contra a população de mais de 90 milhões de trabalhadores, contra os bancários da Caixa Federal e contra o Banco como instituição pública.

A não descentralização do pagamento do auxílio emergencial para outros bancos e a utilização de um sistema não apropriado de cadastramento criou condições para formação de filas enormes e aglomerações totalmente desnecessárias, não deu as mínimas condições seguras para os bancários da CEF, não respeitou as pessoas nas filas, faz os bancários trabalharem nos seus limites. Com todos esses fatores e outros mais está se criando um clima totalmente perverso de jogar a população contra os bancários da CEF, em plena Pandemia.

O Governo Bolsonaro também neste assunto começa a entrar em contradições internas, o Ministério da Cidadania foi obrigado a informar que 190.000 militares da ativa ilegalmente receberam o auxílio emergencial num montante total de R$ 114 milhões. O Ministério da Defesa abriu processo, Bolsonaro acusou os recrutas de cometerem a fraude; no final com todo esse mal-estar no Governo, o TCU deu uma aliviada e decretou que foram 73.000 militares da ativa e eles devem devolver o dinheiro.

O  Ministro da Economia, Paulo Guedes teve que correr para minimizar os efeitos da fala do secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, que disse que o auxílio de R$600 poderia ser mantido após o fim da pandemia. O secretário Carlos da Costa disse, durante transmissão ao vivo promovida pelo banco BTG Pactual, que o auxílio emergencial poderia ser mantido após os três meses previsto em lei. “Não podemos virar a chave e desligar tudo de uma hora para outra”, disse o secretário ao se referir à possibilidade de manter o auxílio emergencial no segundo semestre de 2020. De acordo com o secretário, o auxílio de R$600 é uma espécie de Imposto de Renda negativo, em que os cidadãos abaixo de determinado nível de renda recebem devolução do governo, em vez de pagarem impostos. Paulo Guedes disse que o secretario estava “meio estonteado” quando deu esta declaração e que o auxilio é só para 3 meses.

Enquanto isto vigora a falta de planejamento e irresponsabilidade por parte do governo, porque não  estão  sendo cumpridos os protocolos para proteção à saúde dos trabalhadores e da população.

Dezenas de agências da Caixa Econômica Federal precisaram ser fechadas por suspeitas de contaminação de bancários pela Covid-19. Em Sergipe, vários casos confirmados de empregados infectados pelo coronavírus foram registrados.

Lamentavelmente, os trabalhadores da CEF — assim como a população — são vítimas da má-fé e da irresponsabilidade do governo. Não houve planejamento nem ampla e efetiva campanha de informação à sociedade sobre o auxílio emergencial. A centralização do pagamento do benefício nas agências da Caixa provocou o que estamos vendo desde o início da pandemia: filas e aglomerações em diversas unidades do banco, colocando em risco a saúde de mais de 50 milhões de beneficiários e de aproximadamente 50 mil trabalhadores da CEF que estão à frente do atendimento à população .

Devemos lembrar que a categoria bancária nos últimos anos é uma das mais atingidas por problemas psiquiátricos, dadas as suas exaustivas condições de trabalho, e o Governo Bolsonaro impôs o limite do limite. Agora, o plano é literalmente matar bancários.

Somos contra mais este genocídio que está em marcha. No Brasil já estamos atingindo mais de 16.000 pessoas mortas pelo Covid-19.

A clara intenção de provocar uma tragédia, jogando a população e a mídia contra os bancários da CEF, para depois da Pandemia privatiza-la por valores baixíssimos é um ato criminoso.

Já foi provado, pelas próprias discussões internas no Governo que é possível pagar um auxílio emergencial muito maior que o atual e num período muito mais amplo que os 3 meses.

É preciso que a CUT, a CSP-Conlutas e a Intersindical - Instrumento de Luta e Organização entrem nesta luta para valer, imediatamente.

É preciso que a classe trabalhadora construa urgentemente para fazer frente a todas essas mazelas do sistema capitalista, um Partido Operário Socialista Revolucionário, para tomar o poder político da burguesia.