sexta-feira, 26 de março de 2021

Por uma segunda conferência da América Latina e dos Estados Unidos

 Publicamos aqui artigo extraído e traduzido do site prensaobrera.com pelo Partido Obrero da Argentina.







Texto do Grupo de Ação Revolucionária do México.

Aos camaradas do Partido Obrero

Aos camaradas da Frente de Esquerda e da Unidade dos Trabalhadores da Argentina

Às organizações revolucionárias da América Latina que participam da primeira Conferência Latino-americana

 

A luta pela derrubada do capitalismo e pelo estabelecimento do socialismo são eventos internacionalistas devido à mesma necessidade imposta pela realidade. A crise econômica global agravada pela pandemia global do vírus SARS-CoV-2 são exemplos claros de como a decadência capitalista é um fato global. Portanto, a ação consciente e revolucionária do proletariado para superar o regime da burguesia deve ser da mesma magnitude: internacional. É por isso que qualquer construção que apoie a organização revolucionária mundial do proletariado deve ser apoiada pelo Grupo de Ação Revolucionária. É para nós uma questão de princípio.

Devemos acrescentar também as particularidades que ocorrem na América Latina devido à subjugação do imperialismo. A crise do capital tem sua face mais nítida na realidade da população trabalhadora e oprimida desta região. A possibilidade de os governos latino-americanos conseguirem superar a crise é quase nula, o que gerará desemprego, falências fiscais, maior endividamento e, no longo prazo, maior opressão. Por outro lado, uma das piores faces da crise de saúde causada pela Covid-19 é vista nesta parte do mundo. O Brasil e o México ocupam o segundo e o terceiro lugar em todo o mundo em números cumulativos de mortalidade. Mas as devastações também foram sentidas no Peru, Argentina, Equador e Chile, apenas para citar alguns casos. Além disso, a questão é agravada porque o acesso à vacina é monopolizado pelos países imperialistas.

A primeira Conferência Latino-americana coletou uma caracterização importante da situação na região desde 2019: a tendência de aumentar as rebeliões populares como resultado da alta polarização social. As condições do início de 2021 apenas confirmam que estamos à beira de importantes mobilizações dentro da região porque as condições objetivas impostas pela crise do capitalismo já são um obstáculo ao pleno desenvolvimento dos povos da América Latina e do mundo. Portanto, o desafio das organizações revolucionárias do continente é construir um polo de independência política para a luta do proletariado na América Latina e nos Estados Unidos, que dê uma solução programática e injete uma perspectiva nas lutas cotidianas dos explorados e oprimidos, quer dizer, que proponha a necessidade de uma saída dos trabalhadores.

Uma alternativa socialista internacional é crucial na América Latina e no mundo. Porém, como conseguir isso? A Conferência Latino-americana e dos Estados Unidos convocada pelas organizações membros da Frente de Esquerda e da Unidade de Trabalhadores (FIT-U) da Argentina à qual o GAR aderiu é um caminho. Entre as conclusões mais importantes foi que a esquerda revolucionária é marginal neste momento, desde as maiores organizações na Argentina, Brasil ou Bolívia, até as organizações embrionárias em países como México, Chile e Peru.

É preciso seguir discutindo uma política de intervenção de classe nos diferentes planos da luta cotidiana, seja na luta contra os cortes salariais e a precarização do emprego, como também na luta do movimento de mulheres por conquistas democráticas como o direito à legalização do aborto seguro e gratuito. A esquerda revolucionária tem que sair de sua letargia, a barbárie capitalista nos impõe a urgência de tornarmos uma opção que coloque o socialismo e o governo dos trabalhadores como mecanismos para uma solução real para os problemas das grandes massas.

As questões levantadas aqui ainda são válidas para discussão. A articulação internacionalista precisa continuar a ser construída. Nesse sentido, desde o GAR do México, dizemos que o trabalho da Conferência Latino-Americana e dos Estados Unidos deve continuar. Seguimos a proposta do Partido Obrero de Argentina de realizar uma segunda edição. Não se deve perder a oportunidade para as organizações revolucionárias desta região continuarem construindo uma proposta organizacional que gere uma práxis que está no auge das próximas rebeliões populares, transformando seu caráter em uma verdadeira luta pelo socialismo.

Por uma saída operária e socialista!

Por um governo operário!

Pela Unidade Socialista da América Latina!

Por uma segunda Conferência Latino-americana e dos Estados Unidos!

Lutar, vencer!