quinta-feira, 25 de março de 2021

AOS DELEGADOS, OBSERVADORES, PARTIDOS E ORGANIZAÇÕES PARTICIPANTES DA PLENÁRIA DA COORDENAÇÃO DA CSP/CONLUTAS DO RIO GRANDE DO SUL

 




É nos marcos de um agravamento da crise capitalista mundial que acelerou o seu metabolismo por conta da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus, o qual desencadeou uma crise humanitária sem precedentes, e na qual o Brasil passou a ser o epicentro mundial dessa crise, perpassando a marca de mais de 3 mil mortos por dia, o que significa uma média de 2 óbitos por minuto, atingindo um total de quase 300 mil mortes, sem considerar as subnotificações, que ocorrerá a Plenária Estadual da CSP/CONLUTAS, no Rio Grande do Sul.

O governo de Eduardo Leite é o outro lado da moeda do bolsonarismo, e o único “programa” que tem é tentar insistentemente enviar a comunidade escolar para a contaminação do novo coronavírus como todos os outros governadores, sem exceção, e montar uma lista de empresas estatais gaúchas para entregar para seus amigos, que já parasitam nas mesmas historicamente, mas que agora diante da crise mundial do capitalismo não necessitam mais da intermediação estatal, e como abutres estão aguardando o leilão da CORSAN, do que restou da CEEE, BANRISUL, PROCERGS, SULGÁS E CRM.

Uma nova cepa do COVID-19 manifestou-se drasticamente em Manaus e se espalhou por todo o Estado do Amazonas e a região norte. Hoje, o país inteiro se vê assolado pela disseminação dessa nova cepa e a deliberada e criminosa falta de oxigênio, do kit de intubação, de leitos de UTI, de ambulâncias, de testes preventivos, de uma infraestrutura básica para enfrentar a pandemia, combina-se com uma política não menos criminosa em relação à vacinação em massa da população, que já sofria antes da pandemia tendo agravado este sofrimento com a inexistência de saneamento básico (grande parte da população não tem acesso sequer a água potável), com o desemprego que está batendo níveis recordes, condições precárias ou inexistentes de moradia, com aumento dos moradores de rua, por conta do aumento vertiginoso dos despejos promovidos pela mão assassina do estado capitalista garantidor da acumulação do capital através da infame especulação imobiliária, enfim do aumento da miséria crescente para a maioria, que são os trabalhadores, e por outro lado, do aumento da acumulação capitalista para um punhado de capitalistas do agronegócio, dos banqueiros, dos monopólios privados da indústria farmacêutica e laboratórios fabricantes de vacinas, da rede privada de rapina no setor de saúde (planos de saúde, hospitais e clínicas privadas, que não poderiam ter outro tratamento a não ser a sua requisição com expropriação de todo o seu patrimônio e infraestrutura que foi construída através de um parasitismo e financiamento estatal).

Os trabalhadores e suas organizações de luta devem tomar como deliberação política a construção de um Comitê Nacional independente que centralize a luta contra o genocídio promovido deliberadamente pelo governo Bolsonaro/Mourão, e pelo conjunto do regime político, que se converteu em uma superestrutura de socorro do grande capital e dos seus lucros.

Um Plano de Lutas emergencial nesse momento dos trabalhadores não pode fazer nenhuma concessão para um regime político inteiro de genocidas que não possui outra coisa a oferecer senão as valas coletivas comuns, os containers e caminhões frigoríficos para empilhar nossos mortos, e em muitos casos, como em Brasília, em plena capital do país, corpos enrolados em lençóis jogados nos corredores dos hospitais.

A burguesia, por um lado, comemora o novo Marco do Gás com a quebra do monopólio estatal da Petrobrás e o novo Marco do Saneamento básico que permitirá o investimento do capital privado nacional e internacional nos dois setores, buscando uma saída para o capital, em detrimento dos interesses dos trabalhadores.

Por outro lado, há 30 anos do nascimento do MERCOSUL, a tentativa de unificação por parte dos de cima através do livre-comércio e da suposta intenção de se opor aos interesses do imperialismo é um completo fracasso, diante de burguesias totalmente submissas e que se dispõe a serem no máximo sócias ultraminoritárias e serviçais do grande capital internacional. Somente a luta pela UNIDADE SOCIALISTA DA AMÉRICA LATINA pode dar uma saída progressiva para os povos oprimidos do continente.

Nesse sentido fazemos um chamado aos participantes desta Plenária Estadual da CSP/CONLUTAS a se incorporarem às discussões da necessidade urgente do chamado do Partido Obrero da Argentina pela realização da II Conferência Latinoamericana e dos EUA que visa canalizar e centralizar as rebeliões em curso continental dos trabalhadores baseado numa estratégia socialista de luta por governos de trabalhadores.

O governo genocida de Bolsonaro/Mourão acaba de aprovar no antro de bolsonaristas e colaboradores do bolsonarismo, que é o Congresso Nacional, 22% do orçamento nacional para o ano de 2021 destinado para as forças armadas, demonstrando que a saúde da população nesse momento crucial não possui nenhum valor frente aos aparatos parasitários de repressão. Essa é uma medida que visa preventivamente assegurar a repressão estatal contra a enorme insatisfação dos trabalhadores que estão perdendo seus familiares em uma situação insuportável e uma tendência latente de rebelião popular.

Para aprovar um miserável “auxílio emergencial”, o governo com a cumplicidade do Congresso Nacional aprovou uma PEC vinculando esta medida que é um verdadeiro deboche com aqueles milhões de trabalhadores que estão sofrendo na rua da  amargura com o desemprego, subemprego, etc. com um brutal ataque às condições de vida da maioria dos servidores públicos federais, estaduais e municipais, que assistirão derreter o seu poder aquisitivo com um congelamento salarial previsto para daqui a 15 anos.

Como se não bastasse, o pinochetista Paulo Guedes prepara medidas mais monstruosas ainda como encaminhamento definitivo do fim do seguro-desemprego, benefício esse que deveria ser ampliado numa escala geométrica frente ao aumento vertiginoso do número de desempregados no país.

 A famigerada Carta dos economistas e banqueiros, a absolvição de Lula, as propostas que aparecem de pacto social, como a do ex-presidente golpista Temer, e por outro lado um governo que possui como maior preocupação a proteção de seus membros (como do mais recente ex-ministro da Saúde, Pazzuelo, que está sofrendo processo por ação criminosa frente à pandemia) e familiares para livrá-los da cadeia, perante um quadro de tragédia humanitária que assola todo o país, são indícios de que o governo genocida de Bolsonaro está vivendo os seus estertores, e que só conseguirá respirar e terminar o seu mandato com a colaboração daqueles que dizem falar em nome dos trabalhadores. É um governo na corda bamba que está comendo na mão do Centrão, por enquanto, o qual já enfrenta no seu interior uma crise da “governabilidade” de Bolsonaro.

Propomos como resolução política desta Plenária Estadual a aprovação de um indicativo para os sindicatos de bases em todo o país da realização de um Congresso de bases dos trabalhadores da cidade e do campo com delegados eleitos nos locais de trabalho, moradia e estudo, visando colocar as organizações operárias e populares em um processo de deliberação política que parta de um programa em defesa das nossas necessidades mais prementes a começar contra o genocídio em curso no país provocado pelo governo genocida de Bolsonaro/Mourão frente à pandemia e de um Plano de Lutas que coloque na ordem do dia a GREVE GERAL para colocar abaixo um governo e todo um regime político de genocidas para lutar por um governo próprio da classe trabalhadora, pela vida, e não pelo lucro.

 

AGRUPAMENTO TRIBUNA CLASSISTA