sábado, 22 de janeiro de 2022

ASSEMBLEIA GERAL CONVOCADA PELO SINDISPREV APROVA INDICATIVO DE GREVE GERAL PARA MARÇO


 Ocorreu nesta manhã de sábado, 22/01/2022, a Assembleia Geral convocada pelo SINDISPREVRS, sindicato que representa os servidores federais, da Previdência, Sáude, Trabalho e ANVISA, de maneira híbrida (participação presencial e via on line), com mais de 70 participantes via on line na plataforma Zoom, e demais via presencial no Auditório da entidade sindical.

A pauta da Assembleia era INDICATIVO DE GREVE GERAL DE TODOS OS SERVIDORES FEDERAIS, na medida em que o governo federal enviou para o Congresso Nacional aprovar no orçamento federal apenas reajuste para a polícia federal, polícia rodoviária federal e os agentes do sistema penitenciário, forças do aparato repressivo do estado e que são a base social de recrutamento do bolsonarismo.

O Agrupamento Tribuna Classista fez uma caracterização da crise capitalista mundial quando nem bem se davam sinais de fechamento da crise aberta em 2007/2008 pelo estouro da bolha imobiliária norte-americana, com a quebra do Lehman Brothers, veio o advento da pandemia, provocada pela relação da exploração predatória da natureza realizada pelo sistema capitalista, a qual se converteu em mais um combustível da crise que se manifesta nas tendências de conflito bélico entre o imperialismo norte-americano e a China, agora acrescido com a ameaça da OTAN e desse mesmo imperialismo em invadir a Ucrânia na tentativa de ocupar uma posição geo-política no Leste Europeu. No Brasil, essa crise se manifesta na tendência de uma explosão hiperinflacionária, já tendo a inflação atingido a casa dos dois dígitos combinada com uma tendência recessiva da economia mundial, com a iminente desaceleração da economia chinesa, e de uma chamada desestimulação da economia norte-americana através da volta do aumento dos juros. O recentemente todo poderoso titular da pasta da Economia, Paulo Guedes, na sua queda de braços com Bolsonaro e no interior do governo, perdeu até mesmo o controle do orçamento federal, que foi transferido para o titular da Casa Civil, Cyro Nogueira, chefe da máfia do Centrão. Em relação às mobilizações que aconteceram em 2021 pelo Fora Bolsonaro, frente à morte de mais de 600 mil pessoas, causadas pela política genocida do seu governo, aumento da miséria, do desemprego, etc. o ATC fez uma caracterização de que além das principais organizações de massa do país, não terem feito praticamente nada para que se incorporassem cada vez um contingente maior nas manifestações de rua, converteram-se em principais sustentáculos da agenda imposta pela burguesia de antecipação do calendário eleitoral quando faltavam mais de ano para as eleições. O ATC, nesse sentido, explicou que a famigerada PEC da morte, convertida em Emenda Constitucional 95, que limitava o teto dos gastos públicos em saúde, educação, etc. e salários foi por água abaixo. Primeiro, através do próprio governo federal que concedeu a reposição do INPC de 10,16% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, e já havia aberto as torneiras para a sua base parlamentar no Congresso Nacional, o famigerado Centrão; agora, as prefeituras e governo estaduais começaram na política de "vão-se os anéis, ficam-se os dedos"a conceder a reposição integral do INPC. Isso ocorre não somente pelo fato de que é um ano eleitoral (a burguesia já admite que atravessa uma etapa de incertezas, por essas características), mas principalmente pelo medo da mesma e seus governos de plantão em enfrentarem uma onda de mobilizações e greves que fujam ao controle do regime político. Por isso fizemos a defesa da GREVE GERAL dos servidores públicos federais e do conjunto da classe trabalhadora não somente para irmos em busca das nossas reivindicações e necessidades mais prementes, mas para uma luta política de fundo contra o governo Bolsonaro, contra as consequências sociais desse governo e do conjunto do regime político. Defendemos portanto a mobilização das massas pela derrubada do governo Bolsonaro/Mourão e de todo esse regime político na perspectiva da luta por um Governo dos trabalhadores da Cidade e do Campo e pelo Socialismo. O dirigente do SINDISPREVRS, José Campos, nos interpelou afirmando que agora a luta é só pela questão do salário mesmo, ou seja, o velho e conhecido economicismo com abstencionismo da luta política. 

Foi aprovado por último o indicativo de greve por tempo indeterminado para o início do mês de março e a moção de defesa da absolvição dos companheiros César Arakaki e Daniel Ruiz na Argentina, se incorporando assim à Campanha Internacional em defesa dos companheiros..