quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Fora bolsonaristas das atividades realizadas pela esquerda operária independente em toda a América Latina!

 


Artigo extraído do site do jornal prensaobrera.com, publicado pelo Partido Obrero da Argentina

Importante atividade conjunta do PO com o PR do Brasil ... apesar dos ataques Bolsonaristas

A luta pelo direito ao aborto em ambos os lados da fronteira

                                                                                                                    Por Rosalia Rodas

No domingo, dia 21/02, conversamos com os camaradas da Politica Revolucionaria RJ, um reagrupamento de trabalhadores que vem debatendo com o Partido Obrero da Argentina, no marco dos debates da Conferência Latino-Americana e dos Estados Unidos. A palestra foi sobre a luta das mulheres e as diversidades na Argentina e os pontos de contato com as lutas das mulheres em todo o continente.

A atividade contou com a presença de ativistas de diversas áreas do Brasil, além de duas companheiras da República Dominicana, o que mostra o interesse de todo um setor de ativistas do continente em discutir uma solução conjunta para a crise social, política e econômica que os capitalistas procuram descarregar sobre a classe trabalhadora em nossos respectivos países.

Bolsonaristas nervosos

Assim que começou a conversa (que aconteceu via Meet), sofremos o ataque de um grupo de trolls bolsonaristas que se infiltraram. Passaram a transmitir vídeos de Bolsonaro, áudios musicais estridentes e até imagens pornográficas, com o claro objetivo de evitar a conversa. Saímos rapidamente do link e reconvocamos para outro aplicativo. Foi assim que pudemos ter um importante debate entre as organizações sobre como nos organizamos para enfrentar os diferentes tipos de violência que se abatem sobre nós, mulheres trabalhadoras.

Da Argentina, compartilhamos com as companheiras algumas conclusões sobre o processo de luta pela legalização do aborto que o movimento argentino das mulheres e diversidades desenvolveu, bem como a luta atual contra o feminicídio, que toma a vida de uma mulher a cada dia. Acima de tudo, no que diz respeito à responsabilidade do Estado pela violência de gênero. Foi chocante saber como na República Dominicana e no Brasil, as mulheres também são violadas e revitimizadas nas delegacias e na justiça. Também trocamos ideias sobre as enormes lutas das mulheres desempregadas e precárias, que ao longo de 2020 se mobilizaram contra o governo de Alberto Fernández, expondo sua política de fome, ajuste e repressão. Falamos de Guernica, desde o sindicato dos trabalhadores domésticos e até mesmo da grande marcha da última quinta-feira 18/02, que colocou mais de 100 mil pessoas nas ruas de todo o país, todos processos que têm a mulher com papel fundamental. Os companheiros trouxeram suas experiências de luta em cada um de seus países contra os governos de plantão, mas também contra o Estado e seus valiosos aliados: a Igreja Católica e a Evangélica.

Com este breve resumo, não nos surpreendemos com o ataque pueril dos bolsonaristas e sua tentativa de boicotar essa atividade. É que esses setores reacionários sabem que se as mulheres e a classe trabalhadora como um todo se organizarem, podemos derrotá-los. Por isso desenvolvem todo tipo de manobras, mesmo as mais brutais, contra nossa organização, como este ataque virtual a uma palestra internacional do Partido Obrero de Argentina e da Politica Revolucionaria RJ do Brasil. Apesar deles, a conversa foi muito frutífera e levantou a moral e até discutimos possíveis ações comuns para o próximo dia 8 de março. Ações grosseiras e covardes como essas apenas mostram que estamos no caminho certo. Porém, não queremos deixa de alertar ao conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras da América Latina sobre as tendências fascistoides de grupos como este e chamamos a redobrar os esforços de luta contra eles e o regime que defendem.