sexta-feira, 10 de julho de 2020

SENADO APROVA PRIVATIZAÇÃO DA ÁGUA



ARTIGAS ALVEZ


Pela nacionalização dos recursos naturais sob controle dos trabalhadores

As privatizações são uma imposição do imperialismo norte-americano e do capital financeiro como o FMI e o Banco Mundial, como parte da crise do sistema capitalista mundial.

 A defesa feita contra as privatizações não pode se limitar a que o Estado não abdique da participação em setores da economia que são de interesse público fundamental, sob o risco de privar a população carente de receber recursos básicos, como água, energia elétrica, entre outros, mas deve se dar na luta para colocar as empresas estatais sob controle dos trabalhadores.

 Para Marcos Montenegro, engenheiro e coordenador do Observatório dos Direitos à Água e ao Saneamento (ondas), os parlamentares utilizaram-se de mazelas reais – hoje, 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada e quase metade não tem esgoto tratado – para beneficiar setores privados.

 “Nós já estamos em uma situação difícil, que vai se agravar com os problemas sociais que a pandemia está colocando, de modo emergencial. Vai aumentar a população pobre, vão aumentar as diferenças sociais, a concentração de renda vai aumentar. A solução apontada para isso é a transformação da água em mercadoria, trazer para o setor de saneamento o motor da extração do lucro.” 

 O especialista ressalta que a troca de investimento público por investimento privado no setor de saneamento básico tem como consequência prática e imediata o aumento das tarifas para a população. Ele cita o exemplo dos Estados Unidos, onde as empresas privadas do setor praticam taxas até 58% mais caras do que as empresas públicas.

 Montenegro também destaca o exemplo de Paris que fez a tentativa de entregar os serviços de água e esgoto nas mãos do capital privado e teve que voltar atrás – hoje, devolvido à gestão do município, o modelo da capital francesa é referência mundial.

“Estamos aqui na contramão da tendência em vários aspectos, porque nós estamos vivendo uma situação de pandemia e agravamento da crise econômica e, ao mesmo tempo, apostando em saídas neoliberais. É triste ver essa situação que estamos vivendo, mas, infelizmente, não podemos esperar nada de um governo como o governo Bolsonaro”, afirma o engenheiro.

Ele aponta que é bem possível que a tendência de aumento nas tarifas chegue acompanhada do desabastecimento das populações pobres. “Essa é uma tendência que se pode esperar: o aumento do custo das tarifas e o aumento, portanto, da exclusão social, fazendo com que a população pobre vá buscar, como alternativa a uma água que não pode pagar, uma água de qualidade duvidosa ou uma água de nenhuma qualidade, que vai ter impacto direto sobre sua saúde”.

Atualmente, na maior parte dos municípios é o Estado quem cuida da rede de água e esgoto, mas o acesso a esses serviços ainda é bastante limitado no país e o nível de investimentos no setor é muito baixo.

 Metade da população (mais de 100 milhões de pessoas) não tem acesso a sistema de esgoto, enquanto 16% (quase 35 milhões) não tem acesso à água tratada, segundo dados de 2018 do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento).

 Só 6% das cidades são atendidas pela iniciativa privada. Nas outras 94%, o serviço é feito por companhias estaduais ou municipais, com ajuda do governo federal. Apesar dessa diferença, as empresas privadas respondem por 20% de todo investimento no setor.

 Na nossa compreensão, a privatização da água significa permitir que grandes grupos econômicos, que atuam tanto no agronegócio, setor elétrico, mineração e saneamento, como Ambev, Vale, Suez, Coca-Cola, BTG Pactual, Itaú, AEGEA, BRK Ambiental, controlem e se apropriem de forma privada dos rios e das águas subterrâneas do Brasil, por meio do que eles chamam de “negociação sobre o direito de usos das reservas disponíveis de água”.

 Com tudo isso relatado você acha que as privatizações vão retornar para a população em benefício? Pelo contrário só vai beneficiar o grande capitalista na sua peregrinação pelo lucro para um punhado de capitalistas.

  A estatização é também chamada de nacionalização, como é definido o processo que visa criar uma espécie de monopólio do Estado no que diz respeito à exploração dos recursos naturais.

A estatização também é o termo que define o processo de aquisição por parte do Estado de empresas do setor privado ou de setores inteiros da economia de um país.

 Este modelo permite ao país ter maior controle sobre a economia interna, e também defende os interesses nacionais em detrimento do avanço dos interesses estrangeiros.

 O fato é que com num processo de estatização realmente grande, o setor público pode se tornar extremamente presente nas ações da economia de um país, o que pode incomodar setores da iniciativa privada.

 Além de considerar um mito a ideia de que a iniciativa privada é mais eficiente do que o Estado e que por isso deveria herdar a maior parte do patrimônio público brasileiro, significando na prática uma “doação” de empresas públicas a grupos privados – normalmente grupos “amigos” dos governantes que conduzem as privatizações.

 Enfim, agora você já sabe exatamente o que é a privatização e também a estatização, e podendo também, entender melhor a fala da maior parte dos senadores.

 Mas, os limites do estatismo se dão pelo caráter de classe. A mesma classe dominante que utilizou as empresas estatais para o seu financiamento histórico, agora é obrigada a se desvencilhar da intermediação do Estado frente à crise monumental do capitalismo mundial, como uma exigência do imperialismo.

 Este Estado que se diz democrático é usurpador de todos os direitos dos trabalhadores, que precisa vender a sua força de trabalho quase de graça para se manter vivo.

 Entendemos que a luta contra as privatizações deve se dar na perspectiva de transição do sistema capitalista para o socialismo, na luta pelo controle operário da produção, por uma economia planificada, monopólio do comércio exterior, baseada na estratégia política de luta por um governo dos trabalhadores.

 

- NÃO À PRIVATIZAÇÃO;

- SOMOS A FAVOR DA NACIONALIZAÇÃO DE TODOS OS RECURSOS NATURAIS SOB CONTROLE DOS TRABALHADORES;

- OS CAPITALISTAS DEVEM PAGAR PELA CRISE;

- OS TRABALHADORES DEVEM TOMAR O PODER;

- PELO SOCIALISMO

 

 

PRIVATIZAÇÕES NO BRASIL POR GOVERNO DE 1990 A 2018

 

COLLOR – 1990 – 1992

 

18 empresas públicas privatizadas

- usinas e outras siderúrgicas

 

ITAMAR – 1992 – 1994

 

- Companharia Siderúrgica Nacional

- Embraer

 

FHC – 1995 – 2002

 

- Setor de telecomunicações – sistema Telebrás

- Vale do Rio Doce

- Setor energético – Eletropaulo ; Light

- Bancos – Banespa

 

LULA – 2003 – 2010

 

- Rodovias federais – BR-101; BR-381; BR-393; BR-153; BR-116; BR-376

- Hidroelétricas – Santo Antônio; Jirau

 

DILMA  - 2011- 2016

 

-  Rodovias Federais – Ponte RIO – NITEROI; BR 050; BR- 163; e OUTRAS

-  6 Aeroportos – Viracopos, Guarulhos, Confins, Galeão, Salgado Filho, Brasília

- Ferrovias

- Portos

 

TEMER – 2016 – 2018

 

- Maior pacote de privatizações

 

- 57 PRIVATIZAÇÕES, contudo mais da metade não saiu do papel: Casa da moeda, CASEMG

- AEROPORTOS

- PORTOS

- RODOVIAS

- ENERGIA, começou, mas não terminou.