Correspondente bancário de Porto Alegre
A atual
crise mundial do capitalismo já está completando 11 anos (2008 a 2019) com uma enorme
desaceleração da economia mundial e com uma previsão de PIB mundial em torno de
2,5 % em 2019 e possivelmente igual ou menor em 2020. Entre os principais
riscos para este baixo crescimento mundial, se destacam as tensões comerciais
entre os Estados Unidos e a China, bem como problemas estruturais do
capitalismo que desestimulam o investimento em vários países, sobretudo na Zona
do Euro. Para piorar estamos entrando em uma nova grande crise mundial do
capitalismo; na verdade é a continuação da atual crise; ou seja, é de fato a
crise terminal do capitalismo? Não há mais espaços para se falar em crises
cíclicas? Será terminal mesmo?
A americalatinização
da Europa é o exemplo mais cabal da crise irreversível do capitalismo. A União
Europeia que tinha um padrão de vida invejável, agora à beira de sua desintegração apresenta vários
problemas sociais, econômicos e políticos comuns aos países latino-americanos.
O Reino
Unido será atingido por tarifas se o Brexit não chegar a um acordo, acredita o Banco
Central Inglês; como há meses, a saída da Inglaterra da UE não consegue chegar
a um M.D.C. entre as partes, isto está causando uma grande crise capitalista na
região do EURO.
Passando
pela Espanha com as suas questões separatistas que conturbaram e conturbam a UE
e que nem os tribunais espanhóis e a política dos separatistas conseguiram
resolver.
Este ano
ocorreram as eleições do Parlamento Europeu, que foi caracterizada por uma
total fragmentação das forças políticas, o que nos próximos cinco anos contribuirá
com a aceleração da desintegração do Bloco Europeu. Partidos tradicionais
perderam espaço e o Partido Verde cresceu, se apresentando através de uma lente
invertida como o grande representante dos trabalhadores europeus.
A Itália,
bola da vez, terceira maior potência da Zona do EURO, está totalmente anêmica
há vários anos e a UE e o capitalismo mundial assistem a isto apavorados. A
Itália em recessão pode puxar a UE, pois a sua dívida é uma das maiores do
mundo, isto pode gerar uma das maiores moratórias do mundo com consequências
globais devastadoras, e o perigo é grande, pois os populistas italianos de
direita adotam políticas de gastos altíssimos.
Na Alemanha
a coalizão dos partidos CDU ( União Democrata Cristã) e SPD (Social-Democrata
da Alemanha) está em perigo, pois o SPD teve uma derrota eleitoral muito forte
no Parlamento Europeu, junto com isto a locomotiva alemã a cada ano vem
desacelerando a sua economia.
Na França, 50
anos depois do Maio de 68, o Fora Macron ! foi o que a população francesa
através dos coletes amarelos repetiu por vários meses. A popularidade de
Emmanuel Macron despencou de 68% para 26%, após mais de 20 manifestações contra
o Governo Macron, este aceitou aprovar uma série de reivindicações para a
classes média e baixa, mesmo assim não foi o suficiente para os manifestantes.
No Primeiro de Maio, Paris virou uma praça de guerra, de um lado os coletes
amarelos e os Black Blocs, e do outro lado as forças de repressão.
Num futuro
próximo muitos acontecimentos novos irão surgir na Europa em plena crise
capitalista. Especialistas concordam que a longo prazo , a guerra comercial
entre Estados Unidos e China deve trazer riscos para o mundo inteiro. As
constantes negociações entre os Governos Donald Trump e Xi Jinping são
insuficientes e estão sempre fracassando, pois o sistema capitalista mundial
conspira sistematicamente contra o próprio sistema.
Não é só o
comércio mundial que está se desacelerando, mas a economia mundial como um
todo. O último acordo ficou basicamente assim: os Estados Unidos suspenderam as
sobretaxas impostas à China, e os chineses comprariam mais bens e serviços
americanos. Não estamos livres do imperialismo norte-americano e a burocracia restauracionista
chinesa nos arrastarem para uma Guerra Mundial. E por falar em guerra, os
Estados Unidos está procurando uma com o Irã, podendo colocar fogo em todo o
Golfo Pérsico, a questão é o Petróleo e quem vai continuar dominando-o. O Golfo
Pérsico está armado até os dentes. Operações de guerra já começam a ser
montadas na região. O Imperialismo, se ameaçado contra-ataca de imediato, por
isso os trabalhadores do mundo inteiro precisam saber quem são os seus
inimigos.
A Síria é um
exemplo real do que o Imperialismo pode fazer a uma nação, após oito anos de
guerra, o país totalmente destruído e 12 milhões de sírios deslocados ou
refugiados. Estiveram guerreando na Síria: Árabes, norte-americanos, russos, franceses,
ingleses e outros. O ditador Bashar Al-Assad, por hora continua no poder. E o
povo sírio são os perdedores de mais uma guerra capitalista.
Enquanto o
capitalismo ruma para a barbárie, os trabalhadores para mudarem este horrível
destino para a humanidade devem se agrupar em torno de Partidos
Operários Revolucionários e uma Quarta Internacional Socialista, para através da
Revolução Socialista Mundial impor o Socialismo.