quinta-feira, 2 de março de 2017

FLORIANÓPOLIS: SERVIDORES MUNICIPAIS CONQUISTAM AMPLA VITÓRIA COM GREVE GERAL




O texto abaixo já tinha sido escrito antes da ampla vitória da greve no final do mês passado. Após 38 dias de greve, os servidores conquistaram gratificações na aposentadoria, pagamento de horas-extras, plano de carreira, cargos e salários (PCCS). Uma grande vitória dos servidores municipais de Florianópolis e que mostra um caminho para a classe trabalhadora de conjunto, através de sua organização e consciência política, conquistarem os seus direitos através da luta unificada. Parabéns aos municipários de Florianópolis

Alfeu Goulart - TC Santa Catarina.

 Pela revogação do ajuste antioperário!. Abaixo a repressão.

Dez mil trabalhadores municipais de Florianópolis decidiram por unanimidade em Assembleia Geral manter a greve que já dura quase vinte dias. Em represália, o procurador geral de Florianópolis, Diogo Pitsica, acaba de pedir a prisão do presidente do Sindicato, Alex Santos, e de toda a direção do sindicato, pelo crime de “desobediência”, sua destituição e a intervenção no sindicato para restabelecer a “ordem constitucional”.

A greve começou em 17 de janeiro. Reivindica a revogação do pacotaço de ajuste enviado à Câmara pelo prefeito Gean Loureiro (PMDB), o qual elimina direitos conquistados em lutas de décadas pelos trabalhadores (emprego, salários, conquistas). Os trabalhadores reivindicam a revogação deste pacotaço, que foi aprovado no dia 24 de janeiro em uma votação fraudulenta, enquanto que a Polícia Militar reprimia aos trabalhadores que se manifestavam contra. Em repúdio, milhares de pessoas marcharam pela avenida Mauro Ramos à Beira-Mar Norte, em defesa do Serviço Público, dos trabalhadores e para que expulsar a direita ajustadora do Governo. Este pacotaço afetará diretamente o fechamento de escolas, clínicas de saúde e alojamentos. Se coloca em marcha a privatização dos serviços públicos em Florianópolis.

Por exemplo, vinte secretarias de escolas, com mais de 26 anos de trabalho, responsáveis pelo registro e organização de todas as tarefas administrativas, foram fechadas. O prefeito agora promete recontratá-las, mas ‘terceirizadas’ por uma empresa privada.

A greve está sendo impulsionada pelo sindicato (SINTRASEM) e um Comando de Greve votado pelos trabalhadores. Há 22 dias de início da greve ganha cada vez mais apoio na cidade.

O governo disse que corta salários e conquistas, porque não possui recursos financeiros para isso, mas ao mesmo tempo libera o pagamento de dívidas milionárias a grandes empresários da cidade. O pagamento de horas extras, bonificações, etc. reduzem os recursos para os salários mais baixos em torno de 50% (de R$ 2.000,00 a R$ 1.000,00).

O ataque deste prefeito é parte do ajuste fiscal votado por Temer no Congresso Nacional (PEC 55). A justiça cúmplice decretou a ‘ilegalidade’ da greve, mas até agora somente logrou fomentar um apoio mais amplo na mobilização, como prova o fato de que acaba-se de realizar a maior manifestação da História dos trabalhadores de Florianópolis.

Por um Congresso Nacional de Trabalhadores para organizar um plano de luta pela revogação destes pacotaços. Ponhamos em marcha em Florianópolis esta perspectiva convocando a um Congresso de Trabalhadores da cidade e do Estado de Santa Catarina.

Abaixo o pacotaço! Em defesa dos serviços públicos e dos direitos do trabalhador. Não à terceirização. GREVE GERAL!