terça-feira, 20 de setembro de 2016

TRIUNFO DA GRANDE GREVE DOS MUNICIPÁRIOS DE FLORIANÓPOLIS



Alfeu Bittencourt Goulart (Tribuna Classista e delegado do Conselho do Sintrasem)


Os servidores municipais de Florianópolis acabaram ocupando o gabinete do prefeito, o que levou a este a pedir à Câmara de Vereadores que o Projeto Lei nº 1560 fosse arquivado. Assim terminou a greve por tempo indeterminado contra o Prefeito César Souza (PSD) que se estendeu por onze dias com piquetes, assembleias e marchas massivas. Um dia antes aconteceu uma grande mobilização frente à Câmara de Vereadores sob uma chuva torrencial em uma clara demonstração da vontade de luta existente para que se investigue o roubo dos fundos públicos (operação Ave de Rapina). O projeto pretendia aprovar a fusão dos fundos de pensão e financeiros em uma operação de privatização destinada a cobrir o déficit de quatrocentos milhões de reais acumulados pelo executivo. Em uma greve anterior realizada em março, os trabalhadores que realizaram piquetes e manifestações foram ameaçados com processos policiais-judiciais. Agora, da mesma maneira que aconteceu naquela ocasião, os trabalhadores da educação, vigilância sanitária, construção, etc. aderiram massivamente à greve.

A retirada do Projeto privatizador fez com que todas as forças políticas representadas no comando de greve avaliassem isso como um triunfo e decidissem acabar a greve. O Tribuna Classista considerava que estavam dadas as condições para impor outras reivindicações pendentes na pauta: pagamento dos dias da greve de março aos contratados que se mobilizaram nos atos, etc. Mas ficamos em minoria frente ao resto dos agrupamentos. Ainda que houvesse uma insatisfação em setores da base da categoria, porque naquela oportunidade, depois de 20 dias de greve, o prefeito não cumpriu várias promessas. O Tribuna Clasista propôs que podíamos recuperá-las agora, continuando a luta. Por outro lado, o secretário da Saúde ameaçou aos trabalhadores e se negou a pagar as horas extras devidas, etc. De fato, o prefeito César Souza leva adiante os planos de ajuste iniciados pelo governo de Dilma e agora continuados pelo golpe de Temer que quer aprofundá-los para que sejam os trabalhadores que paguem a bancarrota capitalista.,

Como se propôs e se aprovou no Congresso da categoria realizado recentemente: pela escala móvel de salários e horas de trabalho, o controle operário da produção, a nacionalização sem indenização dos bancos e dos monopólios e de toda empresa que feche suas portas, abertura dos livros dos monopólios capitalistas, reforma agrária sob controle dos trabalhadores, não pagamento da dívida externa e interna.

Greve geral é a palavra de ordem que guia nossa.