segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Fernando Araújo dos Santos, trabalhador rural, principal testemunha da chacina de Pau D'Arco no Pará, foi assassinado com um tiro na nuca

 DESMANTELAR ATRAVÉS DA MOBILIZAÇÃO REVOLUCIONÁRIA DAS MASSAS O REGIME  DAS POLÍCIAS MILITARES E DAS MILÍCIAS RURAIS E URBANAS, SÍMBOLOS DO TERROR ESTATAL E PARA-ESTATAL NO PAÍS


Carmanim Elisalde

 Há cerca de quatro anos atrás, em 24 maio de 2017, uma operação da polícia civil e militar com a cumplicidade de milicianos privados assassinou dez trabalhadores sem-terras que ocupavam a fazenda Santa Lúcia, no município de Pau D’Arco, no Pará.

Dezesseis policiais foram indiciados, mas aguardam julgamento em pleno exercício da função e na mesma região aonde promoveram a chacina.


Há quinze dias atrás, no dia 26 de janeiro do corrente ano, Fernando Araújo dos Santos, sobrevivente daquela chacina em que perdeu seu namorado e uma das suas principais testemunhas foi assassinado com um tiro na nuca.

Fernando foi morto um dia antes de ter decidido ir embora do assentamento por causa das ameaças que vinha sofrendo dos policiais militares envolvidos na chacina, e após ter previsto que o pior estava por vir.

Os mandantes e os assassinos estão até hoje gozando de liberdade e impunidade que é uma característica de uma região conflagrada em função dos interesses dos latifundiários e de centenas de famílias de sem-terras que sofrem historicamente da violência policial e dos jagunços dos latifundiários, aonde o tão aventado estado de direito democrático é o "estado da lei do cão", aonde a propriedade privada da terra corresponde ao roubo da vida de inúmeros companheiros e companheiras que tombaram lutando pelo direito de não morrer de fome.

- Pelo julgamento popular dos assassinos e dos mandantes
- Desmantelamento dos criminosos aparatos estatais e para-estatais  que se constituiram as polícias militares e as mílicias urbanas e rurais
- O estado é o principal responsável por esses assassinatos  
- Por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo!



domingo, 14 de fevereiro de 2021

Resumo da reunião de 11/02 sobre a organização da Conferencia Latinoamericana

 

Por Política Revolucionária RJ

Dia 11/02, Pablo Heller (dirigente do Partido Obrero da Argentina) dirigiu um encontro onde estiveram presentes 18 companheiros , alguns independentes, outros do Política Revolucionária do Rio e de São Paulo, outros do Tribuna Classista e outros de um grupo trotskista de Uruguai.

Pablo Heller falou sobre a necessidade de unir as forças revolucionarias de esquerda de toda América e alertou sobre como a esquerda vem apoiando projetos de tipo centro-esquerda com vocação apenas eleitoral se desviando de uma política independente classista que deveriam adotar.

Pablo falou sobre a crise da direção que sofre a esquerda no continente e citou exemplo de como no Brasil o PT e o PSOL colocam suas forças a favor de frentes populares amplas compartilhando junto com a burguesia nacional coalizões oportunistas e de cunho eleitoreiras.

Falou que apesar da covid 19 estamos ante um panorama de insurreições populares citou o exemplo do Chile onde o povo tinha tido uma experiência de rebelião agora atualizada a partir do assassinato por parte da policia de um artista de rua.

Citou o exemplo dos EE.UU onde grupos de esquerda que apoiaram a Biden agora discutem uma independência do partido democrata.

Citou a experiência do Equador onde se apresenta uma situação na qual chegamos a um segundo turno com dois partidos de esquerda disputando a presidência . Alertou que embora com contradições esta realidade signifique um passo para afastar a direita do poder.

Falou sobre a situação na Bolívia onde os golpistas sofreram um duro golpe ao serem rechaçados nas urnas.

Comentou o caso de Venezuela onde o chavismo atraiu setores da esquerda , mas que agora estes grupos se encontram tentando ao mesmo tempo que resistir à pressão americana ganhar compreensão do que significa a política social do Maduro.

Como conclusão. Pablo falou que a conferencia tem que propor lutas conjuntas contra o aborto ou contra a volta as aulas presenciais e que esta coordenação a nível continental é possível apenas a partir de elaborar planos de lutas de forma conjunta.

A ideia desta Conferencia Latinoamericana é elaborar documentos, atrair agrupações e desenvolver frentes únicos que realmente consigam nuclear aos setores mais combativos sob a ideia da independência política da classe trabalhadora.

Luís Guilherme Tarragô Giordano

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Governo do Estado gaúcho, Eduardo Leite do PSDB, fecha Escola de Ensino Fundamental ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, em Porto Alegre

 #FORA EDUARDO LEITE, BOLSONARISTA DE CARTEIRINHA

A ESCOLA ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEVE SER DEVOLVIDA PARA OS SEUS VERDADEIROS DONOS E ÚNICOS INTERESSADOS NA DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚLICA, LAICA E GRATUITA: PROFESSORES, SERVIDORES, ESTUDANTES E PAIS DE ALUNOS

A COMUNIDADE ESCOLAR DEVE TOMAR O CONTROLE DA ESCOLA ESTADUAL RIO GRANDE DO SUL, PELA SUA IMEDIATA REABERTURA! 

EDUARDO LEITE, TIRE AS MÃOS DA EDUCAÇÃO PÚBLICA LAICA E GRATUITA!






Professora Fernanda Ferreira

De alguns anos para cá, a Escola Estadual de Ensino  Fundamental Estado do Rio Grande do Sul vem travando uma luta com os governos, pois estes dizem que a mesma não é mais necessária.  

No início de Setembro de 2020, aproveitando-se da Pandemia, e do fato de que não havia ninguém na escola, o secretário de Educação Karam Faisal autorizou seus subordinados a quebrarem os cadeados da escola, e pegarem os materiais, os móveis, os  documentos, entre outras coisas do local. 

Porém, assim que a comunidade escolar soube, pais de alunos, alunos, e ex alunos decidiram ocupar a escola, com o objetivo de salvá-la. Várias reuniões foram feitas, manifestações, abaixo assinados, as famílias procuraram todos os meios para reverter a situação. 

Mas ninguém conseguiu amolecer o coração do secretario Faisal e muito menos do governador (que neste exato momento infelizmente está mais preocupado com a presidência do país do quê com o próprio estado)... 

Depois de mais de 100 dias ocupando a escola, a justiça deu reintegração de posse da escola ao governo do estado do Rio Grande do Sul. E os ocupantes tinham duas escolhas: ou continuavam na escola, correndo o risco de a qualquer momento serem tirados com o uso da força, ou desistirem e voltarem para suas casas. Para não serem enxotados, decidiram entregar a escola e desocupá-la. 

A luta continua sendo travada na justiça. Esta escola tem 60 anos e faz parte do 5° Grupo Escolar formado pelo saudoso Leonel Brizola. Não se sabe qual o real interesse do governo com o terreno da escola, uns dizem que pretendem vender para construir no local um shopping ou um prédio de luxo...

Seja lá o que querem, é muito triste ver uma escola sendo extinta por conta de interesses que envolvem lucros e mais lucros. Enquanto isso a educação que se dane. Não se sabe o final desse enredo, mas tudo leva a crer que desta vez o  governo atual vai sair vitorioso, encerrando de vez a história da Escola Estado do Rio Grande do Sul. Mas continuemos a espera de um "milagre".


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

LEIA O JORNAL TRIBUNA CLASSISTA Nº 10, UM JORNAL DE LUTA SEM DOUTORES NEM SENHORES



É no curso da realização da Reunião especial por uma segunda Conferência Latino-americana convocada por Política Revolucionária do RJ e o Partido Obrero da Argentina que publicamos mais um exemplar do Jornal Tribuna Classista em sua nova etapa, resultado do esforço de um agrupamento de trabalhadores que lutam pelo socialismo e buscam nesse sentido uma saída internacionalista, operária independente de todas as variantes políticas que expressam os interesses da burguesia nacional e do imperialismo.

A Conferência iniciou com a apresentação de um informe internacional realizado pelo companheiro Pablo Heller, dirigente histórico do PO, que deu informe sobre as rebeliões populares desencadeadas no Chile, e que retornaram agora com toda força resultado do assassinato de Francisco Andrés Martínez Romero, um artista de rua,  malabarista, na cidade de Panguipulli, província de Valdivia-Región de Los Ríos, pelos carabineiros.

Chile, Bolívia, Peru, Haiti, Equador são os exemplos mais recentes de um continente convulsionado, em que as massas estão dando sinais de uma enorme disposição de tomar iniciativas revolucionárias.

O companheiro Pablo Heller falou da questão da pandemia baseado numa ótica de que todo o problema é resultado de um regime social capitalista que não somente é o responsável por todas as epidemias que surgiram no mundo, como é incapaz inclusive nos EUA e na Europa de dar uma solução no que diz respeito às suas nefastas consequências, uma organização social que por seus limites intransponíveis tende a provocar uma catástrofe no que diz respeito à defesa da vida de milhões de seres humanos no mundo inteiro.

Neste sentido saudamos a Conferência em curso e oferecemos ao leitor mais um número de um jornal que se propõe a ser além de propagandista e agitador de um programa e de uma política revolucionária, um organizador e centralizador da luta dos trabalhadores.

Conselho Editorial do jornal Tribuna Classista


Link:

https://drive.google.com/file/d/1SUKDy4e_KA0gYYs18FZqKvzJ5wFUcK2-/view?usp=sharing




quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

BOLETIM DOS SERVIDORES UNIDOS DO ALEGRETE Nº 4

 

O Grupo Servidores Unidos do Alegrete já começou o ano de 2021 com muita luta!

Na semana passada, a Comissão dos Servidores Unidos do Alegrete esteve conversando com o Prefeito em exercício, o vice Jesse Trindade e o presidente do Alegrete Prev, Dimitri Alves.

Dentre vários assuntos abordados questionamos a respeito do Conselho Fiscal do RPPS e seus representantes. Quais são os critérios para a escolha e como é feita a formação do Conselho no qual têm representantes dos servidores através do Sindicato.

 Falamos sobre o nosso Movimento e a nossa busca por representatividade e cada vez mais a inteiração de assuntos de extrema importância para os servidores. E também a nossa luta por um Sindicato ATIVO e que realmente faça uma eleição JUSTA e que possa ser DEMOCRÁTICA!

 Além dessa luta por representatividade e democracia sindical estamos na luta contra a REFORMA ADMINISTRATIVA e também a extinção de cargos. A Reforma Administrativa NÃO pode ser aprovada, pois irá desmantelar ainda mais e defasar o serviço público e os salários dos servidores além de mais perda de direitos.  Além de enfraquecer o RPPS que com a extinção e a terceirização poderá ser cada vez mais esvaziado.

 

Dizemos NÃO à reforma Administrativa. NÃO à Terceirização. NÃO a extinção de cargos.

 

PELOS NOSSOS DIREITOS ESTAMOS NA LUTA!

SERVIDORES UNIDOS!

POR UMA PANDEMIA DE LUTAS E GOVERNOS DE TRABALHADORES




Carmanim Elisalde

As cortinas do ano de 2021 mal abriram e uma série de acontecimentos irrompem abruptamente no cenário político nacional e internacional, em alguns casos de maneira espetacular, como na invasão do Capitólio nos EUA por uma horda de supremacistas organizados e mobilizados pelo ex-presidente Donald Trump, que está passando por dois processos de impeachment no Congresso americano, acirrando a crise política no centro do imperialismo norte-americano, e a eleição do Democrata Joe Biden, ao contrário das aparências, é um componente  acelerador dessa crise que está somente sendo incubada, a qual deve acirrar a guerra comercial EUA x China, e o mesmo já reconheceu a oposição pró-imperialista de Juan Guaidó na Venezuela.

Em Myanmar, na antiga Birmânia, no sudeste asiático, o país da "revolução dos monges', que ficou conhecido como a "Revolta do Açafrão", em 2007, um golpe militar comandado pelas forças armadas  derrubou Aung San Suu Kyi, eleita prêmio Nobel da paz em 1991, reeleita primeira-ministra em novembro do ano passado pela Liga Nacional pela Democracia, e as massas estão enfrentando a repressão policial nas ruas, pedindo a derrubada da junta militar. "Não queremos a junta militar", "Nós nunca quisemos esta junta. Ninguém quer isso. Todas as pessoas estão prontas para lutar contra eles", disse um manifestante na cidade de Yangon. (O Estado de São Paulo, 09/02/2021) Há nas ações de rua intervenção do movimento operário através de sindicatos, como o dos professores que fez um chamado à desobediência civil. A "redemocratização" do país, em 2008 ocorreu com uma reforma constitucional controlada pelas forças armadas permitindo assim em 2011 que uma coalizão nacional assumisse o governo, que ficou marcado por uma violenta repressão às minorias étnicas, sob o comando da própria Aung San e os militares. Esta aliança se rompeu agora, e o fim desta tentativa muita efêmera de consenso está nas ruas. A classe trabalhadora pode emergir dessa crise entre as frações dominantes de maneira independente.

No Brasil, a crise humanitária agravada com a pandemia atingiu em cheio o elo mais fraco da cadeia de um capitalismo em decadência a nível mundial e, neste caso, periférico. A região norte do país, em especial o Estado do Amazonas e sua capital, Manaus, sofreu uma verdadeira carnificina provocada pela ação criminosa do governo Bolsonaro, com centenas de pessoas que morreram por falta de oxigênio em pleno pulmão da selva amazônica. Esta situação se alastrou para toda a região, e com o aparecimento de novas cepas do coronavírus, longe de arrefecer, o que está colocado é o completo colapso hospitalar que em última instância é o colapso de um regime político todo que tem como consequências sociais a mortandade da população pauperizada, a mais vulnerável à pandemia. 

O governo genocida de Bolsonaro e os representantes do regime político devem ser julgados como verdadeiros criminosos de guerra por um tribunal popular frente à carnificina promovida na região norte do país.

O país está convivendo com um recrudescimento da pandemia, atingindo cerca de 240 mil mortos pelo coronavírus, numa média de 1300 óbitos diários. A campanha de vacinação é um fracasso total. Os interesses do lucro capitalista prevaleceram a tal ponto da FIESP e da CNI, duas das principais entidades patronais, terem proposto a compra direta das vacinas pelo capital privado.

Por detrás da crise das vacinas instalada no mundo inteiro estão os interesses de meia-dúzia de monopólios, os quais cabem na palma da mão, que atuam no setor e dos governos capitalistas que se constituíram como sócios históricos desses laboratórios e da indústria farmacêutica.

A crise provocada pela eleição das presidências da Câmara e do Senado Federal no Congresso Nacional está longe de ser estancada. Se por um lado escancarou a disposição da oposição entre aspas dos partidos de centro esquerda que atuam no parlamento em colaborar inclusive com o governo Bolsonaro, como na eleição do Senado, em que o candidato escolhido pelo PT era o mesmo de Bolsonaro, por outro lado expressou uma vitória de pirro do famigerado Centrão e do próprio governo. A luta de foice no escuro entre a ala dirigida por Rodrigo Maia e ACM Neto no interior do DEM, resultado direto dessa eleição, acelerou a crise da frágil base constituída pelo governo com denúncias de compra de votos e uma nababesca corrupção. Frente à iniciativa de Rodrigo Maia de bater em retirada, a ala dirigida por ACM Neto, o presidente eleito no Senado e Arthur Lira na Câmara se apressaram em negar o adesismo automático ao governo, o que não se confirmou na primeira votação sob o comando de Lira, na Câmara, que pautou como primeiro ponto do seu mandato, a reivindicação histórica do capital financeiro que se constitui a autonomia do Banco Central, que será a consumação em última instância da entrega derradeira e definitiva do país aos bancos e ao sistema monetário e sua política cambial. O imperialismo através de Paulo Guedes, ministro da Economia, põe suas garras definitivamente no centro do controle das finanças do país. Já está aventada o retorno da CPMF, que se constituirá como mais um imposto sobre os salários e o consumo dos trabalhadores para compensar a aprovação de um novo auxílio emergencial de miseráveis R$ 200,00. Os trabalhadores pagam caríssimo a conta da crise capitalista. 

O eixo da política anunciada pelo governo Bolsonaro é realizar a reforma administrativa que se aprovada vai corroer ainda mais as condições de vida já combalidas da maioria dos servidores públicos federais, estaduais e municipais do país e colocar em marcha as privatizações das estatais, ampliação das terceirizações, etc. Combinada estas medidas que visam salvar o verdadeiro entulho capitalista com medidas de precaução contra uma provável rebelião de massas estão propostas como o infame projeto de "excludente de ilicitude policial", que é uma carta branca para matar nas manifestações de massa latentes e inevitáveis frente à situação insuportável das massas pauperizadas.

O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro do DEM, antecipando-se à reforma administrativa que tramita no Congresso Nacional, encaminhou para a Câmara Municipal de vereadores da cidade um infame projeto apelidado cinicamente de "direitos iguais", o qual com sua aprovação emendada pela "oposição" revogou na prática a Convenção Coletiva dos trabalhadores da COMCAP, empresa municipal estatal responsável pelo recolhimento e reciclagem do lixo, preparando o caminho para, através da terceirização dos serviços, privatizar uma empresa que às custas da exploração da força de trabalho tornou-se um modelo de eficiência no setor. Bem como aconteceu com os trabalhadores dos Correios no ano passado que viram o poder executivo e o judiciário agirem contra seus interesses, com a retirada da maioria dos seus direitos conquistados em Convenção Coletiva, os trabalhadores da COMCAP assistiram escorrer pelo ralo cerca de 50% do seu poder aquisitivo. Como se não bastasse, o Ministério Público quer punir a organização sindical dos trabalhadores com R$ 1 milhão de multas ao sindicato da categoria, SINTRASEM, e investigação dos dirigentes da greve com punição por dano moral, medida essa que um aparelho repressor do estado burguês não tem nenhuma preocupação de esconder de que é para evitar que uma poderosa greve dos trabalhadores como essa ocorra de novo e tenha se tornado um verdadeiro símbolo de lutas, de abnegação, comovendo e conseguindo o apoio entusiasta da maioria da população que são os trabalhadores.

Os professores de alguns Estados da federação, como em São Paulo, deram início a uma greve sanitária contra o retorno às aulas que gradativamente está sendo imposto à comunidade escolar, em todo o país. Esta pressão iniciou é claro com os mercadores do ensino das escolas e universidades privadas, em  nome do lucro, e da mercadoria que eles transformaram a educação. 

Os bancários do Banco do Brasil já estão realizando pela segunda vez paralisações de um dia contra o anúncio de fechamento de agências e demissão de 5 mil trabalhadores, visando enxugar o banco para a sua privatização. Como se vê, os governos capitalistas não possuem outra estratégia política senão a de leiloar e liquidar com o capital que num passado recente serviu como financiamento de setores da própria burguesia nacional. Essas medidas possuem como alvo principal os trabalhadores dessas estatais, que pela sua luta histórica, esta mesma burguesia foi obrigada para não perder os dedos conceder e transferir uma parte da massa nacional da mais-valia arrancada da força de trabalho produtora de mercadoria, como meio de remunerar melhor o tempo de trabalho socialmente necessário destas categorias. 

Como se pode ver, os trabalhadores não estão dispostos a entregar as suas conquistas históricas pro bandido de graça, há várias demonstrações disso que estão ficando dispersas e isoladas, e que terminam por serem derrotadas parcialmente. O que falta é uma direção política que organize e dirija esta luta contra o centro do poder político da burguesia, papel esse que foi motivo de criação da CUT, em 1983, que no seu nome já embutia a necessidade de centralizar a luta contra o poder do estado burguês. A natureza e a condição social de uma verdadeira burocracia que se adonou da direção da principal e maior central sindical da América Latina não lhe permite nenhuma iniciativa de centralizar através de um Comitê nacional independente dos trabalhadores da cidade e do campo a luta contra as consequências letais da pandemia. Os chamados comitês de contingências criados com a pandemia estão nas mãos das raposas cuidando do galinheiro como no caso do Ministro da Saúde, o general Pazzuelo, especialista em logística a passos de tartaruga, que pode ser motivo de uma CPI (para por panos quentes, provavelmente, no Congresso nacional). Longe de um juízo de valor, de um julgamento moral, a situação ocupada por essa burocracia dentro da sociedade que nos cerca iniciou muito antes de que ela própria pudesse assim determina-la.

A crise capitalista agravada com a pandemia coloca a burguesia no desespero tal, que a mesma é obrigada a se desfazer do manto que se esforçou historicamente em dar a entender que os seus interesses correspondem aos interesses gerais de toda a sociedade. Não há mais margem de manobra de dissimulação dessa dominação histórica, o choque de interesses sociais e políticos está à beira de uma explosão e a tendência a uma pandemia de lutas e mobilizações revolucionárias percorre os quatro quadrantes do planeta Terra. Está colocado na ordem do dia para combater a pandemia que está levando à morte milhões de trabalhadores no mundo inteiro, uma pandemia de lutas que nos conduza a um programa político por governo de trabalhadores.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

A EDUCAÇÃO PÚBLICA E A GREVE EM DEFESA DA VIDA NO PAÍS


 Fábio Pereira - Comitê das Contratadas no CPERS

Alguns Estados da federação já estão retornando às aulas e os educadores estão sendo pressionados a se apresentar para trabalhar sem estarem vacinados e consequentemente estarem correndo risco de vida. Necessário se faz incluir os educadores na lista dos primordiais a serem vacinados durante a pandemia para combater o covid-19.

A vacinação de todos os educadores é urgente e necessária para salvar vidas e nesse processo se os educadores não são incluídos na campanha de vacinação para estarem na lista de profissionais prioritários não resta outro caminho a não ser a de realizar a greve em defesa da vida para não ficarem sujeitos à política bandida deste sistema e deste governo que a cada dia que passa alimenta o sistema e coloca na miséria milhões de trabalhadores.

Os números de vítimas e de contaminados tem aumentado todos os dias no nosso país, já vamos chegar a 20 dias que não baixamos de 1000 pessoas vítimas por dia e chegando ao óbito contaminados pelo vírus e não conseguindo ao mesmo tempo atingir os objetivos da saúde em relação à vacina para todos para combater a pandemia, se estamos vivenciando até desvio de recursos do setor público para o privado e consequentemente convivendo também com os fura filas da vacina não respeitando as questões do ser humano colocadas em cheque.

O resultado da pandemia na comunidade escolar chega também à contaminação pelo vírus para nossas crianças e nossos adolescentes.

Necessário se faz realizar uma campanha nacional de vacinação como prioridade dos educadores e não serem submetidos aos ataques dos governos em âmbito municipal, estadual e federal pressionando para que os educadores se reapresentam para dar aulas sem estarem vacinados e a grande questão é sujeito a morte ou não receber colocando educadores na miséria dando como escolha ou voltar a trabalhar e correr o risco com o vírus ou passar fome pelos seus descontos e corre risco de perder o emprego por não estar se apresentando com a situação que está colocada em cheque para os trabalhadores da educação.

CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO PARA TODA A COMUNIDADE ESCOLAR E OS EDUCADORES.

EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA !

EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA!

A GREVE DOS EDUCADORES É LEGÍTIMA E EM DEFESA DA VIDA !

EM DEFESA DA VIDA DOS EDUCADORES PÚBLICOS

 


Fábio Pereira - Comitê das Contratadas no CPERS

Estamos em uma crise mundial do capitalismo e dentro desta crise estamos vivenciando um período de pandemia mundial ocasionado pelo vírus do Covid-19 e que já vitimou somente em nosso país 232.248 óbitos por Covid-19 desde o seu início.

A ciência necessita de investimento para avançar cada vez mais em suas pesquisas, estamos convivendo hoje em plena pandemia com o desvio de vacinas públicas para o setor privado, com o furo das filas de vacinação desrespeitando as idades das pessoas e retirando o direito das mesmas de se vacinarem. 

O discurso do governo atual sobre os professores é que “São todos uns vagabundos!” em um ataque brutal e descabível que ninguém em sã consciência possa aceitar este tipo de fala e de ataques. 

A venda das telecomunicações, a venda da CSN, a criação da atual moeda o Real em 1994, querendo equipará-lo ao dólar foi o mesmo engodo político dos abutres do poder do sistema nefasto que tentaram fazer do plano cruzado em 1986 a salvação da lavoura, e a utilização do povo e dos fiscais da SUNAB eram a distração do sistema para tentar avançar em um futuro próximo com o ALCA e acabar tendo problemas com o conserto fracassado do plano cruzado II.

Da mesma forma que o sistema faz esta selvageria com a classe trabalhadora, age contra a educação, sem nenhuma valorização e sequer existe investimento planejado para a educação. 

Atirados à própria sorte, é assim que se encontram atualmente os educadores das escolas e das universidades públicas de nosso país. Com salários defasados, parcelados, doentes e endividados, os educadores vem sobrevivendo como a escória da sociedade abandonados e largados ao relento porque não existe valorização da educação pública, não existe reconhecimento destes trabalhadores que estudaram vários anos em graduações, mestrados, doutorados e pós-doutorados para estarem sendo marginalizados e incluídos na lista da rua da amargura pelo sistema capitalista. 

Quando nossos alunos, em se tratando de números em referência à situação da merenda escolar tem o custo de menos de um real por aluno, vemos que a má fé e a falta de investimentos e a valorização consequentemente se acumulam.

O governo aqui no RS cada vez mais se manifesta contra a educação pública quando ele fecha as escolas como a ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL RIO GRANDE DO SUL localizada no centro de Porto Alegre e historicamente uma sensacional escola com uma grande riqueza de contribuição para a educação pública, que em nosso entendimento é mais um absurdo cometido criminosamente por estes governos de plantões que diminuem turmas, fazendo enturmações, que mesclam duas escolas em um mesmo prédio porque atrasam a entrega das obras como é o caso do INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO localizado ao lado da UFRGS.

Com o valor de um vale-refeição de R$ 222,00, eles fazem os educadores trabalhar mensalmente e cogitam agora a retirada dos valores do vale-transporte sendo que o difícil acesso recebido como auxílio para estes educadores já foi retirado da maioria das escolas públicas depois que o atual governador EDUARDO LEITE aprovou o seu “PACOTE DA MORTE” atacando diretamente ao plano de carreira dos educadores.

O sucateamento da educação pública cresce a cada dia que passa, aumenta o número de educadores doentes; durante a pandemia vários já ficaram contaminados com o vírus do covid-19 em função da obrigatoriedade dos plantões nas escolas e consequentemente também, infelizmente em função ao tratamento dado aos educadores tivemos durante esse período também avançar o número de óbitos de educadores, o abandono da profissão por frustração e a falta de expectativas em relação ao abandono e o descaso total realizado com a educação pública.

A resposta para tudo isso está dentro da própria classe trabalhadora que precisa reagir a estas ações e lutar pela valorização da educação pública e de seus educadores. Reconhecer a importância do professor, lutar em defesa da vida; os educadores e a nossa comunidade escolar não podem retornar agora enquanto todos não conseguirem ser vacinados; necessário se faz vacinar a todos e incluir os educadores na lista de prioridades.

A pandemia está atingindo as crianças e os adolescentes , a terceirização está na porta das escolas e necessário se faz lutarmos contra a mercantilização da educação.

A própria UNESCO em estudo realizado falando sobre os números da educação na pandemia citando a importância do professor, falando sobre a falta de investimentos na educação no mundo. Disse que a cada 5 países apenas 1 realiza investimentos no setor e mesmo assim estão sempre retirando recursos e investimentos do setor educacional em todo o mundo.

OS CAPITALISTAS QUE PAGUEM PELA CRISE ! EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA 100% LAICA,GRATUITA E 100%DE QUALIDADE

 


Menchevismo e Bolchevismo na Espanha

 Trótsky nesse texto expõe de maneira magnífica e com uma precisão milimétrica o estrangulamento da revolução civil espanhola pelas forças que em nome da abstração da democracia, enquanto um ente metafísico, como se os interesses materiais de uma ou de outra classe social não fossem o que realmente determina o desenlace de uma feroz luta de classe.

Este debate está atualíssimo em nosso país num momento em que a maioria da centro esquerda que domina os sindicatos e as organizações de massa se preparam para reeditar de maneira mais ampla, sem limites à direita, uma aliança com setores da burguesia que ficaram marginalizadas em relação ao centro que gravita o regime político, esporadicamente, por ora no famigerado Centrão (que está se partindo pelo meio), no interior do Congresso Nacional, o qual Bolsonaro e o bolsonarismo instalado no Palácio do Planalto são obrigados a se apoiar, em função da sua profunda instabilidade política.

A revolução proletária que propugna Trótsky neste texto já foi há muito abandonada por estes setores centro-esquerdistas, que na verdade nunca a defenderam. A tumba do governo Bolsonaro, responsável político por um genocídio de milhares de seres humanos por conta da pandemia não será construída nos limites de um regime político que tem a única e exclusiva função tentar de maneira cada vez mais precária manter o sistema capitalista agonizando por mais tempo, nos marcos de uma catástrofe humanitária.



Leão Trotsky - 1936

As operações militares da Abissínia e do Extremo Oriente são meticulosamente estudadas por todos os estados-maiores militares que preparam a futura grande guerra. Os combates do proletariado espanhol, estes relâmpagos anunciadores da futura revolução internacional, devem ser estudados com não menos atenção pelos estados-maiores revolucionários; é com esta condição somente que os acontecimentos que se aproximam não nos tomarão desprevenidos.

Três concepções enfrentam-se, com forças desiguais, no campo dito republicano: o menchevismo, o bolchevismo e o anarquismo. No que concerne aos partidos republicanos burgueses, eles não têm nem idéias, nem importância política independente e não fizeram mais que manter-se sobre as costas dos reformistas e dos anarquistas. Além do mais, não seria mais que um exagero dizer que os chefes do anarco-sindicalismo espanhol fizeram de tudo para desmentir sua doutrina e reduzir a sua importância praticamente a zero. De fato, no campo republicano, duas doutrinas se estão enfrentando: o bolchevismo e o menchevismo.

Segundo as concepções dos socialistas e dos stalinistas, vale dizer, os mencheviques da primeira e segunda debandada, a revolução espanhola devia resolver mais que as tarefas democráticas; eis porque era necessário constituir um bloco com a burguesia "democrática". Toda tentativa do proletariado de sair dos quadros da democracia burguesa era, deste ponto de vista, não apenas prematura como verdadeiramente funesta. Além disso, o que estava na ordem-do-dia não era a revolução, mas a luta contra Franco. O fascismo é não a reação feudal, mas burguesa: que contra esta reação burguesa não se possa lutar com sucesso a não ser com os métodos da revolução proletária é uma noção que o menchevismo, ele próprio um ramo do pensamento burguês, não quer e não pode tornar sua.

O ponto de vista do bolchevismo, expresso, hoje, somente pela jovem seção da IV Internacional, procede da teoria da Revolução Permanente, a saber, que mesmo as tarefas puramente democráticas, tais como a liquidação da propriedade fundiária feudal, não podem ser solucionadas sem a conquista do poder pelo proletariado, isto, por sua vez, coloca na ordem-do-dia a revolução socialista. Ademais, os próprios operários espanhóis, dos primeiros passos da revolução, atribuíram a si mesmos, na prática, não apenas tarefas democráticas, mais, também, tarefas puramente socialistas. Exigir que não se saia da democracia burguesa é, de fato, não apenas brincar de revolução democrática, mas renunciar a ela. Somente pela transformação das relações sociais no campo é que se pode fazer do camponês, principal massa da população, uma poderosa arma contra o fascismo. No entanto, os proprietários fundiários são ligados por laços indissolúveis à burguesia bancária, industrial e comercial e à inteligentsia burguesa que depende dela. O partido do proletariado encontra-se, deste modo, diante da necessidade de escolher: ou com as massas camponesas ou com a burguesia . Incluir na mesma coalizão os camponeses e a burguesia liberal, não pode ter senão um objetivo: ajudar a burguesia a enganar os camponeses e a isolar os operários. A revolução agrária somente pode ser realizada contra a burguesia, em conseqüência, somente pelas medidas da ditadura do proletariado. Não existe nenhum regime médio intermediário.

Do ponto de vista da teoria, o que choca sobretudo na política de Stálin é o completo esquecimento do ABC do leninismo. Com um atraso de algumas dezenas de anos –; e que anos! –;, a Internacional Comunista restabeleceu completamente em seus direitos a doutrina do menchevismo. Mais ainda, esforçou-se para dar a esta doutrina uma expressão mais "conseqüente" e, por isso mesmo, mais absurda. Na Rússia czarista, no início de 1905, a fórmula "revolução puramente democrática" tinha a seu favor, em todo caso, infinitamente mais argumentos que em 1937 na Espanha. Não é de se espantar que, na Espanha contemporânea, a política "operária liberal" do menchevismo tenha se tornado a política anti-operária, reacionária do stalinismo. De um golpe, a doutrina do menchevismo, esta caricatura do marxismo, foi, por sua vez, caricaturizada.

A Teoria da Frente Popular

Seria, no entanto, ingenuidade pensar que, na base da política do Comintern (1N) na Espanha estivessem alguns "erros" teóricos. O stalinismo não se guia pela teoria marxista, nem por qualquer teoria que seja, mas, empiricamente, pelos interesses da burocracia soviética. Entre eles mesmos, os cínicos de Moscou riem-se da "filosofia" da Frente Popular à la Dimitrov (2N). Eles têm, porém, à sua disposição, para enganar as massas, numerosos quadros de propagandistas desta fórmula sagrada, sinceros ou canalhas, ingênuos ou charlatães. Louis Fischer, com sua ignorância e auto-suficiência, seu estado de espírito de argumentador provinciano organicamente surdo para a revolução, é o representante mais repugnante desta confraria pouco atraente. A "união das forças progressistas", o "triunfo das idéias da Frente Popular", o "dano causado pelos trotskistas à unidade das fileiras antifascistas"... Quem acreditaria que o Manifesto Comunista foi escrito há 90 anos?

Os teóricos da Frente Popular não vão, no fundo, além da primeira regra da aritmética, a da adição: a soma dos comunistas, dos socialistas, dos anarquistas e dos liberais é superior a cada um dos termos desta soma. No entanto, a aritmética não é suficiente neste caso. É necessário utilizar, no mínimo, a mecânica: a lei do paralelogramo de forças verifica-se inclusive na política. A resultante é, como se diz, tanto menor quanto mais as forças divergem entre si. Quando os aliados políticos puxam em direções opostas a resultante é igual a zero. O bloco dos diferentes agrupamentos políticos da classe operária é absolutamente necessário para resolver as tarefas comuns. Em determinadas circunstâncias histórias, onde um bloco como este é capaz de arrastar para si as massas pequeno-burguesas oprimidas cujos interesses são próximos dos do proletariado, a força comum de tal bloco pode mostrar-se muito maior que a resultante das forças que o constituem. Ao contrário, a aliança do proletariado com a burguesia , cujos interesses, no momento atual, nas questões fundamentais, formam um ângulo de 180 graus, não pode, via de regra, mais que paralisar a força revolucionária do proletariado.

A guerra civil, onde a força da violência apenas tem pouca ação, exige dos seus participantes um devotamento supremo. Os operários e os camponeses só são capazes de assegurar a vitória quando eles travam a luta pela sua própria emancipação. Submetê-los nestas condições à direção da burguesia, é assegurar antecipadamente sua derrota na guerra civil.

Estas verdades não são, de modo algum, o fruto de uma análise puramente teórica. Ao contrário, elas representam a conclusão irrefutável de toda a experiência histórica, ao menos a partir de 1848. A história moderna das sociedades burguesas está repleta de frentes populares de todos os tipos, quer dizer, combinações políticas as mais diversas para enganar os trabalhadores. A experiência espanhola é um novo elo trágico.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

SAUDAMOS A REINTEGRAÇÃO DO PEDRO PAULO (PEPE), DIRIGENTE SINDICAL DOS CORREIOS DE MINAS GERAIS



                                    
Sérgio Miguel Souza da Costa
Trabalhador demitido dos Correios à espera da sua reintegração por quase 30 anos

Já não é a primeira vez que o Pepe foi reintegrado nos Correios; desde o ano de 1985, quando começamos as greves nos Correios por melhores salários e melhores condições de vida dos trabalhadores ecetistas, Pepe e vários trabalhadores e lideranças foram demitidas, em todo Brasil, pela diretoria desta empresa e pelo próprio governo, com ordens direta do gabinete da presidência da república instalada no Palácio do Planalto ( na época, grevista e petista); vários não voltaram até hoje, mas o Pepe voltou várias vezes, a cada greve, praticamente, era despedido e reintegrado.

Foram muitos anos de lutas junto com a nossa categoria nacionalmente, mas nesta greve, a de 2015, que o Pepe e outros trabalhadores foram despedidos, era contra as privatizações também, e contra os ataques às nossas conquistas de mais de 30 anos, através das lutas duras que enfrentamos, e que logo adiante, seriam retiradas em uma só tacada, de uma só vez. 

Mais de 70 direitos conquistados, em jogo. E foi o que acabou ocorrendo, perdemos 51 direitos, quase todos. O Pepe foi despedido em dezembro de 2015, assim como outros trabalhadores, nacionalmente. Na avenida Afonso Pena, vários líderes sindicais se reuniram pedindo a reintegração dos trabalhadores demitidos em todo Brasil nesta greve. Pepe militava no sindicato dos trabalhadores dos Correios de Minas Gerais, e no dia primeiro de fevereiro de 2021 foi reintegrado.

Trabalhador dos Correios de Minas Gerais e fundador deste sindicato. Outros trabalhadores também foram reintegrados, mas Pepe é o que mais se destaca entre eles, por ser lutador histórico, e do sindicatos de Minas Gerais sua maior liderança, da corrente “Luta Pelo Socialismo”. 

Parabéns! Pepe e ao sindicato de Minas Gerais.

-Fora Bolsonaro e sua catrefa toda!

- Por um Congresso nacional de trabalhadores, para arrancar do governo um mínimo de dignidade à classe, através de uma Greve Geral.

- Que os trabalhadores tomem o poder na cidade e no campo.   

- Por uma América Latina Socialista!

NÃO À PRIVATIZAÇÃO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL E DAS DEMAIS ESTATAIS!

 



Colocar as estatais sob controle dos trabalhadores

TRIBUNA BANCÁRIA DE PORTO ALEGRE E DO LITORAL 


A luta imediata é tirar o privatista PEDRO GUIMARÃES da Presidência da CEF. Este sujeito pós-graduado em Privatizações, na prática já privatizou 3 Bancos Estatais; ele sabe o que está fazendo e como fazer. Aqueles beijos que ele manda para os bancários da ativa e aposentados da Caixa é um deboche irônico.

O mais rápido possível, as Entidades representantes dos Bancários da CEF devem convocar Assembleias virtuais dos Bancários da Caixa Federal em todo o Brasil.


Pauta Mínima:

- Luta imediata contra a Privatização.

- Criação de Comitês e agrupamentos contra a Privatização.

- Greve por tempo indeterminado até a destituição da Presidência da CEF; Fora Pedro Guimarães!

- Uma paralisação de um dia na semana, enquanto o Governo Bolsonaro falar em Privatização da CEF e das demais estatais;

- Crescimento nas ações de lutas contra a Privatização;

- Unir a Luta dos Bancários da CEF com os Bancários do Banco do Brasil e das demais estatais.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Brasil: PT golpista?


Publicamos aqui um texto extraído do site do Partido Obrero da Argentina, https://prensaobrera.com/internacionales/brasil-el-pt-golpista/, para abrir o debate acerca de qual deve ser a perspectiva das massas que estão pagando com a própria vida as consequências das mais nefastas deste governo Bolsonaro de genocidas e do regime político burguês.



Substituir Bolsonaro pelo general Mourão


RAFAEL SANTOS - dirigente do Partido Obrero da Argentina

José Dirceu, que foi Ministro da Casa Civil sob a presidência de Lula e é hoje um dos ideólogos do PT, realizou claras declarações num extenso artigo (Poder 360, 19/1).

Dirceu começa propondo “Que fazer?”, mas não se trata de um plagio do célebre livro de Lenin de 1902. O revolucionário russo dirigia esta interrogação à vanguarda operária.

Ao invés disso, Dirceu encarrega-se de esclarecer-nos que ele pretende com esta “pergunta clássica… iluminar decisões de partidos e dirigentes, dirigentes militares e empresários, dirigentes sindicais e populares…”.

Quer convencer à burguesia e aos militares brasileiros urge tirar Bolsonaro do poder.

“A tarefa principal hoje é o julgamento político a Bolsonaro, enquanto se prioriza a luta contra a pandemia”, afirma Dirceu e para isso se propõe convencer aos grandes capitalistas e aos empresários que o Estado corre o perigo de um colapso e revolta popular (“Quanto mais tempo Bolsonaro e seu camarilha permaneçam no poder, maior será o colapso do país e os riscos de colapso económico e agitação social”). Em seu afã por convencer a monopólios e militares das vantagens de afastar Bolsonaro, Dirceu assinala também o “crescente isolamento internacional do país e a perda total de credibilidade, inclusive nos chamados mercados, do capital financeiro bancário”. Nem sequer é uma alternativa “antineoliberal”, senão de convergência com o “capital financeiro bancário”, como foram os governos de Lula e Dilma Rousseff.

Dirceu assinala que a via para habilitar “a aprovação do julgamento político requererá uma composição com a centro-direita e inclusive a direita porque somos uma minoria no Parlamento”. Esta “estratégia” do PT é o que está na base de seu apoio agora a Baleia Rossi, o candidato de direita, para a presidência do parlamento.

O “movimento de massas” deveria intervir enquadrado no apoio a esta perspectiva. Não poder-se-ia impulsionar um movimento de luta para derrubar Bolsonaro e todo seu governo porque seria abrir o caminho “ao colapso do Estado e à revolta popular”. O PT coloca-se abertamente como partido da ordem contra luta operária e popular.

Limitado aos marcos constitucionalistas, o eventual julgamento político que propugna Dirceu, seria somente para retirar Bolsonaro da presidência. Porque sucedê-lo-ia o vice-presidente, o general Hamilton Mourão. Isto não é só uma dedução lógica, senão que está explicitamente desenvolvido na posição de Dirceu: “É verdadeiro que seu adjunto é um general e de direita. Mas seu governo, se assume o poder, não será uma continuação de Bolsonaro, já que não terá condições políticas para isso”.

Abaixo Bolsonaro, arriba o general de direita Mourão: essa é a estratégia do PT.

Dirceu vai a fundo em seu papel de apresentar-se como um partido da ordem contra a ultradireita de Bolsonaro e as eventuais revoltas populares. É um cheque em branco que fornece às Forças Armadas.

Este é o Que Fazer que propõe Dirceu aos setores capitalistas que ainda que “defendendo suas mordomias e interesses, ancorados na política econômica neoliberal, procuram uma saída à direita sem Bolsonaro”.

“A pergunta que há que se fazer é quanto tempo vão viver os militares com Bolsonaro e como fará uma transição nossa elite, até as eleições do 22”, arremata o porta-voz do PT. Poucas vezes viu-se na história do oportunismo uma formulação defensora da ordem burguesa e contrarrevolucionaria mais clara que a que propõe Dirceu.

O Que Fazer para os trabalhadores, camponeses e explorados passa por outra perspectiva radicalmente diferente: Fora Bolsonaro, Mourão e todo o regime bolsonarista. Que se vão todos! Greve geral para impor as reivindicações das massas e anti-imperialistas. Independência política dos trabalhadores. O PT e seus burocracias são um pilar da ordem burguesa. A classe operária precisa criar seu próprio partido operário independente para lutar por um governo operário e dos trabalhadores.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

COMCAP PARTILHADA, EM FLORIANÓPOLIS



Rodrigo Kirst

O PL 1.838/2021  entabulado pelo prefeito Gean Loureiro para dividir os serviços da COMCAP  encontra apoio  da vereança de Florianópolis. A divisão vai no sentido de  esmigalhar a autarquia visando a privatização  ponto por ponto,  ou seja,  pôr em prática a proposta do prefeito que já havia sido pensada desde o primeiro mandato. 

Gean se trata do típico manezinho da ilha, amigo dos nativos, notadamente os mais humildes onde tem grande inserção. Boa praça por onde anda é aplaudido pelos populares, fato que muito auxiliou na aprovação da proposta de reforma administrativa. O bom rapaz, viajante em muitos partidos políticos uma vez que nã defende bandeira nenhuma a não ser a privatização, já desde o primeiro mandato num discurso em Ingleses Norte da Ilha, reclamava contra toda a classe trabalhadora vinculada à prefeitura, estendendo o discurso também em razão do Estado e da União. Ou seja, fanático pelo plano neoliberal, sempre visou boicotar a essa classe, muito mais  pelas conquistas que já haviam alcançado após muitas lutas.

Finalmente eleito no segundo mandato, desde logo envia para a Câmara de Vereadores o PL em referência, alicerçado pela pandemia que assola o país. Ou seja, na distração da morte provocada pelo descaso governamental vai passando a boiada.

A minireforma proposta, e aprovada, se chama "Direitos Iguais", contendo em seu conteúdo uma brecha para terceirização dos serviços na COMCAP, fato que levou a categoria a entrar em greve a qual dura até o hoje sem previsão de retorno ao trabalho, mesmo sob as ameaças do Poder Judiciário ao impor multa ao sindicato senão retornarem imediatamente ao trabalho. 

Em reunião de um grupo de vereadores contrários a proposta neoliberal com o sindicato da categoria – SINTRASEM, discutiu-se as dificuldades que os trabalhadores enfrentarão assim que passar a vigorar a lei originária do PL. Pelo conteúdo da Revisão de Dissídio Coletivo vigente, arduamente conquistada, a hora extra que ainda é de 100% em dias normais e de 150% aos domingos passará a ser paga com 50% dos dias da semana e 100% aos domingos e feriados, em nada diferenciando da CLT. Prejuízo considerável se avizinha somente neste tópico.

Já em relação às férias, não mais receberão uma gratificação que vai de 10% a 40% respeitado o tempo de serviço na autarquia.

Por outro lado, a gratificação de 4% a cada dois anos será reduzida para 3% e não mais a 2 mas sim a cada 3 anos de atividade.

No que diz respeito o bônus de assiduidade e produtividade o tombo foi muito maior pois caiu de 10% para 2%. E mais, sujeito a decreto do prefeito que criará uma “comissão” que vai avaliar a possibilidade ou não da tal bonificação.

Quanto à garantia de emprego, conquistada debaixo de árduas lutas, estará com os dias contados pois só vigorará até que o último funcionário deste regime se aposente, eliminando de vez há possibilidade de futuros servidores se valerem da conquista.

A revolta dos trabalhadores da COMCAP levou ao movimento paredista pelo qual condicionam a volta ao trabalho somente com a retirada do projeto, mesmo que previamente aceito pela vereança.  Não se vislumbra mudança nos rumos traçados pelo prefeito Gean. Em entrevista à TV nesta quarta-feira, dia 27/01/2021, ele afirmou que irá sancionar o projeto e agradeceu muito ao trabalho dos vereadores. 

Focando única e exclusivamente a proposta neoliberal escancara-se que a Prefeitura quer dividir os serviços da autarquia, além de cortar valores recebidos por servidores através de acordos coletivos assinado nos últimos anos pois o projeto da minirreforma abre uma brecha para terceirização dos serviços, e passa a área de limpeza pública para secretaria da infraestrutura. Já a coleta do lixo seria transferida para futura secretaria do meio ambiente. Sob uma ótica mais incisiva o que se pretende é extinguir direitos dos trabalhadores para suportar o pagamento de salários e demais pinduricalhos dos futuros secretários e seus " escolhidos ". 

Num verdadeiro escárnio contra os servidores da COMCAP, o secretário municipal da casa civil, Everson Mendes, afirma que: "nós estamos falando de direitos e benefícios que, historicamente, há muito tempo atrás, em outro cenário, em outro momento, através de negociações de greve, eles adquiriram, e não faz mais justificativa, não tem mais sentido, neste novo cenário de pandemia, de retomada econômica".

O Secretário demonstra claramente o descaso com uma classe que desde há muito deixa Florianópolis limpa e asseada. Infelizmente tais esforços na limpeza não atingem a câmara de vereadores e a prefeitura, entidades dirigidas desde sempre pela classe burguesa.

Efetivamente, a guerra construída contra a população menos abastada desde o golpe de 2016 segue firme e forte. As conquistas do sindicato dos trabalhadores estão a caminho de gigantesco retrocesso pois, além do que já se vislumbrou, outras vantagens brevemente serão extintas a partir da sanção do prefeito “gente do bem”. Quem viver verá!