segunda-feira, 10 de agosto de 2020

GREVE NOS CORREIOS EM 2020, OU NÃO?

 


                                               




 Sergio Miguel Souza da Costa             

 

O dia 17 de agosto será um dia (se a pelegada não interferir) diferenciado e de greve nos Correios, pois há muito tempo não se falava em “unir” a categoria ecetista em debates para fazer uma greve em conjunto com as duas federações, FINDECT e FENTECT; existia entre elas um “dividir para reinar”, nunca se chegava a um consenso de dia e data de greves em conjunto para fortalecer a categoria, pelo contrário, sim para enfraquecer, e dar chances ao governo/patrão; optavam por dias diferentes, sabotando assim todas as greves da categoria, e quem sempre perdia, e perde, é o trabalhador. A FENTECT, ligada ao PT e a FINDECT ligada ao PC do B, respectivamente.

Isto fez com que se enfraquecessem os sindicatos e as federações, e a luta da categoria. Deveria de haver apenas uma única federação nos Correios, pois tais “sabotagens” nas datas antagônicas deixam os trabalhadores confusos. Mas estas “confusões” foram propositais, diga-se de passagem, em decorrência das “conciliações de classe” da “frente popular sindical parlamentarista”.

O inicio das privatizações nos Correios começou com a PL 532, do governo “Lula e Dilma” onde se construiu as bases para tal, abriu-se a porteira das privatizações nos Correios sem defesa alguma por parte das duas Federações já citadas, e onde haviam vários com “cargos” no governo desta frente popular saídos destes sindicatos e federações dos Correios e alguns com os pés em ambos.

Aí explica-se o inexplicável, as sabotagens das greves contra os trabalhadores desta empresa. A PL 532 passou assim, facilmente no congresso e no senado. “Não adianta chorar o leite derramado”, como se diz; após estas ‘trairagens’ contra os ecetistas.

Leon Trotsky já dizia. – “O problema da classe operária reside em última instância na crise  de suas direções”. No governo do fascista Bolsonaro, este pessoal com suas datas antagônicas foram “obrigados” a se unirem mesmo que não quisessem, e escolher uma data única para a greve contra a privatização, e defesa dos seus direitos, e dos trabalhadores dos Correios em geral nos acordos de trabalho conquistados, deixar o “dividir para reinar” por conta disto, mesmo porque toda burocracia precisa fazer um esforço monstruoso para dar a entender que seus interesses são comuns ao proletariado, esporadicamente.

O governo do fascista Bolsonaro mexeu até nos sindicatos, nos direitos constitucionais trabalhistas, etc. Nos Correios são em torno de 70 direitos a serem retirados do Acordo Coletivo de Trabalho, uma verdadeira “devassa”. Entre os direitos principais que estão para serem retirados são:

- 30% do adicional de risco de vida.

- Auxílio creche/babá.

- Tickets alimentação.

- 70% sobre as férias.

- O plano de saúde dos ativos e aposentados.

Além de muitos outros direitos conquistados.

Querem privatizar para transferir os lucros da empresa para os “tubarões capitalistas”, deixando as migalhas aos “terceirizados”, pois todos serão como trabalhadores terceirizados, sem direito algum. Demitir, rebaixar salários, etc., e anular décadas e décadas de lutas e conquistas através das greves.

Nada se espera de bom do governo Bolsonaro, Guedes, Floriano Peixoto (presidente da ETC), e de toda esta catrefa do governo fascista.

Por isto, devemos fazer uma greve geral nacional, dos trabalhadores de base de todas as categorias, apoiado em um plano de lutas, e exigir o mínimo para as necessidades de sobrevivência digna dos trabalhadores.

-Fora Bolsonaro, Mourão, e toda a catrefa do governo.

-Por uma greve nacional pelas necessidades básicas mínimas e dignas do ser humano.

- Por um governo socialista da cidade e do campo.

- Que os trabalhadores tomem o poder!

- Por uma América Latina socialista.