quinta-feira, 13 de agosto de 2020

DEBANDADA NA EQUIPE ECONÔMICA DE GUEDES

 Postamos aqui artigo extraído do site Prensa Obrera do Partido Obrero da Argentina.












Roberto Rutigliano/Política Revolucionária RJ


A reforma administrativa que tem como objetivo atacar ao funcionalismo público, a questão da liberação das verbas furando o teto de gastos e a questão das privatizações esta por trás desta crise.

Os secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, pediram demissão na terça-feira (11/08).

Com as saídas de Mattar e Uebel, são sete os integrantes da equipe econômica que deixaram o governo desde o ano passado. Além dos dois, já tinham saído: Marcos Cintra (ex-secretário da Receita Federal, demitido),Caio Megale (ex-diretor de programas da Secretaria Especial de Fazenda),Mansueto Almeida (ex-secretário do Tesouro Nacional, que pediu para sair),Rubem Novaes (ex-presidente do Banco do Brasil, que também se demitiu) e (ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, que pediu demissão).

A questão do teto de gastos tem sido um dos motivos da debandada; de um lado temos a favor da flexibilização o atual Ministro Rogério Marinho (do PSDB), do Desenvolvimento Regional, o filho do presidente, senador Flavio Bolsonaro (o da rachadinha), os militares que querem aumentar seu orçamento e o centrão que exigem a liberação de verbas publicas. 

São contra o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da câmara, Rodrigo Maia.
Guedes alerta que a quebra do teto de gastos pode provocar o impeachment do presidente porque este entraria numa zona cega de irresponsabilidade fiscal.

O governo teve um projeto claro: podemos lembrar a intenção de Bolsonaro de favorecer o armamento (olhando sua base miliciana) ou de realizar reformas de tipo ideológicas querendo votar a escola sem partido (querendo agradar sua base evangélica).

Diretamente contra os trabalhadores Bolsonaro fez votar a reforma de previdência e agora ele quer fazer votar uma nova onda de impostos com a criação de uma nova CPMF. Para a burguesia isto não é suficiente, porque ele engavetou a reforma administrativa que atacaria aos servidores públicos e isso é o segundo ponto que provocou a crise dentro do ministério de Guedes.

Bolsonaro não agrada nem trabalhadores nem à insaciável burguesia, fracassa na condução da crise criada pela pandemia, onde Brasil ocupa o segundo pior lugar no mundo e nada faz para a retomada do emprego.

Bolsonaro perdeu Moro que seria sua reserva moral, perdeu todos os ministros da saúde e agora se perder a equipe econômica poderia ficar desmoralizado frente à opinião pública.

O Brasil tem mais de 100 mil mortes e o governo não toma nenhuma medida que possa desacelerar um verdadeiro genocídio humano que está instalado, tem uma perda de postos de trabalho de quase 8 milhões de trabalhadores o que faz com que o desemprego atinja quase 13 % da população e que o numero de trabalhadores informais chegue a 50%.

Bolsonaro internamente está enfrentando três linhas de fogo: um setor que quer a liberação do teto de gastos, os que querem a reforma administrativa e a pressão de grupos desestatizadores que acabaram saindo porque não estão conseguindo privatizar com a rapidez que pretendiam. Eles querem para si o Banco do Brasil e toda a Petrobras. Guedes e Maia hoje representam o lado cauteloso da burguesia.

Os grupos de centro esquerda esta embriagados nos cálculos eleitorais e nas alianças para novembro e para 2022 e a chamada esquerda radical luta nos diferentes frentes onde consegue um mínimo de forças organizando paralisações como a greve dos correios.

Este é o panorama que temos à nossa frente: uma crise na burguesia e uma pequena, mas crescente chama de luta que pode ascender a classe trabalhadora.