terça-feira, 28 de abril de 2015

POR UM 1º DE MAIO DE MASSAS, CLASSISTA E DE LUTA PARA DERROTAR A TERCEIRIZAÇÃO!!

                                                                           


A classe trabalhadora brasileira vive hoje um dos períodos mais críticos de sua história. Vivenciamos uma das piores crises (política e econômica) dos últimos 50 anos. A crise econômica mundial, que abala as estruturas do capitalismo, afetando diretamente o Brasil e a América Latina no último período, e o processo de esgotamento da frente popular (frente de colaboração de classes que o PT encabeça, de forma estratégica, em aliança com outros setores da burguesia e do grande capital), evidenciado, entre outros fatores, pela enorme fragilidade do governo Dilma, são as coordenadas ou as determinantes principais que devem ser levadas em conta ao se analisar o complexo panorama conjuntural que vivemos no atual período.


Os movimentos sociais iniciados pela juventude em 2013 não foram esmagados, mas na falta de um programa que desse a esse movimento uma perspectiva de luta, perderam a sua intensidade, as lutas e greves, iniciadas pelas diversas categorias de trabalhadores no mesmo período, tiveram vitórias parciais, mas não conseguiram, ainda, se constituir em um movimento (e em um programa) de conjunto de toda a classe, para fazer frente à direita e ao grande capital. 

Os setores da classe média que saíram às ruas recentemente, conduzidos por setores da direita reacionária, também não conseguiram, até o momento, unificar o seu discurso e sua atividade, e nem ganhar a simpatia das massas populares, longe disso, como demonstra a tentativa de aprovação da PL 4330, PL da terceirização, na Câmara dos Deputados (amplamente apoiado pelos deputados que estão no centro e na direita do espectro político) e que agora encontra-se (momentaneamente) sendo analisado no Senado (frente a imensa impopularidade deste projeto diante das massas), esse movimento de direita é utilizado como um meio de pressão e chantagem contra o frágil e debilitado governo do PT, como um meio de deslocá-lo ainda mais à direita, em meio à contundente crise política em curso.

Os ministros do governo Dilma são a expressão profunda da política de fortalecimento do grande capital e da direita dentro de seu governo: Eliseu Padilha (ex ministro de FHC), Alexandre Tombini (ex FMI), Joaquim Levy (ex FMI e do governo FHC), Kátia Abreu (pró latifundiários), Gilberto Kassab (ex malufista), Afif Domingos (ex filhote da ditadura), etc, etc, etc. O esgotamento desse governo diante das massas (que leva adiante uma política de ajuste contra  a classe trabalhadora) e a tentativa de diversos setores do grande capital por substituir esse governo, prenuncia o inicio de uma grande crise do regime político. Os trabalhadores nada tem a ganhar defendendo nem o Governo Dilma e nem defendendo a oposição burguesa, os dois setores expressam interesses do grande capital nacional e internacional, portanto são opressores e não aliados dos trabalhadores. Os trabalhadores e a esquerda devem fugir das teorias do "golpe eminente" ou do "mal menor". A direita já estabeleceu-se no poder, o atual debate e a concomitante crise política é produto, em última análise, das contradições entre as frações da burguesia, e para se saber qual setor ficará com a fatia mais expressiva e mais substancial do Estado burguês. 

O governo Dilma é a expressão de uma aliança do PT com os setores mais reacionários da burguesia, do grande capital, e até mesmo das oligarquias rurais. O PT e o governo Dilma, que tanto critica a direita, oculta que se mantém no poder graças a uma aliança com uma direita endógena ao seu governo, que sustentou esse governo do PT enquanto esse lhe foi funcional aos seus fins imediatos que ambicionava, e conforme esses setores da burguesia começam a se chocar (por interesses próprios) com o PT, trocam paulatinamente de aliança política, assim como se troca de camisa quando essa fica suja, apertada ou desgastada. 

Os setores que estão na oposição burguesa (capitaneadas pelo PSDB, mas que abrangem outros partidos, entre eles setores do próprio PMDB, principal aliado nacional do PT), divergem sobre a viabilidade ou não do impeachment, afinal de contas, a derrubada de um governo coloca em questão um novo governo, e os setores desta direita exógena ao governo, que se acostumaram durante mais de uma década em atirar pedras no frágil telhado de vidro dos governos do PT, teriam que eles mesmos constituírem o seu próprio governo, e com isso teriam que se acostumar com a ideia de que eles seriam agora o novo telhado, um telhado ainda mais frágil que o do PT e sua esquálida aliança com a burguesia. As divergências entre os setores em pugna da burguesia estão focados exatamente sobre a viabilidade ou não da constituição de um novo governo em meio a uma tamanha crise em curso. O fracasso de um novo governo oriundo de um impeachment, pode desatar uma crise ainda maior e imprevisível, e a possibilidade de um governo de "União Nacional" poderia ampliar, ainda mais, o tamanho da crise, diante da impopularidade da grande maioria dos políticos e partidos burgueses e das medidas que, consequentemente, seriam adotadas. 

O impasse diante da aprovação da PL 4330 mostra que mesmo esse setor da direita tem dificuldades e divergências para agir de forma coesa e que formariam um governo instável da grande burguesia, diante do acirramento da luta de classes e do potencial choque com as massas. Esse é um dos pontos de divergência entre os setores de oposição burguesa: continuar a ir desgastando o governo do PT ou constituir um novo governo e correr o risco de assumir um governo instável em uma situação de profunda crise política e econômica.

A CUT, até o momento, está colocando suas fichas contra a terceirização no Senado, tentando a todo custo deixar a luta dos trabalhadores contida, como sinal de confiança para a burguesia e o grande capital. Uma política de colaboração de classes (ou de frente popular) que coloca o futuro dos trabalhadores de bandeja nas mãos de uma das instituições mais reacionárias do Estado burguês, mostra o que a política e a estratégia de frente popular e colaboração de classes é para os trabalhadores: uma estratégia de derrotas e de imobilismo diante da burguesia e de sua política de arrocho e ajuste voltada exclusivamente para as massas e classe trabalhadora. 

A esquerda classista precisa, mais do que nunca, se organizar, manter sua independência política e se preparar para as crises futuras, que desenvolvem-se a passos largos. A independência das organizações dos trabalhadores diante das diversas frações da burguesia em pugna, são o primeiro passo para o seu desenvolvimento ulterior. A organização dos trabalhadores, a partir desse 1º de maio, num movimento massivo e multitudinário de luta contra a terceirização, é o primeiro passo, e a única garantia, de que os trabalhadores conseguirão barrar a PL 4330. Vamos à luta!


*QUE OS CAPITALISTAS PAGUEM PELA SUA CRISE, ABAIXO O AJUSTE DE DILMA E LEVY SOBRE AS COSTAS DOS TRABALHADORES!
*PELO FIM DO TRABALHO TERCEIRIZADO EM TODO PAÍS!
*EFETIVAÇÃO DOS TRABALHADORES TERCEIRIZADOS NAS EMPRESAS CONTRATANTES!
*POR UM GOVERNO DOS TRABALHADORES E O SOCIALISMO!

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TRIBUNA CLASSISTA