quarta-feira, 1 de junho de 2016

UM PONTO MAIS ALTO DA CRISE MUNDIAL

                                                                               
                                                                                   


Jorge Altamira (Dirigente do Partido Obrero da Argentina), texto original de 23/01/2016


A queda das bolsas e do preço do petróleo nas últimas semanas alcançou dimensões muito amplas. No caso das ações, as cotizações caíram, especialmente em Londres e Tóquio, no que os profissionais da especulação chamam de “território de correção” (quando superam os 20%, prognosticando uma tendência de queda). O mesmo ocorreu com o índice Russell, que reúne o maior número de empresas cotizantes na bolsa de Nova York. O petróleo, por seu lado, quebrou o que chamam de “linha de resistência” dos U$30,00 o barril.

Os meios financeiros informam que as perdas de “capitalização da Bolsa de Valores” alcançaram, desde o pico em meados do ano passado, aos 3,5 trihões de dólares. Uma desvalorização desta amplitude, em um lapso tão curto de tempo, revela o caráter fictício do valor do capital que se cotiza na Bolsa. Esta informação não nos esclarece, por outro lado, acerca das perdas reais que sofreram os especuladores, que tem adquirido essas ações a crédito. As quedas obrigam os “investidores” a depositar dinheiro adicional para cobrir a depreciação das garantias representadas pelas ações que compraram. Algo similar se pode dizer sobre a ficção do novo preço do petróleo, porque esse preço corresponde a papéis que creditam aos especuladores o direito de negociar um petróleo que eles não tem fisicamente. Não corresponde a uma alteração dos custos de produção. A expectativa de que o Irã acrescente no mercado petroleiro uma produção ainda maior, a partir do fim das sanções impostas pela ONU, detonou uma nova queda, ainda que essa maior produção somente se efetivará dentro de seis meses a um ano. As perdas reais que sofreram os especuladores localizados do lado “incorreto” da equação, além de ser, de novo, reais afetam aos bancos que os financiaram. Mais grave ainda é a situação das companhias petroleiras que financiaram-se com um endividamento enorme e daqueles Estados que dependem da entrada de recursos fiscais do petróleo. A possibilidade de que todas essas quedas se traduzam em quebras reais depende, ainda que até certo ponto, dos acordos e desacordos que podem alcançar credores e devedores.

Lehman Brothers


Os Editorialistas de jornais como o The Wall Street Journal e o Financial Times minimizaram os riscos de uma crise generalizada. Sustentam, por um lado, que os eventos assinalados constituem uma anomalia, alegando que “não há sinais de recessão” e que os indicadores econômicos, ao menos nos Estados Unidos, são “robustos”. Agrega, o Financial Times, que a baixa nos preços do petróleo é um dado positivo, porque causa um aumento do poder aquisitivo dos consumidores. De acordo com isso “havia que passar o inverno” (boreal). Os argumentos, de todos os modos, surpreendem:

1- A detonação de uma crise tem lugar, precisamente, quando os indicadores na véspera são excelentes.

2 – Junto ao petróleo vem caindo fortemente todas as matérias-primas minerais e também alimentares ( e no entanto, não se tem visto que houvesse reativada a economia). Em um marco de sobreprodução, a deflação resultante acentua a queda dos lucros dos capitais, incrementa o valor real de suas dívidas e diminui inclusive a demanda de consumo pessoal devido ao desemprego total ou parcial, assim como a redução dos salários.

Um outro ponto em debate entre os especialistas diz respeito se a queda foi desatada pelo menor crescimento da China, a baixa do preço do petróleo ou a “mudança de fase” dos países emergentes, que de supostos “tigres” que puxavam a economia mundial para cima, converteram-se em uma hipoteca impagável.

Desde o inicio da crise, no entanto, está claro que ela tem um caráter de conjunto que desloca continuamente seu eixo de gravidade, porém, precisamente por essa característica, conserva seu ponto central nos EUA.

Constitui também uma distorção apresenta-la por países, ou seja fazendo abstração do conteúdo social dos Estados. Em numerosos países estão se desmoronando seus pilares industriais e/ou financeiros, de modo que a queda das finanças públicas não é mais do que a consequência. A crise e desvalorização da Petrobras ameaça levar junto grande parte das indústrias e construtoras brasileiras; a da PDVSA implica a liquidação de um conjunto de ativos estatais e a deterioração da economia familiar; tudo isso vale para a siderurgia e o carvão da China, assim como das economias locais, as construtoras e os bancos.

O resgate de capitais, especialmente bancos, a partir da debacle de 2008, redundou na acentuação de um sistema capitalista “zumbi”, que sobrevive sobre a base do dinheiro público e que desatou como consequência um crescimento enorme do capital fictício. Os trilhões de dólares dispensados pelos bancos centrais e seus respectivos fiscos na última década não somente alimentaram, em última instância, um processo especulativo sem precedentes, acentuando a super-produção contra tudo o que exige um quadro de excessos de capitais e de produção. É o que que ocorreu com os subsídios, a siderurgia, e a construção civil na China, e coma indústria petroleira não convencional nos Estados Unidos, que emergiram como consequência de um financiamento a taxas de juros próximas de zero. Estes procedimentos artificiais para reanimar a taxa de lucro capitalista esgotaram-se. Especialmente os bancos e fundos de investimento que cobrem de dinheiro efetivo devido a ausência de oportunidades lucrativas de investimentos, ao mesmo tempo que o endividamento das empresas em indústrias de referência é maior do que nunca. A famosa crise dos anos 30 do século passado estourou, precisamente, quando o caixa contábil capitalista encontrava-se em um máximo histórico.
Para um economista entrevistado por Ambito Financeiro (22/01), nem China nem o petróleo são os “detonantes” da situação atual. “A causa” diz, são os Estados Unidos. “Desde março do ano passado, os lucros esperados, pelas empresas, são negativos (…) o faturamento vem mal e os lucros ainda pior”. Agrega: “a China cresce menos porque o que fabricam norte-americanos e europeus nesse país e o exportam para os Estados Unidos e Europa tem menos demanda. O problema é a quase estagnação dos Estados Unidos e da Europa”. Definitivamente, a bolsa norte-americana encontra-se sobre valorizada, por um lado, devido a uma especulação e o aumento dos preços das ações, devido a compras financiadas por taxas de juros baixíssimas e, por outro, por uma queda generalizada dos lucros. Esta situação deve desembocar, em seu limite, em uma nova etapa de quebras. É um retorno ao seu ponto de partida (a quebra do Bearnan Sternm primeiro, em 2007, e a do Lehman Brothers, em 2008) em uma escala financeira e social, consideravelmente mais elevada.

A TRANSIÇÃO CHINESA

Não obstante a crise anterior, a que se desenvolve na China é simplesmente extraordinária; representa um ponto de alteração na crise mundial e no conjunto da situação política. Não é esta, no entanto, a opinião do “establishment”. Para este a China deveria completar sua grande performance das últimas décadas passando de uma economia de exportação para uma economia de serviços: educação, saúde, crédito generalizado. A refutação de que a China estaria ameaçada por uma crise de alcances inestimáveis, residiria nas possibilidades imensas que ofereceria a passagem a uma economia realmente moderna. A China enfrenta uma enorme sobreprodução industrial financiada com um endividamento ainda maior. “O endividamento da geral da China (…), e em especial de suas corporações não financeiras, é maior que a dos Estados Unidos”. (Martin Wolf, editor do Finantial Times, 20/01).

A “transição” salvadora, no entanto, não avança, devido a isso. “Ainda que o governo promete uma grande tolerância para companhias do setor privado e investidores estrangeiros em algumas áreas da economia, não há apetite por privatizações generalizadas em áreas tradicionais dominadas pelo Estado (…). O enfoque preferido do Estado, com relação às “companhias zumbis” é proceder a fusões e aquisições em lugar de quebras e liquidações”. Porém as 'fusões e aquisições' supõem a associação ou venda de empresas a preços próximos de seu valor de quebra, e a venda dos ativos supérfluos a preço de arremate. Isto é o que não pode realizar o governo chinês, porque representaria um salto no vazio, por um lado, e pelo temor de uma revolta social, por outro. Para “muitos analistas, no entanto, o retrocesso da indústria pesada é tão selvagem que o governo não poderia salva-la mesmo que quisesse (Mitchell, Finantial Times, 20/01). À luz disso tudo, ainda que o 'detonante' encontre-se nos Estados Unidos, trata-se de uma bomba de controle remoto que produziria uma explosão na China. Entretanto, a superprodução industrial, a queda da taxa de lucro e o endividamento produziram uma feroz saída de capitais, da ordem de 1 trilhão de dólares por ano. A China tem seu próprio 'mercado blue' em Hong Kong, Macau ou inclusive Londres, aonde sua moeda se cotiza abaixo da 'oficial'. A reação do governo tem sido recorrer ao método Kicillof, com resultados que acabaram sendo mais catastróficos.

BRASIL

O que os chineses estão receosos de fazer, no Brasil vai em ritmo de samba. É o caso da Petrobras, que foi assinalada pelo desenvolvimentismo brasileiro como a vanguarda da industria nacional. A sua volta desenvolveram-se empreiteiros e provedores industriais de equipamentos para perfuração complexas e para refinarias. Entre a queda do preço do petróleo, a tendência decrescente dos lucros (compensada por um endividamento crescente) e a retirada do financiamento internacional, a Petrobras passou de uma capitalização na Bolsa de 270 bilhões para aos atuais 25 bilhões, uma desvalorização sem precedentes (Valor Econômico de 16/01). A indústria criada em sua periferia enfrenta a bancarrota. “hoje, diz um colunista do diário citado, estão sendo oferecidos entre 20 e 30 ativos, que incluem Brasken, Liquigas, Br Distribuidora, TAG e terminais da GNI no Rio de janeiro e outras cidades”. Estão também negociando a venda de sua empresa de fertilizantes. Para sair de sua crise pretende vender também os oleodutos e passar de proprietária a usuária. O prognóstico oficial é que o PIB do Brasil cairá uns 4% em 2016 e uma taxa duas vezes e meia mais alta na indústria. O diário em questão afirma que a “capitalização da Petrobras (pelo Estado) resulta inevitável”, no entanto, adverte que quando o tema foi colocado no ano passado “a discussão não prosperou pelo impacto direto que teria na já elevada dívida pública do setor público”.

O destino da Petrobrás e de boa parte da indústria brasileira devera desatar uma crise social e política imensa, que apenas se insinua com a operação 'Lava-Jato'. A siderurgia e a metalurgia brasileira estão operando com metade de sua capacidade; a imprensa alerta para a eminência de dez milhões de desocupados. A crise mundial nessa etapa converteu a crise desatada pela quebra do Lehman Brothers em um episódio iniciático.

PDVSA não desenvolveu nenhuma indústria em seu entorno, porém foi convertida, na Venezuela, na financiadora da indústria nacionalizada e de grande parte das cooperativas e planos sociais (a nacionalizada Sidor estaria trabalhando com 30% de sua capacidade). Para 2016, PDVSA e o Estado venezuelano enfrentam vencimentos de dívidas internacionais que são impagáveis. Encontra-se colocada a questão do 'default', com suas imensas consequências políticas internacionais.

A queda de preços das matérias-primas, assim como o elevado endividamento dos períodos de 'vacas gordas', tem produzidos uma saída de capitais da América latina, somente em 2015 foram uns U$S 700 bilhões.

Estados Unidos-Arabia Saudita

A superprodução de petróleo esta estreitamente vinculada com a política aplicada de resgate capitalista para sair da crise. Ocorre que, apesar dos progressos tecnológicos, o desenvolvimento da produção de gás e petróleo não convencionais (xisto) não poderia ter se desenvolvido, nos Estados Unidos, sem o enorme subsídio que representaram as baixíssimas taxas de juros. Possibilitaram a entrada no mercado de uma produção cujo custo oscilava entre U$S 50 e U$S 80 o barril. Isto autoriza as suspeitas dos governantes venezuelanos e sauditas de que a superprodução de petróleo foi uma orientação estratégica dos Estados Unidos para golpear e condicionar, a uns e outros, no plano político.

A pugna chegou a um momento crucial, porque, de um lado, cerca de umas cinquenta empresas decidiram retirar os fundos de investimentos, que comprometem a vários bancos. O Wells Fargo, o maior banco dos Estados Unidos, tem comprometidos uns U$S 20 bilhões nessa indústria. Segundo uma agência internacional, “as grandes companhias petroleiras dependem do dinheiro de seus credores” (Ambito 22/01). Por outro lado, a Arábia Saudita decidiu manter a negativa em reduzir a produção de petróleo para elevar os seus preços. O resultado é uma quebra no orçamento do reino e um forte deficit fiscal. A saída eleita pelo reino para manter sua competitividade no mercado foi o de privatizar parte de sua empresa estatal, Aramco, cerca de uns 30% sobre o valor de uns 3 trilhões de dólares. A intenção de arrecadar um caixa de 900 bilhões de dólares choca-se com a óbvia barreira de que uma colocação semelhante de ações desvalorizaria imediatamente o seu valor de mercado. A crise do petróleo está levando à quebra da Rússia, um fenômeno de alcance 'geopolítico', eufemismo para esconder a tendência à guerra, porém, principalmente, a uma quebra do regime de Putin. Os aposentados russos acabam de impedir uma redução de seus benefícios por parte do governo.

Em grande parte do mercado mundial desenvolve-se essa luta por quebrar os rivais e monopolizar o mercado: a mineradora Rio Tinto está aumentando seus investimentos em um mercado claramente em queda para quebrar competidores como Glencore, que está vendendo ativos comprados pouco antes da crise. Nesta disputa pode sair muito afetada a Vale do Rio Doce, as ações dessa companhia encontram-se uns 40% abaixo do seu valor de emissão.

Episódios

A imprensa mundial alerta sobre outros episódios que ilustram a extensão da presente crise ou a diversidade de detonantes do que está sendo colocado. O comentário do dia na Europa é o elevado nível da carteira de inadimplentes incobráveis dos bancos italianos, uns 280 bilhões de euros. O Banco Monte dei Paschi enfrenta, esta vez parece que de forma definitiva, uma bancarrota, que arrastaria outras financeiras.

Até o mercado dos abutres especuladores parece afetado. Os chamados “títulos lixo”, que foram emitidos por companhias com menor capacidade de pagamento, tem caído de forma substancial. Os abutres que compraram ações por preço de arremate (“falling knive”) se viram prejudicados por uma queda ulterior de suas cotizações.

 A conclusão que emerge de tudo isso é que 2016 será um ano de grandes convulsões políticas.

                                                                                

domingo, 29 de maio de 2016

SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL EM LUTA!

                                                                       


GUILHERME GIORDANO (TRIBUNA CLASSISTA - Porto Alegre)


No dia 26/05 foi realizada uma Assembleia Geral convocada pelo SINDISPREV/RS, sindicato que representa os servidores públicos federais da Previdência Social (INSS), Trabalho e Saúde, para discutir e mobilizar a categoria contra o desmonte da previdência social pública, a extinção do Ministério da Previdência com a vinculação das aposentadorias e demais benefícios previdenciários à arrecadação fazendária, ataque aos direitos trabalhistas com desmantelamento do Ministério do Trabalho, privatização do SUS, aumento exorbitante do Plano de Saúde dos servidores federais (GEAP) em média de 40%, com a consequente expulsão da categoria do mesmo, PL 257/2016 que o governo Dilma enviou para o Congresso Nacional às vésperas da votação do impeachment para agradar os golpistas com pedido de votação em urgência urgentíssima, o qual prevê, entre outros, a quebra da estabilidade no emprego dos servidores das três esferas do Estado, aumento da alíquota de 11% para 14% do INSS para os servidores públicos da ativa e aposentados, fim dos concursos públicos, etc. 
Foi aprovado um calendário de lutas que prevê entre outros pontos a realização de plenárias nacionais setoriais e gerais convocadas pela FENASPS para os dias 10 e 11/06.

A Assembleia Geral aprovou unanimemente as propostas do TRIBUNA CLASSISTA de CONGRESSO NACIONAL da classe trabalhadora com delegados eleitos nos locais de trabalho, estudo e moradia, para aprovar um programa das necessidades vitais e lutar por um governo próprio dos trabalhadores, bem como de participação da categoria na CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA que ocorrerá nos dias 16 e 17/07, em Montevidéu, em defesa da UNIDADE SOCIALISTA DOS TRABALHADORES DA AMÉRICA LATINA.

Na quinta-feira (26/05) ocorreu, na sede do SindisprevRS, a Assembléia Estadual dos Servidores da Saúde, Trabalho, Previdência e Anvisa. A assembleia contou com a participação de um número expressivo de servidores das diversas categorias e regiões do Estado. Após informes e debates de conjuntura, onde foram expostos os ataques do governo, frente à crise do capital, fazendo com que novamente os trabalhadores paguem a conta, foram deliberados os seguintes assuntos:

1 - Oposição ao governo interino de Michel Temer ou qualquer governo que retire direito dos trabalhadores; FORA TEMER, NENHUM DIREITO A MENOS! - essa resolução aprovada foi apresentada pelo ALICERCE SOCIALISTA, agrupamento em que militam a maioria dos dirigentes sindicais do SINDISPREV/RS


Nota: O TRIBUNA CLASSISTA na Assembleia apresentou a seguinte formulação: "ABAIXO O GOLPE! FORA O GOVERNO GOLPISTA DE TEMER! POR UM GOVERNO DOS TRABALHADORES!"

- Essa formulação foi apresentada pelo TRIBUNA CLASSISTA, caracterizando o impeachment como a cobertura constitucional do golpe de estado, o terceiro golpe parlamentar na América Latina, e sob a base de que os trabalhadores devem emergir na situação política de maneira independente da política de conciliação de classes do PT e de todas as variantes burguesas e pró-imperialistas com um programa e uma política própria. O argumento de cunho sindicalista do dirigente do ALICERCE foi de que não poderíamos dividir a categoria, pois existem setores que compareceram nas marchas impulsionadas pelos golpistas e nas marchas impulsionadas pelos defensores do governo Dilma, e que portanto, a posição do sindicato deveria ser essa, de abstencionismo, embelezando um governo que nasce de um golpe de estado contra as massas, dando-lhe o nome de "interino", ao mesmo tempo que faz uma enorme concessão ao governo de conciliação de classes de Dilma e aos anteriores de Lula, que só retiraram conquistas da categoria, com o seu "NENHUM DIREITO A MENOS!"


2 - Construção de uma alternativa de luta dos trabalhadores que vivem do salário, pela garantia dos direitos conquistados ao longo dos anos e muitas lutas;

3 – Elaboração de um Seminário sobre as Reformas: Previdência, Trabalho, SUS e Políticas Sociais;

4 – Reforçar as denúncias sobre o sucateamento e reformas propostas pelo governo para a Previdência Social (INSS), Saúde, Trabalho, Anvisa e Assistência Social com notas na Imprensa e demais meios de comunicação.

5 – Participação de todos os setores integrantes do SindisprevRS nas atividades estaduais e municipais em defesa dos serviços públicos, saúde, trabalho, anvisa e previdência;

6 - Participação o Lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência no dia 31/05 Em Brasília ;

7 - Participação na audiência na ALERGS no dia 30/05 às 14 horas contra o PL 044/2016;

8 - Indicar para a Plenária Nacional da Fenasps paralisação de 72 horas contra o desmonte do INSS/Previdência Social;

9 - Atividades no dia 31/05 nos locais de trabalho com uso de camisetas pretas, distribuição de carta aberta à população e atos onde for possível contra o desmonte do INSS;

10 - Encaminhar através da Fenasps ao FONASEFE - Fórum Nacional de Servidores Públicos Federais e às Centrais Nacionais de Trabalhadores a construção de Congresso Nacional da Classe Trabalhadora apresentada pelo TRIBUNA CLASSISTA;

11- Participação em 16 e 17/ 07 da Conferência Latina Americana onde será debatida a unidade dos trabalhadores de esquerda da America Latina, apresentada pelo TRIBUNA CLASSISTA.

                                                        _____________

Foram aprovadas ainda Moção de Solidariedade aos estudantes secundaristas que estão ocupando as escolas; Aos Professores em Greve e aos Trabalhadores da França.

Foram eleitos para participar do lançamento da Frente parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social os seguintes nomes: Ana Lago; Dinara ; José Campos; Sônia Bonifácio; Vânia e Vera Dornelles.

Para os Encontros setoriais foram eleitos os seguintes nomes:

INSS- Alexandre; Anahy; Eloísa; Daniel: Fábio; Giovani; Jorjão; Sidnei; Jorge Patrício; Samanta;

Saúde - Sônia Alves e Sandra Natividade ;

Anvisa - Orlando; Paulo César e Castilhos;

MT - Viviam e Guilherme.

Para a Plenária foram eleitos como delegados: Orlando; Sonia Alves; Vivian; Giovani; Jorge Patrício; Daniel; Fábio e Sidnei.

CALENDÁRIO:

30/05 – Participação em audiência pública na ALERGS, contra o PL 44/2016!

31/05 - Ato publico, às 10hs em frente ao ex-MTE contra as reformas e o desmonte do serviço publico (INSS, SUS, MTE, ANVISA)

11/06 - Encontros setoriais INSS, Saúde, Trabalho e Anvisa

12/06 - Plenária Nacional

16 e 17/7 - Participação na Conferência Latino Americana



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SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE FLORIANÓPOLIS EM LUTA!

                                                               


                                 Alfeu Goulart (TRIBUNA CLASSISTA - Florianópolis)


Reunidos em assembleia terça-feira, 24 de maio, os Servidores Públicos Municipais de Florianópolis discutiram os próximos passos na luta contra o prefeito César Souza Jr., que respondeu com oficio dizendo não ter dinheiro em caixa para efetuar a segunda parcela do PCCV (20%) sobre o salário-base na folha de pagamento do mês de maio . Foi aprovada paralisação de vinte quatro horas em data a ser confirmada (8 , 9 e 10/06 ) a fim de que coincida com o calendário nacional de paralisação e a construção da greve na categoria para que outras questões pendentes sejam resolvidas: regulamentação e pagamento das horas extras dos plantões dos Educadores Sociais da Assistência Social , condições de trabalho dignas, materiais de qualidade, alimentação adequada na merenda de escolas e creches, por condições minimas de atendimento nas Upas, onde a falta de materiais e de medicamentos é constante; é consenso na categoria que o prefeito e seu partido, o PSD, agem desde o primeiro dia de seu mandato no sentido de sucatear o Serviço Público, em Florianópolis, beneficiando seus apaniguados em CCs que chegam à cifra de 730 nomeados com altos salários, assim como aumentos de 40% nos valores dos contratos das empresas terceirizadas da vigilância e limpeza.

A assembleia aprovou a proposta apresentada pelo Tribuna Classista que a CUT e a CSP/CONLUTAS convoquem imediatamente um Congresso Nacional com delegados eleitos na base e que se aprove um Plano de Lutas para organizar a Greve Geral para derrotar o golpe de estado através da intervenção independente da classe trabalhadora sem apoiar Dilma e o PT , como forma de dar uma saída Operária e Socialista à crise no Brasil e na América Latina.

Fora Temer!

Abaixo o golpe e todos os golpistas!

Não pagamento das dividas interna e externa !

Estatização do Sistema Financeiro!

Reforma Agrária sobre o controle dos Trabalhadores !

Pela unidade dos Servidores e funcionalismo Públicos Municipais, Estaduais e Federais!



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terça-feira, 10 de maio de 2016

FORA CÉSAR SOUZA JR. DA PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS!

                                                               

Alfeu Bittencourt Goulart

Os servidores públicos municipais de Florianópolis deflagraram Greve a partir do dia 02/03 contra a política de sucateamento e terceirização e pela reposição da inflação do período 10,37%, data-base 2016 antecipada em função do calendário eleitoral, sempre com participação massiva dos servidores nas assembleias e passeatas contra o ataque do prefeito César Souza Junior (PSD) e seus amigos, vereadores envolvidos no roubo dos cofres públicos - Ave de Rapina, operação assim denominada pelas investigações da Policia Federal onde foram desviados R$ 35 milhões, enquanto empresas terceirizadas que atuam no Serviço Público Municipal tiveram aumentos astronômicos nos preços das prestações dos serviços,  além da criação de gratificações ilegais para cargos em comissões, um escárnio. Não exitou em usar a guarda municipal, que atacou manifestantes em frente ao prédio da administração com spray de pimenta, quando buscavam resposta para a pauta de reivindicações, tendo sido muitos os atingidos de forma covarde pelo pau-mandado, do malufista Gilberto Kassab. Além disso ameaçou os grevistas com corte de ponto, processos administrativos e em entrevista na rede Record de televisão avisou ter colocado a policia civil para investigar piqueteiros que convenciam os colegas a aderirem ao movimento, que não havia motivo para aumento salarial, etc. Nada disso adiantou, os trabalhadores não se curvaram às ameaças do filhote da ditadura, e a greve continuava crescendo em resposta à intransigência do prefeito em apresentar uma proposta que atendesse a pauta da categoria.

Passados dezesseis dias do inicio da paralisação, após assembléia, os servidores se dirigiram em passeata conjunta com os servidores estaduais e trabalhadores da COMCAP, também paralisados contra o calote do prefeito e a ameaça iminente de privatização, à Câmara Municipal. O prefeito em meio à crise instalada pela debandada de partidos aliados e troca de secretários, inclusive o da Administração, até então o preposto do prefeito nas mesas de negociação, encontrava-se no local e a comissão de negociação e diretores do SINTRASEM foram "recebidos" e foi agendada mesa para dia 17/03, mas a categoria respondeu com palavras de ordem que queria apresentação de proposta imediatamente e formou piquete na porta principal e no portão da garagem da Câmara. De pronto, diretores do sindicato falaram ao microfone no caminhão de som para a categoria dirigir-se às suas casas para descansar e pediam que os trabalhadores desobstruíssem o portão para que o carro com o prefeito pudesse sair, pois a categoria e o sindicato corriam o risco de serem acusados de manter o prefeito em cárcere privado (sic), em que pese ele estivesse nas dependências do legislativo municipal, aqui temos um primeiro sinal de capitulação política da direção sindical rechaçada pela categoria que não arredou pé e companheiros da base também usaram o microfone acompanhando a manifestação por apresentação de proposta já no dia 16, o que não teve resposta à pauta nesse dia.
              
No dia 17/03 foi apresentada a primeira resposta à pauta de reivindicações: 4/%, (2% em maio e 2% em outubro); vale alimentação de R$ 18,50. No ínterim das vinte quatro horas seguintes surgiriam mais duas propostas (5% e 6%), todas condicionando o fim da greve no dia 18, e nenhuma resposta concreta em relação ao item da pauta de reivindicações que trata das precárias condições de trabalho nas escolas, creches, postos de saúde, regulamentação dos plantões dos servidores da SAMU e dos Educadores Sociais da Assistência Social, que apesar de acordado, nem 2015 a Secretaria se nega a regulamentar, assim como pagamento das horas-extras. A questão dos ACTs que sofreram calote no final do ano passado também não estava colocada em nenhuma das propostas, assim como também a questão do atraso do pagamento do 1/3 de férias, além do que tais propostas a tomar como base a de 6/% representa apenas cerca de 60/% das perdas salariais do período, já que dados oficiais do IBGE cravou em 10,37 % a inflação para o período, diante das taxas de juros estratosféricas (SELIC 14,25%) e nenhuma perspectiva de redução de preços e um quadro estável de paralisação da categoria em torno de 80%, tais propostas não eram condições suficientes para encerrar a greve, já que não atendiam minimamente nossa pauta de reivindicações.

Com a categoria já se deslocando para assembléia do dia 18/03 e reunião do comando de greve encaminhando-se para o final, a comissão de negociação foi chamada para mesa com a Administração. A assembléia foi aberta tendo como ponto de pauta inicial análise de conjuntura nacional, o representante da direção do sindicato (Esquerda Marxista foi o primeiro a discursar sobre o tema, seguido pelo representante do PT (Partido dos Trabalhadores - da corrente do jornal O Trabalho). Finalizando o bloco de três falas o companheiro da Conlutas (PSTU). quando a mesa abriu inscrições para que a plenária da assembléia se posicionasse no debate, em uma manobra o vereador e servidor Ricardo (PR), partido do centro de delinquentes políticos golpistas do Congresso Nacional encaminhou proposta contrária para que a base da categoria não se expressasse sobre o ponto de conjuntura nacional, que devia partir para a discussão da nova proposta que a comissão teria para apresentar para o comando. Rapidamente, a mesa acatou o encaminhamento, abortando assim a discussão sobre conjuntura com a categoria, a assembléia foi suspensa, com os representantes do conselho deliberativo e o comando de greve retirando-se para reunirem à sombra de uma árvore. Em questão de alguns minutos estava selado o destino de mais uma grande greve dos municipários de Florianópolis, ou seja, para a direção do SINTRASEM e o Jornal O Trabalho os servidores deveriam aceitar 6% em quatro parcelas: (2% em abril, 2% em outubro): (1% em fevereiro e 1% em abril de 2017), o que segundo os defensores do fim da greve era um avanço já que a proposta retiraria a judicialização da greve que pedia a criminalização do movimento e a multa imposta ao sindicato e os trabalhadores teriam que repor "apenas" seis dias úteis como forma de pagamento dos dias parados, além de que contemplava a classe dos auxiliares de sala com a passagem para o nível técnico condicionada à aplicação da segunda parcela do PCCS, incluída na pauta. Pois não há garantias que o prefeito cumpra, ele age à margem da lei, Fora da Lei.

Essa que foi apresentada para o comando como uma proposta suficiente para tirar a categoria da greve mostrou na verdade uma capitulação política diante do prefeito por parte da Esquerda Marxista (direção do Sindicato) que, inclusive não tiveram coragem para defender a proposta. Quando a assembléia foi reiniciada abstiveram-se de defender o vitorioso índice de 6% em quatro parcelas, o qual defenderam com unhas e dentes com numerosas intervenções minutos antes na reunião do comando, delegando esta tarefa aos militantes do O Trabalho que cumpriram o papel de cúmplice pela aceitação dessa proposta rebaixada; o seu principal militante no inicio de sua fala pelo fim da greve não teve meias palavras: “essa greve é uma greve com tempo de validade";  ou outra militante que argumentou pelo fim da greve e que o enquadramento dos auxiliares de sala ao nível técnico na carreira era uma vitória e bradou: “é isso ai galera! dinheiro no bolso, vamos para a balada”, expondo claramente que a unidade da categoria ficou pelo segundo ano consecutivo somente no discurso e o que de fato prevaleceu foi a divisão da categoria. Opondo-se a este famigerado parcelamento no índice de reposição da inflação que é o que de fato unificaria a categoria, o que é um retrocesso em 2% ao  parcelado acordo de 8% de 2015 onde a vitória foi apresentada como a implementação do PCCS, e que a pauta fosse atendida minimamente em todas as classes do quadro de carreira dos servidores e nas condições de trabalho amplamente denunciadas durante os dias de greve tais como: contra ao calote aos ACTs, redução do número de alunos nas salas, regulamentação dos plantões Samu e Assistência, contra o atraso do pagamento das férias, etc., formou-se um bloco pela continuidade da greve por tempo indeterminado pelo atendimento mínimo da pauta de reivindicações, com companheiros do Tribuna Classista, independentes e Conlutas se revezando na defesa de que a proposta teria que ser melhorada e pela manutenção do movimento.

Encaminhada a votação a categoria ficou claramente dividida, de forma alguma pode ser dito que a proposta 1 de encerrar a greve foi a vencedora apenas por contraste, assim aclamada pela mesa, a votação deveria ser refeita e os votos contados.

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domingo, 8 de maio de 2016

CPERS: A OPOSIÇÃO, A CRISE E AS SUAS PERSPECTIVAS.



GUILHERME GIORDANO


No dia cinco de maio do corrente ano foi convocada uma reunião por algumas forças políticas que se dizem de oposição à atual direção do CPERS, a Articulação Sindical do PT e da CUT. Entre elas, encontravam-se o PSTU, o MLS (racha da DS do PT e da CUT PODE MAIS), o Alicerce/PSOL, CEDS (Clóvis de Oliveira), etc. para discutir uma intervenção unificada dessa oposição, principalmente para o Congresso Estadual do CPERS que irá ocorrer no início de julho, visando inscrever uma tese única.


Foram convidados para essa reunião e não compareceram, por não concordarem com o método que foi proposto, o MES/PSOL e CS/PSOL.

O debate já iniciou falseado, pois não se propôs como método a discussão de um balanço das últimas eleições gerais para a direção do CPERS, na qual a categoria votou majoritariamente nas chapas da esquerda, e quem levou a eleição e ficou com a direção do sindicato foi a Articulação Sindical do PT e da CUT, com uma votação minoritária. Os que propõem a "Unidade" da "Oposição" para uma briga de aparato, sem o mínimo entendimento e acordo da caracterização de pontos decisivos na atual conjuntura, se dividiram e entregaram um instrumento de luta histórico da categoria para a política de conciliação de classes do PT e da ala majoritária da CUT.

A discussão proposta passou desde uma análise superficial da profunda crise política no país desvinculada da bancarrota mundial do capitalismo, até por proposta de alteração estatutária visando a próxima eleição do sindicato que irá ocorrer no ano que vem, nos marcos de uma situação de quebra completa do Estado do Rio Grande do Sul, aonde o governador do PMDB, Ivo Sartori, "o gringo que faz", promove um sequestro dos salários dos servidores do executivo estadual, "simplesmente parcelando-os em nove vezes". PASMEM!






O representante do TRIBUNA CLASSISTA na reunião pegou a palavra e questionou o fato de que não se discutiu a necessidade de um programa político para defender os interesses da categoria, na forma de um Plano de Lutas, e nem sequer foi mencionada a palavra "golpe", em um claro acordo tácito oportunista entre as forças presentes, que sabidamente possuem uma caracterização divergente sobre o assunto. Falou da necessidade de uma reorganização do movimento operário diante do "verniz 'institucional' (impeachment) do golpe" que se constitui como "veículo para uma profunda modificação das relações entre a classe capitalista e as massas" que passa necessariamente pela "convocação de um Congresso de bases dos trabalhadores que discuta e aprove um programa contra o ajuste e uma saída operária frente à crise", chamado este "dirigido às centrais e organizações operárias que hoje estão atravessadas e comovidas pela crise em curso e é extensivo ao Conlutas, aos movimentos sociais e às organizações de esquerda". (PO 1409,5/5/2016).

Antes de entrar na discussão da tese para ser apresentada, foi dado o informe de que o prazo (até o dia 13/05) e a vinculação das teses para eleição dos delegados nas assembleias, seria uma justificativa (burocrática) para a falsa unidade. O CEDS e o Alicerce/PSOL retiraram-se antes, e foi acordado com os mesmos de que seria apresentado um Manifesto unificado entre as forças presentes.
A metodologia para discussão da tese foi proposta com os pontos que na discussão preliminar apresentaram-se como controversos. Na discussão de conjuntura nacional, o MLS e o PSTU apresentaram uma caracterização de que não existe um golpe em curso, contra o impeachment, e de independência dos trabalhadores frente aos dois blocos burgueses em pugna.

Depois da intervenção do representante do TRIBUNA CLASSISTA, a qual caracterizou a situação política nacional associada à crise mundial, com todas as suas especificidades, e que nesse caso, do Brasil, se manifestava não somente no esgotamento da política de colaboração de classes e de tentativa de contenção das massas do PT, mas na tendência ao desmoronamento de todo um regime político moribundo, que a cada manobra e peça mexida no tabuleiro da crise, coloca as frações burguesas em um verdadeiro estado de pânico, como no caso do afastamento do Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, um ladrão reconhecido por toda a imprensa internacional, que dirigiu a sessão circense do impeachment, televisionada em cadeia nacional, que expôs para toda a população o verdadeiro antro que domina o Congresso Nacional, representantes das mais diversas siglas e frações da burguesia tupiniquim, uma verdadeira prostituição política a céu aberto, escancarando um golpe político contra as massas, a representante do PSTU saltou com uma posição ultimatista que contém outra face de uma mesma moeda daqueles que se dissolveram na política de colaboração de classes do PT para pura e simplesmente fazer a defesa do governo Dilma, que assim como o golpismo comandado por Michel Temer, seu vice-presidente, promoveu o ajuste contra os trabalhadores. O PSTU arbitrariamente entende que se uma determinada posição caracteriza que há um golpe em curso, automaticamente está fazendo a defesa do governo Dilma, enquanto que a outra da mesma moeda, arbitrou que qualquer crítica ao governo do mensalão e do Petrolão está fazendo o jogo dos golpistas.

O terceiro campo do PSTU com seu FORA TODOS é uma incógnita que nem seus militantes sabem explicar e decifrar, pois carece de uma caracterização de classe. Falando nisso, depois da vigorosa intervenção do representante do TRIBUNA CLASSISTA, o PSTU não teve coragem de apresentar o seu FORA TODOS.  

Há que se abrir uma perspectiva política para que a classe operária emerja da crise de maneira independente, classista, socialista e revolucionária. Urge que as organizações de massa da classe trabalhadora convoquem um Congresso Nacional com delegados eleitos nas bases das categorias para discutir e aprovar um programa de defesa das necessidades vitais dos trabalhadores e de um governo dos trabalhadores, bem como é necessário envolver o máximo de organizações da esquerda revolucionária e de militantes para que se construa a Conferência Latino-americana proposta pelo Partido Obrero da Argentina, pelo PT do Uruguai e demais organizações militantes e simpatizantes da CRQI para discutir e aprovar um Plano de Ação em defesa da Unidade Socialista dos Trabalhadores da América Latina, diante da monumental crise mundial que afeta todo o continente.

                                                                                      



sábado, 30 de abril de 2016

POR UM 1º DE MAIO CLASSISTA! LUTAR CONTRA O GOLPE!

                                                             


A SAÍDA PARA ESSA CRISE ESTÁ
NA ORGANIZAÇÃO E NA LUTA DOS TRABALHADORES DE UMA FORMA
INDEPENDENTE DA BURGUESIA E DE SEUS GOVERNOS!

Em primeiro lugar temos caracterizar que tudo o que vivenciamos atualmente em nosso país nada mais é do que a expressão inequívoca da crise mundial do capitalismo, que eleva as contradições sociais, econômicas e políticas a um zênite em que a luta de classes, assim como, a luta pela sobrevivência de cada classe social se dá, cada vez mais, sob a forma de uma encarniçada luta política.

Não há como separar a nossa crise política e econômica do contexto da crise mundial. A crise histórica do capitalismo que vivenciamos afeta toda economia mundial e com isso vai derrubando regimes políticos inteiros que até a pouco tempo pareciam sólidos. A América Latina encontra-se hoje fortemente afetada por essa crise e seus efeitos devem varrer todo o continente.

Antes de tudo, temos que deixar patente e claro que esse é um golpe organizado e com o caráter social da burguesia enquanto classe! As principais frações do grande capital e da burguesia unificaram-se sob a perspectiva do impeachment e do golpe parlamentar! A política de colaboração de classes que o PT sustentava com a burguesia esgotou-se. Não por uma crítica no interior do PT ou da esquerda, mas por que os setores dominantes da burguesia que estavam em aliança com o PT romperam com este governo moribundo. A luta pelo poder colocava dois blocos fundamentais da burguesia em campos opostos: um junto com o PT e o governo e o outro com a “oposição” burguesa. No último período os setores dominantes da burguesia unificaram-se, sob a articulação do PMDB, de Cunha e de Temer, com o apoio da quase totalidade dos partidos burgueses. O golpe tem nitidamente seu caráter de classe. Os setores que fecharem os olhos ou que cruzarem os braços diante do golpe terão que responder historicamente no futuro diante das massas pelos seus atos. Não é admissível uma política classista que cruze os braços ou os olhos diante do grande acordo que a burguesia realiza, unificando seus principais partidos, entidades e representantes para praticar um golpe, um assalto ao poder político.

A fração dominante da burguesia se utiliza da crise do regime político para obter o poder e formar um governo de coalizão e unidade nacional, do grande capital contra as massas trabalhadoras! Temer, Cunha, Renan, PMDB, PSDB e demais partidos burgueses prepararam um verdadeiro rolo compressor contra a maioria esmagadora da população! A partir do controle do legislativo saqueiam o poder executivo. A partir do controle do Estado saquearão às massas. A partir da exploração das massas farão recair o maior peso sobre a classe trabalhadora assalariada: a classe operária.

O espetáculo midiático do dia 17 de abril mostrou as entranhas golpistas e reacionárias do congresso brasileiro a toda população! De suas vísceras assistimos a defesa da ordem capitalista vigente junto com o cadáver insepulto do golpe militar de 1964! O Congresso Nacional é hoje um dos centros políticos da crise e trabalha ativamente, sob a liderança de Eduardo Cunha, para constituir um novo governo: burguês, corrupto e reacionário que destrua a resistência da classe trabalhadora!

Somente a organização independente dos trabalhadores, na forma de fóruns e congressos classistas, que postule a superação total desse regime político, pode derrotar esse golpe de forma cabal e completa, outras vias como eleições gerais, ou propostas intermediárias e mutiladas, somente colocarão novamente a classe trabalhadora diante do espectro do golpe organizado nas entranhas desse regime pelo grande capital. A vitória completa contra o golpe passa pela organização política dos trabalhadores de forma independente da burguesia, de seu regime e de seus governos.

                                                TRIBUNA CLASSISTA
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terça-feira, 26 de abril de 2016

NÃO AO GOLPE!

                                                                         



A FRAÇÃO DOMINANTE DA BURGUESIA SE UTILIZA DA
CRISE DO REGIME POLÍTICO PARA OBTER O PODER
E FORMAR UM GOVERNO DE COALIZÃO E UNIDADE NACIONAL
DO GRANDE CAPITAL CONTRAS AS MASSAS TRABALHADORAS!
TEMER, CUNHA, RENAN, PMDB, PSDB E DEMAIS PARTIDOS
BURGUESES PREPARAM UM VERDADEIRO ROLO COMPRESSOR
CONTRA A MAIORIA ESMAGADORA DA POPULAÇÃO!
PELA INTERVENÇÃO INDEPENDENTE DOS TRABALHADORES!                                                                     
                                                      

           David Lucius

Em primeiro lugar temos caracterizar que tudo o que vivenciamos atualmente em nosso país nada mais é do que a expressão inequívoca da crise mundial do capitalismo, que eleva as contradições sociais, econômicas e políticas a um zênite em que a luta de classes, assim como a luta pela sobrevivência de cada classe social se dá, cada vez mais, sob a forma de uma encarniçada luta política.


Nosso país encontra-se hoje em dia sob os efeitos imediatos da crise mundial por ter uma grande parte de sua atividade econômica como dependente ou influenciada (direta ou indiretamente) pela venda de matérias-primas ou commodities, que no último período vem desvalorizando-se em todos os mercados mundiais devido aos efeitos da crise e das quedas internacionais de consumo, assim como, da própria retração da atividade econômica.



Não há como separar a nossa crise política e econômica do contexto da crise mundial. A crise histórica do capitalismo que vivenciamos afeta toda economia mundial e com isso vai derrubando regimes políticos inteiros que até a pouco tempo pareciam sólidos. A América latina hoje encontra-se fortemente afetada por essa crise e seus efeitos devem varrer todo o continente.


No Brasil a crise desenvolveu-se de forma concomitante como uma crise política e econômica. O PT que sustentava um governo de colaboração de classes com uma das frações da burguesia e do grande capital, começou a perder o controle da economia e do poder político diante do agravamento da crise e de suas consequências. Seus sócios políticos e econômicos foram “abandonando” o barco sob a bandeira da denúncia de um governo imerso na “corrupção”. Corrupção essa que é o próprio modus operandi da burguesia mundial, mas que tem no Brasil um desenvolvimento mais intenso, devido a formação histórica do país e da própria burguesia nacional. Deve-se sempre colocar em evidência que em todo processo recente de corrupção política temos empresas que corrompem desviando recursos do Estado para o seu bolso. O grande capital que parasita o Estado e que até ontem estava com o governo agora é o principal promotor do impeachment, especialmente os setores industriais paulistas agrupados na FIESP. A burguesia e seus partidos foram abandonando paulatinamente o PT com delações premiadas contra a corrupção e denúncias de pedaladas fiscais, mas ocultam que não estão abandonando o governo devido a corrupção, mas procurando um governo em que a corrupção possa continuar de forma mais estável e sem tantas denúncias (o que é o PMDB, no cenário político brasileiro, senão o partido que dá aulas de como se praticar a corrupção de forma discreta e duradoura?), as pedaladas fiscais que hoje são denunciadas, foram assinadas por vários presidentes (e por Temer interinamente), enquanto a economia ainda não soçobrava, a burguesia e seus partidos aproveitaram as diversas bolsas-empresario na forma de subsídios, que a FIESP e outras federações empresariais comemoravam, curiosamente agora essas mesmas federações questionam que vai pagar o pato (o símbolo da luta desse setor é um enorme pato!) diante do deficit no orçamento federal. 

A obsessão da burguesia com o orçamento federal é antes de mais nada a preocupação com os grandes lucros que são gerados pelos títulos da dívida pública, comprados primeiramente pelo sistema financeiro, mas que foi vendido e revendido a grande parte do grande capital nacional e internacional, o receio é de que a crise mundial atinja o país de forma tão fulminante que o Estado entre em 'default', ou seja: uma quebra em que não consiga pagar os títulos da dívida pública e seus gordos juros, os mais altos do mundo, mas, como tudo no capitalismo, um dos mais arriscados também, pelo menos nos últimos anos.

O que fica claro é que a burguesia abandonou o governo e deixou de sustentar essa via de colaboração de classe como política de sustentação para seu sistema de dominação. A crise mundial levou a burguesia nacional a mudar de uma política de colaboração de classes para uma coalizão interna entre suas várias frações e desse modo tentar impedir a tendência geral de queda em seus lucros. Busca então desesperadamente outra alternativa, não para mudar de forma brusca a sua política, mas para aprofundar o que já vem fazendo há décadas: parasitar o Estado de todas as formas, através de subsídios, de títulos da dívida pública (que pagam a maior taxa de juros do mundo!) e da corrupção, que é um de seus grandes negócios, mas como o PT ficou com cara de “bandido” diante da "opinião pública" precisa arrumar outro “hóspede” que assuma o atual governo para tudo voltar a ser como antes, lógico que de forma mais intensa e profunda, afinal a crise é grande e a fome por altos lucros por parte da burguesia só poderão ser contemplados por um governo que passe literalmente um rolo compressor sobre as costas da população. O PT somente servirá agora, no plano imediato, para a burguesia, como “bode expiatório” de tudo o que tiver que ser feito, realizado ou denunciado.


Mas diante disso não devemos de forma alguma “passar a mão na cabeça” do PT. Grande parte da crise que vivenciamos é de sua inteira responsabilidade. A corrupção generalizada é apenas a expressão da adaptação do PT a política de classe da burguesia: quem é que corrompe? Sempre a iniciativa privada ou seja, o grande capital. Quem é corrompido? Sempre os partidos burgueses que eram aliados do PT até ontem. O PT mutila e impede qualquer desenvolvimento da consciência política e da organização dos trabalhadores. Mesmo durante o golpe privilegia sempre os “conchavos” de bastidores com os políticos burgueses em vez de potencializar a luta. Até mesmo a CUT parece hipnotizada dada a influencia o PT em seu interior. A beira de um golpe e nem um sinal de organização dos trabalhadores por parte da CUT. No máximo manifestações sob o controle da burocracia partidária. Nem mesmo a palavra-de-ordem de greve geral é timidamente levantada ou agitada. O PT é o símbolo de tudo o que os trabalhadores não devem realizar ao construir um partido de classe. E não podemos nos esquecer que grande parte do golpe originou-se dentro de seu governo, com seus ministros burgueses e com Michel Temer, Cunha, Renan e o PMDB e outros partidos como aliados. O PT ficou durante muito tempo utilizando o escudo de “Não Vai Ter Golpe!” apenas para defender seu governo, enquanto o golpe era gerado e gestado no interior de seu próprio governo! Sobre isso se calam e fingem que os golpistas são apenas a “oposição burguesa”, mas seus principais líderes eram até ontem os sócios do próprio governo! O PT, através de sua aliança estratégica com a burguesia, armou e municiou o golpe em curso!

Temos que deixar patente e claro que esse é um golpe de classe da burguesia! A política de colaboração de classes que o PT sustentava com a burguesia esgotou-se. Não por uma crítica no interior do PT ou da esquerda, mas por que os setores dominantes da burguesia que estavam em aliança com o PT romperam com este governo moribundo. A luta pelo poder colocava dois blocos fundamentais da burguesia em campos opostos: um junto com o PT e o governo e outro com a “oposição” burguesa. No último período os setores dominantes da burguesia unificaram-se, sob a articulação do PMDB, de Cunha e Temer, com o apoio da quase totalidade dos partidos burgueses. O golpe tem seu caráter de classe. Os setores que fecharem os olhos ou que cruzarem os braços diante do golpe terão que responder historicamente no futuro diante das massas pelos seus atos. Não é admissível uma política classista que cruze os braços ou os olhos diante do grande acordo que a burguesia realiza, unificando seus principais partidos, entidades e representantes para praticar um golpe, um assalto ao poder político. A partir do controle do legislativo saqueiam o poder executivo. A partir do controle do Estado saquearão as massas.


A crise deve continuar depois da votação do impeachment, com a vitória parcial ou não dos golpistas. De qualquer forma a crise ficará mais intensa, independente do resultado da votação. Devemos lutar de forma veemente contra essa investida da burguesia de saquear o poder político por meio de um impeachment através da unificação momentânea de suas frações dominantes. Aos trabalhadores cabe a organização independente e política quanto classe para poder lutar e ter um papel no desenvolvimento histórico dessa crise. Diante da crise mundial do capitalismo, de seus efeitos em nosso continente e no Brasil, temos que lutar por uma organização dos trabalhadores de forma independente do governo e do PT, de um lado, e da burguesia, do grande capital e de seus partidos, de outro, como primeiro passo para se levantar e construir um partido que defenda claramente seus interesses imediatos e históricos, única ferramenta organizativa e programática que pode dar conta dos impasses e contradições que nos oprimem diariamente.  

quinta-feira, 31 de março de 2016

NÃO AO GOLPE DO CONGRESSO CORRUPTO!

                                                                   
       

       A POLÍTICA DO PT SOMENTE FORTALECE 
       A DIREITA BURGUESA E REACIONÁRIA!   
       POR UM CONGRESSO INDEPENDENTE DOS 
       TRABALHADORES DIANTE DA CRISE POLÍTICA!

                                               
                                                                                                                                       David Lucius          


     Diante da maior crise econômica e política da história recente do Brasil, a grande maioria da população e dos trabalhadores vivem em sua carne as contradições de uma situação limite. A miséria, o desemprego, a inflação e a recessão já são parte do enorme pacote que a burguesia e o grande capital descarrega sobre as costas dos trabalhadores e da imensa maioria da população.

     Com o agravamento da crise econômica nacional e internacional, os setores mais importantes da burguesia começaram a brigar por seus interesses e por seus lucros, isso levou o domínio do Estado e de seu governo a ser colocado na ordem do dia. Primeiro como uma leve escaramuça, depois como uma batalha por posições, mais adiante como uma guerra oculta e agora como guerra aberta onde os partidos burgueses devoram-se mutuamente. O PT é o sócio menor, empenhado em manter sua aliança estratégica com o grande capital em detrimento da classe trabalhadora.

     A Comissão que irá analisar o impeachment tem os políticos mais desmoralizados e corruptos do Congresso, de Eduardo Cunha a Paulo Maluf. Metade dessa Comissão recebeu dinheiro das mesmas empresas investigadas pela operação Lava Jato e grande parte dos deputados dessa comissão tem processos judiciais por desvios de recurso ou similares.

     Com o agravamento dessa crise econômica de magnitudes gigantescas, os antigos aliados do PT voltaram-se contra o sócio mais novo, o PT, aprendiz de feiticeiro da corrupção que se viu diante de uma enorme inquisição montada pelos próprios mestres na arte dessa feitiçaria (os partidos burgueses), que cinicamente fingem-se de moralistas mas na verdade são os verdadeiros magos na arte de fazerem grandes somas de dinheiro desaparecerem ou virarem pó. A política burguesa é a alquimia do capitalismo, só que em vez de transformar o simples metal em ouro, ele simplesmente faz o ouro desaparecer das contas do Estado e reaparecer em suas contas secretas em diversos paraísos fiscais.

     Durante mais de 25 anos o PT desenvolveu conscientemente a estratégia política de colaboração de classes com diversos setores da burguesia e do grande capital, especialmente o PMDB. Todo o esgotamento e corrompimento do PT é fruto dessa política. A política da corrupção é essencialmente a política do capitalismo, o PT só se corrompeu e se transformou no que é hoje em sua longa trajetória de alianças com a burguesia e seus representantes retrógrados e reacionários.

   A corrupção é a política capitalista por excelência! O capital somente visa o lucro, e onde encontra obstáculos corrompe! Essa é a lógica capitalista inerente a todos o sistema, sempre foi assim e sempre será!

    O governo Dilma assim como o de Lula sempre foram a síntese dessa política de colaboração de classes. Boa parte dos ministros desses governos são os inimigos mais raivosos da classe trabalhadora: Katia Abreu (representante dos latifundiários), Gilberto Kassab (ex malufista), Afif Domingos, Joaquim Levy (que foi embora do governo mas deixou para o seu sucessor um grande ajuste para aplicar sobre as massas), etc.

     O novo governo Temer já se articula em conversar e acordos de bastidores. De dentro do próprio governo de Dilma, no qual é fortalecido pela política de colaboração de classes do PT, surge um governo que irá representar um acordo entre os grandes partidos burgueses e o grande capital. Esse governo que será fruto de um golpe gestado com apoio do Congresso corrupto, dirigido por Eduardo Cunha, e pelo Senado, dirigido por Renan Calheiros, irá ser um verdadeiro rolo compressor sobre as massas trabalhadoras e a maioria da população brasileira. Agravado pelo fato notório de que Michel Temer não será candidato a nada e poderá ter "as mãos livres" para propor e impor uma política de ajuste fiscal a la grega, onde as massas deverão pagar pela crise que atinge a todo o sistema capitalista. Somente a organização e a luta dos trabalhadores pode impedir o triunfo desse governo\e o golpe que gesta para impo-lo às massas. A esquerda e os trabalhadores não devem capitular à essa luta sobre qualquer pretexto, pois é sobre a base desse golpe que a burguesia pretende reorganizar todo seu sistema de dominação de seu governo e de seu Estado. As contradições inerentes a essa nova reorganização existirão e devemos denunciar com veemência, mas antes de tudo é necessário denunciar o golpe, o novo governo por ele engendrado e o rolo compressor que pretendem impor contras as massas.  

    Durante todo processo de esgotamento da frente popular de colaboração de classes do PT com os partidos burgueses, o PT e a direção da CUT utilizaram da arma da chantagem para atacar qualquer tipo de crítica que se abatia contra seu governo. A teoria do golpe foi montada como um escudo ao governo Dilma! Uma parte da população que começava a romper com esse governo tomou essa chantagem como resultado de uma política covarde e mentirosa. Mas como na fábula do menino e o lobo é difícil de provar que há um lobo quando alguém repete noite e dia a mesma ladainha por anos a fio! Agora estamos diante de um golpe a a classe trabalhadora está desarmada. Nem mesmo uma greve geral está sendo preparada ou organizada!

    Agora estamos diante de um golpe branco, em que o parlamento que é o antro de toda corrupção nacional pretende julgar um governo que ele acusa de corrupto! O PT e a CUT conseguiram se desacreditarem ao mesmo tempo que reforçaram os laços com a direita burguesa, que já prepara o próximo governo. Michael Temer (o vice-presidente) negocia já um próximo governo com o PSDB e setores ainda mais a direita na política nacional.

    Urge, portanto, a formação de um polo classista, independente das diversas frações da burguesia em pugna e que organize e convoque um congresso da classe trabalhadora, para lutar contra a direita interna e externa ao governo e para lutar por governo dos trabalhadores da cidade e do campo!


                                                                      



quarta-feira, 30 de março de 2016

Las últimas noticias de Brasil

                                                                               






Extraído de Prensa Obrera / 30 de marzo de 2016 / Por Jorge Altamira


La crisis brasileña tiene en vilo a toda América Latina, y más allá. The Wall Street Journal la describe, en su edición de hoy, moderadamente, como “un precipicio económico, en medio de un caos político”. Fue el tema principal en las reuniones entre Obama y Macri –al menos según lo cuenta Clarín. Un colapso de Brasil forzaría al macrismo a sacar de la gaveta el Plan B, que no tiene.


Bancarrota


El diario de las finanzas norteamericanas advierte de un deuda pública de u$s 1 billón, que el año que viene alcanzaría el 80% del PBI. Se alarma por una deuda privada de cerca de u$s300 mil millones, cuyo servicio está creciendo a razón de un 14% cada año. Petrobras, sin embargo, tiene, ella sola, una deuda (paraestatal) de u$s150 mil millones, a septiembre pasado, “una de las mayores deudas corporativas del mundo” (Valor, 23/3). Pero no es todo: tiene deudas fiscales por R$160 mil millones y otras laborales por R$20 mil millones –o sea unos u$s 60 mil millones adicionales. La cotización del capital accionario de la empresa ha retrocedido un 85%, a poco más de u$s20 mil millones. “A final de 2015, informa WSJ, 54.1 millones de brasileños se habían atrasado en los pagos de cerca de u$s60 mil millones en préstamos”. Con este endeudamiento se fogoneó el consumo ‘nacional y popular’ también entre nuestros vecinos. Al derrumbe de la inversión se asocia un retroceso espectacular del consumo personal y la posibilidad de quiebras bancarias. La calificadora S&P ha rebajado a la categoría de ‘defol’ a Usiminas –una alianza entre Nippon Steel y Tenaris, nada menos. Los despidos recientes alcanzan a un millón de trabajadores y la desocupación ha superado el 10% de la población activa.


De acuerdo a un estudio (Valor, 23/3), Petrobras no tiene forma de pagar su deuda: “ha sido salvada por el gong, o mejor, por los aportes del Banco de Desarrollo de China, a cambio de la entrega de petróleo a precios preferenciales. Lo que significa que si el precio del petróleo no se recupera rápidamente, serán necesarios más aportes de China”. Esta conclusión suena optimista, primero porque, con este acuerdo, Petrobras hipoteca una gran parte de sus ingresos futuros y, segundo, porque el rescate chino significa que Brasil seguirá importando acero de China y dictando la sentencia final para la defolteada siderurgia que opera en Brasil. Petrobras no podría siquiera refinanciar una salida a la deuda impagable, debido a que no le está permitido acogerse a la ley de quiebras por su condición de empresa con mayoría estatal, o sea que no puede ofrecer como garantía un eventual remate judicial de sus activos. Petrobras ha perdido u$s10 mil millones de dólares en el último trimestre del año pasado – “sin que se vea la luz al final del túnel” (ídem). En esta situación, debería ser capitalizada con recursos fiscales, de parte de un Estado que se encuentra él mismo quebrado. El Club de Ingeniería de Brasil advierte acerca de “una destrucción de empresas nacionales”. 


De acuerdo a Valor, “desde el cambio de comando de la estatal, a inicios de 2015, fueron hechas diversas gestiones en el mercado sobre un modelo de asociación con el sector privado para BR Distribuidora” – la subsidiaria principal de Petrobras. El ‘modelo’ es curioso: se vendería una parte minoritaria del capital de la empresa, pero con un descuento del 40 por ciento y un sistema que otorgaría el voto mayoritario al sector privado, que pasa así a dirigir la compañía. Es el gobierno actual el que ha tomado la iniciativa del remate del patrimonio nacional, que reclama la oposición y el capital financiero. En el Senado, mientras tanto, los oficialistas mudados en opositores y la oposición tradicional van más lejos: quieren sustituir el régimen de participación de beneficios en explotaciones petroleras con mayoría de Petrobras por el un sistema de concesiones a los monopolio privados. El golpismo (parlamentario, judicial, mediático, financiero) es el resultante de la crisis política, no su causa. Las denuncias de corrupción y los arrestos y condenas de los implicados no son más que una manifestación de la disputa por los despojos de la bancarrota de la economía. Hay una contradicción insoluble entre la necesidad de una salida a la quiebra capitalista, de un lado, y el gobierno y el régimen político vigente, por el otro.


El piloto y los pasajeros


Que la crisis abarca al conjunto del régimen político queda de manifiesto en las encuestas, que muestran un repudio a oficialistas y opositores. La ciudadanía, incluida una parte importante de los trabajadores, no advierte, sin embargo, que el comando de la salida política se encuentra en manos de la fracción que aboga por el derrocamiento del gobierno, o sea por los golpistas. La decisión de apurar el juicio político a la Presidenta obedece a la necesidad de producir un recambio de gobierno antes que lleguen las citaciones judiciales a los líderes del golpe – el vicepresidente o el presidente de la Cámara de Diputados. 


También impulsa la urgencia el desenvolvimiento del proceso judicial. De una parte, porque el presidente e incluso el directorio de Odebrecht han decidido sumarse a la llamada “delación premiada”, con la finalidad de obtener una reducción de penas para el dueño de la constructora y para blindar a la compañía de los prejuicios patrimoniales que le provocará su responsabilidad en el sistema de coimas, incluido el descubrimiento de una contabilidad paralela. Odebrecht reclama una ley de indulgencia que la zafe de la responsabilidad patrimonial. Las informaciones que aporte Odebrecht serían letales para el oficialismo y para Dilma y Lula – sus socios más estrechos. De otro lado, la acción judicial se ha descarrilado con la filtración de escuchas telefónicas de la Presidenta del país, por parte del juez de la causa y del propio Ministerio Público. La Corte Suprema tiene ahora un pretexto excelente para anular las actuaciones judiciales y poner el encausamiento bajo su control. Un editorial del diario financiero Valor concluye que con un gobierno de Temer “prosegurían las tentativas de frenar las investigaciones y de las penas, porque amenazan a decenas de políticos. Cuando el Legislativo reanude su actividad un frente suprapartidario podrá votar leyes que encuadren el Lava Jato y anulen parte de sus efectos. Fue una conjunción de este tipo que impidió el desenvolvimiento de la operación Manos Limpias (en Italia)”. En Italia, los jueces de las causas anti-corrupción acabaron incriminados en centenares de procesos judiciales. Cambio de gobierno, ley de indulgencia para las empresas capitalistas, limitación de los procesos judiciales –el sistema político patronal tiene trazada su hoja de ruta. El golpe es presentado como la única vía para salvar a los corruptos. Toda una paradoja, ¿no?


Es el régimen político


Lo más importante de ese GPS es el remate del patrimonio en bancarrota y el ajuste. Delfim Neto, ex zar económico de la dictadura, y Arminio Fraga, ex presidente del Banco Central, ya tienen elaborado un plan bajo la presidencia de Michel Temer – el vice en funciones. Descartan que la Corte Suprema le tire un salvavidas a Dilma y autorice la designación de Lula como jefe de gabinete. Si esto ocurriera, Brasil podría asistir a un derrumbe bursátil fenomenal y al hundimiento de su moneda; un golpe de mercado. La supremacía que ha alcanzado la Corte con relación a los otros poderes del Estado, pone en evidencia la disolución avanzada del régimen político. Una fracción de la burguesía, Aécio Neves y Marina Silva, reclaman elecciones generales, como una suerte de salida indolora a la debacle del gobierno como del Congreso. Pero incluso esto necesita de un gobierno de transición con un plan elemental de gobierno.


El proceso brasileño pone de manifiesto que el aspecto central de la etapa política actual es una crisis vertical de poder – antes que “un cambio de ciclo”. El capital procura instalar “gobiernos de ajuste”, pero no ha reunido aún ni los medios económicos ni los políticos de su proyecto. Brasil ilustra el carácter de toda la crisis que se ha apoderado de América Latina y la operación de socorro emprendida por Obama –que naturalmente debe empezar por Cuba. En Brasil se desarrolla un enfrentamiento brutal entre fracciones capitalistas, con un trámite necesariamente golpista. En la agenda del capital figura un ajuste extraordinario contra las masas. El eje de ese ajuste, estimado en la parte fiscal en R$145 mil millones (u$s40 mil millones), es el golpe contra las jubilaciones, esto para rescatar a la Previsión Social como fuente de financiamiento del capital. Ningún trabajador puede alinearse con el golpe, alegando la corrupción existente, ni siquiera la neutralidad; tampoco puede apoyar al gobierno de turno, que transa todos los días con el golpismo para demorar su caída o para conseguir un espacio en el proceso ulterior.


Por eso es necesario un Congreso de Trabajadores que habilite un planteo independiente de la clase obrera y un plan de lucha.


    

sexta-feira, 25 de março de 2016

Brasil: el final lamentable y vergonzoso del Partido de los Trabajadores Por un congreso de bases del movimiento obrero

                                                                 



   

17 de marzo de 2016 / Extraído de Prensa Obrera 1403 / Por Jorge Altamira


Por Un Congreso de Bases del Movimiento Obrero


El PT surgió en el escenario político de Brasil como consecuencia de la descomposición del régimen militar que había sido establecido en 1964 y como consecuencia de un fuerte desarrollo de la clase obrera. Este desenvolvimiento fue acompañado por la emergencia de numerosos sindicatos independientes y la creación de la Central Unica de Trabajadores. Constituyó, por todo esto, la mayor tentativa de desarrollar un partido obrero independiente en América Latina en décadas, incluso con la fuerte traba potencial que implicaba el establecimiento de una dirección política constituida por una burocracia sindical en formación aliada a una pequeña burguesía que se estaba reconvirtiendo del stalinismo y del castrismo.

llegada del PT al gobierno fue del todo singular. Aunque había atravesado un ‘período de prueba’ en la gestión de gobernaciones y municipios, el PT se vio obligado a adoptar un procedimiento excepcional para ser aceptado como partido de gobierno. El propio Lula se encargó de advertir a los delegados del Congreso Nacional reunido a principios de 2002 que si deseaban ocupar el Palacio del Planalto en las elecciones de ese año, debían estar dispuestos a “tragarse sapos”. El primero fue, indudablemente, el requerimiento de la compañía, como candidato a vicepresidente, de un empresario textil, evangélico y fundador de un partido de la derecha brasileña. No fue, con todo, el sapo más grande. Cuando el presidente en funciones, Fernando Henrique Cardoso, reclamó el apoyo del FMI para hacer frente a la enorme crisis económica que había comenzado en 1999, el FMI puso como condición que el acuerdo fuera firmado por los partidos que competían en la elección. Lula aceptó con entusiasmo esta extorsión, ofreciendo el primer caso de un partido que sustituía su programa por un programa confeccionado por la principal institución del capital financiero internacional. Para ser rigurosos es necesario destacar, sin embargo, que esta línea de tragarse sapos venía de antes: el hecho más importante es la paz social que había firmado Lula con los terratenientes y el capital sojero de Brasil, en un país donde la cuestión agraria es conocidamente explosiva.

Ya en el gobierno, el PT dio varios pasos adicionales. El primero, enseguida de asumir, fue la firma, por parte de Lula y el presidente del Citibank, de un pacto financiero para que la banca norteamericana levantara el bloqueo a los créditos destinados a financiar la exportación de Brasil -12 mil millones de dólares de aquellos años (lo explica William Rhodes en el Financial Times del 24/6/04). De inmediato, designó para presidir el Banco Central a un altísimo funcionario del Bank of Boston, Henrique Mireilles. El gabinete apuntado para la gestión incorporó a ministros designados por el PMDB, así como a numerosísimos funcionarios en distintas reparticiones del Estado. El PMDB no solamente es el mayor partido de la burguesía brasileña sino también una criatura sobreviviente de la dictadura militar. Es también la agrupación más corrompida (“fisiológica”, en la “giria” local) de la política brasileña. Aunque la prensa y la opinión pública hablaran del “gobierno del PT”, no era el caso obviamente: era un gobierno capitalista de coalición con la burguesía y la derecha del país. El programa antiobrero que aplicó enseguida provocó la escisión de un número importante de legisladores y la formación del PSOL, una coalición de agrupaciones que se había ‘tragado todos los sapos’ precedentes.

En este cuadro estalla el primer gran episodio de corrupción: el llamado “mensalão”, por el cual se utilizaba dinero público para conseguir los votos de la bancada del PMDB, en casos no necesariamente controvertidos, para aprobar los proyectos del gobierno; el lubricante de la coalición con la burguesía era la corruptela. No obstante esto, quienes hoy aseguran que la corrupción es común tanto a la derecha como a la izquierda, en aquellos momentos saludaban el ‘liderazgo’ de Lula y la supuesta elevación de la misérrima población brasileña a la categoría de “clase media C”. El mensalão produjo las primeras bajas en el gobierno, cuando la Justicia condenó al número dos del PT, Jose Dirceu, un ex guerrillero castrista devenido en un ‘realpolitiker’ del capitalismo. Lo instructivo de todo esto -si se lo puede llamar así- es que la corrupción se instaló en el nuevo gobierno desde el principio, como un mecanismo que habilitaba el funcionamiento de un régimen de coalición con la burguesía nacional. De aquellos polvos vienen estos lodos que ahora parecen comprometer la continuidad del gobierno de Dilma Rousseff. El mecanismo del poder se ha puesto en reversa: los votos del PMDB se han convertido ahora en árbitros de un juicio político contra la Presidenta -que, por otra parte, tampoco es oriunda del PT sino del PDT, un partido nacionalista que había quedado confinado al estado de Rio Grande do Sul.

Petrobras, Oderbrecht, Eike Batista

Como lo admite con descaro toda la prensa, las coimas de Petrobras vienen de lejos; afecta al ex presidente Fernando Henrique Cardoso (un ex izquierdista y famoso intelectual convertido en agente del Departamento de Estado de Estados Unidos) y al padre del actual presidente de la constructora y empresa de ingeniería Oderbrecht. El destape de la corrupción ahora es la consecuencia del choque violento de intereses contrapuestos en la burguesía brasileña y en el capital internacional.

Los gobiernos ‘petistas’ habían convertido a Petrobras y a las constructoras (y también a la minera Vale) en el pivote de un desarrollo industrial de Brasil. La explotación de los yacimientos pre-sal mediante enormes inversiones y el monopolio operativo de Petrobras pretendía desarrollar una periferia industrial relevante, sea de servicios tecnológicos como de refinerías y producciones derivadas del petróleo. Este plan entró rápidamente en conflicto tanto con las petroleras internacionales, que reclamaban licitaciones abiertas de explotación, como con los accionistas internacionales de Petrobras, que cuestionaban la rentabilidad de las inversiones, así como el recorte de los dividendos en beneficio de las inversiones. Es así que a medida que la actividad de Petrobras crecía, su cotización en la Bolsa de Nueva York caía; hoy, en el pozo de la crisis, es un 80% inferior a su punto más alto. En el marco de este plan, el gobierno de Lula intentó crear una burguesía petrolera nacional, mediante fuertes concesiones y apoyos financieros a un aventurero, Eike Batista, el cual se lanzó a un incesante acaparamiento de empresas mediante deudas. La primera señal del derrumbe que se desarrolla en la actualidad fue la declaración de quiebra de Batista y toda su red de empresas, agobiado por un endeudamiento que no podía renovar ante los síntomas de crisis en el mercado petrolero internacional. La revelación pública de las coimas de Petrobras interviene cuando la caída estrepitosa de los precios internacionales del petróleo invalida la tentativa industrializadora, ya que priva a la petrolera de capacidad de inversión. Petrobras ha comenzado a malvender activos en gran escala, por un lado para pagar deudas, pero también para asegurar la continuidad de sus proyectos más relevantes. En Nueva York, los accionistas de Petrobras reclaman un resarcimiento por el dinero sustraído a las utilidades por las coimas. Hace tres semanas, Dilma dio el paso más duro: eliminó el monopolio de Petrobras como operadora de los yacimientos pre-sal -la principal exigencia del capital financiero internacional y ¡de las bancadas aliadas del PT! La Presidenta asegura que no va a renunciar, bajo ninguna circunstancia, pero ya ha renunciado a los objetivos básicos de su gobierno. Las constructoras brasileñas se encuentran entre las más importantes del planeta. Lula ha sido su principal lobbista en el país y en el exterior. Coimeado o no, su rol como líder obrero ha quedado completamente desnaturalizado -es un gerente de las firmas capitalistas. Oderbrecht, Andrada Gutierrez, Camargo Correa y otras no solamente se beneficiaron de los contratos de obras de Petrobras, por los cuales han pagado coimas a diestra y siniestra. Gran parte de la política exterior de Brasil se atuvo a los intereses de ellas. Lula se adelantó a Obama en la obtención de concesiones en Cuba para las constructoras brasileñas -lo cual lo convierte en un ariete de la privatización de empresas en Cuba y de la ruptura del monopolio del comercio exterior de la Isla. Lo mismo en Venezuela, Nicaragua, Bolivia o El Salvador, que tienen en común su condición bolivariana. El cabo electoral de Lula, João Santana (que también lo fue de De la Sota y Duhalde) organizó las campaña electorales en esos países en función de los intereses de Brasil. Brasil dirigió la campaña electoral de Ollanta Humala, el cual se había comprometido a otorgar la concesión de las construcciones de rutas y oleoductos hacia el Pacífico a Oderbrecht. La corrupción social y política de la dirección y el aparato del PT es considerablemente mayor que la que deriva de las coimas que le son imputadas. Es lo que simplemente olvidan quienes salen a defender a una organización que se declara políticamente de los trabajadores. La camarilla petista ha trabajado con dedicación para destruir la condición clasista de la izquierda y el movimiento obrero en América Latina. En las elecciones para elegir la representación obrera en el Consejo de Petrobras, hace tres semanas, el sindicato de la CUT fue derrotado por una improvisada lista independiente. Los obreros de la petrolera perciben que el gobierno de Rousseff está destruyendo a Petrobras y cediendo a la presión financiera internacional, con el único pretexto de salvar su propio pellejo. El potencial de derrumbe económico que encierra el desmantelamiento de Petrobras y de las propias constructoras podría llevar a Brasil rápidamente a una situación pre-revolucionaria.

El golpe

La destitución de Dilma Rousseff es reclamada por todos los sectores capitalistas que han chocado con el gobierno en los últimos años. No han conseguido todavía reunir, sin embargo, una mayoría parlamentaria para proceder al juicio político de la Presidenta, porque las consecuencias serían muy graves para otros intereses tanto o más poderosos. Una gran parte de los destituyentes parlamentarios enfrentan procesos de corrupción a igual título que los funcionarios del gobierno o los dirigentes del PT. En la burguesía se teme, por sobre todo, el estallido de una rebelión popular, que sería la consecuencia del vacío de poder que podría producir una transición precaria, y de los planes de ajuste que aplicaría un nuevo gobierno. Los ajustes petistas ya han producido casi dos millones de despidos o suspensiones. Puede sorprender que la burguesía industrial de São Paulo sea abiertamente golpista, en contraste con el silencio relativo del capital sojero -el cual está recibiendo los beneficios de una gran devaluación de la moneda, el real.

Ocurre que esta burguesía industrial ha sido marginada de las tentativas de industrialización de Lula, porque quedó expuesta a la competencia demoledora de China -una gran aliada de Petrobras y las constructoras. Las grandes acerías brasileñas encabezan la campaña internacional para penalizar la exportación siderúrgica de China. La burguesía paulista reclama la sanción de una “ley compasiva”, que blinde el capital de las empresas de los perjuicios que ocasionen los ejecutivos de ellas (Ambito, 10/3). De lo contrario, arguyen, podría venirse abajo el patrimonio de numerosas compañías. El paso siguiente sería la absolución o la disminución de penas por parte de los tribunales de apelaciones o la Corte Suprema.

La charlatanería característica en estos casos, atribuye a la independencia de la Justicia el conocimiento y la sanción de la corrupción. Esa Justicia, en realidad, está sustituyendo la aportación de pruebas materiales de los delitos por un sistema de coacción penal que ofrece rebaja de penas y arrestos domiciliarios a quienes confiesen responsabilidades y delaten a supuestos cómplices. Semejante procedimiento sería fácilmente cuestionado en una apelación, incluyendo un cambio en la opinión de los nuevos jueces. La Justicia es un poder del Estado, que en ningún caso irá contra el poder de ese Estado. Mauricio Oderbrecht, el presidente del conglomerado, ha dicho que apelará su condena a 19 años, porque el expediente abundaría en delaciones y estaría carente de pruebas. La llamada “ley del arrepentido” otorga poderes discrecionales a jueces, investigadores y policías contra los derechos ciudadanos.

No se puede dejar fuera de foco la implicancia internacional que tendría un desplazamiento del gobierno de Dilma. Aceleraría el proceso para poner fin al gobierno de Maduro, en especial por el impacto que tendría en las fuerzas armadas de Venezuela un ‘golpe blanco’ en Brasil. En Uruguay, se está desarrollando en torno a acusaciones de corrupción en la petrolera estatal Ancap, un proceso similar al de Brasil. Por último, sería un espaldarazo al gobierno ‘buitre’ de Macri. La desvalorización enorme que ha sufrido la Bolsa de São Paulo es un bocado de cardenal para los bancos y fondos de cobertura internacionales; Brasil se vería obligada también a renegociar la deuda pública. El aguijón de la crisis lo constituye, sin sombra de duda, la voracidad del capital internacional para lograr un nuevo reparto de patrimonios y capitales en Brasil. La deuda externa de Brasil, pública (80% del PBI) y privada (70% del PBI) es de 3 billones de dólares.

El movimiento obrero

El domingo 13 está prevista lo que sería una gran manifestación a favor del juicio político para destituir a Dilma. La dirección del PMDB se encuentra atenta a los resultados para determinar si se retira del gobierno e inviabiliza de este modo la gestión de Rousseff y lograr una renuncia que evite el ‘impeachment’. No existe ninguna posibilidad, sin embargo, de que estas manifestaciones atraigan a la masa del pueblo pobre y trabajador, que conoce bien a sus inspiradores. No sería, sin embargo, la primera vez que cae un gobierno por presión de un movimiento civil minoritario. Es significativo que a los organismos convocantes les importe poco que el encargado del juicio político a la Presidenta sea el Congreso más corrompido de la historia brasileña.

Frente a la amenaza de golpe a cargo de un parlamento de corruptos, el PT se encuentra ‘groggy’, debido a su complicidad evidente con el favoritismo a los conglomerados capitalistas y la corrupción, y como consecuencia de su complicidad con la política de despidos masivos que asola Brasil. La única oposición a la salida capitalista catastrófica a la crisis en curso, incluida la oposición a un golpe ‘blanco’, es la que puede partir de la clase obrera. Por eso entendemos que lo que se encuentra a la orden del día es el llamado a un congreso de trabajadores, electos en lugares de trabajo y en asambleas, para lanzar una movilización contra despidos y suspensiones, contra el desmantelamiento o privatización de empresas del Estado y contra cualquier salida golpista de parte de un Congreso de delincuentes políticos y económicos. La reivindicación de una Asamblea Constituyente no tendría otra implicancia que poner fin al gobierno de Dilma Rousseff, lo cual, en el momento actual, potencia la agitación golpista. Solamente cuando la clase obrera haya reunido las condiciones mínimas de movilización para poder pelear por su propia salida a la crisis, esa reivindicación podría ser una herramienta de lucha. No es aceptable ninguna forma de frente único de hecho con la movilización golpista. La iniciativa de un Congreso obrero de delegados, que debería ser dirigida a todos los sindicatos y comisiones de fábrica de la CUT, podría ser adoptada conjuntamente por la central sindical combativa, Conlutas, y por la izquierda constituida por el PSOL y el PSTU. Este congreso se convertiría en punto de polarización de los trabajadores en el caso de que prospere un ‘impeachment’ y con él una situación de mayor crisis económica y política. Brasil vive una circunstancia singular donde gobierno y golpistas rivalizan en el tamaño de su debilidad política y la carencia de apoyo político propio.