sexta-feira, 19 de novembro de 2021

A LUTA PELA EMANCIPAÇÃO DO NEGRO NÃO PODE ESTAR DISSOCIADA DA LUTA POR UM PARTIDO OPERÁRIO REVOLUCIONÁRIO

 




No dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, já estão confirmados atos, marchas, manifestações em mais de 80 cidades por todo o país.

Esse dia que teve sua origem há 50 anos atrás, em 1971, numa reunião do Grupo Palmares ocorrida no Clube Náutico Marcílio Dias, em Porto Alegre, capital gaúcha, em homenagem a  Zumbi dos Palmares, líder quilombola morto em 1695. 

Foi proposto em oposição ao 13 de maio, considerado oficialmente e até então marcado como o dia de luta contra a escravidão, da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, em 1888, caracterizada pelo Grupo Palmares como "uma aristocrata sem nenhum envolvimento com a causa abolicionista".

O Grupo Palmares liderado por jovens como Oliveira Silveira, Antonio Carlos Cortes, Ilmo da Silva, Vilmar Nunes, Luis Paulo Assis Santos notabilizou-se pelo estudo e empenho para transformar os principais líderes históricos abolicionistas como Luiz Gama, José do Patrocínio, referências para a luta do negro nos nossos dias, e além do Quilombo dos Palmares, como as revoluções em que o negro foi protagonista como a Conjuração Baiana, mais conhecida como Revolta dos Alfaiates, em 1798; a Revolta dos Malês, em 1835; a Balaiada (1938-1841); a Revolta da Chibata, em 1910, liderada pelo marinheiro negro gaúcho João Cândido; a Greve dos Queixadas, entre 1962 e 1969; reivindicando-se como o fio de continuidade destes processos revolucionários 

Também, o Grupo Palmares se notabilizou por ter sido pioneiro na defesa da inclusão nos currículos  escolares da História da África, dentre outras lutas fundamentais do negro no Brasil. 

Nos estertores da efêmera era do governo Bolsonaro, a situação do negro, que constitui mais da metade  da população brasileira, cujo proletariado de maioria negra foi forjado na escravidão do ciclo do café, ciclo da cana de açúcar, etc. períodos de acumulação capitalista de uma ora pujante burguesia, é de uma condição indissociável da luta pela emancipação política e social de toda a classe trabalhadora.

Nós, do Agrupamento Tribuna Classista, defendemos um programa socialista e internacionalista para a luta do negro em nosso país, que se fundiu com a luta dos milhões de desempregados, dos trabalhadores que sofrem com um enorme arrocho salarial frente à tendência de estagflação (combinação de recessão econômica com tendências hiperinflacionárias), com os setores mais fragilizados e vulneráveis da sociedade perante à tragédia humanitária da pandemia que já atinge mais de 600 mil mortos, com os indígenas que sofrem um verdadeiro massacre de bandos paramilitares a mando dos fazendeiros e grileiros que invadem as suas terras, contra a violência policial e das milícias bolsonaristas paraestatais, com a luta dos milhões de refugiados que buscam desesperadamente uma saída frente à bancarrota capitalista que cada vez só produz destruição e auto-destruição da indústria bélica, da indústria do narcotráfico, enfim de uma condição de barbárie capitalista.

Por isso, nesse dia 20 de novembro, está colocada a luta pra varrer com o governo Bolsonaro e todas as suas consequências do que tem de pior para a maioria negra e o conjunto dos explorados em nosso país. É necessário desmistificar a democracia racial que é a envoltura de um regime político e social que desencadeia um verdadeiro extermínio da juventude negra e pobre nas favelas e bairros populares, em nosso país. A luta pelos mais elementares anseios da maioria negra não pode estar dissociada da luta por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo.

- FORA BOLSONARO E MOURÃO E O CONJUNTO DO REGIME POLÍTICO 

- EM DEFESA DE TODAS AS NECESSIDADES MAIS PREMENTES DA MAIORIA NEGRA, POR UM GOVERNO DOS TRABALHADORES