sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

2021, O ANO QUE MAL COMEÇOU

UM REGIME POLÍTICO TODO QUE DEVE SER COLOCADO NO BANCO DOS RÉUS POR UMA MULTITUDINÁRIA MOBILIZAÇÃO REVOLUCIONÁRIA DAS MASSAS NO MUNDO INTEIRO








Por todos os lados, os trabalhadores e seus filhos estão  sendo massacrados por um verdadeiro entulho que se transformaram os governos capitalistas e o conjunto do regime político



 Carmanim Elisalde

Na primeira semana do novo ano, a invasão do Capitólio em Washington, o todo poderoso Congresso Nacional norte-americano, símbolo da democracia capitalista para os capitalistas, por uma horda de fascistas sob o comando e  a batuta de seu atual presidente tramposo, nos estertores do seu mandato, Donald Trump, do Partido Republicano, provavelmente em conluio com os que comandam a segurança daquela exemplar instituição desse belo e maravilhoso processo civilizatório, que na verdade não passa de um palco montado para que os trustes, os cartéis, os grandes monopólios capitalistas através de um poderoso lobby parlamentar, leia-se corrupção dos parlamentares, imponham seus interesses não somente contra seus próprios trabalhadores, mas acima de tudo, contra os povos e países oprimidos pelo imperialismo, um estado armado até os dentes que é a expressão dos interesses desses grupos econômicos que espalham pelo mundo a expoliação da força de trabalho e da natureza, além de ter aberto uma enorme fissura no regime político através do método de guerra civil, como também abriu uma fissura e uma outra guerra civil no interior do próprio Partido Republicano, com direito à renúncia de assessores da Casa Branca, etc. 

Caiu a casa? Suas estruturas políticas estão ruindo, e o telhado é de vidro. O golpismo não é mais uma característica das "repúblicas de bananas", passou a se incorporar no centro do imperialismo, e vira um fantasma que assombra a burguesia das burguesias.

O governo notoriamente genocida de Bolsonaro e Mourão com seus gabinetes entupidos de militares, bem como os governadores e prefeitos, longe de combater a pandemia em todo o país estão empenhados em só prejudicar os trabalhadores.

As medidas que foram  e estão sendo tomadas e as que já foram anunciadas são todas iniciativas que não visam em nenhum instante fortalecer os trabalhadores e os que mais necessitam para se protegerem da pandemia, mas são medidas que promovem uma maior vulnerabilidade desses perante a um quadro estarrecedor do número de vítimas fatais e de infectados.

Nesses marcos, o Brasil ultrapassou os 200 mil mortos pela pandemia, como se uma cidade inteira do porte de Passo Fundo no Rio Grande do Sul tivesse sumido do mapa. Um governo e um regime político todo que deverá ser colocado no banco dos réus por uma multitudinária mobilização revolucionária.

Os trabalhadores estão na mão de meia dúzia de laboratórios, monopólios privados capitalistas que em consórcio com os estados capitalistas já estão e irão ganhar rios de dinheiro com a produção de vacinas para combater o novo coronavírus e no caso do Brasil contam com a total indiferença de um governo que tem um general especialista em logística no comando do Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello, um verdadeiro Rubinho Barrichello no que diz respeito aos procedimentos dos ítens básicos necessários para dar início à campanha de vacinação, como uma simples seringa. 

Um partido de trabalhadores que tenha como estratégia política a tomada do poder pela classe trabalhadora não pode defender outro programa para o setor de saúde que não seja a estatização sob controle dos trabalhadores e a nacionalização com expropriação da indústria farmacêutica, dos planos privados de saúde, e de todos os monopólios privados que atuam no setor em nome da vida e não do lucro de meia dúzia de capitalistas.

A municipalização da saúde pública no Brasil, através do SUS, com a extinção do INAMPS, foi uma recomendação do Banco Mundial como um mecanismo intermediário da privatização. Junto com a implementação do SUS a partir da promulgação da Constituição de 1988, chamada de Constituição cidadã por Ulysses Guimarães do antigo PMDB, foi promovido uma das maiores transferências de renda principalmente do bolso da classe média e dos trabalhadores para os planos privados de saúde, todos ligados de uma maneira ou de outra ao capital financeiro. 

Aos municípios, que segundo dados oficiais perderam ao longo desses anos cada vez maior poder de arrecadação, sem autonomia alguma em relação aos Estados da federação e à União, foi transferido o "ônus" (lógica custo/benefício do capitalismo) da saúde, e a promessa do acesso universal é o acesso às chamadas filas da morte, agravada agora com a crise sanitária promovida pela pandemia. 

Não lutar contra a extinção do INAMPS e contra a municipalização da saúde pública foi uma das maiores capitulações da esquerda e dos chamados movimentos sociais e equivale hoje a apoiar a extinção do INSS em relação aos benefícios previdenciários, com a consequente municipalização, como a tentativa frustrada, durante o governo FHC, com o benefício por acidente de trabalho para fomentar os planos privados de seguros-acidentes.

Houve gente que imaginou constituir um grande elefante branco no movimento sindical através da implementação do SUS, que era a proposta de uma Confederação Nacional da Seguridade Social, a qual a ideia basicamente constituia em filiar num mesmo sindicato servidores da saúde federais do extinto INAMPS, estaduais e municipais, etc.

Para implementação da municipalização da saúde era preciso em primeiro lugar quebrar com a espinha dorsal do poderoso movimento sindical dos servidores do Ministério da Saúde lotados no extinto INAMPS, que não necessitaram pedir licença aos governos da ditadura militar para desenvolverem poderosas greves e mobilizações. 

A FENASPS foi produto principalmente dessas mobilizações. Com a implementação da municipalização, os servidores federais da saúde foram despejados e depositados nos hospitais e postos de saúde municipalizados, sendo subordinados aos cabos eleitorais dos prefeitos de plantão. Esse setor da categoria foi aniquilado, com inúmeros servidores vivendo em situação de indigência. Junto com os servidores do extinto Ministério do Trabalho são os primos pobres dos pobres no poder executivo federal.

A luta contra a privatização da saúde naquele momento passava por colocar o INAMPS sob controle dos trabalhadores, obrigando a União e não os municípios em estado falimentar a arcarem com o financiamento de um verdadeiro acesso universal.

O SUS nasceu com a promessa da descentralização para maior controle das verbas (a chamada transparência) e o acesso universal, dado de bandeja pela democrática burguesia nacional que se favoreceu do processo constituinte aberto em 1986, numa etapa de afundamento da Nova República de Sarney, frente a um enorme ascenso do movimento operário e da juventude para se dar ao luxo de incluir de lambuja na carta cidadã do golpista PMDB, hoje MDB, a participação popular, como medida de emergência para conter a luta dos trabalhadores e integrar suas organizações num regime de continuísmo da ditadura militar.

Pode-se imaginar então os debates intermináveis nas conferências e conselhos de saúde pelo país inteiro, sem poder deliberativo algum, e o dinheiro da saúde caindo na conta particular dos prefeitos. Deve ter sido promovido um belo controle das verbas públicas, contra a sua malversação, nas palavras da corrupta burocracia que dominou o PT, a CUT e a maioria das organizações de massa no país. Na Bahia, com suas prefeituras dominadas, senão 100%, na sua maioria pelo carlismo, ou em São Paulo, dominadas pelo malufismo, pelo quercismo ou pelos tucanos de FHC, na época, fora os demais Estados da federação todos dominados por uma oligarquia corrupta do tempo do epa, como foi esse "controle". Muita mansão em Miami, heliportos, etc. devem ter sido construídos por essa próspera e progressista classe social, na qual Ernest Mandel com sua obra O capitalismo tardio, caracterizou como uma lúmpem-burguesia, uma burguesia atrasadíssima no contexto histórico do desenvolvimento do capitalismo mundial, sem quase nenhum poder de inserção do ponto de vista econômico e consequentemente submissa ao tacão de ferro do imperialismo, com dinheiro que era para proteger a saúde da população.

O SUS não foi um obstáculo para a privatização da saúde, antes pelo contrário, foi o fio condutor da privatização que abriu caminho agora para a ampliação das chamadas OS's (cinicamente denominadas de Organizações Sociais), utilizadas para a promoção da corrupção estatal e paraestatal no setor de saúde, com o roubo inescrupuloso até de respiradores em plena pandemia, terceirizações, quarteirizações, quinteirizações, cooperativação (copergatos), etc. 

O SUS é tão bom que durante o governo Dilma, o Ministro do extinto Ministério do Trabalho, Manoel Dias do PDT, que assumiu a vaga depois da queda com denúncias de corrupção do chefe do gabinete da pasta, Carlos Lupi, pegou uma cópia original e trocou a palavra Saúde na sigla por Trabalho, com um projeto lei que se chamava SUT, que visava antes de mais nada um "financiamentozinho público" de campanha eleitoral através do fatiamento do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador) em federal, estadual e municipal (este para favorecer o clientelismo dos grotões). Este projeto lei do SUT foi rechaçado e engavetado pela luta dos servidores públicos federais que constituíram Comitês de Luta contra o SUT, com a palavra-de-ordem "DIGA NÃO AO SUT".

O único e exclusivo programa que a pandemia nos ensinou para o conjunto da classe trabalhadora é constituir um sistema público nacional de saúde, estatal, gratuito, com acesso universal sob controle dos trabalhadores. Nenhuma verba pública para a rede privada, encampação dos planos privados de saúde, nacionalização da indústria farmacêutica, etc., sob o comando de um governo dos trabalhadores.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

BOLETIM SERVIDORES UNIDOS DO ALEGRETE Nº 3


 Patrícia Pugliero da Rosa

Depois de toda a união e mobilização por parte dos servidores em prol da não implementação do aumento da alíquota previdenciária, com a aprovação de uma Emenda com o escalonamento a qual foi vetada pelo Prefeito, retornou outro projeto à Câmara, após as eleições, novamente com o mesmo percentual de 14% de aumento da alíquota do RPPS. 

Aumento esse que continuamos afirmando que irá impactar e muito a vida dos servidores municipais, principalmente os que ganham um salário bem inferior ao mínimo para a sua sobrevivência e da sua família, com um básico que não atinge nem sequer o já rebaixadíssimo salário mínimo do governo Bolsonaro, com complementos como o vale alimentação de quase 90 reais, notoriamente insuficiente. Com o congelamento de salários até dezembro de 2021, nenhum aumento ou benefício será pago, nem sequer o terço de férias constitucional, tudo diante do decreto federal que congelou os vencimentos dos servidores federais, estaduais e municipais.

Além desse quadro de pandemia, congelamento de salários, salários baixos, ainda os servidores precisam enfrentar várias outras situações adversas e sem nenhuma representatividade de fato. Cargos que não recebem adicional de insalubridade como o de cozinheira e atendentes amargam há tempos com um salário baixíssimo e sem nenhum beneficio; os servidores que há pouco ingressaram na prefeitura, não recebem triênios ou possuem direito à mudança de padrão, e não possuem ao menos um plano de carreira que assegure um básico mais conivente com o trabalho que realizam. E ainda agora, mais um aumento de desconto na alíquota do RPPS de 11 para 14 por cento, que pode ser visto por muitos como insignificante, mas para quem tem um salário já arrochado, esses três por cento a mais pesarão e muito em seu contracheque e no seu poder aquisitivo já combalido.

Pelo lado positivo, protelamos ao máximo de tempo esse aumento e ainda vamos buscar recursos legais para expor a nossa indignação e mais uma vez dizemos que não aceitamos esse aumento, do mesmo modo como não aceitamos a reforma da previdência e muito menos a reforma administrativa que está para ser votada no ano que vem e IRÁ afetar a TODOS os servidores. 

A união e força que mostramos não podem e não irá acabar. Mostramos que NÃO temos representatividade e que nosso sindicato que é o que deveria estar nos representando e LUTANDO por todos os servidores, possui uma direção que se perpetua no poder há QUINZE ANOS e não dialoga com seus sócios muito menos com os demais servidores, principalmente os que ganham menos, que são os que mais necessitam de um suporte sindical. Realizou uma eleição completamente FAJUTA, a qual já foram encaminhados para justiça e Ministério Publico todos os documentos, provas e fotos de que HAVIA APENAS UMA PESSOA NA SALA DE ELEIÇÃO QUE NEM É MAIS SEDE DO SINDICATO E ATÉ AGORA NÃO FOI APRESENTADO NENHUMA NOMINATA DA CHAPA “ELEITA”(o atual usurpador do sindicato e da luta da categoria se abraçou na urna como um verdadeiro cão de guarda, e fez o papel de candidato, mesário, fiscal, etc. tudo ao mesmo tempo, pasmem!)

Enquanto aguardamos que SEJA FEITA A JUSTIÇA e que REALMENTE o sindicato possa ter uma eleição de VERDADE continuaremos na organização e mobilização dos servidores. Continuaremos na linha de frente em todas as sessões, reuniões que forem tratar de algum assunto ligado aos servidores municipais, e principalmente organizando-nos em cada local de trabalho, indo às ruas com mobilizações independentes pra arrancar nossas reivindicações mais sentidas.

Mobilizar toda a classe é a nossa meta! Serventes, cozinheiras, garis, atendentes, operadores de máquinas, zeladores, dentre outros e formalizar nosso grupo como uma associação ou mesmo dentro do sindicato, mas que possamos ter VOZ E VEZ e dizer NÃO  a todo o retrocesso e retirada de direitos, e também à terceirização e reforma administrativa.

POR UM 2021 DE MUITAS LUTAS E VITÓRIAS!

ESTAMOS UNIDOS!

SERVIDORES UNIDOS DO ALEGRETE!

 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

LEIA A IMPRENSA OPERÁRIA INDEPENDENTE ESCRITA POR TRABALHADORES PARA OS TRABALHADORES




Veja o link:

https://drive.google.com/file/d/1NWT1YhkbVel7torbJw-WHNsRvrCB_FIX/view?usp=sharing 

Repostamos o jornal nº 6 do agrupamento Tribuna Classista, em atraso, e aproveitamos para anunciar que o exemplar n º 7 já está sendo finalizado. Nossa meta é publicar a partir de agora um jornal com periodicidade semanal, sendo que neste último mês do ano de 2020 pretendemos publicar até 2 exemplares por semana.

Apoie uma imprensa que não tem rabo preso, nem meias tintas, nem compadrio, que é o método sistemático da esquerda que votou de Bolos a Eduardo Paes, no 2º turno das eleições municipais, engatando seu vagãozinho na retaguarda da política de frente popular sem limites à direita, uma frente ampla para um Feliz 2022! 

A luta contra todos os ataques que estão sendo anunciados pelo governo Bolsonaro, como a reforma administrativa, toda a situação de desespero das amplas pauperizadas, que estão sendo sacrificadas com a carestia, com o desemprego, com a fome, com a falta de condições básicas de sobrevivência, agravada com a pandemia do COVID-19, que está infectando e matando milhares de trabalhadores a ser adiada para as ilusões eleitorais de 2022.

Nossa frente deve ser com os trabalhadores da cidade e do campo para já, para agora. É necessário que as organizações que falam em nome dos trabalhadores rompam com a paralisia a pretexto da pandemia, e que seja convocado um Congresso de bases da classe trabalhadora para discutir e aprovar um plano de ação que defenda as nossas necessidades imediatas, como a recomposição dos salários de acordo com o custo de vida que aumenta vertiginosamente com as tendências inflacionárias que está corroendo as nossas condições de existência, a escala móvel de salários e das horas de trabalho contra o desemprego que assola a classe trabalhadora, colocar sob controle dos trabalhadores um sistema de saúde cem por cento estatal, com expropriação dos monopólios privados da saúde e nacionalização da indústria farmacêutica, expropriação dos planos privados de saúde com centralização de um fundo para combater as macabras consequencias da pandemia sob controle dos trabalhadores, enfim de um plano de lutas que ponha na ordem do dia a luta por um governo próprio dos trabalhadores da cidade e do campo.


domingo, 6 de dezembro de 2020

200 ANOS DE FRIEDERICH ENGELS




Nascido em 28 de novembro de 1820, na cidade de Barmen, na Alemanha, há 200 anos atrás, Friederich Engels nos deixou um legado junto com Karl Marx  insuperável até os dias de hoje para a luta política do proletariado pela emancipação de toda a humanidade do jugo do sistema capitalista.

O agrupamento Tribuna Classista, através das Obras Escolhidas de Lênin, vem estudando há um bom tempo, na forma de uma introdução ao marxismo, a biografia e a obra dos autores do Manifesto do Partido Comunista, a vigência das ideias centrais que resultaram de uma colaboração teórica, programática e política indissociável do germe, do desenvolvimento e da etapa de declínio do sistema capitalista que se fundiram na luta obstinada do proletariado pela transformação integral da sociedade moderna em socialista.

Há poucos dias do aniversário dos 200 anos de nascimento de Friederich Engels promovemos o estudo da sua biografia o que despertou um enorme interesse entre os participantes, e um riquíssimo debate, no interior de um agrupamento que vem buscando associar sistematicamente o estudo da teoria política revolucionária aos interesses gerais da luta política do proletariado no mundo inteiro.

 "[...] Retomando a ideia hegeliana de um processo perpétuo de desenvolvimento, Marx e Engels rejeitaram a sua preconcebida concepção idealista; analisando a vida real, viram que não é o desenvolvimento do espírito que explica o da natureza, mas que, pelo contrário, é necessário explicar o espírito a partir da natureza, da matéria...[...]" (Lênin)


Friederich Engels

V. I. Lenine

Outono de 1895




Fonte: The Marxists Internet Archive 


"Que chama do espírito se apagou, Que coração deixou de bater!"


N. Nekrássov




Friedrich Engels faleceu em Londres a 5 de agosto (24 de julho) de 1895. A seguir ao seu amigo Karl Marx (que morreu em 1883), Engels foi o mais notável sábio e mestre do proletariado contemporâneo em todo o mundo civilizado. Desde o dia em que o destino juntou Karl Marx e Friedrich Engels, a obra a que os dois amigos consagraram toda a sua vida converteu-se numa obra comum. Assim, para compreender o que Friedrich Engels fez pelo proletariado, é necessário ter-se uma ideia precisa do papel desempenhado pela doutrina e atividade de Marx no desenvolvimento do movimento operário contemporâneo. Marx e Engels foram os primeiros a demonstrar que a classe operária e suas reivindicações são um produto necessário do regime econômico atual que, juntamente com a burguesia, cria e organiza inevitavelmente o proletariado; demonstraram que não são as tentativas bem intencionadas dos homens de coração generoso que libertarão a humanidade dos males que hoje a esmagam, mas a luta de classe do proletariado organizado. Marx e Engels foram os primeiros a explicar, nas suas obras científicas, que o socialismo não é uma invenção de sonhadores, mas o objetivo final e o resultado necessário do desenvolvimento das forças produtivas da sociedade atual. Toda a história escrita até nossos dias é a história da luta de classes, a sucessão no domínio e nas vitórias de umas classes sociais sobre as outras. E este estado de coisas continuará enquanto não tiverem desaparecido as bases da luta de classes e do domínio de classe: a propriedade privada e a produção social anárquica. Os interesses do proletariado exigem a destruição destas bases, contra as quais deve, pois, orientada a luta de classe consciente dos operários organizados. E toda a luta de classe é uma luta política .


Todo o proletariado que luta pela sua emancipação tornou hoje suas estas concepções de Marx e Engels; mas nos anos 40, quando os dois amigos começaram a colaborar em publicações socialistas e a participar nos movimentos sociais da sua época, eram inteiramente novas. Então, eram numerosos os homens de talento e outros sem talento, honestos ou desonestos, que, no ardor da luta pela liberdade política, contra a arbitrariedade dos reis, da polícia e do clero, não viam a oposição dos interesses da burguesia e do proletariado. Não admitiam sequer a ideia de os operários poderem agir como força social independente. Por outro lado, um bom número de sonhadores, algumas vezes geniais, pensavam que seria suficiente convencer os governantes e as classes dominantes da iniquidade da ordem social existente para que se tornasse fácil fazer reinar sobre a terra a paz e a prosperidade universais. Sonhavam com um socialismo sem luta. Finalmente, a maior parte dos socialistas de então e, de um modo geral, os amigos da classe operária, não viam no proletariado senão uma chaga a cujo crescimento assistiam com horror à medida que a indústria se desenvolvia. Por isso todos procuravam o modo de parar o desenvolvimento da indústria e do proletariado, parar a "roda da história". Contrariamente ao temor geral ante o desenvolvimento do proletariado, Marx e Engels punham todas as suas esperanças no contínuo crescimento numérico deste. Quanto mais proletários houvesse, e maior fosse sua força como classe revolucionária, mais próximo e possível estaria o socialismo. Pode exprimir-se em poucas palavras os serviços prestados por Marx e Engels à classe operária dizendo que eles a ensinaram a conhecer-se e a tomar consciência de si mesma, e que substituíram os sonhos pela ciência.


É por isso que o nome e a vida de Engels devem ser conhecidos por todos os operários; é por isso que, na nossa compilação, cujo fim, como o de todas as nossas publicações, é acordar a consciência de classe dos operários russos, devemos dar um apanhado da vida e da atividade de Friedrich Engels, um dos dois grandes mestres do proletariado contemporâneo.


Engels nasceu em 1820 em Barmen, na província renana do reino da Prússia. O pai era um fabricante. Em 1838, Engels teve de abandonar por motivos familiares os estudos no Liceu e entrar como empregado numa casa de comércio de Bremen. Este trabalho não o impediu de completar a sua instrução científica e política. Foi desde o Liceu que ele ganhou ódio ao absolutismo e à arbitrariedade da burocracia. Os seus estudos de filosofia levaram-no ainda mais longe. Predominava então na filosofia alemã a doutrina de Hegel, e Engels tornou-se seu discípulo. Embora Hegel fosse, por seu lado, um admirador do Estado prussiano absolutista, ao serviço do qual se encontrava na qualidade de professor da Universidade de Berlim, a sua doutrina era revolucionária. A fé de Hegel na razão humana e nos seus direitos e o princípio fundamental da filosofia hegeliana segundo o qual o mundo é teatro de um processo permanente de mudança e desenvolvimento conduziram os discípulos do filósofo berlinense, que não queriam acomodar-se à realidade, à ideia de que a luta contra a realidade, a luta contra a iniquidade existente e o mal reinante, também procede da lei universal do desenvolvimento perpétuo. Se tudo se desenvolve, se certas instituições são substituídas por outras, por que é que o absolutismo do rei da Prússia ou do tzar da Rússia, o enriquecimento de uma ínfima minoria à custa da imensa maioria, o domínio da burguesia sobre o povo, hão de perdurar eternamente? A filosofia de Hegel tratava do desenvolvimento do espírito e das ideias; era idealista. Do desenvolvimento do espírito a filosofia de Hegel deduzia o desenvolvimento da natureza, do homem e das relações entre os homens no seio da sociedade. Retomando a ideia hegeliana de um processo perpétuo de desenvolvimento, Marx e Engels rejeitaram a sua preconcebida concepção idealista; analisando a vida real, viram que não é o desenvolvimento do espírito que explica o da natureza, mas que, pelo contrário, é necessário explicar o espírito a partir da natureza, da matéria... Contrariamente a Hegel e outros hegelianos, Marx e Engels eram materialistas. Partindo de uma concepção materialista do mundo e da humanidade, verificaram que, tal como todos os fenômenos da natureza têm causas materiais, igualmente o desenvolvimento da sociedade humana é condicionado pelo desenvolvimento de forças materiais, as forças produtivas. Do desenvolvimento das forças produtivas dependem as relações que se estabelecem entre os homens no processo de produção dos objetos necessários à satisfação das necessidades humanas. E são estas relações que explicam todos os fenômenos da vida social, as aspirações dos homens, as suas ideias e as suas leis. O desenvolvimento das forças produtivas cria relações sociais que se baseiam na propriedade privada; mas vemos hoje esse mesmo desenvolvimento das forças produtivas privar a maioria dos homens de toda a propriedade e concentrar esta nas mãos de uma ínfima minoria; ele destrói a propriedade, base da ordem social contemporânea, e tende ele próprio para o objetivo que se fixaram os socialistas. Estes últimos devem apenas compreender qual é a força social que, pela sua situação na sociedade atual, está interessada na realização do socialismo, e incutir nessa força a consciência dos seus interesses e da sua missão histórica. Esta força é o proletariado. Engels conheceu-o na Inglaterra, em Manchester, centro da indústria inglesa, onde se fixou em 1842 como empregado de uma firma comercial de que seu pai era um dos acionistas. Aí Engels não se limitou a permanecer no escritório da fábrica: percorreu os bairros sórdidos em que viviam os operários e viu com os seus próprios olhos os males que os afligiam. Não se limitando a sua observação pessoal, Engels leu tudo o que antes dele se tinha escrito sobre a situação da classe operária inglesa e estudou minuciosamente todos os documentos oficiais que pôde consultar. O resultado dos seus estudos e observações foi um livro que saiu em 1845: A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra. Já atrás assinalávamos o principal mérito de Engels como autor dessa obra. É certo que antes dele muitos tinham descrito os sofrimentos do proletariado e indicado a necessidade de lhe prestar ajuda. Engels foi o primeiro a declarar que o proletariado não é só uma classe que sofre, mas que a miserável situação em que se encontra, empurra-o irresistivelmente para frente e obriga-o a lutar pela sua emancipação definitiva. E o proletariado em luta ajudar-se-á a si mesmo. O movimento político da classe operária levará, inevitavelmente, os operários à consciência de que não há para eles outra saída senão o socialismo. Por seu lado, o socialismo só será uma força quando se tornar o objetivo da luta política da classe operária. Tais são as ideias fundamentais do livro de Engels sobre a situação da classe operária na Inglaterra, ideias hoje aceitas por todo o proletariado que pensa e luta, mas que eram então absolutamente novas. Estas ideias foram expostas numa obra escrita num estilo cativante onde abundam os quadros mais verídicos e impressionantes da miséria do proletariado inglês. Este livro era uma terrível acusação contra o capitalismo e a burguesia. Produziu uma impressão muito grande. Em breve, por toda a parte começaram a referir-se a ele como o quadro mais fiel da situação do proletariado contemporâneo. E, com efeito, nem antes nem depois de 1845 apareceu uma descrição tão brilhante e tão verdadeira dos males sofridos pela classe operária.


Engels só se tornou socialista na Inglaterra. Em Manchester pôs-se em contato com os militantes do movimento operário inglês de então e começou a escrever para as publicações socialistas inglesas. Em 1844, ao passar por Paris de regresso à Alemanha, conheceu Marx, com quem se correspondia já há algum tempo, e que se tinha igualmente tornado socialista durante a sua estada em Paris, sob a influência dos socialistas franceses e da vida na França. Foi aí que os dois amigos escreveram em conjunto A Sagrada Família ou a Crítica da Crítica Crítica. Este livro, escrito na sua maior parte por Marx, e saído um ano antes de A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra, contém as bases do socialismo materialista revolucionário de que atrás expusemos as ideias essenciais. A Sagrada Família é uma denominação jocosa dada a dois filósofos, os irmãos Bauer, e aos seus discípulos. Estes senhores pregavam uma crítica que se colocava acima de toda a realidade, acima dos partidos e da política, repudiava toda a atividade prática e limitava-se a contemplar "criticamente" o mundo circundante e os acontecimentos que nele se produziam. Os senhores Bauer qualificavam desdenhosamente o proletariado de massa desprovida de espírito crítico. Marx e Engels opuseram-se categoricamente a esta tendência absurda e nefasta. Em nome da verdadeira personalidade humana, do operário empezinhado pelas classes dominantes e pelo Estado, Marx e Engels exigiam não uma atitude contemplativa, mas a luta por uma melhor ordem social. Era, evidentemente, no proletariado que eles viam a força capaz de travar estas luta e diretamente interessada em fazê-la triunfar. Já antes do aparecimento de A Sagrada Família, Engels tinha publicado na revista Anais Franco- Alemães editada por Marx e Ruge o seu Estudo Crítico sobre a Economia Política em que analisava, de um ponto de vista socialista, os fenômenos essenciais do regime econômico contemporâneo como consequências inevitáveis da dominação da propriedade privada. As suas relações com Engels contribuíram incontestavelmente para que Marx se dedicasse a ocupar-se do estudo da economia política, ciência em que os seus trabalhos iriam operar uma verdadeira revolução.


De 1845 a 1847 Engels viveu em Bruxelas e em Paris, aliando os estudos científicos com uma atividade prática entre os operários alemães destas duas cidades. Foi aí que Marx e Engels entraram em contato com uma associação secreta alemã, "Liga dos Comunistas", que os encarregou de expor os princípios fundamentais do socialismo elaborado por eles. Assim nasceu o célebre Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels, publicado em 1848. Este pequeno livrinho vale por tomos inteiros: ele inspira e anima até hoje todo o proletariado organizado e combatente do mundo civilizado.


A revolução de 1848, que rebentou primeiro na França e se propagou em seguida aos outros países da Europa ocidental, permitiu a Marx e Engels regressarem à sua pátria. Aí, na Prússia renana, tomaram a direção da Nova Gazeta Renana, jornal democrático que se publicava em Colônia. Os dois amigos eram a alma de todas as tendências democráticas revolucionárias da Prússia renana. Defenderam até o fim os interesses do povo e da liberdade contra as forças da reação. Estas últimas, como é sabido, acabaram por triunfar. A Nova Gazeta Renana foi proibida. Marx, que enquanto se encontrava na migração tinha sido privado da nacionalidade prussiana, foi expulso. Quanto a Engels, tomou parte na insurreição armada do povo e combateu em três batalhas pela liberdade, e, após a derrota dos insurretos, fugiu para Londres através da Suiça.


Foi igualmente em Londres que Marx veio fixar-se. Engels em breve voltou a ser empregado, e mais tarde sócio, da mesma casa comercial de Manchester onde tinha trabalhado nos anos 40. Até 1870 Engels viveu em Manchester e Marx em Londres, o que não os impediu de estar em estreito contato espiritual; escreviam-se quase todos os dias. Nessa correspondência os dois amigos trocavam as suas ideias e os seus conhecimentos, e continuaram a elaborar em conjunto a doutrina do socialismo científico. Em 1870 Engels veio fixar-se em Londres, e a sua vida intelectual conjunta, cheia de uma atividade intensa, prosseguiu até 1883, data da morte de Marx. Esta colaboração foi extremamente fecunda: Marx escreveu O Capital , a mais grandiosa obra de economia política do nosso século, e Engels toda uma série de trabalhos, grandes e pequenos. Marx dedicou-se à análise dos fenômenos complexos da economia capitalista. Engels escreveu, num estilo simples, obras muitas vezes polêmicas em que esclarecia os problemas científicos mais gerais e os diversos fenômenos do passado e do presente, inspirando-se na concepção materialista da história e na teoria econômica de Marx. Dentre estes trabalhos de Engels citaremos: a sua obra polêmica contra Dühring (onde analisa as questões capitais da filosofia, assim como das ciências naturais e sociais), A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Ludwig Feuerbach, um artigo sobre a política externa do governo russo, notáveis artigos sobre o problema da habitação, e, finalmente, dois artigos curtos mas de grande interesse, sobre o desenvolvimento econômico da Rússia. Marx morreu sem ter conseguido completar sua obra monumental sobre o capital. Contudo esta obra já estava terminada em rascunho e Engels, após a morte do amigo, assumiu a pesada tarefa de redigir e publicar os tomos II e III de O Capital. Editou o tomo II em 1885 e o tomo III em 1894 (não teve tempo de redigir o tomo IV). Estes dois tomos exigiram um trabalho enorme de sua parte. O social-democrata austríaco Adler observou muito justamente que, editando os tomos II e III de O Capital, Engels ergueu ao seu genial amigo um grandioso monumento no qual, involuntariamente, tinha gravado o seu próprio nome em letras indeléveis. Estes dois tomos de O Capital são, com efeito, obra de ambos, de Marx e Engels. As lendas da antiguidade contam exemplos comoventes de amizade. O proletariado da Europa pode dizer que a sua ciência foi criada por dois sábios, dois lutadores, cuja amizade ultrapassa tudo o que de mais comovente ofereceram as lendas dos antigos. Engels, em geral com toda razão, sempre se apagou diante de Marx. "Ao lado de Marx, escreveu ele a um velho amigo, fui sempre o segundo violino". O seu carinho por Marx enquanto este viveu e a sua veneração à memória do amigo morto foram ilimitadas. Este militante austero e pensador rigoroso tinha uma alma profundamente afetuosa.


Durante o seu exílio, depois do movimento de 1848-1849, Marx e Engels não se dedicaram unicamente ao trabalho científico. Marx fundou em 1864 a "Associação Internacional dos Trabalhadores", de que assegurou a direção durante dez anos. Engels desempenhou nela, igualmente, um papel considerável. A atividade da "Associação Internacional", que unia, de acordo com os ideais de Marx, os proletários de todos os países, teve uma enorme importância no desenvolvimento do movimento operário. Mesmo após a sua dissolução, nos anos 70, continuou o papel de Engels e Marx como unificadores da classe operária. Melhor: pode-se dizer que a sua importância como dirigentes espirituais do movimento operário não cessou de crescer, pois o próprio movimento se desenvolvia sem parar. Após a morte de Marx, Engels, sozinho, continuou a ser o conselheiro e o dirigente dos socialistas da Europa. A ele vinham pedir conselhos e indicações tanto os socialistas alemães, cuja força crescia contínua e rapidamente apesar das perseguições governamentais, como os representantes dos países atrasados, por exemplo, os espanhóis, os romenos, russos, que meditavam e mediam então os seus primeiros passos. Todos eles corriam ao riquíssimo tesouro dos conhecimentos e experiência do velho Engels.


Marx e Engels, que conheciam o russo e liam as obras publicadas nessa língua, interessaram-se vivamente pela Rússia, seguiam com simpatia o movimento revolucionário do nosso país e mantinham relações com os revolucionários russos. Ambos eram já democratas antes de se tornarem socialistas e tinham profundamente arraigado o sentimento democrático de ódio à arbitrariedade política. Este sentimento político nato, aliado a uma profunda compreensão teórica da relação existente entre a arbitrariedade política e a opressão econômica, assim como a sua riquíssima experiência da vida, tinham tornado Marx e Engels extraordinariamente sensíveis precisamente no sentido político. Por isso a luta heroica de um pequeno punhado de revolucionários russos contra o poderoso governo tzarista encontrou a mais viva simpatia no coração dos dois experimentados revolucionários. Inversamente, toda veleidade de voltar as costas, em nome de pretensas vantagens econômicas, à tarefa mais importante e mais imediata dos socialistas russos - a conquista da liberdade política - parecia-lhes naturalmente suspeita, vendo mesmo nisso uma traição à grande causa da revolução social. "A emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores", eis o que ensinavam constantemente Marx e Engels. E para lutar pela sua emancipação econômica, o proletariado deve conquistar certos direitos políticos. Além disso, Marx e Engels viram com toda a clareza que uma revolução política na Rússia teria também uma enorme importância para o movimento operário da Europa ocidental. A Rússia autocrática foi sempre o baluarte de toda a reação europeia. A situação excepcionalmente favorável em que a Rússia se encontrou depois da guerra de 1870, que semeou durante muito tempo a discórdia entre a França e a Alemanha, não podia evidentemente deixar se fazer aumentar a importância da Rússia autocrática como força reacionária. Só uma Rússia livre, que não tivesse necessidade de oprimir os Polacos, os Finlandeses, os Alemães, os Armênios e outros pequenos povos, nem de lançar, incessantemente, a França e a Alemanha uma contra a outra, permitiria a Europa contemporânea respirar aliviada do peso das guerras, enfraqueceria todos os elementos reacionários da Europa e aumentaria as forças da classe operária europeia. Por isso mesmo Engels advogou calorosamente a instauração da liberdade política na Rússia no próprio interesse do movimento operário do Ocidente. Os revolucionários russos perderam nele o seu melhor amigo.


À memória de Friedrich Engels, grande combatente e mestre do proletariado, viverá eternamente!


V. I. LENIN - outono de 1895 (Obras Completas, tomo 2)


sábado, 5 de dezembro de 2020

MARADONA ETERNO!

 


Prof. Fábio Pereira - (03-12-2020) - Treinador de futebol

No dia 25 de novembro de 2020 fomos surpreendidos com uma notícia muito triste na história do futebol mundial, vítima de uma parada cardio-respiratória um dos maiores ídolos do futebol mundial morreu aos 60 anos de idade, seu nome: DIEGO ARMANDO MARADONA. Uma verdadeira tristeza, uma verdadeira comoção mundial tomou conta do mundo do esporte porque morria neste dia um dos maiores ídolos esportivos da história do esporte mundial e do futebol mundial. MARADONA está na lista dos 11 maiores jogadores de futebol de todos os tempos, na lista ele ocupa o segundo lugar só ficando atrás de nosso rei do futebol PELÉ.

 

Lamentavelmente este sensacional atleta nos deixa novo, partiu aos 60 anos de idade, mas nos deixa um grande legado, MARADONA está na lista das maiores lendas do futebol mundial e do esporte no mundo. Jamais poderemos falar de esporte em nossas rodas de conversas e não lembrar da sua carreira como atleta, como a grande pessoa carismática que foi em todos os aspectos. A sua vida pessoal não compete a nós julgá-la, também somos seres humanos, também temos nossos problemas, nossas falhas, nossos erros, não vamos julgar MARADONA onde isso só competia a ele esta análise.

 

Vamos sim sempre viver das alegrias que ele nos proporcionou fazendo aquilo que ele mais amava, jogar bola, jogar futebol e como jogava este baixinho de 1,65 de altura.

 

MARADONA nasceu no dia 30 de outubro de 1960 em Vila Fiorito, Buenos Aires, na Argentina, ele era filho de um operário e cresceu na favela, no subúrbio pobre de Buenos Aires, na Vila Fiorito, MARADONA quando criança no bairro em que morava na Argentina jogava em um  time de guris chamado ESTRELA VERMELHA, com seus amigos e na comunidade onde morava já fazia peripécias com a bola e trazia muitas alegrias para os seus amigos e sua família por lá avançando em dribles e alegrias toma - lá -dá -cá e vamos que vamos, com este futebol monstro marcando assim, a sua infância humilde onde aos 9 anos, foi chamado para ser escalado no time local chamado LOS CEBOLLITAS que era uma filial do Argentino Júniors.

 

Quando tinha 15 anos chegou ao profissional do ARGENTINO JÚNIORS. MARADONA foi o jogador mais jovem a vestir a camiseta da seleção de seu país. Em 1979 venceu o seu primeiro mundial na categoria sub-21 e, em 1981 venceu seu primeiro campeonato nacional argentino jogando pelo BOCA JÚNIORS da Argentina. Em 1982, MARADONA foi para o Barcelona da Espanha, em 1984 ele se transferiu para o Nápoli da Itália que em 1987 ganha seu primeiro scudetto, seu primeiro campeonato nacional italiano.  ALEMÃO E CARECA, são brasileiros que fizeram parceria com MARADONA no Nápoli da Itália, e consagraram Nápoles no cenário do futebol mundial. Eles também se consagraram vencendo a copa da Itália e marcaram história no Nápoli e no mundo de 1987 a 1990.Importante destacar seu título, sua  conquista da Copa da UEFA em 1989. Em 1991 se transferiu para o Sevilha da Espanha, treinado por Carlos Billardo, MARADONA no Nápoli marcou 115 Gols e jogou 259 partidas, vale aqui destacar um dos depoimentos de CARECA sobre o craque e amigo nos tempos de Nápoli:

 

"De meus dias de jogador, carrego ainda algumas amizades leais e verdadeiras, e sem dúvida uma delas é com Diego Maradona. Era um sonho meu jogar ao lado dele, e a forma como ele me recebeu quando cheguei ao Napoli, em 1987, só fez aumentar ainda mais meu respeito por ele. Nos aproximamos dentro e fora de campo, em uma relação de companheirismo e transparência. Assim como todos no Brasil, sofri bastante com a eliminação na Copa do Mundo da Itália, em 1990. Nosso time jogou mais, mas eles passaram da forma que passaram. No final do jogo, não me esqueço do ato de carinho que o Diego teve comigo, atravessando praticamente o campo inteiro para me dar um abraço, trocar a camisa e falar algumas palavras de conforto. Ele sabia o que eu estava sentindo, e sabia que eu teria feito o mesmo por ele. Isso resume bem nossa união. Foram quatro anos juntos em Nápoles, onde ganhamos muitos títulos e nos divertimos bastante. Ele na posição dele, eu na minha, a gente se completava. Como Brasil e Argentina. O bom futebol não tem bandeira. Quando se faz por merecer, o reconhecimento é mais do que justo, não importa quem esteja do outro lado. É por isso que tenho uma admiração muito grande pela Argentina, que sempre apresentou uma seleção forte, com jogadores de qualidade."

 

E agora estava voltando para a Espanha para jogar no Sevilha. Depois de um ano na Espanha resolve voltar para a Argentina e assina contrato com o NEWELLS” OLD BOYS  e depois se transfere para o BOCA JÚNIORS onde então resolve encerrar a sua carreira aos 37 anos de idade.

 

Aqui vamos fazer um capítulo especial a parte falando de sua satisfação, sua alegria de vestir o manto sagrado da seleção de seu país, a camisa da seleção Argentina.

 

MARADONA foi o jogador mais jovem a vestir a camiseta da seleção de seu país. Em 1979 venceu o seu primeiro mundial na categoria sub-21, temos aqui que destacar um erro do técnico campeão do mundo da Copa da Argentina de 1978 em pleno período de ditadura militar no país assim como aqui no Brasil. Jorge Rafael Videla Redondo foi o general que estabeleceu a ditadura no país e era o presidente naquela copa, aqui no Brasil era presidente o também general Ernesto Geisel, a frustração dos torcedores brasileiros para aquela copa, na Argentina, foi a não convocação do craque colorado, do Inter de Porto alegre, Paulo Roberto Falcão. Na Argentina o técnico César Luis Menotti admitiu ter errado em não convocar MARADONA para o mundial de 1978.Caso o ídolo argentino tivesse sido convocado ele teria repetido um dos feitos de PELÉ, de ser o jogador argentino mais novo a disputar uma copa do mundo e ser campeão mundial ao lado de LUKE,BERTONI,TARANTINI,FILLOL,OLGIN, PASSARELA , KEMPS e cia.A Argentina ganhou seu primeiro mundial que poderia ter muito mais brilho com a presença de DIEGO ARMANDO MARADONA.


1982 é um ano marcado por uma situação de crise mundial e econômica e de interferências do sistema capitalista na América Latina e no mundo, sendo mais específico, vamos ter um confronto bélico, uma guerra, a guerra das Malvinas durou 65 dias e pelo lado argentino levou a vida de 649 jovens soldados argentinos e de 3 civis argentinos, pelo lado do imperialismo morreram 255 britânicos, foi comandada no lado argentino pelo seu presidente o general Leopoldo Galtieri que 4 dias após o final da guerra renuncia, no dia 18-6-1982.A mão de ferro do imperialismo inglês, a primeira-ministra, Margaret Thacher aproveita para colher os louros da vitória e conduz o seu partido , o conservador,  a vitória nas eleições britânicas enquanto temos o sofrimento das famílias argentinas, recebendo a notícia que seus filhos foram mortos em combate na guerra contra o sistema capitalista e o governo imperialista opressor britânico apoiado pelos ianques americanos.


 A  ação de mãos imperialistas do sistema capitalista projetando o imperialismo inglês querendo tomar territórios argentinos e de olho com o apoio ianque em toda a América Latina. Em uma guerra de um sistema nefasto que gerou mortes mais uma vez, onde muitos jovens argentinos perderam a vida lutando contra o imperialismo inglês. Neste ano, a Copa do mundo seria na Espanha e MARADONA já estava com os holofotes apontados para ele, o astro que foi derrotado pelo futebol-arte de TELÊ SANTANA e a seleção canarinho do Brasil de Zico, Sócrates, Falcão e Toninho Cerezo. MARADONA nesse jogo que a Argentina acabou eliminada foi expulso por ter dado uma “voadora” em Batista, neste jogo os campeões mundiais caíram para o Brasil pelo placar de 3x1 onde Júnior fechou a fatura.

 

Em 1986, no MÉXICO, a 13ª Copa realizada, o craque irá ter o seu momento de ouro, a sua epopeia, sua consagração como um dos maiores craques de todos os tempos. Neste mundial, MARADONA é escolhido o craque da copa do mundo e a Argentina conquista seu Bicampeonato mundial. Confira abaixo a lista dos jogos da Argentina de MARADONA que se sagrou BICAMPEÃ MUNDIAL DE FUTEBOL

 

 Fase de grupo-Grupo A

Argentina 3x1 Coréia do do Sul 

Argentina 1 x 1 Itália

Argentina 2 x 0 Bulgária

Oitavas-de-final

Argentina 1 x 0 Uruguai

Quartas-de-final

Argentina 2 x 1 Inglaterra

Semi-final

Argentina 2 x 0 Bélgica

Final

Argentina 3 x 2 Alemanha

 

 O palco da grande final estava preparado, o estádio AZTECA naquele 29 de junho de 1986, recebeu público de 114.mil e 600 espectadores para ver a Argentina de DIEGO ARMANDO MARADONA e o grande craque, estrela maior, brilhar com o sol da bandeira da Argentina conduzida por seu astro rei maior daquela copa, MARADONA !  

 

É necessário aqui destacar que 4 anos depois na outra copa, a da Itália em 1990,o craque estava em sua fase de ouro no Nápoli da Itália porém, nesta copa MARADONA jogou machucado, mas jogou e muito, eliminou o Brasil nas oitavas-de-final com uma jogada individual e lançou Caniggia para executar Taffarel. Nesta copa a Argentina chegou a final e perdeu o título em um pênalti duvidoso que muitos até hoje afirmam que não foi pênalti.

 

Para aumentar ainda mais esta peleia MARADONA em um programa esportivo na Argentina em 2015,acusou Júlio Grondona ex-presidente da AFA, falecido, que na época dirigia a AFA e chegou no vestiário na final e disse: ”Até aqui chegamos” que estávamos entregues disse o presidente da Federação Argentina de Futebol.

 

MARADONA  ficou revoltado com esta fala e acusou o presidente de entregar a final da copa de 1990 para a Alemanha. O craque disse que iria se doar ao máximo na final e o presidente fez pouco caso segundo depoimento do craque dizendo a MARADONA: -”Eu sei como você é.” Isso revoltou mais ainda o craque porque insistia com o presidente da federação argentina que fizessem de tudo para mudar o árbitro daquela final, MARADONA ainda relembrou a polêmica em torno do juiz que apitou a partida decisiva na ocasião.

 

“- Boto as duas mãos no fogo que ele não lutou por nada que fosse Codesal, o árbitro na final. Nos entregou como nos entregaram os chilenos nas Malvinas –” disse o argentino.

 

O craque argentino ainda jogou mais uma Copa do mundo,1994 nos Estados Unidos. 

MARADONA mais tarde recebe a oportunidade de ser técnico de futebol e inclusive foi técnico da seleção argentina porém vamos finalizar com um outro grande momento dele agora como técnico de futebol. Logo após a copa do mundo da Rússia em 2018, mais especificamente em setembro o craque em sua nova função vai escrever história nas páginas do futebol novamente de uma forma e um brilho que somente seu carisma pode responder por isso, este fato sensacional acontecido.

No dia 07/9/2018, MARADONA avisa ao presidente Antônio Nuñez do DORADOS SINALOA de CULIÁCAN, no MÉXICO, que está chegando para treinar a equipe que está disputando a divisão de acesso, a segunda divisão do campeonato mexicano e a equipe no momento estava ocupando o último lugar na tabela do campeonato.

 

MARADONA disse:”- Presidente, aí vamos nós começar a Revolução Maradoniana e quero que esteja ao meu lado.”

 

Sua chegada no aeroporto de CULIÁCAN, no México, foi digna de um grande astro do futebol atual. Em sua fala rápida no aeroporto a imprensa disse:-”Aqui o projeto é subir para a primeira divisão." Referindo-se ao DORADOS DE SINALOA.

 

Na entrevista oficial no clube em sua apresentação MARADONA falou:

“-Vim deixar o meu coração a vocês! Se os torcedores estiverem ao nosso lado, mais o impulso moral que posso dar aos jogadores vai ser difícil nos vencer.”

 

O presidente Antônio Nuñez do DORADOS DE SINALOA nesta mesma entrevista disse o seguinte:

“- No DORADOS sempre esperamos escrever histórias. Histórias que transcendam sempre pensando em ir mais alto. E hoje, novamente conseguimos isso.”

 

ESTÁDIO BANORTE-CULIACÁN- CASA DO DORADOS SINALOA  

Luís Islas, auxiliar-técnico de MARADONA,  conhece Diego Armando desde 1983 e jogaram juntos na seleção argentina, também aceitou o desafio e foi junto com o craque para trabalhar no DORADOS SINALOA.

 

Quando MARADONA chegou o DORADOS estava em último colocado na divisão de acesso, entre os 15 clubes que disputavam a vaga para a primeira divisão do campeonato mexicano.

 

O DORADOS SINALOA se recuperou economicamente somente com a chegada de MARADONA  ao clube. Os patrocinadores do Manchester United Disseram ao presidente que fariam contratos anuais com o clube.

Em uma entrevista para a Fox Sports certa vez, MARADONA disse:

“- Quando tive problemas de saúde, problemas com as drogas, quando tive problemas com o doping eu era o homem mais solitário do mundo.”

 

GUARDIOLA, hoje técnico, jogou no DORADOS SINALOA por 6 meses entre 2007 e 2008.

A música de abertura da série do Netflix que fala sobre o craque no DORADOS SINALOA e sua chegada ao clube com MARADONA no México diz tudo em significado de prazer e alegria por este esporte:

 

Em terras astecas , ele alcançou a glória

e tornou a Argentina Campeã do mundo

Porque sua mão faria história

Porque sua mão levantando uma copa

Muita gente não esquece o seu passado,

Mas agora é hora de contar a outra história

Te perdoei por ser equivocado

É um orgulho que esteja em Sinaloa

Diego chegou

Diego chegou

Chegou para alegrar o futebol

Chegou MARADONA, chegou

Chegou MARADONA, chegou”


Os atletas do DORADOS SINALOA cantavam felizes sempre a cada vitória da equipe, a cada grande vitória para MARADONA uma outra música que o craque adorava e pulava e cantava com eles felizes nos vestiários após cada vitória do DORADOS SINALOA:

 

“Venha cantar comigo

Que um amigo vai encontrar

 Com a mão do MARADONA

A volta da vitória vamos dar.

Venha cantar! “

MARADONA sempre se comprometeu com muitas coisas além do mundo esportivo.

Certa vez, em um jantar beneficente do DORADOS SINALOA disse:

 

“ Boa noite a todos! Obrigado por virem e se comprometerem por esta causa, porque isso não acontece apenas no México, mas sim no mundo todo. Diziam que eu vinha para cá de férias, mas já estamos nas eliminatórias do acesso.

Mas  também o nosso compromisso futebolístico não nos faz mirar só a bola, mas  também as pessoas que necessitam de muitas coisas, que perderam muitas coisas.

Eu sinto que todos temos de oferecer algo a elas. Todos devemos ajudar, porque cada um de nós, na nossa casa, tem coisas em excesso.

Em excesso demasiado. Devemos repartir as coisas, é isso.” 

 

O craque brilhou no seu trabalho como técnico com todo o seu carisma de último colocado o DORADOS SINALOA em 2018 chegou na final do acesso do campeonato mexicano. A cidade fervia, respirava DORADOS SINALOA e MARADONA. O presidente entusiasmado com a possibilidade de subir para a primeira divisão em uma entrevista local antes da decisão se lembrou de uma frase que o marcou pelo caminho conduzindo as ações do clube de autor que não lembrava a origem:

“ Ás vezes os loucos abrem caminhos que depois os sábios percorrem e julgam.”

 

MARADONA naquela final parou até a Argentina mais uma vez para acompanhar a sua façanha no México mas, infelizmente o DORADOS SINALOA perdeu a final. O craque não desanimou e seguiu o seu trabalho e no ano seguinte, em 2019, lá estavam eles de novo em outra final para o acesso da primeira divisão do campeonato mexicano e mais uma vez eles perdem a final. A temporada acabou e então MARADONA resolve se despedir do clube e de sua nova aventura e história consagrada no México.

 

 Em uma de suas falas muito importantes em sua trajetória de vida ele falou sobre aquele jogo épico da ARGENTINA X INGLATERRA: ”-Era uma revanche sim contra os ingleses, muitos jovens argentinos tinham morrido na guerra das Malvinas e aquele jogo para nós era uma revanche sim contra o imperialismo inglês. Vencemos, ganhamos, derrotamos eles com o gol LA MANO DE DIOS ! Era a nossa revanche.” Ao final do jogo questionado se havia feito o gol com a mão ele respondeu: "-Foi um pouco com a cabeça e um pouco a mão de Deus."

 

Além deste gol, o craque argentino ainda realizou nesta mesma partida, o Gol mais bonito da história das copas, onde ele avança com a bola do meio-campo passa por 5 adversários até concluir a gol, uma pintura de gênio. MARADONA marcou  34 gols em 91 partidas pela seleção Argentina e no total de sua carreira foram 345 gols em 680 jogos atuando por seis clubes mais a seleção Argentina.

 

Em 2000 o craque fica a beira da morte por causa das drogas mas ele é salvo por Fidel Castro que coloca uma clínica de recuperação e médicos a disposição do craque argentino para se curar das drogas. O mundo futebolístico agradeceu por esta ajuda do líder cubano para salvar a vida do craque que ainda felizmente depois do tratamento conseguiu avançar na vida com mais alegrias como esta do DORADOS SINALOA em 2018 e 2019.

 

MARADONA morreu no mesmo dia que Fidel Castro no dia 25 de novembro.


 HASTA SIEMPRE CAMARADA! HASTA SIEMPRE COMANDANTE! 


MARADONA ETERNO! O MUNDO AGRADECE E SEMPRE FARÁ REFERÊNCIA AO SEU MAJESTOSO, GLORIOSO E FANTÁSTICO FUTEBOL-ARTE!