terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Brasil: Greve Geral urgente e mobilização dos trabalhadores!

Vide link: 
https://prensaobrera.com/internacionales/brasil-huelga-general-y-movilizacion-de-los-trabajadores


Publicamos uma nota política do Partido Obrero da Argentina que iniciou a ser escrita durante o curso dos acontecimentos em Brasília. O desdobramento e atualizações estaremos fazendo no blog e nas páginas do próximo número do nosso jornal TRIBUNA CLASSISTA. O governador bolsonarista do DF, Ibaneis Rocha, foi afastado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, apontado por este como uma conduta "dolosamente omissiva", pra não dizer cúmplice do golpismo; foram conduzidos à sede da Academia da Polícia Federal em Brasília, cerca de 1.200 golpistas bolsonaristas, e ontem, 09/01, aconteceram atos públicos de repúdio à tentativa de golpe de estado fracassada no mínimo  em 16 capitais do país com milhares de manifestantes saindo às ruas, cuja palavra-de-ordem que dominou os atos foi "sem anistia", para os golpistas que foram e estão sendo detidos. Concomitantemente ocorreu uma reunião convocada por Lula (não compareceu ao ato público realizado em Brasília) com os governadores (todos compareceram ou enviaram representantes, inclusive os bolsonaristas), o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, do Progressistas de Alagoas, bolsonarista de carteirinha e os ministros do STF. Mas é necessário organizar uma multitudinária ação de massas que ocupe as ruas em todo o país em uma poderosa GREVE GERAL que ponha na ordem do dia a revogação das reformas trabalhistas e previdenciáris, revogação das privatizações de estatais e as coloque sob controle dos trabalhadores, por um salário mínimo do DIEESE que hoje está em torno de R$ 6.647,63, pela redução das horas de trabalho sem redução dos salários, dissolução das PM´s e de todo o aparato repressivo estatal e para-estatal, etc. Fora esse programa para discutir uma transição voltada exclusivamente para os interesses dos trabalhadores, consideramos que as organizações de massa devem romper com a orientação dominante no governo Lula, que é de aliança com a burguesia, inclusive com partidos golpistas bolsonaristas fazendo parte do seu governo como é o caso mais exdrúxulo, União Brasil, que possui 3 gabinetes ministeriais, sem contar o próprio vice-presidente da república, Geraldo Alckmin, do também golpista PSB, histórico ex-dirigente do papa do golpismo, desde 2014, o direitista PSDB. Nem falar no ministro da Defesa, José Múcio, que "errou" ao priorizar um "diálogo" com os golpistas (as medidas tomadas por Lula, diz o Valor Econômico, no dia 10/01, "agilizará as punições dos golpistas, responsabilizará os invasores e seus financiadores e mandantes", mas não atingem a "letargia da reação do Exército"; se a PM deixou passar 170 ônibus e escoltou os golpistas até a Esplanada, com o batalhão de choque orientando a entrada dos bolsonaristas golpistas, o Regimento de Cavalaria da Guarda e o Batalhão da Guarda Presidencial, segundo o jornal, não moveu uma palha para impedir as invasões), um direitista da velha oligarquia nordestina, filiado ao PTB, o mesmo partido de Roberto Jeferson, e mesmo o ministro da Justiça, Flávio Dino, que confessou que assistiu tudo da janela do seu gabinete, ciente das forças desproporcionais que foram mobilizadas para "enfrentar" os golpistas, ex-PC do B que hoje se encontra no PSB (que apoiou e votou pelo golpe de estado em 2016).  Apesar de limitadas, estamos de acordo com a @eutocomlula: A partir de agora não aceitamos menos do que: - Renúncia de Ibaneis; - A detenção de Anderson Torres; - A exoneração dos PMs coniventes; - A prisão de todos os terroristas; - A punição dos financiadores; - A prisão do mandante: Bolsonaro. Segue abaixo algumas declarações públicas dos parlamentares e dirigentes do PO argentino contra o golpismo bolsonarista.






Para esmagar a provocação bolsonarista golpista

 Centenas de simpatizantes de Bolsonaro que estavam acampados em frente ao quartel-general do Exército foram levados de ônibus até a Esplanada de Brasília, onde ficam as sedes do Palácio do Planalto, do Complexo do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal-STF, a Praça dos Três Poderes.

 Ali, numa marcha caótica e destrutiva, ocuparam essas sedes e as estão destruindo. O avanço desses contingentes bolsonaristas só foi possível porque a Polícia Militar constituiu uma “zona liberada” e se retirou das cercas de segurança. Fotos publicadas mostram contingentes policiais cercando quiosques que vendem água de coco em atitude de total descontração.

 O secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, apesar de ter sido avisado desta mobilização, ausentou-se de "férias" em viagem ao estrangeiro, sem tomar qualquer tipo de medidas preventivas. Ele foi exonerado por sua "negligência" pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, um bolsonarista de primeira hora. O presidente Lula, que não esteve no Planalto hoje – domingo - acaba de decretar intervenção federal na secretaria de segurança do Distrito Federal.

 Mas o que nem Lula, nem o PT, nem os sindicatos de trabalhadores (CUT, etc.) fizeram foi declarar Greve Geral e a mobilização ativa das massas de trabalhadoras. Eles depositam sua "confiança" em que os poderes constitucionais normalizem a situação.

 Greve e mobilização: prisão para os ocupantes bolsonaristas do Planalto que declaram abertamente seu objetivo golpista; demissão dos chefes da Polícia Militar, cúmplice das ações fascistas do bolsonarismo e dissolução desse órgão repressor contra o povo trabalhador. Levantar ao mesmo tempo as demandas urgentes das massas (revogação das “reformas” antitrabalhadoras e reacionárias em matéria trabalhista e previdenciária, etc.), para proceder a sua imposição através da ação direta da mobilização das massas.

 Ninguém duvida que esta ocupação fascistóide do Planalto está ocorrendo há exatamente dois anos (6 de janeiro de 2021) desde que hordas reacionárias que se dizem “trumpistas” ocuparam o Capitólio, exigindo a anulação das eleições que Biden havia vencido. Uma reivindicação semelhante está sendo feita contra Lula pelos assaltantes de Bolsonaro. No fechamento desta nota, não há declarações conhecidas dos comandantes militares; mas tudo indicaria que o golpe teria contado com a cumplicidade ou pelo menos uma piscadela das Forças Armadas que, como se sabe, ocuparam lugar de destaque dentro do aparato estatal sob o mandato de Bolsonaro.