quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Saudamos daqui do Brasil a prosa operária de nosso companheiro Artigas Castelhano

        



Guilherme Giordano


           Artigas Castelhano, como lhe conhecemos no Brasil, ainda quando era militante da Convergência Socialista, morador da cidade operária de Alvorada. Foi através dele que conheci o Umbu, uma das maiores concentrações de negros do Brasil, e vários lutadores do movimento popular.

           Agora, o companheiro que retornou pra sua terra natal junto com seus familiares, Mercedes, no Uruguai, destilou toda a sua verve revolucionária para nos contar e relembrar da vida dos operários e operárias, hermanos e hermanas que militaram num passado recente e deixaram um legado pra luta de classe. 

            Que um camarada operário trotskista uruguaio, daqueles que irá morrer defendendo a IV Internacional e a luta e as ideias de emancipação política e social difundidas por Leon Trótsky, escreva este livro riquíssimo que fala do cotidiano de pessoas que deram a vida para defenderem o socialismo, num país em que a luta do proletariado foi tão intensa contra o regime de exceção e o golpe militar, em 1973, imposto pela burguesia e o imperialismo que chegou a render um livro e um filme do consagrado cineasta franco/grego, Costa-Gavras, que levou o nome de Estado de Sítio, é um motivo a mais para seguirmos lutando em defesa dos princípios quarta-internacionalistas, da revolução mundial do proletariado.

            A escritora brasileira Patrícia Galvão, consagrada como Pagu, na sua militância política revolucionária nos brindou em 1932 com a célebre obra-prima, Parque Industrial, contando a situação das mulheres operárias e a condição humana em que viviam nos bairros operários da ora pujante cidade de São Paulo em pleno processo de industrialização.

            Artigas Castelhano nos brinda com seus relatos operários de um país situado ao sul do continente latino-americano em que o seu proletariado já deu inúmeras demonstrações históricas que não foge de uma peleia contra os patrões e seus governos capitalistas. 

            A compreensão através da sua sabedoria do cotidiano desse proletariado certamente para o autor não é suficiente, pois se trata de um indômito e obstinado lutador pela transformação do mundo.
            
            Gracias por nos brindar com seus relatos operários, Artigas Castelhanos. Que venham outros pra enriquecer o nosso cotidiano.