quarta-feira, 29 de setembro de 2021

QUAL O RUMO?



 Vide link: https://www.youtube.com/watch?v=RD1NhBdu6ds&t=2182s

GUILHERME GIORDANO


Ocorreu no dia 28/09 um debate promovido pela TV A COMUNA, sob a coordenação do companheiro Nelson Vilela e moderado pelo companheiro Carlos Mandacaru, sobre os primeiros Mil dias do governo Bolsonaro.

Participaram do debate na condição de convidados, um representante do Agrupamento Tribuna Classista e o companheiro Jean Menezes.

Houve no geral uma concordância entre todos acerca do caráter de classe do governo Bolsonaro, um governo que é resultado do golpe de estado de 2016, que promoveu uma política de resgate do grande capital, em especial dos bancos, tendo aliás como Ministro da Economia, Paulo Guedes, um banqueiro diretamente ligado ao sistema financeiro.

Foi destacado o período que antecedeu o golpe de estado de 2016, 14 anos de governos de colaboração de classes que tiveram à frente o PT, partido que traçou como estratégia política governar para a burguesia, em nome da "democratização do estado". Nesse caso, a abstração da democracia, enquanto valor universal, é o truque necessário pra encobrir a política de um colaboracionismo sem limites à direita.

Bolsonaro, uma marionete do imperialismo e de setores da burguesia nacional, promoveu 1000 dias de um governo que antes da pandemia já havia aprovado no Congresso Nacional uma nova reforma trabalhista e previdenciária, a privatização da Eletrobrás e dos Correios, etc., nos marcos de uma crise mundial do capitalismo iniciada em 2007/2008 por conta da crise imobiliária norte-americano, a qual, além de não ter sido superada, agravou-se com o advento da pandemia

A partir do advento da pandemia, Bolsonaro apostou toda as fichas na política de que a "economia não podia parar", no tratamento precoce com medicamentos que não comprovaram nenhum efeito eficaz na cura do COVID19, na famigerada "imunidade de rebanho", que teria sido supostamente planejada na existência de um Gabinete paralelo.

Foi também ressaltado o caráter de continuísmo do regime militar, da Nova República de Sarney, e da sua tendência de esgotamento agora, e a característica importante do governo Bolsonaro, de acabar com a dissimulação da dominação de classe, da burguesia sobre o proletariado, o qual este regime democratizante teve como principal função.

Conclusões práticas da luta foram tiradas no final do debate, como a necessidade da esquerda revolucionária se delimitar da centro-esquerda expressa politicamente pelo PT, PSOL, PC do B e os outros partidos que giram sob órbita da política frentepopulista da Frenta Ampla. 

Em oposição ao caráter de estrangulamento das mobilizações que se colocaram em curso, em converter a palavra de ordem de Fora Bolsonaro numa inofensiva defesa de adiar tudo para as eleições de 2022, ou apostar no impeachment no interior do Congresso Nacional dominado pelo Centrão, que coloca em marcha, além de outros, um profundo ataque às condições dos servidores públicos das três esferas do estado através da PEC 32, que pretende acabar com a estabilidade dos servidores entre outros crimes de maior ou igual tamanho foi feita a defesa de que na mobilização do dia 02/10, as massas devem ganhar as ruas pra colocar pra fora todo esse governo de bandidos e o carcomido regime político burguês, a começar pela luta pra construir um Congresso de bases dos trabalhadores e da juventude pra aprovar um plano imediato de ação e de luta e defender um governo dos trabalhadores da cidade e do campo.

O rumo a ser tomado, concordaram todos no debate, é a defesa da independência política dos trabalhadores através de uma frente única das organizações operárias e dos camponeses pobres, pra lutar por um governo próprio, um governo da classe operária, rumo ao socialismo.