domingo, 5 de maio de 2019

«ESTE REGIME ESTÁ PODRE, É CORRUPTO POR NATUREZA, E ALIMENTA-SE DA MISÉRIA E A DOR DE MILHÕES DE SERES HUMANOS, É INVIÁVEL, TEMOS QUE ACABAR COM ELE»



Segue trechos destacados da intervenção de Andrea Revuelta na Assembleia Aberta do Partido dos Trabalhadores do Uruguai, realizada na sexta-feira, 3 de maio e compartilhado no Facebook. Fazemos nossas, as palavras da companheira


Como dissemos na última capa de nosso jornal, todos são candidatos do FMI!. Todos se oferecem para gerenciar o Estado em benefício dos capitalistas, todos aceitam o pagamento da dívida externa, uma dívida usurária e confiscatória. Todos concordam com o processo de colonização e saque dos recursos naturais, para garantir aos investidores as condições que eles exigem.

Estamos agora em pleno processo de instalação de UPM2, mas já temos UPM1 e toda espécie de propostas que desconhecem a legislação nacional (…) no marco das leis de Zonas Francas.

Todos aceitam e promovem a precarização trabalhista de diferentes formas: nós assistimos há muitíssimos anos a perdas do ponto de vista salarial, desde a redução das contribuições patronais, todos se postulam como gestores destes programas com o argumento perverso de fomentar o emprego feminino, de fomentar o emprego da juventude, e por essa via reduzem as contribuições e reduzem os salários também.

Todos os candidatos sustentam a impunidade que se estabeleceu no pacto do Clube Naval e os posteriores (…) Tudo o que tem se sucedeu com Gavazzo e as remoções de chefes do exército, o que existe é isso, a manutenção de uma linha que é essa política de pacto estabelecida no Clube Naval.

Estamos no meio de uma campanha eleitoral onde as reivindicações e interesses dos trabalhadores estão, ou relegados, ou subordinados absolutamente à sorte de suas patronais.

Que fazemos frente às demissões, que fazemos frente aos fechamentos de empresas, como lutamos pelo salário, pela redução da jornada de trabalho; a luta contra as privatizações contra as terceirizacões, contra os contratos com as empresas de recolhimento de lixo: e o orçamento para a saúde pública e educação?

Que fazemos com a reforma da seguridade social, que aumenta a idade para a aposentadorua? Enquanto mantém-se esta redução de contribuições  patronais mencionada anteriormente. Aonde nos leva esta política de subordinação à burguesia?

Apresentam-nos isto como a única alternativa viável e possível, nós dizemos que não. Nós, trabalhadores não temos porque renunciar a nada; a juventude não tem que renunciar a lutar pelo que acredita, não tem que renunciar a lutar por uma sociedade melhor, justa, sem explorados, nem exploradores, por que vamos renunciar a tudo isso? Eu adianto que não renuncio a nada, e nenhum de nós vai renunciar a pôr em pé este programa; não importa que digam que o que propomos não é viável, que é uma utopia, que está fora da realidade, ou que não faz sentido. O que é impossível é seguir sustentando o regime brutal de barbárie e opressão, que é o regime capitalista.

Este regime se decompõe, é corrupto por natureza, e alimenta-se da miséria e a dor de milhões de seres humanos e por isso é impossível e é inviável, temos que acabar com ele.

Nossa campanha deve estar centrada nessa alternativa que é a única alternativa viável e possível: transformar a sociedade em termos socialistas.

E que fazemos agora, que fazemos no meio desta campanha, que parece que estamos em uma festa de casamento no meio do carnaval carioca; todos dançam, festejam, dão risadas, põem fantasia, tomam mate, são todos populares e simpáticos. Nós temos muito claro o que temos que fazer. Temos que defender essa agenda dos trabalhadores que está ausente entre o barulho dos apitos e as matracas desta festa, e que esta festa não é a nossa.

Vamos pôr em pé uma campanha política séria, firme e contundente de defesa da classe operária, ainda que não esteja na moda e ainda que destoe do resto.

Dirigimos-nos a todas as massas exploradas e lhes dizemos: o único caminho é organizar-se e nós lhes damos um lugar para a ação; nosso programa, nossa organização e nossa campanha está a serviço disso. A participação do Partido dos Trabalhadores nestas eleições procura converter-se em uma tribuna de agitação e propaganda deste programa; os convidamos a fazer parte nesta luta, os convidamos a ser protagonistas dela, este é o camho. Porque esta grande festa é tão somente a antessala da catástrofe da crise em curso.

Que os capitalistas paguem a conta da crise!

Estamos em campanha!