terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Moïse Kabagambe, presente! O Georg Floyd que veio do Congo

 


Guilherme Giordano


O jovem congolês Moïse Kabagambe, de apenas 24 anos, foi brutalmente espancado até a morte a mando e pelo gerente Luciano Martins de Souza do QUIOSQUE TROPICÁLIA, posto 8 da Barra da Tijuca, e mais quatro covardes assassinos, no Rio de Janeiro, que segundo seu primo, Yannick Kamanda, teria sido " jogado no chão, levou socos, foi espancado com um pedaço de madeira e teve as mãos e pernas amarradas. A corda teria sido ainda usada em seu pescoço. O congolês teria ainda apanhado nas costelas com um taco de beisebol, até desmaiar."

Moïse Kabagambe foi cobrar dois dias de trabalho do gerente! Na cabeça de um gerente de quiosque de praia da zona sul carioca mora o escravagismo histórico. A maioria negra passou de escrava para a escravidão assalariada se incorporando à massa de trabalhadores exploradas e super-exploradas no país. Então como pode um africano querer cobrar dois dias de trabalho? Essa é a normalidade do regime político burguês e suas consequências sociais das mais nefastas que veio ao longo do tempo arrancando todas as conquistas históricas dos trabalhadores que foram resultado de muita luta contra o estado e os capitalistas que nele parasitam.

Tanto é que o gerente viu esse horror que ele mesmo provocou como normal, que já foi banalizado na situação política: assassinato de negros, de refugiados, etc. que depois de Moïse Kabagambe ter sido jogado na areia da praia morto, continuou trabalhando como se nada tivesse acontecido.

O perfil do Anonymous no twitter foi quem revelou o nome do gerente assassino e afirma que este crime é mais um na conta dos milicianos bolsonaristas no RJ, que chegaram a remover o nome do mesmo do CNPJ da Receita Federal colocando-o em seu lugar o nome de um laranja. A polícia que demorou 2 horas pra chegar até o local do crime, segundo o Anonymous age em conluio com o crime organizado, porque já houveram alterações de imagens no circuito interno e há fortes indícios que os criminosos estão sendo protegidos, mesmo porque não houve nenhuma prisão até o momento.

Moïse Kabagambe, junto com sua família e as famílias de milhões de refugiados pelo mundo, fugiu da fome e da guerra no Congo, em 2014, mas não conseguiu escapar da brutal violência miliciana na zona sul do Rio de Janeiro. 

A comunidade congolesa denuncia o "racismo estrutural" no Brasil e a xenofobia contra os estrangeiros (negros) e cobra justiça e punição para os responsáveis pelo brutal assassinato. 

- PELA APURAÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES POR UM COMITÊ INDEPENDENTE FORMADO POR ORGANIZAÇÕES DO MOVIMENTO NEGRO, COMUNIDADES CONGOLESA E DE TODOS OS REFUGIADOS E IMIGRANTES QUE MORAM NO RJ;
- PUNIÇÃO IMEDIATA PARA OS CINCO MILICIANOS ASSASSINOS!
- ORGANIZAR UMA MARCHA AOS MOLDES DAS QUE ACONTECERAM CONTRA A MORTE DE GEORG FLOYD E O REGIME POLÍTICO RACISTA NOS EUA;
- ABAIXO TODO O GOVERNO BOLSONARO E SEUS MILICIANOS E O CONJUNTO DO REGIME POLÍTICO!
- POR UM GOVERNO DOS TRABALHADORES DA CIDADE E DO CAMPO!