David Lucius
Em junho passado, completou-se o primeiro ano da eclosão de uma das
maiores manifestações de massas já ocorrida na história do Brasil. A passagem
desse período marcou, sem sombra de dúvidas, um grande ascenso nas lutas
sociais de nosso país, abrindo uma nova etapa política e o acirramento da
luta de classes, apontando claramente o profundo desgaste do governo, como
também, o início de um processo de esgotamento de todo o regime político
vigente. De forma abrupta e repentina as manifestações de junho de 2013
marcaram uma mudança subjetiva no estado espírito e na consciência política dos
trabalhadores e da população em geral. Houve, desde então, um processo de
generalização, diversificação e radicalização destas lutas em diversos setores
da sociedade. Durante todo esse período tivemos uma ampla onda de
reivindicações elementares, e o que se iniciou como um simples protesto contra
o reajuste das passagens de ônibus e do metrô, em pouco tempo ganhou contornos
bem mais variados: manifestações e reivindicações estudantis, uma grande
quantidade de greves (por reajuste salarial e melhoria das condições de
trabalho) de diversas categorias (tanto dos trabalhadores de empresas privadas
como do funcionalismo público), piquetes, passeatas, protestos com os objetivos
mais variados, atos contra a Copa e até mesmo uma efêmera greve geral. No
entanto, independente de qual seja a análise política do leitor, ele terá que
concordar que no último ano abriu-se uma nova etapa, constituída de um grande
ascenso de lutas reivindicatórias e que essas lutas logo tenderam a se
politizar e a se multiplicar por todos os poros e camadas sociais de nosso
país. Ficou patente a falta de um setor que conseguisse organizar, dirigir e
unificar a somatória de todos esses movimentos em um movimento de conteúdo
político dirigido contra o regime político vigente. Neste texto faremos uma
pequena retrospectiva e realizaremos um rápido balanço desse período, para
analisarmos desse modo as perspectivas gerais que se abriram com essas lutas:
para as massas, para a esquerda e para os trabalhadores.
O
movimento que deu início às Jornadas de Junho começou nos primeiros dias (6, 7,
11 e 13) de junho de 2013, como um movimento de pequena mobilização, um
movimento que (de inicio) estava à margem da ampla participação das massas e
que estava localizado em um número limitado de grandes cidades. Seu foco
inicial era a luta pela diminuição das passagens do transporte público (que
havia sido reajustado semanas antes), a princípio, não chegou a exceder o
número de cinco mil pessoas nos primeiros protestos, mas isso começou
rapidamente a mudar e logo ganhou um amplo apoio da população. Nessa primeira
fase, a adesão popular ainda era relativamente pequena, as cidades em que
ocorreram uma maior quantidade e organização dos protestos foram São Paulo, Rio
de Janeiro, Natal, Porto Alegre, Teresina, Maceió, Sorocaba e Fortaleza. Em
Porto Alegre e Goiânia o movimento já havia iniciado anteriormente, mas só a
partir de 13 de junho é que ganharam a amplitude, o efeito contaminador e a
feição nacional que caracterizaram o movimento de massas daquele período, como
no restante do país. Apesar de ter começado como um movimento pequeno, de
inicio, e só posteriormente ganhado uma ampla penetração nas massas, o
observador atento já podia notar, pelo grande entusiasmo e espírito de luta dos
manifestantes, que aquele movimento não seria mais um movimento rotineiro, mas
que se tornaria um movimento que deixaria marcas profundas em nossa história
social.
O
momento que marca a transformação desse movimento, de um mero movimento
reivindicativo ainda com pequena (porém importante) adesão popular para um
grande movimento de massas ocorreu quando a manifestação do dia 13 de junho foi
duramente reprimida em São Paulo pela polícia militar do estado, que utilizou,
como de hábito, de uma forma truculenta e repressiva, uma grande quantidade de
bombas de gás e de efeito moral contra os setores populares que aderiram ao
protesto. Um enorme e desproporcional contingente de tropas, e até mesmo da
cavalaria, foi utilizado contra os manifestantes que se concentravam nas
imediações do inicio da Rua da Consolação (e que tinham a intenção de seguir
rumo a Av. Paulista), e que com o confronto, que foi deflagrado com a repressão
da PM, se dispersou pelas ruas adjacentes em uma verdadeira batalha campal.
Grande parte dos manifestantes, que de rua em rua enfrentaram corajosamente a
Polícia Militar (a PM de São Paulo é considerada uma das polícias mais
repressivas do mundo, com um longo histórico de assassinatos da população
civil) e o aparelho repressivo do Estado, que agiu como se fosse uma verdadeira
guerra (o que de fato, com o empenho da PM, transformou-se...), seguindo ordens
diretas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do comando da PM, mas
com o aval político da prefeitura (comandada por Fernando Haddad do PT) que deu
sua total anuência à repressão policial e não demonstrou nenhuma oposição
veemente ou principista a ela nos dias subsequentes, na verdade Haddad (assim
como o PT) estava mais preocupado em abafar o movimento reivindicativo (e
salvaguardar o lucro dos empresários de ônibus e sua aliança com esse setor) do
que em notar a repressão policial. Cerca de 300 pessoas foram presas durante
essas primeiras manifestações (alguns apenas por portarem vinagre, para se
protegerem das bombas de gás lançadas pela própria PM), logo grande parte da
opinião pública foi galvanizada pelos manifestantes que, apesar de serem
duramente criticados pela mídia e pelos governos (ou devido exatamente a isso),
conseguiu atrair a simpatia de uma imensa parcela da população, em especial a
juventude, e dos setores médios da sociedade (incluída aí a pequena burguesia e
alguns setores assalariados), mas sem deixar de alcançar outros setores sociais
(inclusive alguns setores da classe operária e desempregados), devido ao efeito
multitudinário que as manifestações alcançaram nos dias que se seguiram e que
acabou atraindo a simpatias de diversos setores populares pelo seu caráter
contestatório.
A
partir do dia 17 começaram as mobilizações propriamente de massa, com grande
participação popular (cerca de 500 mil pessoas nas ruas e a generalização dos
protestos por dezenas de cidades do país) e com ampla cobertura da imprensa
(que anteriormente criticava as manifestações duramente como sendo uma
atividade de “vândalos” e “baderneiros”). A imprensa burguesa teve que se
adaptar rapidamente ao novo quadro político: hipocritamente iniciou uma postura
de pseudo-apoio, enquanto manipulava o quanto podia para tentar impedir que a
explosão popular se transformasse no inicio de um processo
revolucionário. No dia 20 de junho, milhões de pessoas, das mais
diferentes classes sociais, saíram às ruas das principais cidades e capitais do
país em uma atividade frenética de franca oposição ao regime político, como não
se via pelo menos desde o fim da ditadura militar, só que de forma muito mais
combativa, e na maioria dos casos, até de forma mais massiva do que a campanha
pelas Diretas Já ou até mesmo que o Fora Collor, com o detalhe de que as massas
não estavam sendo chamadas (até aquele momento) pela grande imprensa (como
ocorreu no fim da ditadura ou no movimento Fora Collor), e de que as
mobilizações não atingiram somente as grandes capitais, mas também chegaram em
diversas pequenas e médias cidades brasileiras. Boa parte da grande mídia e da
imprensa burguesa (que estava, até o dia anterior, criticando e até exorcizando
o movimento) utilizou-se então da tática de “apoiar” as manifestações (para não
cair em total descrédito e conseguir, na medida do possível, conter, desviar e
manipular uma importante parcela do movimento) após o dia 17, para não demonstrar
a dimensão política e histórica das manifestações para o restante da população
brasileira, a grande mídia distorcia o número de manifestantes e o caráter de
suas reivindicações. O movimento logo se politizou e se chocou francamente com
a imprensa burguesa: repórteres das principais emissoras de TV (Globo, Record,
SBT) e dos principais jornais do país foram hostilizados pelos manifestantes,
veículos com identificação dos grandes órgãos da imprensa foram incendiados e
os manifestantes tiveram, durante todo esse período, uma atitude de frontal
oposição à imprensa burguesa, de uma forma direta, contundente e as vezes até
mesmo violenta.
Impossível seria tentar reproduzir aqui a quantidade de pessoas, atos e
cidades, tal a abrangência do movimento. A partir do dia 17 de junho, em
algumas cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre,
Belém, Vitória, Curitiba e Brasília, as manifestações tiveram maiores as
maiores concentrações populares, mas dezenas de cidades menores também tiveram
importantes protestos por todo o país. Em Brasília, em particular, o movimento
ganhou repercussão internacional pela grande concentração de massas que ocupou
a Esplanada dos Ministérios, a manifestação era acompanhada de uma grande
revolta popular e por pouco não houve a ocupação do Palácio do Planalto ou da
Câmara dos Deputados. Em São Paulo houve um ato multitudinário (com cerca de 1
milhão de pessoas em toda sua extensão) que de um lado cercou o Palácio dos
Bandeirantes e do outro estendeu-se pela Rebolças, Consolação, Doutor Arnaldo e
por toda a Avenida Paulista. No Rio de Janeiro mais de 100 mil pessoas tomaram
as principais ruas da cidade. Somente quem viveu estes dias guardará em sua
memória todo o vigor e intensidade dessas lutas e todo o seu significado
político.
Todo
o processo foi marcado por um histórico ascenso das massas em luta como há
muito não se via, infelizmente a esquerda classista não estava à altura dos
acontecimentos e em vez de se delimitar politicamente com o PT (e seus
esquálidos satélites), em organizar e impulsionar essas lutas com um programa
próprio, ficou perdida em meio ao maremoto da multidão, deixando-se confundir
com quem deveria ser um de seus principal inimigos dentro do movimento de
massas: o Partido dos Trabalhadores. A população que se voltava contra o
sistema político como um todo se opunha tanto ao PT como aos outros partidos
aliados, assim como tinham profunda aversão aos partidos aliados na oposição de
direita: PSDB e seus acólitos. Os setores da direita (inclusive com a
utilização de policiais infiltrados nas manifestações) aproveitaram-se dessa
contradição e entraram nas manifestações para pregar o “apartidarismo”, o
chauvinismo nacionalista e a luta contra os partidos de esquerda de forma geral,
com um discurso que visava em última instância o esmagamento da esquerda em
meio aos protestos. Se bem que esse discurso era frágil e logo se desvaneceu,
serviu para colocar a esquerda, no auge das manifestações populares de nosso
país, em uma postura defensiva. E em vez de delimitação política com o PT, da
denúncia dos partidos burgueses e pequeno-burgueses que fazem parte do regime
político, assim como, da luta por um programa de esquerda, classista e
revolucionário, tivemos uma confusão política generalizada, dando oportunidade
para ideologias exóticas ou proto-anarquistas, principalmente em meio à
juventude inexperiente que debutava em sua militância política. Importante
ressaltar que uma parcela dessa juventude, que procura hoje o anarquismo e congêneres
para expressar, de forma limitada, suas ideias, está querendo se deslocar à
esquerda, à procura de uma identidade política. Cabe à esquerda classista e
revolucionária ir ao seu encontro e ganhá-los ideologicamente para o marxismo,
através da luta política, daí a importância do programa e do partido político
como ferramenta nesse processo.
Se
por um lado as Jornadas de Junho começaram como uma luta contra o aumento do
transporte público, reivindicação essa que era apoiada por um grande número dos
setores médios da população, era, no entanto, uma luta do interesse dos setores
mais proletarizados que utilizam esse meio de transporte como sua única forma
de locomoção pela cidade. O grande apoio dos setores médios demonstra um
deslocamento à esquerda desses setores (impulsionada pela proletarização das
classes médias, durante o último período) assim como um sintoma de que a
carestia e a inflação começam a pressionar todo um setor social da população
que se insurge contra a atual situação econômica. De outro lado não podemos
esquecer que as manifestações só tornaram-se de massas quando foram reprimidas
pelo aparelho repressivo, ou seja: pela PM. Demonstrando que uma grande parcela
da população entrou na luta por se opor veementemente à repressão desenfreada
que o Estado se utiliza diariamente para reprimir uma quantidade inefável de
protestos e movimentos sociais. Esses protestos determinaram que a polícia e o
aparelho repressivo burguês estivessem objetivamente em choque com a população,
tendo que, em determinados momento, evitar o confronto direto, para impedir que
as massas radicalizassem ainda mais as manifestações populares. Durante os
protestos foi comum o tombamento e o incêndio de viaturas e (quando isso foi
possível) até mesmo o confronto físico com policiais, culminando num caso
emblemático em que um coronel (que era favorável ao diálogo com os
manifestantes) tivesse a arma tomada (em meio a um protesto) levando uma
verdadeira surra, da população em fúria, diante do seu próprio pelotão e das
câmeras televisivas. O ódio e a ira popular diante do aparelho repressivo não
deve ser tomado como um elemento passageiro, mas deve ser tomado como um dos
elementos mais importantes do imaginário e da experiência política das massas
durante os protestos. Não podemos nunca esquecer (como já foi já dito
anteriormente) que estamos diante de uma das polícias mais repressoras e
assassinas do mundo e que cumprem ordens diretas do sistema político vigente,
que é composto pelos partidos políticos que vão do DEM ao PT, passando por uma
miríade de partidos patronais ou pequeno-burgueses, que juntos sustentam o
regime político, especialmente em momentos de crises agudas, como a desse
período em questão. Os protestos eram, claramente, dirigidos contra o regime
político como um todo, este era o seu âmago e a sua força, mas também aí
estavam suas limitações e suas contradições. A partir do momento em que setores
mais organizados tentaram canalizar os protestos para não se chocar com o
regime político e com o Estado, o movimento começou a perder sua força, a se
esvair e a arrefecer.
O movimento começou, naquela altura, a ganhar outros programas políticos
além da reivindicação de redução da passagem de ônibus. Cartazes com
palavras-de-ordem de “quero saúde e educação padrão FIFA” contra a corrupção e
contra a Copa do Mundo no Brasil começaram a concorrer com outras tantas que a
massa anonimamente defendia em meio à verdadeira disputa política e ideológica
que o processo das manifestações despertaram. A esquerda programaticamente foi
muito anêmica, limitou-se a intervir, mas sem uma delimitação ou identidade
própria que a destacasse politicamente dos outros setores, em especial do
governo Dilma e do PT.
A
incapacidade da esquerda classista de se diferenciar, política e
programaticamente, dos demais setores da “esquerda” governista causou tamanha
confusão entre a população que não foram poucas as manifestações em que uma
parte da população se opôs veementemente às bandeiras e aos militantes do PSTU,
PSOL, PCB e demais organizações menores, tanto pelo fato da maioria da
população não conseguir distinguir a política dos setores classistas do
restante da esquerda (daí a falta de clarificação política) como também de
setores da direita que se infiltraram no movimento, facilitados pela composição
social de setores médios da população e da falta de politização e experiência
política de um amplo setor das massas (as últimas grandes mobilizações
populares foi há 22 anos, época do movimento Fora Collor), de qualquer forma
seria ingenuidade pensar que a direita, e a burguesia, enquanto classe
dominante iria sentar e ficar admirando a nova paisagem política, diante de
acontecimentos que iriam moldar todo o futuro político e a psicologia das
massas para o próximo período.
Uma
greve geral foi convocada para o dia 11 de julho pelas centrais sindicais e
grande parte da esquerda, chamada de “Dia Nacional de Luta”, mas funcionou
muito mais como um meio para tentar frear, conter e controlar o movimento, do
que organizá-lo, impulsioná-lo e propor um programa de reivindicações
elementares para os trabalhadores e os demais movimentos sociais e tentar assim
ganhá-los e aproximá-los dos demais setores sociais que participaram das
Jornadas de Junho. Naquele momento era importante atrair os setores mais
proletarizados para a esquerda e galvanizá-los com os setores médios e demais
trabalhadores que já participavam das Jornadas de Junho, infelizmente isso não
foi feito. Houve uma adaptação novamente de todos os setores da esquerda
classista, pois ao se unir à CUT e centrais sindicais mais à direita sem ter
uma diferenciação e uma delimitação política e programática clara, boa parte
das massas tomou a greve geral como uma greve “chapa branca” (de apoio ao
governo) e em nenhum momento houve uma crítica clara da política desses setores
(ou seja, da burocracia sindical e da esquerda governista nucleada no PT) e
desse modo a esquerda classista, novamente, em vez de se delimitar
politicamente, fez uma frente (sem princípios e objetivos claros) com os
setores que devia se opor. A greve geral (a quarta em 190 anos de república!)
teve mais a função de domesticar as massas do que de apresentar a ruptura de
qualquer setor da burocracia sindical com o governo e ainda trouxe para as massas
a ideia (equivocada) de que a esquerda classista participava desse “teatro” que
teve pouca adesão dos sindicatos, dos militantes, e das massas. O que era
necessário naquele momento era uma denúncia vigorosa da burguesia, da
burocracia sindical, do PT e do regime político. A greve geral mais se parecia
com uma gigantesca frente popular no movimento sindical para resgatar e
sustentar o regime político vigente. Em suma: a greve geral ou o “Dia Nacional
de Luta” não se opôs de forma contundente ao governo federal e ao regime
político e a esquerda ao participar da greve poderia delimitar-se e denunciar
essa limitação política, mas não o fez.
Após
as grandes mobilizações desse período, o movimento arrefeceu um pouco nas ruas.
Todo grande processo histórico de luta tem momentos em que seus participantes
procuram refletir e discutir suas perspectivas. Mas se de um lado perdeu o
impacto colossal dos primeiros dias, de outro ganhou e impulsionou as greves
operárias e dos servidores públicos. No último período houve um grande ascenso
do movimento operário. Durante o segundo semestre do ano passado e no primeiro
semestre deste ano ocorreram grandes greves, como a do servidores públicos
federal no ano passado, passando por greves de garis, bancários, correios,
professores, rodoviários e metroviários. Na grande maioria das greves houve
vitórias, abrindo assim a perspectiva de novas lutas. Os atos contra a Copa
foram pequenos, mas mostraram que as lutas abrangem todos os setores sociais do
país. As derrotas (como na greve dos metroviários, em que houve inúmeras
demissões), não são derrotas estratégicas ou determinantes que coloquem o
proletariado na defensiva ou invertam momentaneamente a tendência de ascensão
das lutas que predomina. Outras greves, como a dos professores e funcionários
da USP (uma greve de mais de 100 dias!) mostra que o espírito de luta dos
trabalhadores está cada vez mais combativo.
As demissões que ocorreram
na última greve dos metroviários mostram que a burguesia pretende, no próximo
período, tentar criminalizar os movimentos sociais e reprimir fortemente as
greves e suas direções, a esquerda e principalmente qualquer possibilidade de
ascenso da classe operária. A burguesia tentará a todo custo criminalizar os
movimentos sociais. Após as eleições, ganhe quem ganhar, a burguesia tentará
impor uma criminalização e repressão dos movimentos sociais que virá junto com
um “pacotaço” de aumentos nos serviços essenciais, aumento da inflação e,
possivelmente, um maior arrocho salarial. Os trabalhadores precisam se
organizar e resistir com suas lutas.
A organização de um
encontro da esquerda classista e dos trabalhadores, com perspectivas em ter uma
política comum e de unidade seria uma ideia para o momento atual, e um grande
passo para os militantes e ativistas, mostraria ao proletariado, e
especialmente à sua vanguarda, que há um caminho, de unificação das suas lutas,
de delimitação com o PT (e dos setores da burguesia aliados ao governo), assim
como da direita propriamente dita, e do debate de um programa que viabilize um
diálogo da esquerda com a classe trabalhadora, e que isso possa impulsionar e
unir os trabalhadores mais combativos, construindo, desse modo, um programa e
uma perspectiva de vitória para as futuras lutas e para as futuras Jornadas
de Junho, que com certeza virão...