Traduzido e publicado do link:
https://prensaobrera.com/internacionales/brasil-frente-al-corte-de-rutas-de-los-bolsonaristas
Por Rafael Santos
Pusilânime intervenção do lulismo
Desde a meia-noite de domingo, 30 de
outubro, após encerrada a apuração dos votos que deu Bolsonaro como perdedor, começaram os
bloqueios promovidos pelos seguidores do presidente. Isso foi diretamente
encorajado pela negativa de Jair Bolsonaro em reconhecer publicamente sua
derrota.
O silêncio do presidente entrou em contradição com
declarações como o atual vice-presidente, o general Hamilton Mourão, saudando
Geraldo Alckmin, o vice-presidente eleito e se colocando à sua disposição para a
transição. Lula rapidamente recebeu o apoio do presidente norte-americano, Joe Biden, e de vários representantes imperialistas.
Os bloqueios de estradas estão se espalhando,
chegando a cerca de 250.
O STF ordenou dissipa-los. Mas isso
tem sido feito lentamente. O governador de São Paulo apenas na terça-feira ao
meio-dia – que “a partir de agora” se propôs a realizar o desbloqueio.
Minutos atrás, Bolsonaro quebrou o silêncio pela
imprensa: ele anunciou indiretamente que a transição será feita, mas não
reconheceu explicitamente sua derrota. Ele também pediu que seus seguidores não
seguissem os métodos violentos da esquerda.
Mas assim que sua declaração foi retirada, os
piquetes declararam que permaneceriam nas estradas,
apelando ao Exército para intervir em seu apoio.
O que mais se destaca nesse quadro da situação é o
comportamento pusilânime de Lula e do PT que espera que a presidência do STF e o imperialismo mundial levem a desfazer essa ação golpista da direita
bolsonarista. A CUT, uma burocracia
sindical lulista, saúda a “firme decisão do STF contra o motim”, ao invés de
mobilizar as organizações de trabalhadores, como começaram a fazer
moradores de algumas favelas e alguns setores operários.
É uma política temerosa de capitulação, que segue o
padrão de falta de resistência dos trabalhadores organizados por parte do
lulismo durante os 4 anos de Bolsonaro.
A direita bolsonarista está tentando preparar o terreno para o próximo governo, como os carapintadas fizeram na Argentina sob o
governo de Raúl Alfonsín (que obteve importantes concessões: lei da obediência devida e ponto final, etc.).
A independência política dos trabalhadores frente ao novo governo é um ponto imperativo e central para a futura luta das massas.
