Friedrich Engels, A DIALÉTICA DA NATUREZA, Londres, 1883
(...) “MAQUIAVEL
ERA ESTADISTA, HISTORIADOR, POETA E, AO MESMO TEMPO, O PRIMEIRO ESCRITOR
MILITAR DIGNO DE MENÇÃO NOS TEMPOS MODERNOS. LUTERO NÃO SÓ LIMPOU
OS ESTÁBULOS DE ÁUGIAS DA IGREJA, COMO TAMBÉM O DO IDIOMA ALEMÃO: CRIOU A PROSA
ALEMÃ MODERNA E ESCREVEU O TEXTO E A MELODIA DESSE CORAL TRIUNFAL QUE FOI A
MARSELHESA DO SÉCULO XVI. OS HERÓIS DESSA ÉPOCA NÃO
SE ACHAVAM AINDA ESCRAVIZADOS À DIVISÃO DO TRABALHO, CUJA AÇÃO LIMITATIVA,
TENDENTE À UNILATERALIDADE, SE VERIFICA FREQUENTEMENTE ENTRE SEUS SUCESSORES.
MAS O QUE CONSTITUIA SUA PRINCIPAL CARACTERÍSTICA ERA QUE QUASE TODOS
PARTICIPAVAM ATIVAMENTE DAS LUTAS PRÁTICAS DE SEU TEMPO, TOMAVAM PARTIDO E
LUTAVAM, ESTE POR MEIO DA PALAVRA E DA PENA,
AQUELE COM A ESPADA, MUITOS COM AMBAS. DAÍ A PLENITUDE E A FORÇA DE CARÁTER
QUE FAZIA DELES HOMENS COMPLETOS. OS
SÁBIOS DE GABINETE SÃO A EXCEÇÃO: OU ERAM PESSOAS DE SEGUNDA OU TERCEIRA
CLASSE, OU PRUDENTES FILISTEUS QUE TEMIAM QUEIMAR OS DEDOS”. (...)