Preparando o 5 de dezembro
Roberto Rutigliano - Rio de Janeiro
Existe uma Greve Geral marcada para próxima terça feira dia 5 contra a Reforma da Previdência; o ambiente nas centrais sindicais está dividido por duas posturas: a primeira (da direita) é de constrangimento por que ficaria exposta sua cumplicidade estrutural com o governo Temer e a segunda (da pseudo-esquerda) que se sente na obrigação de chamar a uma greve morna para não expor seu próprio imobilismo
Nenhuma das duas posturas agita mobilizações ou dá indícios favoráveis de que essa jornada possa frear a ofensiva contra o povo trabalhador; ao contrário, a convocação da greve por parte da CUT parece apenas uma formalidade para provocar a sensação de estar fazendo algo quando na realidade não se está fazendo nada, pois o que vemos é a clara intenção de descomprimir as bases.
As ruas evidenciam uma desconfiança na classe política burguesa, ao mesmo tempo em que não identificam na esquerda tradicional, nem nas centrais sindicais majoritárias setores que os representem.
As centrais sindicais estão viciadas em manter suas estruturas burocráticas e a esquerda tradicional (PT e PC do B) está engajada em definir suas estratégias eleitorais. Como vemos, ambas se preocupam mais em se salvar de uma imagem negativa que em efetivamente se opor ao poder; em outras palavras se preocupam mais por manter seus próprios privilégios que em como enfrentar as derrotas que sofre a classe trabalhadora.
A patronal está impulsionando o plano de reformas para que os trabalhadores paguem pela sua crise, mas ela está perdida politicamente, não consegue legitimidade fazendo parte de um governo golpista, está sem rumo tentando se desvincular do governo Temer; embora Alckmin o negue, seu partido continua no poder. (O GLOBO publicou dia 30/11: "o PSDB ainda faz parte da base aliada, o PSDB não rompeu com o governo. O PSDB apoia o programa do governo. A participação ou não do PSDB no governo cabe ao presidente [Michel Temer]").
O lulismo nem se atreve a dizer um mísero FORA TEMER, continua fazendo alianças com o PMDB como se nada estivesse acontecendo; o PC do B lança prematuramente a candidatura de Manuela D ’Avila sabendo que vai apoiar o PT, e o PSOL esta avaliando seu perfil eleitoral, especulando uma candidatura de Boulos (ao qual apoiaria) se ele se apresenta como PT ou no próprio partido (mas Boulos se nega a competir com Lula).
A falta de uma direção clara que possa dar impulso a um plano de luta e mobilização estimula a ideia de criar uma força classista que seja capaz de lutar pelas aspirações dos trabalhadores. Lutemos juntos por uma Greve Geral e por uma mobilização massiva no dia 5.