Bom Dia companheiros. Meu nome é Rafael Santos, do Partido Obrero da Argentina. Agradeço o convite feito pelos companheiros da Política Revolucionaria, Tribuna Classista, Gazeta e outras organizações para intervir neste dia 1º de maio. Aproveito também para convidá-los ao ato que será realizado esta tarde pelo Partido Obrero e pela Frente de Esquerda e os Trabalhadores da Argentina.
Duas pragas percorrem o mundo:
o coronavírus, a fome e o desemprego. Ambos são produtos diretos da crise
capitalista mundial. No Brasil e em grande parte do mundo existem duas consignas - Pão e Vacinas - de luta direta para indicar o que devemos enfrentar. São
reivindicações que vão diretamente contra o Capital e seus governos.
Só a classe trabalhadora pode
dar uma solução progressista, isto é, uma solução revolucionária para a crise
do capitalismo.
Na Argentina, o governo paga
100 bilhões de pesos por mês pelos juros dos detentores de títulos e dos bancos
que especulam com a dívida pública interna (sem contar com a dívida externa).
Enquanto que para fazer frente às
despesas da pandemia, investe apenas 15 bilhões por mês. A pandemia se tornou
uma nova fonte de enriquecimento para grupos capitalistas, como laboratórios e
clínicas privadas. Especulam com o fornecimento e venda de vacinas, com a falta
de oxigênio, com sanatórios privados. E vemos isso tanto com governos de
direita como Bolsonaro no Brasil, ou nacionalistas burgueses como Alberto
Fernández na Argentina. Eles defendem os interesses especulativos dos
capitalistas, eles defendem os comerciantes de saúde. A saúde pública se tornou
uma mercadoria. Está jogando com a vida de milhões de trabalhadores em todo o
mundo.
O 1º de maio é um dia
internacional de luta dos trabalhadores contra o capital. Mas para enfrentar os
capitalistas é necessário lutar pela independência política e organizativa da
classe trabalhadora. Você não pode enfrentar uma luta consistente sem ter essa
independência.
E hoje, a Central Única do
Brasil, a CUT e outras centrais, fazem um ato para o dia 1º de maio do qual participam
políticos capitalistas, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, etc. É
um ato de conciliação de classes. E a conciliação de classes significa
renunciar à luta pelos interesses da classe trabalhadora e dos explorados.
Significa a subordinação da classe trabalhadora aos partidos patronais.
Nós, por outro lado,
defendemos o desenvolvimento consciente da luta de classes. Reivindicamos o classismo. E não pode haver desenvolvimento do classismo sem a independência
política e organizativa dos trabalhadores.
Os povos lutam e se levantam
contra a opressão imperialista e os ataques fundomonetaristas. Toda a América
Latina é atravessada por essa tendência. No Peru, em novembro passado,
mobilizações de massa derrubaram o governo Merino, na Bolívia, no Haiti, etc.
E, em particular, no Chile, onde ontem ocorreu uma greve geral com
manifestações e piquetes.
Como socialistas e
internacionalistas, devemos promover um reagrupamento, um polo de luta de
classes contra a opressão e planos para descarregar a crise capitalista nas
massas. Para isso temos que unir forças na luta, temos que defender uma Frente
Única. Na Argentina, demos um passo importante ao formarmos a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores. Mas isso está colocado para toda a América Latina. A burguesia tem
duas alternativas políticas. De um lado, o Grupo de Lima, com Bolsonaro e os
governos de direita. De outro, o Encontro de Puebla com governos e partidos de
centro-esquerda e/ou nacionalistas burgueses. Ambos, com métodos diferentes,
veiculam o descarregamento da crise sobre as massas trabalhadoras. É dever dos
militantes e dos partidos que se dizem revolucionários constituir um polo de
reagrupamento de classes, um reagrupamento pela independência de classe, uma
frente continental única para enfrentar na luta e politicamente as alternativas
burguesas. Por isso, defendemos a convocação conjunta de uma Conferência
Latino-americana de esquerda e do movimento operário militante. E os convidamos a se juntar a esta campanha para enfrentar o inimigo comum dos povos
explorados do continente: o FMI, o imperialismo e as burguesias que defendem a
ordem burguesa contra as mobilizações independentes da classe trabalhadora.
Viva o 1º de maio! Viva a luta
da classe trabalhadora mundial! Pela independência política dos trabalhadores!
Por partidos revolucionários da classe operária! Por governos operários! Pela
Unidade Socialista da América Latina!
Vamos organizar uma frente
única de luta continental: Por uma Conferência Latino-americana de Esquerda e o
movimento operário combativo!