Editorial
Já, aos pequenos e micro empreendedores (MEIs), Bolsonaro vetou solenemente o pedido de REFIS, deixando claro que o programa do seu governo é de dar sustentação aos grandes monopólios capitalistas, enquanto os pequenos e micros são engolidos por estes.
Para tentar agradar um setor de caminhoneiros frente à crise que atinge o setor principalmente pelo aumento dos combustíveis, o governo Bolsonaro está propondo e estimulando a criação de MEIs, que se constituirá numa verdadeira armadilha, porque esta medida visa aumentar a base de arrecadação da receita federal e num futuro muito próximo será o motivo de um endividamento da categoria.
As regras para aposentadoria conforme previsto na reforma de 2019 foram alteradas neste ano que está iniciando num sentido prejudicial ainda maior para os trabalhadores, tanto nos critérios de transição, como nos de pontos e de aposentadoria por idade mínima. A progressividade vem num sentido de aumentar o tempo de contribuição dos trabalhadores.
O desemprego recuou minimamente no final do ano de 2021, mas este recuo muito insignificante veio acompanhado de uma queda vertiginosa da renda, comparada ao menor nível desde 2012, segundo o IBGE. O órgão apontou uma Taxa de desocupação de 12,1% no trimestre encerrado em outubro de 2021, com aumento da informalidade e redução no rendimento médio dos trabalhadores.
As privatizações da Eletrobás, Petrobrás, Correios, etc., estão na agenda do governo Bolsonaro, como também nos governos estaduais de Romeu Zema em Minas Gerais em relação à CBTU, e do governo Leite no Rio Grande do Sul que agora encaminha a privatização do BANRISUL. Estas medidas anti-operárias precisam de uma resposta à altura dos trabalhadores, que não tem nada a ver com a completa ausência e paralisia das suas direções. É necessário no calor da luta pra derrota-las construir uma nova direção para o movimento operário.
A inflação na casa dos dois dígitos, 10,06%, em 2021, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a crise das companhias áereas envolvendo os monopólios do setor, o recrudescimento da pandemia com a variante ômicron aumentando a cada dia o número de contágios e de óbitos, e possibilidade de uma Greve Geral dos servidores públicos federais, são fatores de aumento da instabilidade do governo Bolsonaro e do conjunto do regime político.
Bolsonaro entregou a gestão do orçamento da União para o Centrão, numa peleia interna com o czar da economia Paulo Guedes, ficando ainda mais refém de um ajuntamento do que há de mais volátil e fisiológico em política dentro do Congreo Nacional.
O panorama da economia mundial não é muito promissor. Há uma tendência à desaleração e recessão mundial, e os analistas oficiais já falam em desglobalização. A China, para onde as exportações brasileiras mais cresceram no último período, com dados do ICOMEX apontando um crescimento do volume de mercadorias exportadas pelo Brasil na ordem de 360% de 2008 em relação a 2021, começa a causar uma preocupação mundial em função da tendência de desaceleração da sua economia.
O dia 18/01 está sendo discutido como indicativo de um dia de paralisação nacional de todos os servidores públicos federais, como ponto de partida para uma Greve Geral a partir de fevereiro. São mais de 5 anos com os salários congelados. Esta greve pode reanimar os demais trabalhadores e cutucar os sindicatos que ainda estão em uma situação de letargia. A hora é agora! QUEM SABE FAZ A HORA NÃO ESPERA ACONTECER! Viva a luta dos trabalhadores rumo à GREVE GERAL.