Lina Castilhos
Hoje o dia 07 de setembro amanheceu chuvoso aqui no Alegrete.. foram pancadas e pancadas de chuvas, cada qual com uma intensidade diferente atingindo é claro, o povo pobre que passou a madrugada toda tentando salvar o pouco que tinha. Enquanto chovia nós, a massa trabalhadora que de fato sustenta o país, estavamos (em maioria), tirando o barro que adentrou junto com a água da chuva em nossas casas e também revisando os móveis para ver se não foi “perdido” nada com o estragos causados pelo temporal e, no mesmo momento, o som de businas de caminhões do “agronegotóxico”, tratores de ultima geração e caminhonetas que não pagam uma ferrari, porém, é de uma realidade abstrata a nossa desfilavam ostentação e arrogância sem um pingo de pudor. Eis os dois lados de uma mesma moeda expostos nesse show de horrores.
Nós,a
pequena parcela que compõe a esquerda aqui na nossa cidade, iríamos para rua também, aliás, aqui no
Alegrete, existem duas frentes de esquerda,
ambas compostas por professores, estudantes, servidores públicos, agentes comunitários,
líderes sindicais e partidários e outras lideranças que almeijam um Brasil sem
miséria, sem exploração, um Brasil de direitos e de justiça que como diria Rosa
Luxemburgo, um país que “se movimente para sentir as correntes que o prende” e
que assim se desprenda, obviamente. Porém a chuva, o dia acinzentado fez com que cancelássemos o
nosso ato.
A
maioria de nós, infelizmente, não pode se dar o luxo de sair na chuva, até
porque tem apenas um par de sapato e amanhã, trabalha normalmente, a maioria de
nós também, não pode se dar o luxo de adoecer, para não ser despedid@ ou ter
salário descontado por causa de atestado médico (é a realidade do funcionário
público municipal, por exemplo). Diferente de quem ostenta soberba e arrota
ignorância, como estes aceclas que saíram às ruas para comemorar o cúmulo da insanidade. Com isto eu
não estou justificando a nossa ausência nas ruas, até porque deveríamos ter um segundo plano,
terceiro se possível. Dia 12 vem aí, uni-vos! Uni-vos !
Uni-vos!
Enquanto
eu escutava as buzinas que traduziam em seus barulhos a intenção de supor que
eles estão no poder e, que lógo,continuarão a manobra covarde deste projeto de
fascismo que se escancara em esfera nacional, bem como no solo alegretense, eu
chorei, refleti e continuarei refletindo sobre..mas eu chorei. Não foi um choro
de desespero, tampouco qualquer tipo de vitmimização desta situação a qual fui
colocada, mesmo quando meu voto foi para um professor, porém, foi um choro de
desolação... não por eles, mas por que suponho uma esquerda consciente de que o
nosso lugar requer dialogo constante com as camadas as quais pretendemos uma
revolução. Trotsky dizia que expor aos oprimidos a verdade sobre a situação é
abrir-lhes o caminho da revolução.
Nesse
sentido, acredito que eu, mulher, negra, servidora pública de uma classe
desvalorizada, com o salário defasado, consciente de meus direitos e deveres,
mãe, filha, esposa, tenha o dever humano, moral e cidadã de ser resistência a
toda e qualquer forma de opressão, pensando de forma coletiva,
vislumbrando um país de direitos e de
dignidade para quem movimenta essa máquina gigantesca que é o Brasil. Não
podemos mais admitir rivalidade entre as esquerdas, supor que suas necessidades
pessoais e ambições eleitorais são superioras às necessidades do povo
brasileiro. Não há lugar para soberba em nossa luta proletária.. uni-vos
disse Marx, então que obedeçamos!
Mas isso supõe planos de ações, objetivos e um olhar coletivo para além. Não
acredito que discordar e propor atos em conjunto, porém com diálogo limitado,
nos ajudará em algo. Assim como as forças sindicais, desacreditadas por estarem
trocando suas bases por acordos que eu
sou incapaz de compreender o que nos leva a ser barrados em uma burocracia
sindical desgastante.
A
revolução se dará através do povo, por isso, é fora Bolsonaro e Mourão
em defesa do SUS, é fora Bolsonaro e Mourão em defesa de uma revolução
verdadeiramente proletária e que, os levantes sejam não somente quando urgem as
necessidades, mas principalmente, para que existam junto às comunidades, aos
movimentos de base para tentar barrar a opressão e os ataques visando uma
verdadeira transformação social. É fora Bolsonaro e Mourão em defesa da
agricultura famliar, aos povos indígenas, à educação, à habitação, pelo fim do
racismo, machismo,feminicídio, violência doméstica e do genocídio. É fora
Bolsonaro e Mourão em defesa da vida e em solidariedade aos mais de 580 mil
mortos pela covid.. mortes causadas pelo negacionismo do “presidente” e pelos $ 2,00 que cada uma dessas vidas
custaram. É fora Bolsonaro e Mourão pelo fim desse projeto de alienação popular
e pelo levante das massas.Que as esquerdas façam meia culpa e recomece.. dá
tempo!
#ForaBolsonaroeMourão
#NenhumDireitoàMenos