Como nos organizar para conquistar?
Por Rui Antunes - TC
Este questionamento é o mesmo que em
1999 usamos para montarmos a diretoria da associação comunitária do bairro Sepé
Tiarajú, o qual fui um dos fundadores e também por alguns anos, líder comunitário ao lado de
grandes camaradas igualmente lutadores.
Qual
era o nosso principal propósito? Lutar por uma vida comunitária saudável e para
isso, precisávamos de ter em nossa região postos de saúde, hoje as ESF
(Estratégia Saúde da Família), educação com escolas acessíveis e de qualidade
para nossas crianças, transporte coletivo em locais e horários suficientes para
sanar a necessidade do povo trabalhador, cultura popular , economia, esporte e
lazer para valorizar a arte de nossos moradores, bem como primar por espaços
para as famílias e amigos da comunidade. Nossa pauta foi construída
coletivamente e da mesma forma conquistamos nossos espaços e muitos de nossos
direitos. Desta forma, acredito que o
Coletivo de Servidores Municipais Classista de Alegrete está alinhado com
pautas coletivas de total significância,
e de urgência para que juntos consigam combater não somente a PEC 32/2020
(proposta de emenda à constituição - este visa restringir a estabilidade no serviço público) e, urge como assombro
em torno da vida funcional dos servidores das três esferas do poder, mas também
com a real necessidade de impor que o sistema respeite e valorize os seus
servidores.
Estamos vivendo um grave momento no
cenário nacional, momento este de ameaça à democracia, aos direitos, à vida e
portanto, a associação é uma forma de debater o resgate dos direitos da
comunidade de trabalhadores/as de todas as categorias que servirá como
trincheira para barrar estes desmontes. Para isso meus amigos lutadores, nesta
carta de apoio, peço a colaboração de todos e todas para construir o espírito
de solidariedade uns para com os outros e coletivamente conquistar o espaço
associativo com o único objetivo de defender-se dos atropelos daqueles que
imaginam-se superiores e no direito de tentar esgotar esta categoria tão
guerreira. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar
partido". À luta, não desistam!