sábado, 28 de agosto de 2021
O Agrupamento Tribuna Classista convoca para Live hoje, O IMPACTO DA CRISE MUNDIAL NO BRASIL, AMÉRICA LATINA E CARIBE, com a presença de Rafael Santos, dirigente do PO argentino
terça-feira, 24 de agosto de 2021
UM GRANDE DEBATE OCORREU NO DIA 21/08, HÁ 81 ANOS DO ASSASSINATO DE LEON TRÓTSKY
Vide link:
https://drive.google.com/file/d/1gzOCPQzPQEROufUlLV7ZpvRs0vBghtff/view?usp=sharing
O Agrupamento Tribuna Classista promoveu no dia 21/08 um debate em homenagem a Leon Trótsky, dia que completou 81 anos de seu assassinato por um agente do stalinismo, o infame Ramon Mercarder.
Foi convidado como expositor da atividade o companheiro Gustavo Montenegro, militante do Partido Obrero da Argentina e membro do Conselho de Redação do jornal Prensa Obrera, o qual reproduzimos aqui a tradução da transcrição da sua brilhante exposição que contribuiu para coroar nossa homenagem. Ver atividade completa no link disponível acima.
"Companheiros e companheiras, obrigado pelo convite.
Neste 81º aniversário do assassinato de Leon Trotsky, reivindicamos
o líder - junto com Lênin - da Revolução de Outubro de 1917,
da primeira revolução operária triunfante da história, que abriu
uma nova etapa e foi um marco na luta de classes mundial
dos trabalhadores; reivindicamos ao líder do Exército Vermelho,
esse exército de centenas de milhares fundado sobre a convicção
de seus membros,que enfrentou a contrarrevolução e uma coalizão
de potências estrangeiras que ameaçaram fazer retroceder esse
grande progresso histórico que havia significado a Revolução Russa
e sua repercussão para o resto do mundo; em terceiro lugar,
reivindicamos em Trotsky a figura daquele que inquestionavelmente
enfrentou a burocratização da URSS, processo que teve em Stalin
como seu maior expoente - e é justamente um agente do stalinismo
que fará este ataque criminoso contra Trotsky em agosto de 1940,
quando ele já estava no exílio no México;e um quarto ponto a
destacar é a constituição de uma nova internacional,
a IV, retomando as melhores tradições de luta do movimento operário
e do socialismo, as melhores tradições das três internacionais
anteriores.
Uma Internacional que confronta a degeneração da Internacional
Comunista com o Stalinismo, corrente política que em vez da luta
pelo socialismo a nível internacional, formulou a teoria
do "socialismo em um país", o que implicava na subordinação
dos partidos comunistas à órbita da burocracia.
Esses pontos: Trotsky, como líder da revolução de outubro;
como defensor dessa revolução contra os poderes invasores
e a contrarrevolução; como o mais consistente lutador
contra a burocratização stalinista; e como construtor de uma nova
Internacional; são quatro as questões que nos falam de um
dos grandes revolucionários do século XX. Ele também foi um
dos grandes teóricos revolucionários.
Desenvolver todos esses pontos seria impossível em uma
intervenção de 30 minutos.
E como aqui na Argentina se diz que "el que mucho abarca, poco aprieta",
quer dizer que se tenta dar conta de tudo, mas superficialmente,
não vai dar certo,achei melhor me concentrar em um desses pontos.
E um desses pontos é o Programa de Transição, de 1938,
adotado em setembro daquele ano pela Quarta Internacional.
E esse programa já tem em seu próprio título uma abordagem muito atual.
O título se refere à agonia do capitalismo. E pensamos que isso
está totalmente em vigor, que estamos na fase de agonia do capitalismo.
No Programa de Transição, pode-se encontrar uma advertência
severa de Trotsky sobre os tempos difíceis pelos quais
a humanidade estava passando.
A IV foi fundada em um momento extremamente difícil
para o movimento operário internacional, foi um momento de derrotas
profundas como a da revolução espanhola; onde o stalinismo consolidou
seu poder e conduziu os processos de Moscou,nos quais numerosos
oponentes políticos foram condenados e assassinados,
e houve uma perseguição implacável contra os revolucionários
em diferentes partes do mundo; e onde o nazismo e o fascismo
estavam em ascensão.
Naquele momento difícil, era sua vez de sair para lutar
contra a IV Internacional.
Pode-se dizer que as internacionais anteriores foram fundadas
em momentos de ascensão do movimento de massas e da
luta dos trabalhadores: no caso da III, notadamente,
após o triunfo da revolução de 1917. Mas no caso da IV,
é um cenário diferente, é um cenário de derrotas e é às vésperas
de uma nova guerra mundial.
E essa nova guerra vai acontecer da maneira prevista no programa,
que diz:
“Sob a pressão crescente do declínio capitalista,
os antagonismos imperialistas chegaram ao limite além do
qual conflitos e explosões sangrentas (Etiópia, Espanha,
Extremo Oriente, Europa Central ...) devem infalivelmente
se confundir com um incêndio mundial. Na verdade,
a burguesia percebe o perigo mortal
que uma nova guerra representa para o seu domínio,
mas atualmente é infinitamente menos capaz de evitá-la
do que na véspera de 1914”.
Esta é a clareza com que o Programa de Transição foi
localizado em comparação com o tempo. Nele, será argumentado
que as condições objetivas para a revolução estavam mais
do que maduras há muito tempo, mas que havia uma contradição,
devido às dificuldades subjetivas. Ele diz:
“As condições objetivas da revolução proletária não estão
apenas maduras, mas começaram a se decompor. Sem revolução
social em um período histórico
que se aproxima, a civilização humana está sob a ameaça de
ser devastada por uma catástrofe”.
Este prognóstico, que recorda o lema de Rosa Luxemburgo
de "socialismo ou barbárie",
verificar-se-á imediatamente com a guerra mundial.
Ao mesmo tempo que as condições objetivas estavam dadas,
surge o problema da direção política do proletariado.
E apesar de Trotsky enfatizar no Programa de Transição
que há um profundo mal-estar no proletariado,
o principal obstáculo à revolução está na direção
política do movimento operário.
Trotsky está pensando na social-democracia e no stalinismo,
que foram as duas forças que tiveram maior incidência
entre os trabalhadores. No caso da socialdemocracia, há muito
ela traiu os interesses da classe trabalhadora,
em 1914 votou pelos créditos de guerra e cada um se
alinhou com suas respectivas burguesias para a guerra mundial;
e o stalinismo levou à degeneração da URSS e levou a cabo
um processo contrarrevolucionario. Na época em que o programa
foi escrito, o stalinismo tinha políticas erráticas: em apoio
ao Kuomintang, a força da burguesia nacional chinesa,
com consequências desastrosas, com a derrota da revolução de 1927,
com os comunistas jogados nas caldeiras pelas tropas,
por Chiang Kai Shek. Veio então um período de ultraesquerdismo e,
por volta de 1935, ele voltou à política das frentes populares,
à ideia de colaboração política com a burguesia.
O Programa de Transição combate essas questões e é um defensor
enérgico da independência política dos trabalhadores.
E ele afirma aberta e claramente que a tarefa é
"superar a contradição entre a maturidade das condições objetivas
da revolução e a falta de maturidade do proletariado e
de sua vanguarda".
O Programa de Transição irá propor uma chave mestra,
demandas transitórias, uma ponte entre a consciência
existente dos trabalhadores e a consciência revolucionária.
A distribuição da jornada de trabalho, a abolição dos segredos
comerciais, o controle operário dos locais de produção,
o governo operário e camponês (como denominação popular
da ditadura do proletariado), serão propostas que sugerem
que a classe trabalhadora em sua luta diária
contra o regime capitalista, eleve seu nível de consciência
e transforme-se em uma alternativa de poder.
Esta é a grande importância histórica do Programa de Transição.
Reivindicamos sua validade e seu valor do ponto de vista
metodológico para orientar nossa luta política.
Quando se trata da agonia do capitalismo, muita água correu
sob a ponte até hoje, mas não há dúvida de que o capitalismo
continua a arrastar, protelar essa agonia e, ao fazer isso, condena
a humanidade a um sofrimento terrível.
Vimos isso na Segunda Guerra Mundial, com 50 milhões de mortos
e o horror de Hiroshima e Nagasaki. E em outras guerras.
Essa agonia tem sua expressão na crise que vivemos agora.
De certa forma, pode-se dizer que o mundo não saiu
da crise de 2008-9 e entrou em uma mais aguda,
que foi a que se encerrou no ano passado.
Há quem acredite que a crise é episódica,
resultado da pandemia, mas essa crise já vinha desde 2019.
A Europa teve crescimento zero, a China desacelerou e os
EUA também não estavam em boa situação. Isso, apesar de os
Estados terem seguido uma política de socorro
aos capitalistas, baixando as taxas de juros dos
empréstimos baratos, por meio de emissão, e mesmo assim
não houve recuperação significativa.
Muitos dos fundos foram derivados de especulação financeira.
E isso tem a ver com o fato de que há um quadro de superprodução
de bens e superacumulação de capital. E a própria intervenção
do Estado que se vê hoje com os mega-pacotes de resgate
dos Estados Unidos e da União Europeia está colocando
os Estados em dívida. A China tem uma dívida equivalente
a 300% do PIB, nos Estados Unidos acho que ultrapassa 150%,
na Itália os níveis são parecidos.
Portanto, a crise está envolvendo os próprios Estados.
Estamos nesse palco. E os confrontos entre as potências
imperialistas também se intensificam. Como é verificado?
Não estamos enfrentando a iminência
de uma guerra mundial, como no Programa de Transição,
mas enfrentamos uma guerra comercial aguda entre os EUA
e a China. Não classificamos a China como um país imperialista,
mas há um confronto crescente entre essas duas nações.
Também há litígios entre Estados Unidos e Europa,
com tarifas sobre alumínio e outros produtos.
E já vimos como Trump iniciou uma cruzada tarifária contra a China,
que foi respondida pela burocracia.
E também vemos um processo de desenvolvimento das tendências bélicas.
Há tensões no Mar da China Meridional. Biden enviou navios para
assumir o controle de exercícios militares. É uma área estratégica.
Vivemos um cenário de guerra imperialista na Síria, no Iêmen,
e Biden bombardeou a Somália, país no chifre da África no qual
os EUA intervieram na década de 1990. E existem tensões de todo
tipo entre as grandes potências. No quadro da crise capitalista,
esses confrontos acontecem e em algum momento podem levar
a uma guerra generalizada.
O capitalismo empurra repetidamente a humanidade para a barbárie.
Quando ouvimos,“você diz que o capitalismo caiu, mas não caiu;
Trotsky falou da agonia, mas 80 anos se passaram e o capitalismo
continua”... é verdade que continua, mas em meio a convulsões
tremendas e condições terríveis para as massas. Aqui na Argentina,
o jornal La Nación, porta-voz da burguesia, publica repetidamente
artigos editoriais nos quais zomba do "fracasso do socialismo";
Ele confunde as coisas e vê a queda da URSS e do Muro de Berlim
como a morte do socialismo. Ele diz isso, mas não percebe
que sua defesa do capitalismo ocorre quando o fracasso retumbante
desse regime é destacado. Como se defender quando estamos
testemunhando de forma combinada uma pandemia com milhões
de mortes - cujo número real pode nunca ser conhecido
devido ao encobrimento de alguns Estados-, contra a qual
o capitalismo falhou em sua abordagem (há países que ainda
não iniciaram a vacinação); e por outro lado a crise
econômica? Para se ter uma ideia do declínio das condições de vida,
nos Estados Unidos, junto com a pandemia, a expectativa de vida
diminuiu pela primeira vez em décadas. É um sinal de retrocesso
civilizacional.
Quando na principal potência capitalista do mundo há queda da
expectativa de vida (maior na população afro-americana),
quando tem o maior número de mortes por pandemia,
quando enfrenta uma crise de tal magnitude que uma tentativa
de golpe de estado ocorreu por grupos fascistas, como se pode
dizer que o capitalismo é um regime exitoso?
É o contrário. O capitalismo mostra seu retumbante fracasso
quando há uma humanidade que deve ir às ruas com máscaras,
devido a uma pandemia que contribuiu para produzir
e que não conseguiu enfrentar. E o que mostra sua validade
é o socialismo,como única alternativa para enfrentá-la.
Por fim, gostaria de me referir aos obstáculos para a abertura
dessa perspectiva socialista. Um dos pontos que Trotsky destaca
no Programa de Transição é o das frentes populares.
É um recurso para estrangular as tendências de mobilização
e a organização autônoma dos trabalhadores. Parece-me -
vocês serão mais capazes de intervir em torno disso -
de que em face do fracasso do governo Bolsonaro,
com a pobreza e as devastações da pandemia,
e uma situação social complexa; diante do fracasso
de Bolsonaro e do colapso de sua popularidade,
há preocupação entre a burguesia, que duvida de sua capacidade
de conter a situação e pensa em algum tipo de alívio que possa
acalmar uma situação potencialmente explosiva.
Aí surge o problema da candidatura de Lula e do PT, que realizam
uma política de aliança com setores da burguesia,
onde com o argumento de enfrentar a Bolsonaro uma frente popular
sem limites se faz à direita.
Lula já desempenhou esse papel no início do século.
E conseguiu manter o Brasil à margem do processo de
revoltas populares da época. E agora Lula está concorrendo
para desempenhar esse papel novamente. O mais ilustrativo,
ou o que mais transcendeu aqui na Argentina, foi o
encontro com Fernando Henrique Cardoso.
Isso representa um desafio para os revolucionários no Brasil.
Em sua luta contra a frente popular, Trotsky nos deixou
uma grande ferramenta para o presente latino-americano.
Não se trata apenas do Brasil, aqui na Argentina também temos
o problema do nacionalismo burguês, que busca encantar
os trabalhadores, e também o vemos em outras partes da América Latina.
sábado, 21 de agosto de 2021
quinta-feira, 19 de agosto de 2021
A "GREVE GERAL" DOS SERVIDORES PÚBLICOS CONTRA A PEC32-REFORMA ADMINISTRATIVA, NO DIA 18/08
Vide link:
https://www.youtube.com/watch?v=JnizwzsQct0
A política da CUT e das demais centrais sindicais ficou escancarada
Tiraram uma campanha em decorrência dessa política de seguidismo a um setor da burguesia que tem como palavra-de-ordem "SE VOTAR NÃO VOLTA", quer dizer, convocaram uma GREVE GERAL de mentirinha dos servidores das 3 esferas, que na verdade constitui-se em um aborto do que deveria ser realmente uma GREVE GERAL da categoria, para no final das contas revelarem qual a sua verdadeira estratégia política, a saber: MANTER A GOVERNABILIDADE DE BOLSONARO, E ADIAR TUDO PARA O ANO QUE VEM NAS ELEIÇÕES.
Os atos ultraminoritários no final do dia tiveram a função de escamotear um fracasso completo da cúpula da CUT e das demais centrais.
Se comparados com os atos anteriores do FORA BOLSONARO foram um verdadeiro fiasco.
Se por um lado revelou-se uma política deliberada de ADIAR TUDO PRO ANO QUE VEM NUMA POLÍTICA ELEITOREIRA, por outro lado também expressa a total impotência dessa burocracia em organizar uma mobilização, PELOS COMPROMISSOS ASSUMIDOS ANTERIORMENTE E PELO PAPEL QUE ESTÁ SENDO OBRIGADA A CUMPRIR, DE SUSTENTAÇÃO DO REGIME POLÍTICO.
A política de Frente Popular e sua função histórica volta a emergir como uma necessidade extrema do regime político burguês. O regime político começa a deslocar seu eixo de sustentação novamente na política de Frente Popular capitaneada pelo lulismo. Ou seja, o eixo de gravidade do regime político começa gradativamente a se deslocar para a Frente Popular na forma da Frente Ampla, apregoada por todos os partidos da centro-esquerda, do PT ao PSOL.
Sua função de dar sustentação ao regime político já está sendo cumprida, garantindo de maneira escamoteada a governabilidade de Bolsonaro. Lula, após o 24J, na Rede Bandeirantes, deu uma entrevista dizendo que vai DISCUTIR A CORRUPÇÃO NAS ELEIÇÕES DO ANO QUE VEM, ou seja, deu um sinal claro que a burocracia preparava-se para CONTER O ÍMPETO das mobilizações pelo FORA BOLSONARO.
A Live ocorrida no dia 18/08 entre a cúpula das centrais sindicais que convocaram a "Greve Geral" dos servidores públicos das três esferas do estado, com a presença da CUT e da CSP/CONLUTAS, representada pelo PSTU, nesse sentido, foi reveladora. O pano de fundo do programa e da política da burocracia oficial e da sua perna esquerda é GOVERNAR, ou seja, administrar o condomínio falido do capitalismo mundial.
terça-feira, 17 de agosto de 2021
LIVE COM A PRESENÇA DE GUSTAVO MONTENEGRO, DIRIGENTE DO PO DA ARGENTINA: HÁ 81 ANOS DO ASSASSINATO DE LEON TRÓTSKY, É HOJE!
segunda-feira, 16 de agosto de 2021
segunda-feira, 9 de agosto de 2021
NÃO À TERCEIRIZAÇÃO E À EXTINÇÃO DOS CARGOS DE SERVENTE E ZELADOR - ABAIXO O PLO 005/2021
O Coletivo de Servidores Municipais de Alegrete Classista e o Grupo dos Servidores Unidos de Alegrete veem por meio desta nota manifestar total repúdio a respeito do Projeto de Lei Ordinária nº 005/2021, que volta para a Câmara Municipal de Vereadores. Um projeto de terceirização dos cargos de servente e zelador. Nós somos totalmente contra a essa mais uma tentativa de por um projeto que terceiriza os cargos públicos e vai de encontro a PEC 32/2020 que está no Congresso Nacional que ataca friamente o serviço público. A reforma administrativa vem tirando a estabilidade do servidor publico, dentre outros ataques ao servidor em todas as escalas, municipal, estadual e federal. Terceirizando cargos além de defasar ainda mais o salario do servidor, que além de congelado, está sem ganho real há muito tempo, tem também a situação da aposentadoria e do RPPS, que além de estar com déficit atuarial, está em déficit tanto que os 14% foram aprovados com seu principal argumento o déficit do RPSS. Com a extinção de cargos, na medida em que os funcionários forem se aposentando, o RPPS ficará com um rombo maior e sem nenhum novo servidor entrando, já que os cargos serão extintos.
Queremos um debate sobre esse projeto, uma audiência publica e também saber da Frente parlamentar do Serviço Público, se já foi criada e qual sua posição diante desse Projeto. Enviaremos oficio requerendo reunião com os vereadores e estaremos atentos ao processo de votação do Projeto.
NÃO À TERCEIRIZAÇÃO!
NÃO À EXTINÇÃO DE CARGOS!
NÃO À REFORMA ADMINISTRATIVA!
COLETIVO DE SERVIDORES MUNICIPAIS DE ALEGRETE CLASSISTA
E SERVIDORES UNIDOS
Ao Coletivo de Servidores Municipal Classista de Alegrete
Como nos organizar para conquistar?
Por Rui Antunes - TC
Este questionamento é o mesmo que em
1999 usamos para montarmos a diretoria da associação comunitária do bairro Sepé
Tiarajú, o qual fui um dos fundadores e também por alguns anos, líder comunitário ao lado de
grandes camaradas igualmente lutadores.
Qual
era o nosso principal propósito? Lutar por uma vida comunitária saudável e para
isso, precisávamos de ter em nossa região postos de saúde, hoje as ESF
(Estratégia Saúde da Família), educação com escolas acessíveis e de qualidade
para nossas crianças, transporte coletivo em locais e horários suficientes para
sanar a necessidade do povo trabalhador, cultura popular , economia, esporte e
lazer para valorizar a arte de nossos moradores, bem como primar por espaços
para as famílias e amigos da comunidade. Nossa pauta foi construída
coletivamente e da mesma forma conquistamos nossos espaços e muitos de nossos
direitos. Desta forma, acredito que o
Coletivo de Servidores Municipais Classista de Alegrete está alinhado com
pautas coletivas de total significância,
e de urgência para que juntos consigam combater não somente a PEC 32/2020
(proposta de emenda à constituição - este visa restringir a estabilidade no serviço público) e, urge como assombro
em torno da vida funcional dos servidores das três esferas do poder, mas também
com a real necessidade de impor que o sistema respeite e valorize os seus
servidores.
Estamos vivendo um grave momento no
cenário nacional, momento este de ameaça à democracia, aos direitos, à vida e
portanto, a associação é uma forma de debater o resgate dos direitos da
comunidade de trabalhadores/as de todas as categorias que servirá como
trincheira para barrar estes desmontes. Para isso meus amigos lutadores, nesta
carta de apoio, peço a colaboração de todos e todas para construir o espírito
de solidariedade uns para com os outros e coletivamente conquistar o espaço
associativo com o único objetivo de defender-se dos atropelos daqueles que
imaginam-se superiores e no direito de tentar esgotar esta categoria tão
guerreira. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar
partido". À luta, não desistam!
sábado, 7 de agosto de 2021
Live com a jornalista Luara Wandelli discute as perspectivas históricas revolucionárias do México
Vide link: https: https://drive.google.com/file/d/1jMy1V6VCVRvR-q5RyEpwDpyQww7eNIuf/view?usp=sharing
Na tarde desse sábado, 07/08, a jornalista Luara Wandelli Loth nos brindou com a apresentação do seu livro SEPULTURA DE PALAVRAS PARA OS DESAPARECIDOS, que a partir do desaparecimento dos 43 normalistas de Ayotzinapa, que teve uma repercussão internacional, ela descreve a situação também dos chamados Outros desaparecidos, e as suas famílias que se converteram em buscadores dos restos mortais dos seus entes queridos.
Uma condição humana vivenciada por esta companheira em que o encontro dos ossos dos seus familiares é considerado como se fosse um tesouro, tal o valor pra vida que é dada naquela região.
O debate foi ríquissimo e acabou se centrando na questão de um país periférico localizado geograficamente nas barbas do imperialismo, o qual sofre uma opressão histórica do mesmo e do caráter de uma burguesia semi-dominada e semi-dominante, concomitantemente.
Iremos disponibilizar o link da atividade para que os leitores tirem suas próprias conclusões. O certo é que tivemos uma oportunidade histórica de poder crescer através da intervenção da companheira Luara não somente do ponto de vista do conhecimento e da sua experiência junto aos familiares das vítimas, às quais sem sombras de dúvidas, o estado capitalista é o responsável, ou seja do ponto de vista político revolucionário, mas num engrandecimento enquanto ser humano na concepção da sua plenitude.
Agradecemos à participação de tod@s que estiveram presentes e fica a disposição de dar continuidade à enorme perspectiva que nesse sábado se abriu junto ao inverno ensolarado do famigerado mês de agosto.
Obrigado! Luara, Raquel e Moacir, família revolucionária.
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
Consulta popular no México: devemos julgar e punir todo o regime semicolonial
Extraído do site do Partido Obrero da Argentina
Em 2014, uma lei de consulta popular foi promulgada pelo parlamento mexicano (Ley Federal de Consulta Popular). Aconteceu antes da esmagadora derrota do PRI nas mãos de Morena, ocorrida em 2018, e visou vários aspectos políticos, econômicos ou sociais, por exemplo: a construção de um novo aeroporto ou o chamado trem maia. A consulta, que acontecerá no dia 1º de agosto deste ano, tem um teor diferente porque contém uma questão muito significativa para a consciência coletiva dos oprimidos no México: "Está de acordo ou não em que se levem a cabo as ações pertinentes com apego ao marco constitucional e legal para empreender um processo de esclarecimento das decisões políticas tomadas nos anos passados pelos atores políticos encaminhado a garantir a justiça e os direitos das possíveis vítimas?”.
O projeto de lei rompe com a impunidade de que gozam legalmente os presidentes e ex-presidentes mexicanos, embora a Corte Suprema que aprovou este texto tenha suprimido os ex-presidentes mencionados no projeto original. Esses ex-presidentes são responsáveis por crimes de natureza diversa que afetaram as condições de vida dos trabalhadores e oprimidos mexicanos. Carlos Salinas de Gortari foi imposto por meio de fraude eleitoral, a chamada queda do sistema, quando houve um erro nos computadores que contavam os votos das eleições; naquela época o adversário era Cuhautémoc Cárdenas. Ernesto Zedillo, que foi presidente entre 1994 e 2000, é acusado de conceder dívidas privadas no valor de 552 milhões de pesos mexicanos. Trata-se do resgate da dívida do Fundo Bancário de Proteção à Poupança (Fobaproa) para a qual faltaram dois trilhões de pesos. Vicente Fox é acusado de intervir ilegalmente na eleição que enfrentaram Felipe Calderón e Andrés Manuel López Obrador. Calderón, por sua vez, é acusado de cem mil homicídios dolosos e 20.000 desaparecimentos com o pretexto de combater o narcotráfico. É preciso acrescentar que, para cometer esses crimes, nomeou Genaro García secretário de segurança, conhecendo suas ligações com o narcotráfico. Peña Nieto, antecessor de López Obrador, é o responsável por obter financiamento para sua campanha por meio de propina antecipada da empresa Odebrecht.
A supressão dos nomes desses ex-presidentes não é de forma alguma acidental. Trata-se de evitar que os responsáveis por esses ultrajes contra os oprimidos no México sejam perfeitamente identificados e, assim, tornar a garantia muito geral para diluir o impacto do resultado. Já o próprio texto do referendo é afetado por enormes limites porque está enquadrado nas leis em vigor e na mesma constituição, que fazem parte do regime semicolonial mexicano, que está na origem dos crimes contra o povo mexicano e os presidentes que os comprometeram.
Apesar de ter sido López Obrador quem apresentou a iniciativa no Senado, ela não teria prosperado se a ação decisiva dos ativistas de Morena não tivesse mediado, que sem o apoio financeiro dos mesmos ultrapassou as 1.800.000 assinaturas necessárias para tornar a lei uma iniciativa, chegando a 2.800.000. O próprio López Obrador teve o cuidado de desencorajar a participação popular no referendo dizendo que não iria votar: “Admito que publicamente, desde que tomei posse, afirmei que não iria participar e que também tínhamos que ver avançar e colocar um ponto final, apenas com o compromisso de não repetição, de não fazer o mesmo, como vem acontecendo, não se tolera impunidade e corrupção”. Esta é uma verdadeira viagem ao referendo popular que precisa, ser vinculativa, 37 milhões de votos (40% dos cadernos eleitorais). Mas há outros do mesmo aparato governamental: o Ministério da Fazenda reduziu para metade o valor comprometido com a consulta, ou seja, só contribuirá com 522.730.235 pesos mexicanos, e abrirá a metade das mesas necessárias: 50.000. Ariadna Baliema, membro da Comissão para a promoção da consulta cidadã, denunciou que o Instituto Nacional Eleitoral tem colocado obstáculos à realização desta consulta. Objetivamente, a sabotagem do próprio governo torna a tarefa da direita mais fácil. Como podemos ver, estamos testemunhando, dentro do próprio Morena, uma divergência de fato porque enquanto o próprio presidente desenvolve um boicote, um bando de militantes o pressiona. Um dos promotores do referendo, defensor dos direitos humanos e sobrevivente do massacre de Ayotzinapa, na noite em que 43 estudantes normais desapareceram, foi enfático: “este exercício contribui para alargar” e “aprofundar as transformações que o país necessita”, para acrescenta: “o mais importante de ter proposto a iniciativa é que as pessoas se mobilizem, despertem dessa letargia em que a pandemia nos coloca (…) Há muito tempo que analiso os apelos do presidente da república: 'ajude-me a transformar no país'. Poucos governos no passado mergulharam nessa situação de transformação juntos, isso é novo ”. Este, Em meio à sabotagem do referendo por López Obrador, significa a própria liquidação, desde o seu nascimento, do resultado da consulta cidadã, ainda que tenha êxito. A sabotagem de López Obrador não é de forma alguma acidental, na medida em que um resultado esmagadoramente favorável nas urnas, mesmo com seus limites, pode ser um fator de mobilização para os oprimidos do México, cujas consequências potenciais podem afetá-lo.
Votar "sim" e abrir caminho para uma saída independente para os trabalhadores e oprimidos do México para acabar com o regime semicolonial e de drogas
Várias gerações de trabalhadores mexicanos foram vítimas por décadas de tratamento infame. Os homicídios e diversos crimes de que são acusados os ex-presidentes incluem o regime semicolonial mexicano e todas as suas instituições, ao serviço do grande capital nacional e estrangeiro, e dos seus negócios. É por isso que as pesquisas mostram percentuais muito elevados de que votarão "sim", cujos resultados percentuais variam de 91,4% a 72% e 80%, na intenção de voto de 65% dos pesquisados. Mas isso se opõe à sabotagem do Estado e do governo, cujos funcionários estão cientes do perigo potencial representado pelo “sim”. Os assassinatos mencionados às dezenas de milhares, os subornos e o enriquecimento ilícito não desapareceram. O México tem uma dívida pública de 570 bilhões de dólares, Dos quais 127.000 milhões correspondem à dívida externa e 110.000 milhões são o resultado do endividamento a que está sujeita a Pemex, a empresa paraestatal de petróleo. López Obrador e Morena honram essa dívida pagando-a meticulosamente, às custas da crescente miséria do povo mexicano e do aumento do desemprego e do trabalho informal; O trabalho terceirizado foi legalizado durante o governo Morena e a repressão, longe de ter diminuído, está nas mãos da nova Guarda Nacional (criada em 2019), cujo chefe é um general do exército e conta com 90.000 soldados, mais a metade dos quais provêm do exército mexicano, do qual herdaram seu rigor repressivo, e desempenharam um papel de liderança na repressão aos migrantes centro-americanos, embora não se limitem a eles.
O povo, os trabalhadores mexicanos, suas organizações de luta, os direitos humanos devem contar com este plebiscito para condenar os ex-presidentes nas urnas com toda a legitimidade, superar um obstáculo fundamental constituído pelo próprio Morena, que levará a um beco sem saída da vontade popular que se expressa nas urnas, pois seu papel é a preservação do Estado capitalista. Trazer para banco dos réus os expoentes do regime político, os ex-presidentes, o Slim, empresários e responsáveis pelas mortes da linha 12 do metrô, aos membros das forças armadas e de segurança responsáveis pelos assassinatos, desaparecimentos e torturas, para encarcerar os intelectuais e materiais responsáveis, com base na abertura dos arquivos e desmontar o aparato repressivo, é necessária a constituição de um congresso das organizações de luta dos trabalhadores e do povo mexicano que assumem este desafio com total independência do governo, do Estado burguês e de suas instituições.
A condenação dos ex-presidentes, responsáveis pelo regime de empobrecimento e transferência do país, deve estar intimamente ligada a um programa de saída dos trabalhadores que visa uma reorganização integral da nação asteca em novas bases sociais: abrir um inquérito sobre a dívida externa, a fuga de capitais, declare o repúdio ao seu pagamento; romper com o pacto semicolonial que o T-MEC significa; nacionalizar o setor bancário e o comércio exterior sob o controle dos trabalhadores, colocar a Pemex sob a administração dos trabalhadores e abrir seus livros para investigar a dívida e hipoteca a que foi submetida por sucessivos governos; nacionalizar sem pagamento os recursos energéticos sob controle dos trabalhadores; proceder à anulação da lei de terceirização do trabalho; Deliberar sobre a proibição de demissões e distribuição da jornada de trabalho sem prejuízo das remunerações, expropriando qualquer empresa que feche ou despedir para a colocar em funcionamento sob gestão dos trabalhadores; abolir o trabalho terceirizado e informal, partindo do pressuposto de que todos os trabalhadores passam a ter empregos permanentes; dar satisfação às reivindicações das comunidades originárias.
BOLETIM DO COLETIVO DE SERVIDORES MUNICIPAIS DE ALEGRETE CLASSISTA: Nº4
O Coletivo de Servidores Municipais de
Alegrete CLASSISTA em parceria com o Tribuna Classista realizou no dia 31 de
julho uma live sobre sindicalismo e associação, junto com uma reunião aberta do
Coletivo Classista. Foi primeiramente explanado todo o movimento que iniciou-se
ano passado contra os 14% do RPPS que, além de toda a mobilização contra o
aumento da alíquota do RPPS; deu-se também o debate sobre onde estaria quem
deveria estar à frente desse movimento como principal representante e defensor
dos servidores, a saber: o SIMA - Sindicato dos Municipários de Alegrete, que
há mais de quinze anos existe basicamente no papel, sem sede, com uma mesma
diretoria que não dialoga com a classe, nem ao menos se sabe quais são todos
seus componentes. Foi relatado todo o processo de tentativa frustrada de
participação da eleição do Sindicato e, mais uma vez, de uma rápida abertura de
edital e depois da eleição em si com somente uma pessoa de mesária e
participando da única chapa. Falou-se dos processos judiciais sobre essa
eleição e que está aguardando uma decisão judicial que seja favorável à
anulação da eleição e abertura de um novo processo eleitoral, completamente
diferente do anterior.
O servidor aposentado, advogado
trabalhista, integrante do Tribuna Classista e parceiro do Coletivo Classista
Rodrigo Krist fez uma fala sobre a importância da mobilização dos
trabalhadores, instigou os participantes da Live a questionar e participar da Live
e também do processo de construção de uma organização efetiva que venha a se
tornar um instrumento não somente de mobilização da base, como também de
fiscalização do Sindicato, que realmente possa cobrar uma posição efetiva do
sindicato, além de representar os servidores nas pautas que forem levantadas em
relação ao servidor, no poder legislativo e executivo.
Uma associação pode ter
representatividade e promover ações de mobilização, grupo de estudo, apoio
jurídico dentre outras funções que podem auxiliar o servidor e dar o suporte
que ele precisa o que no momento não acontece pelo sindicato. Por toda essa
inatividade sindical e a urgência de uma organização efetiva dos servidores que
faça a ponta para defender os direitos que serão com toda a certeza, atacados
em todas as esferas municipal, estadual e federal. Reforma Administrativa,
terceirização, perdas de direitos, perda de insalubridade, difícil acesso,
dentre outras pautas de extrema urgência que não podem esperar sabe lá quando
um novo processo eleitoral do Sindicato, uma decisão da justiça e uma
reformulação total do Estatuto do Sindicato.
A urgência de uma mobilização
imediata dos servidores é o que faz pensar na criação de uma associação que dê
apoio jurídico, faça estudos, por exemplo, sobre um plano de carreira, salário
mínimo maior que o básico, faça frente e que agrupe os servidores na sua base.
Houve participação dos servidores que
estavam na Live, com perguntas, relatos e foram a favor da construção de uma
associação. Essa construção dará através de encontros, primeiramente online, de
estudo sobre associação, sindicalismo, elaboração de estatuto. O objetivo é que
haja participação dos servidores em todo o processo de criação da Associação.
A próxima Live será no dia 14 de
agosto, as 17h30min, pelo Meet. Convidamos aos servidores a divulgarem e
participar da live, pois a intenção é levar cada vez essa ideia adiante e que
possa realmente ser uma representação efetiva dos servidores Municipais de
Alegrete.
POR UMA ORGANIZAÇÃO EFETIVA DOS
SERVIDORES MUNICIPAIS!
FORA ÂNGELO!