Artigas Alvez
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As contas “CC5”
foram criadas em 1969 pelo Banco Central para permitir a estrangeiros não
residentes a movimentação de dinheiro no Brasil. Essas contas também eram o
caminho para multinacionais remeterem lucros e dividendos ou internar recursos
para o financiamento de suas atividades.
Por dispensarem autorização prévia do
BACEN, as CC5 viraram o canal ideal para a evasão de divisas e lavagem de
dinheiro. A movimentação ilegal usando as CC5 somou 179 BILHÕES de dólares!
Ajustando pela inflação em dólar do período (1998-2020), o equivalente a 281
BILHÕES DE DÓLARES em valores atuais. De longe, o maior escândalo de evasão de
divisas e lavagem de dinheiro de todos os tempos.
Uma vez estourado o
escândalo Banestado, a operação abafa para encerrar de vez os trabalhos de
investigação começou em 2001. Durante esse período, milhares de inquéritos
foram abertos em todo o País. Contudo, nenhum político importante ou dirigente
de grande empresa foi condenado de forma definitiva.
Em relação às
empresas de mídia que usaram as contas CC5 para praticar evasão de divisas e
lavagem de dinheiro, não se tratou apenas da Globo e dos Marinho. A quebra dos
sigilos bancários revelou que o Grupo Abril fez uso frequente das contas CC5,
tendo movimentado um total de 60 milhões de Reais. Já o Grupo SBT, do
empresário Silvio Santos, movimentou 37,8 milhões de Reais segundo a
investigação.
Não é verdade que a
operação Lava Jato seja a “maior operação de combate à corrupção da história
brasileira”. No caso Banestado, as remessas ilegais para o exterior atingiram a
cifra de 134 bilhões de dólares, ou 433 bilhões de reais em valores atuais. Segundo
trabalho conduzido pela perícia técnica da Polícia Federal, 90% das remessas
foram ilegais e tinha origem em ações criminosas.
O que se viu foi a
tentativa de se proteger os cardeais de ambos os partidos, bem como de blindar
aliados citados na investigação. Já no ano seguinte, em 2005, surge o
“escândalo” seguinte, o caso do “Mensalão”. Na prática, em termos editoriais,
tratou-se de uma tentativa bem-sucedida da Globo de fazer “subir a pauta”,
sepultando de vez o interesse em se investigar as contas CC5.
Mas os escândalos de
corrupção não param por aqui.
Lava Jato esconde corrupção de juízes e procuradores
As planilhas de
pagamento de propina apresentadas pela empreiteira Odebrecht ao Ministério
Público Federal em sua delação premiada revelam apenas metade dos últimos sete
anos de funcionamento do setor da empresa dedicado a repasses ilegais, de
acordo com levantamento feito pela Folha.
Mascarenhas disse na
sua delação premiada que foi convidado em 2006 pelo empresário Marcelo
Odebrecht para montar o Setor de Operações Estruturadas e organizar melhor os
repasses ilegais feitos pela empresa.
Apesar dessas lacunas, os papéis apresentados pelos
delatores mostram que em 2010 ocorreu o pico de atividade do departamento. Só́
em uma semana de julho daquele ano, em plena campanha para escolha de
presidente, governadores e congressistas, o setor fez repasses da ordem de R$
110 milhões. As quantias indicadas no conjunto de planilhas totalizam R$ 613
milhões no ano, em valores atualizados.
O que
nós estamos relatando aqui é essa podridão de sociedade travestida de
democrática, democracia burguesa vinculada ao grande capital financeiro
internacional gerido e controlado pelos Estados Unidos. É por isso que essa
estrutura precisa ser quebrada porque é sistema podre.
Nós lutamos por um
Sociedade Socialista com o poder político da classe operária.