quinta-feira, 5 de abril de 2018

Declaração política do Partido Obrero (Argentina) – Partido dos Trabalhadores (Uruguai) – DIP (Partido Revolucionário dos Trabalhadores, Turquia) – EEK (Partido Revolucionário dos Trabalhadores - Grécia)

O Tribuna Classista adere à essa Declaração Internacional


GOLPISMO NO BRASIL

Intervenção das forças armadas para impor a prisão imediata de Lula



Na manhã da quarta-feira, o general Villas Boas, comandante em chefe do
 exército brasileiro ordenou ao Supremo Tribunal Federal que coloque na prisão ao ex presidente Lula, sob pretexto de erradicar a “impunidade”. É a culminação de uma onda de pronunciamentos de militares da reserva que fizeram a mesma exigência. Ocorre no momento em que o exército se faz valer da militarização do Rio de Janeiro. Esta clara tendência golpista ocorre frente à evidência de que o STF encontrava-se dividido em relação à prisão imediata de Lula, ou lhe permitia aguardar em liberdade à última apelação de um julgamento que o condenou a 12 anos de reclusão. A divisão do Tribunal, com o escore de 6 a 5 contra o pedido de Habeas Corpus de Lula deixa a nu a crise política que desatou a execução da condenação, que tem o objetivo de impedir a participação de Lula nas eleições presidenciais de outubro próximo.

Num país governado por corruptos, desde o presidente Temer e o Congresso até o último dos governadores, o encarceramento imediato de Lula, para vetar sua candidatura, por exigência militar, constitui um golpe de estado em regra. As bandas fascistizantes têm saído às ruas com violência, para apoiar a intervenção militar. A "pressão" golpista à Suprema Corte e a ameaça implícita de reprimir toda a manifestação popular contra a prisão, converte ao regime político fraudulento instalado no Brasil num protetorado militar.

Tudo isto põe às claras que o chamado ‘golpe parlamentar” ou “institucional” que se produziu em junho de 2016 foi um golpe militar com a cumplicidade de todas as instituições do Estado brasileiro  com o apoio da “comunidade internacional”, ou seja o imperialismo dos EUA, a UE e as "democracias" latinoamericanas.

Chamamos a uma mobilização continental contra o novo golpe no Brasil, independentemente do fato de que Lula e os governos do PT sejam responsáveis pela corrupção do "petrolāo", do "mensalão" e das enormes negociatas da Odebrecht, Andrades Gutierrez, Correia Camargo, Eike Batista e toda a burguesía brasileira e internacional. O corrupto Temer e seu partido co-governou com o PT durante 13 anos, sem interrupção. O PT não chamou à mobilização popular para derrotar a destituição de Dilma Roussef.

A intervenção militar no Brasil ocorre no mesmo momento em que Trump militariza a fronteira com o México e prepara um embargo petroleiro contra a Venezuela, com a finalidade de fazer viável um golpe militar ou uma intervenção estrangeira. A crise capitalista mundial e as guerras econômicas e militares estão soterrando aos regimes políticos latinoamericanos e ameaçam severamente às massas trabalhadoras. A política dos Lula, dos K, dos Correia e dos Chávez-Maduro é diretamente responsável pela ascensão da direita e do golpismo.

Chamamos a combater ao golpismo, à direita e ao imperialismo, não em defesa de uma volta dos regimes patronais "nac & pop", que são os responsáveis por este retrocesso, mas sim para impulsionar uma saída revolucionária dos trabalhadores e a Unidade Socialista da América Latina.