sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

CONVOCAÇÃO PARA UMA CONFERÊNCIA INTERNACIONALISTA E UM PLANO DE AÇÃO

Declaração extraída e traduzida do link: https://prensaobrera.com/internacionales/convocatoria-a-una-conferencia-internacionalista-y-un-plan-de-accion

DiscutidA e votadA na reunião de 25 de janeiro


Vivemos numa época de intensas lutas pela dominação mundial. No centro destes confrontos está o declínio e agressividade do imperialismo dos EUA e a China, que emergiu como uma grande potência capitalista. É um momento de explosão de antagonismos capitalistas, de catástrofes ecológicas e de conflitos militares que têm como vítimas as classes trabalhadoras e o povo. Isto é o resultado de uma crise do sistema capitalista que não pode ser superada de forma eficaz e da luta pela hegemonia internacional. Uma expressão desta luta é a guerra na Ucrânia; uma guerra que constitui o ponto de partida de uma nova fase, à qual se somaram o genocídio em Gaza e as operações militares no Oriente Médio. Estes confrontos militares estão desenvolvendo-se como miniaturas de uma Guerra Mundial com um risco real de se espalharem para outras partes do planeta.

1)     A ascensão de Trump ao governo norte-americano anuncia uma ofensiva reacionária da direita não só contra os trabalhadores e explorados nos Estados Unidos (expulsão violenta de imigrantes), mas também internacionalmente. Os ataques contra os imigrantes e a comunidade LGBTI são utilizados pela extrema direita como os primeiros movimentos na tentativa de militarizar a sociedade contra todos os trabalhadores e pessoas exploradas. A luta contra a repressão e as políticas dirigidas ao fascismo de Trump não deve ser subordinada a qualquer tipo de frente de colaboração de classe com setores pseudodemocráticos da burguesia, mas deve ser estruturada na organização política independente e na mobilização dos trabalhadores e dos movimentos sociais em defesa da natureza, das reivindicações sociais e dos direitos democráticos. As frentes de colaboração de classes e os “menores bandidos” têm demonstrado sistematicamente a sua incapacidade de enfrentar estas forças de extrema direita, com as suas políticas de desmobilização e adaptação.

2)     Combatemos qualquer ilusão de que Donald Trump venha a impor uma política de paz, contra as guerras. Não estamos perante uma tendência isolacionista e pacifista do imperialismo, mas sim uma política expansionista e agressiva. As suas ameaças de invadir e assumir o controlo do Canal do Panamá, da Groelândia e até do Canadá demonstram isso. Para além do Panamá, as ameaças aos países de aceitarem a deportação violenta dos seus cidadãos e o restabelecimento imediato de Cuba como um suposto Estado terrorista marcam uma ameaça de intervenção militar ativa na América Latina para impor interesses coloniais. Opomo-nos a qualquer intervenção norte-americana, bem como à continuação do bloqueio a Cuba, ao mesmo tempo que denunciamos as reformas do mercado livre e as medidas de austeridade levadas a cabo sob o actual governo, e exigimos a liberdade dos presos por exigirem os direitos dos trabalhadores.

3)     Trump comprometeu-se a conseguir a suspensão da guerra na Ucrânia, nas suas primeiras 24 horas no cargo. Agora ele afirma isso nos próximos 100 dias. A eventual pax norte-americana que se propõe alcançar será apenas um interlúdio de novas guerras (como foi o acordo de Minsk, 2014) e o preço será pago pelos trabalhadores e explorados da Ucrânia e da Rússia. A vida e o sangue de um milhão de mortos e feridos de ambos os povos serão sacrificados em prol de um novo traçado de fronteiras e de um saque ainda mais amplo da riqueza produzida pelos trabalhadores.

4)O acordo de cessar-fogo em Gaza é um fracasso dos planos de Israel contra a resistência palestina. Netanyahu levou a cabo uma política genocida contra o povo palestino, anunciando que só terminaria com a destruição total da resistência palestina e a expulsão dos palestinos de Gaza. Ele não conseguiu isso, embora a proposta de Trump de expulsar 1,5 milhões de palestinos não deva ser considerada uma bravata. Netanyahu não teve escolha senão reconhecer as raízes populares da resistência e negociar a troca de reféns. Se os palestinos foram obrigados a assinar um acordo que não impõe a retirada total das tropas sionistas, é devido ao isolamento a que foram submetidos pelas burguesias árabes que adotaram políticas colaboracionistas com os países imperialistas ocidentais e o sionismo. O recomeço da guerra sionista contra os palestinos é muito provável. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos, em coordenação com Israel, preparam-se para lançar ataques contra o Iémen e o Irã. O Estado Sionista não é compatível com o direito à autodeterminação nacional do povo palestino. É necessário aprofundar a mobilização internacional contra as provocações sionistas/imperialistas em Gaza, no Líbano, na Síria e em todo o Oriente Médio. Retirada total das tropas sionistas apoiadas pelo imperialismo. Liberdade para TODOS os prisioneiros palestinos. Direito de retorno dos palestinos expulsos de suas casas. 

5) A tendência para uma guerra mundial intercapitalista está totalmente enraizada na situação internacional. Trump promove uma política de Estado: preparar-se para a guerra contra a China. O cenário de confrontos proposto inclui a consciência de que para avançar deverá colidir diretamente com as potências europeias e os seus aliados ocidentais. A guerra imperialista é uma consequência direta da crise histórica do sistema capitalista. A Rússia e a China não representam um lado homogêneo, muito menos progressista ou anti-imperialista. São grandes potências capitalistas que agem de acordo com os seus próprios apetites e interesses reacionários para sustentar os seus regimes de exploração e opressão. O seu objetivo é a derrubada do mundo “unipolar” americano por uma “multipolaridade” com mais atores. No entanto, a fragmentação do sistema imperialista não o torna mais benigno, mas antes mais violento nas suas convulsões. Nós, internacionalistas, lutamos contra a guerra imperialista e propomos, caso ela se manifeste com novas batalhas parciais e/ou abertas, transformá-la numa guerra de classes contra o imperialismo capitalista: “Guerra à guerra”, “o inimigo dos trabalhadores é a burguesia dos nossos próprios países”. Lutamos pela confraternização entre trabalhadores e soldados ucranianos e russos, para derrubar os governos da fome, da repressão e da guerra, por governos dos trabalhadores. Apoiamos plenamente as lutas dos povos oprimidos da Ásia/África/América Latina contra todas as potências imperialistas. 

a) uma ação internacional contra a perseguição e deportação de migrantes nos EUA,
na Europa e em todo o mundo, nos dias 7 e 8 de fevereiro, com foco nas 
embaixadas e consulados dos EUA contra a campanha de criminalização, 
detenções em massa e deportações levadas a cabo pela administração Trump.
b) Uma ação internacional comum na semana de 24 de Fevereiro, terceiro aniversário 
do início da atual guerra entre a OTAN e a Rússia, manifestando-se pelo fim 
imediato desta guerra e do genocídio na Palestina, e contra a tendência 
para uma nova guerra inter-imperialista global.
c) um fórum virtual internacional contra a repressão dos governos capitalistas 
às organizações socialistas e movimentos de massa, a ser realizado no início 
de abril 
d) uma Conferência de organizações internacionalistas contra a guerra 
imperialista a se realizar na Europa entre Maio e Junho de 2025.
Assinam a Declaração, preliminarmente:

NAR (Corriente Nueva Izquierda) de Grecia

Partido Obrero de Argentina

SEP (Partido Socialista de Trabajadores) de Turquía

TIR (Tendencia Internacionalista Revolucionaria) de Italia

Partido Marxista Leninista de Alemania MLPD 

Comunistas de Cuba

Grupo Acción Revolucionaria (GAR) de México

United Front Committe for a Labor Party (UFCLP) de Estados Unidos

Fuerza 18 de Octubre de Chile

Agrupación Vilcapaza de Perú

Tribuna Classista de Brasil